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sábado, 9 de março de 2024

A24 em 2024: 5 filmes da badalada distribuidora para ficar de olho (Bilíngue)

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Ano passado, a A24, fundada em 2012, se tornou a primeira distribuidora de filmes na história do Oscar a vencer as 6 principais categorias (Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante) em uma única noite. Nestes 12 anos de história, ela reuniu uma legião de fãs fervorosos, com seus filmes sendo uma alternativa mais autoral e artística para o domínio dos blockbusters. Seja pela abordagem ousada e original de suas tramas (como em “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”) ou pelo caráter íntimo e pessoal que os diretores imprimem no resultado final (como em “Aftersun” e “Vidas Passadas”), a A24 se tornou uma gigante no cinema contemporâneo, deixando todos os cinéfilos curiosos para o que ela tem a oferecer a cada ano. Por isso, na postagem de hoje, listarei cinco filmes dela que serão lançados em 2024 e que merecem a sua atenção. Vamos lá!

(Last year, A24, funded in 2012, became the first film distributor in Oscar history to win all 6 main categories (Best Picture, Directing, Actor, Actress, Supporting Actor and Supporting Actress) in a single night. In these 12 years of history, they gathered a legion of fervorous fans, with their films being a more auteur-driven and artistic alternative to the blockbuster dominion. Whether it's because of the bold, original approach of their plots (as in “Everything Everywhere All at Once”) or for the intimate, personal vein the directors inject into the final result (as in “Aftersun” and “Past Lives”), A24 became a giant in contemporary cinema, leaving all film buffs curious to what they have to offer each year. Therefore, in today's post, I'll list five of their films that will be released in 2024 and that deserve your full attention. Let's go!)



  • A DIFFERENT MAN”, dirigido por Aaron Schimberg – Data de estreia a definir

    (“A DIFFERENT MAN”, directed by Aaron Schimberg – Release date TBD)

Já vamos começar com um filme que promete ser bem original. “A Different Man” (Um Homem Diferente, em tradução livre) conta a história de Edward (Sebastian Stan), um homem com neurofibromatose (caracterizada pelo crescimento de tumores no sistema nervoso) que enfrenta várias cirurgias de reconstrução facial para ter um novo início em sua vida. Quando uma peça de teatro sobre sua vida anterior às cirurgias é anunciada, Edward fica obcecado com o ator (Adam Pearson, que realmente tem neurofibromatose) que irá lhe interpretar nos palcos. Além da dupla citada, o longa também tem a ótima Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”) no elenco. Após estreias mundiais nos Festivais de Sundance e Berlim, “A Different Man” acumulou críticas majoritariamente positivas e rendeu a Sebastian Stan o Urso de Prata de Melhor Atuação no último. Parecendo misturar “Persona”, de Ingmar Bergman, com “O Homem Elefante”, de David Lynch, o terceiro longa de Aaron Schimberg promete trazer mensagens relevantes sobre os dois lados da moeda que é o ato de se transformar.

(We're already starting off with a film that promises to be very original. “A Different Man” tells the story of Edward (Sebastian Stan), a man with neurofibromatosis (which is characterized by the growth of tumors in the nervous system) who undergoes several facial reconstruction surgeries in order to get a new start on life. When a play about his life before the surgeries is announced, Edward becomes fixated on the actor (Adam Pearson, who actually has neurofibromatosis) who will portray him onstage. Besides the aforementioned duo, the feature also has the great Renate Reinsve (“The Worst Person in the World”) in the cast. After world premieres in the Sundance and Berlin Film Festivals, “A Different Man” gathered mostly positive reviews and won Sebastian Stan the Silver Bear for Best Leading Performance in the latter. Seeming to blend Ingmar Bergman's “Persona” with David Lynch's “The Elephant Man”, Aaron Schimberg's third film promises to convey timely messages on the two sides of the coin that is the act of transforming oneself.)



  • GUERRA CIVIL”, dirigido por Alex Garland – 18 de abril nos cinemas

    (“CIVIL WAR”, directed by Alex Garland – In theaters April 12)

Com um orçamento de US$50 milhões, o quarto longa de Alex Garland (“Ex Machina”, “Men: Faces do Medo”) é a produção mais cara da A24 até o presente momento, e é preciso admirar a coragem da distribuidora e de seu diretor de lançar “Guerra Civil” em um ano de eleição nos EUA. Ambientado em um futuro próximo, a trama acompanha uma equipe de jornalistas que precisam atravessar o território estadunidense, cujo governo ditatorial está em guerra com forças separatistas lideradas pelos estados do Texas e da Califórnia. Novamente adentrando no subgênero da distopia, Garland promete fazer mais um filme preparado para iniciar discussões entre seus espectadores, especialmente levando em conta o contexto sociopolítico de seu país de origem. Com um elenco absurdamente talentoso, que inclui nomes como Kirsten Dunst, Wagner Moura, Jesse Plemons, Nick Offerman e Cailee Spaeny, “Guerra Civil” tem tudo para ser mais um clássico “ame ou odeie” na filmografia de seu cineasta, e mal posso esperar para ver as primeiras reações após a sua primeira exibição no Festival South by Southwest este mês. Assista o trailer neste link.

(With a budget of US$50 million, the fourth film by Alex Garland (“Ex Machina”, “Men”) is the most expensive A24 production to date, and you can't help but admire the distributor and the director's guts in releasing “Civil War” during an election year in the US. Set in a near future, the plot follows a team of journalists who need to cross American territory, where its dictatorial government is at war with separatist forces led by the states of Texas and California. Once again delving into the dystopian subgenre, Garland promises to make another film ready to spark conversations among its viewers, especially considering the sociopolitical climate in its country of origin. With an absurdly talented cast, which includes names like Kirsten Dunst, Wagner Moura, Jesse Plemons, Nick Offerman and Cailee Spaeny, “Civil War” has everything to be another classic “love it or hate it” offering in its filmmaker's body of work, and I can't wait to see the first reactions to it after its first screening in the South by Southwest Festival this month. Watch the trailer here.)



  • I SAW THE TV GLOW”, dirigido por Jane Schoenbrun – Data de estreia a definir

    (“I SAW THE TV GLOW”, directed by Jane Schoenbrun – In theaters May 3)

É claro que não podemos falar de A24 sem falar do gênero que a popularizou: o terror. Após ter nos introduzido a vozes originais no gênero, como Robert Eggers (“A Bruxa”) e Ari Aster (“Hereditário”), chegou a vez da diretora Jane Schoenbrun injetar sua própria abordagem na fórmula com seu segundo longa-metragem de ficção, “I Saw the TV Glow” (Eu Vi o Brilho da TV, em tradução livre). Após ter deixado sua marca com o enervante “We're All Going to the World's Fair”, a nova trama de Schoenbrun acompanha uma dupla de adolescentes (Justice Smith e Brigitte Lundy-Paine) que ficam obcecados com um programa cult de televisão, o qual começa a distorcer suas realidades de uma maneira surreal. O terror da cineasta tem focado na obsessão humana pela mídia, abordando aspectos como as “creepypastas” e os desafios virais, e “I Saw the TV Glow” promete seguir a mesma linha, conectando a dualidade entre o analógico e o digital com o sentimento pertinente da juventude atual de querer pertencer a algo, encontrar sua identidade. O longa foi um dos mais aclamados do Festival de Sundance, com as críticas comparando o terror psicológico do enredo com o de David Lynch (“Cidade dos Sonhos” e “Twin Peaks”) e algumas até chamando-o de “obra-prima”. E julgando somente pelo trailer, vai ser uma jornada deliciosamente bizarra e talvez surpreendentemente emocionante. Assistam o trailer (em inglês) neste link.

(Of course we can't talk about A24 without talking about the genre that made it popular: horror. After they introduced us to original voices in the genre, like Robert Eggers (“The Witch”) and Ari Aster (“Hereditary”), it's now director Jane Schoenbrun's turn to inject their own approach to the formula with their second fiction feature-length film, “I Saw the TV Glow”. After leaving their mark with the unnerving “We're All Going to the World's Fair”, Schoenbrun's new plot follows a pair of teenagers (Justice Smith and Brigitte Lundy-Paine) who become obsessed with a cult television show, which starts to distort their realities in a surreal way. The filmmaker's horror has focused on the human obsession over media, approaching aspects like creepypastas and viral challenges, and “I Saw the TV Glow” promises to follow the same path, connecting the duality between analog and digital with the pertinent feeling of today's youth of wanting to belong to something, to find their identity. The film was one of the most acclaimed works screened at the Sundance Film Festival, with reviews comparing the plot's psychological horror to that of David Lynch (“Mulholland Drive” and “Twin Peaks”) and some even calling it a “masterpiece”. And judging on the trailer alone, we're in for a deliciously bizarre and maybe surprisingly emotional ride. Watch the trailer here.)



  • SING SING”, dirigido por Greg Kwedar – Data de estreia a definir

    (“SING SING”, directed by Greg Kwedar – In theaters in July)

Desviando um pouco da ousadia e adentrando no caráter mais íntimo e pessoal das obras da A24, “Sing Sing” é baseado em fatos reais, acompanhando o programa de reabilitação artística da prisão de segurança máxima Sing Sing, no estado de Nova York. A trama em si conta a história de um grupo de presidiários que tenta encenar uma comédia teatral de sua própria autoria, focando em Divine G (Colman Domingo), preso por um crime que não cometeu. Fora Domingo e Paul Raci, todo o elenco de “Sing Sing” é composto por ex-membros do programa de reabilitação artística da unidade correcional, resultando em uma autenticidade no retrato que o diretor Greg Kwedar deseja realizar. O filme teve sua primeira exibição no Festival de Toronto de 2023, onde recebeu aclamação por parte da crítica e foi adquirido pela A24, em uma batalha concorrida pelos direitos de distribuição. Parecendo ser uma mistura entre “Um Sonho de Liberdade”, “O Som do Silêncio” e uma pitadinha de “Primavera para Hitler” no aspecto teatral, “Sing Sing” promete ser uma história profundamente emocionante sobre a função transformadora da arte como terapia, e já desponta como um possível indicado ao Oscar na corrida de premiações de 2024-2025. Assistam o trailer (em inglês) neste link.

(Taking a detour from the boldness and going into the intimate, personal character in A24's works, “Sing Sing” is based on real events, following the real-life Rehabilitation Through the Arts program at Sing Sing Correctional Facility, a maximum security prison in the state of New York. The plot itself tells the story of a group of convicts who try to stage a theatrical comedy they wrote, focusing on Divine G (Colman Domingo), who was arrested for a crime he didn't commit. Ruling out Domingo and Paul Raci, the entire cast of “Sing Sing” is composed by former members of the Rehabilitation Through the Arts program at the correctional facility, resulting in a true authenticity in the portrayal that director Greg Kwedar wishes to accomplish. The film had its first screening at the 2023 Toronto Film Festival, where it was critically acclaimed and acquired by A24, in a heated battle for distribution rights. Seeming like a blend between “The Shawshank Redemption”, “Sound of Metal” and a pinch of “The Producers” on the theatrical side, “Sing Sing” promises to be a deeply emotional story on the transformative function of art as therapy, and is already a strong contender for the Oscars in the upcoming 2024-2025 award season. Watch the trailer here.)



  • Y2K”, dirigido por Kyle Mooney – Data de estreia a definir

    (“Y2K”, directed by Kyle Mooney – Release date TBD)

A estreia na direção do veterano do programa de esquetes “Saturday Night Live” Kyle Mooney, “Y2K” aborda uma linha do tempo alternativa onde o fenômeno do “bug do milênio” (que previa uma falência em massa da infraestrutura de empresas que eram mais dependentes de computadores) realmente aconteceu, acompanhando dois estudantes do ensino médio que entram de penetra em uma festa de Ano Novo e acabam tendo que lutar por suas vidas. Com um elenco predominantemente jovem, encabeçado pelos talentos de Jaeden Martell (“It: A Coisa”), Julian Dennison (“A Incrível Aventura de Ricky Baker”) e Rachel Zegler (“Amor, Sublime Amor”), “Y2K” deve ser um longa-metragem que encaixe no senso de humor surreal e surpreendentemente emocionante de Mooney, protagonista e roteirista do inventivo e sentimental “As Aventuras de Brigsby Bear”. Tomara que o resultado final seja uma comédia de desastre divertida e bizarra, similar à “É O Fim”, destinado a ser um clássico cult em um futuro próximo.

(The directorial debut of Kyle Mooney, a veteran performer of the sketch show “Saturday Night Live”, “Y2K” approaches an alternate timeline in which the projected Y2K event (which predicted a mass breakdown in the infrastructure of companies that heavily relied on computers) actually happened, following two high school students who crash a New Year's Eve party and end up having to fight for their lives. With a predominantly young cast, led by the talents of Jaeden Martell (“It”), Julian Dennison (“Hunt for the Wilderpeople”) and Rachel Zegler (“West Side Story”), “Y2K” should be a feature that fits into the surreal and surprisingly emotional sense of humor of Mooney, who starred in and co-wrote the inventive and sentimental “Brigsby Bear”. Here's to hoping the final result is a fun, bizarre disaster comedy, in the vein of “This is the End”, destined to be a cult classic in the near future.)



É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)

sábado, 2 de março de 2024

Oscar 2024: minhas apostas finais, em todas as 23 categorias (Bilíngue)

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Daqui a uma semana, será realizada a 96a cerimônia do Oscar, celebrando o que tivemos de melhor na sétima arte em 2023. Liderado por obras-primas como “Oppenheimer”, “Pobres Criaturas” e “Assassinos da Lua das Flores”, a premiação promete ser bem eclética na seleção de seus vencedores. De acordo com premiações passadas, como o Critics' Choice Awards, o BAFTA e os prêmios do Sindicato Americano de Atores, Produtores e Diretores, algumas categorias já têm seus vencedores garantidos; já outras se encontram em uma corrida acirrada entre dois concorrentes. Então, aqui vão as minhas apostas finais para o Oscar 2024, em todas as 23 categorias. Vamos lá!

(In one week from now, the 96th Academy Awards ceremony will take place, celebrating the best of what we had for movies in 2023. Led by masterpieces such as “Oppenheimer”, “Poor Things” and “Killers of the Flower Moon”, the award show promises to be very eclectic in the selection of its victors. According to previous award ceremonies, like the Critics' Choice Awards, the BAFTAs and the Screen Actors, Producers and Directors' Guild Awards, some categories already have guaranteed winners; others find themselves in a very tight race between two contenders. So, here are my final bets for the 2024 Oscars, in all 23 categories. Let's do this!)



Melhor Filme, Direção, Atuações e Roteiros

Nas duas categorias principais, não teremos surpresas: a noite certamente irá coroar “Oppenheimer” e seu diretor, Christopher Nolan, com os prêmios de Melhor Filme e Direção, após vitórias no Globo de Ouro, no Critics' Choice Awards, no BAFTA, no Prêmio do Sindicato dos Produtores (melhor termômetro para a categoria principal) e no Prêmio do Sindicato dos Diretores. A nova obra de Nolan não é a minha favorita para vencer Melhor Filme; para mim, o melhor indicado continua sendo “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese. Porém, será uma vitória justa, já que “Oppenheimer” consegue ser o filme mais completamente realizado de seu diretor.

Nas categorias de atuação, temos uma corrida acirrada em Melhor Ator e Melhor Atriz; porém, alguns concorrentes possuem vantagens que podem contar na hora H. A categoria de Melhor Ator está entre Paul Giamatti, por “Os Rejeitados” e Cillian Murphy, por “Oppenheimer”; já a de Melhor Atriz, entre Lily Gladstone, por “Assassinos da Lua das Flores” e Emma Stone, por “Pobres Criaturas”. Embora Giamatti e Stone tenham vencido o Critics' Choice Awards; Murphy e Gladstone levaram os Prêmios do Sindicato dos Atores (a melhor previsão para atuações no Oscar) nestas categorias. Por isso, creio que Cillian Murphy e Lily Gladstone merecidamente vencerão por “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores”. Já nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante, não temos competição: Robert Downey Jr. por “Oppenheimer” e Da'Vine Joy Randolph por “Os Rejeitados”.

Nas categorias de Roteiro Adaptado e Roteiro Original, será um pouco mais difícil de prever, já que o Prêmio do Sindicato dos Roteiristas ainda não foi entregue. Porém, tendo algumas outras premiações como referência, é possível apontar as prováveis vitórias. Até algum tempo atrás, acreditava que o roteiro de Tony McNamara por “Pobres Criaturas” seria o vencedor de Melhor Roteiro Adaptado; porém, vieram o BAFTA e o Critics' Choice Awards, que coroaram “Ficção Americana”, sátira afiada de Cord Jefferson, como o vencedor na categoria, cimentando-o como favorito, e merecidamente. Já em Roteiro Original, por mais que eu deseje que Celine Song vença por “Vidas Passadas”, o Globo de Ouro e o BAFTA apontaram para outra vitória merecida: “Anatomia de uma Queda”, o vencedor da Palma de Ouro dirigido por Justine Triet, um suspense de tribunal frio, ambíguo e calculista, uma abordagem original em um subgênero que tende a ser enfadonho.

(Best Picture, Director, Acting and Screenplays

In the two main categories, we'll have no surprises: the night will certainly crown “Oppenheimer” and its director, Christopher Nolan, with the awards for Best Picture and Director, after wins at the Golden Globes, Critics' Choice Awards, BAFTAs, Producers Guild Awards (the best thermometer for the main category) and Directors Guild Awards. Nolan's new work isn't my personal favorite to win Best Picture; to me, the best nominee remains Martin Scorsese's “Killers of the Flower Moon”. However, it will be a fair win, as “Oppenheimer” manages to be the most fully realized film by its director.

In the acting categories, we have very tight races in the Best Actor and Actress awards; however, some contenders have advantages that may count when it comes to winning. Best Actor stands between Paul Giamatti for “The Holdovers” and Cillian Murphy for “Oppenheimer”; and Best Actress is a face-off between Lily Gladstone for “Killers of the Flower Moon and Emma Stone for “Poor Things”. Although Giamatti and Stone have won the Critics' Choice Awards; Murphy and Gladstone won the Screen Actors Guild Awards (the best way to predict acting at the Oscars) in these categories. That's why I believe that Cillian Murphy and Lily Gladstone will deservingly win for their work in “Oppenheimer” and “Killers of the Flower Moon”. In the Best Supporting Actor and Supporting Actress, there's no discussion: Robert Downey Jr. for “Oppenheimer” and Da'Vine Joy Randolph for “The Holdovers”.

In the Adapted Screenplay and Original Screenplay categories, it will be a bit harder to predict, since the Writers' Guild of America Awards did not take place yet. However, with some previous award shows as reference, it's possible to predict the likely wins. Until some time ago, I swore that Tony McNamara's screenplay for “Poor Things” would win Adapted Screenplay; but then, came the BAFTAs and Critics' Choice Awards, which crowned “American Fiction”, Cord Jefferson's razor-sharp satire, as the victor, cementing it as the favorite to win, deservingly so. In Original Screenplay, as much as I desire for Celine Song to win for “Past Lives”, the Golden Globes and the BAFTAs pointed at another deserved win: “Anatomy of a Fall”, the Palme d'Or winner directed by Justine Triet, a cold, ambiguous, calculating courtroom thriller, an original approach to a subgenre that tends to be boring.)



Animação, Documentário, Filme Internacional e Curtas

Em Melhor Filme de Animação, temos um duelo de titãs entre “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” e “O Menino e a Garça”. Embora a obra de Hayao Miyazaki tenha vencido o Globo de Ouro e o BAFTA; a sequência da animação de heróis vencedora do Oscar em 2019 varreu os Annie Awards (o Oscar da Animação), vencendo em 7 categorias incluindo Melhor Filme, e ganhou o Prêmio do Sindicato dos Produtores de Melhor Filme de Animação. Então, embora seja um filme com uma história incompleta até a terceira parte lançar, creio que é seguro dizer que “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” vencerá, marcando a primeira vez que um filme original e sua sequência vencem na categoria. Seria ainda mais histórico ver Hayao Miyazaki, o Studio Ghibli e a animação 2D ganhando seu segundo Oscar, mas infelizmente, é menos provável.

Em Melhor Documentário, creio que a chave para prever a vitória é o cenário sociopolítico atual. Isso provavelmente foi o fator principal que levou à vitória de “Navalny” ano passado, cujo principal sujeito, Alexei Navalny, faleceu recentemente. Por isso, creio que o impactante “20 Dias em Mariupol” será o vencedor, tendo em vista o conflito ainda presente entre a Rússia e a Ucrânia. Em Melhor Filme Internacional, embora tendo um concorrente forte em “A Sociedade da Neve”, da Espanha, “Zona de Interesse”, do Reino Unido, desponta como o favorito, com indicações a Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado. Assim como os outros filmes internacionais que também foram reconhecidos na categoria principal, será uma vitória mais que merecida, porque, afinal de contas, conseguiu sua vaga entre os indicados a Melhor Filme.

Nas categorias de curta-metragem, é mais difícil prever, porque poucos foram disponibilizados ao público geral. Porém, aí vão minhas apostas. Em Melhor Curta-Metragem em Live-Action, o favorito é, sem dúvidas, “A Incrível História de Henry Sugar”, curta dirigido por Wes Anderson disponível na Netflix. Dos outros quatro, apenas um (“E Depois?”) está disponível em um streaming, também da Netflix. Mas não é preciso ver nenhum dos outros indicados para provar que “Henry Sugar” será o vencedor. Não é só um dos melhores trabalhos de Wes Anderson, como é um curta que, beirando os 40 minutos, parece ter o mesmo desenvolvimento completo de um longa.

O mesmo pode ser dito por “The Last Repair Shop”, favorito a Melhor Documentário em Curta-Metragem, que em seus quase 40 minutos, conta como a música ajudou os seus personagens a se encontrarem na vida. É tocante, de aquecer o coração, e está disponível no YouTube. Podemos ter uma surpresa com “Nai Nai and Wai Po”, sobre a vida cotidiana de duas avós divertidas, mas tendo em conta o cacife de “The Last Repair Shop” ter uma distribuidora grande por trás, acho pouco provável. Na categoria de Melhor Curta Animado, não temos nenhuma obra da Disney indicada, o que é tanto um sopro de ar fresco quanto um fator que dificulta a previsão de um vencedor. Porém, tendo em vista o duplo cenário de guerra na atualidade (Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas), não me surpreenderá se o prêmio for para “WAR IS OVER! Inspired by the Music of John and Yoko”, que venceu o Annie Awards na categoria.

(Animated Feature, Documentary, International Feature and Short Films

In Best Animated Feature, we have a duel of titans between “Spider-Man: Across the Spider-Verse” and “The Boy and the Heron”. Although Hayao Miyazaki's work won the Golden Globe and the BAFTA; the sequel to the Oscar-winning superhero animated film swept the Annie Awards (the Oscar of animation), winning in 7 categories including Best Animated Feature, and won the Producers Guild Award for Best Animated Feature Film. So, even though it's a film with an incomplete story until the third part is released, I think it's safe to say that “Spider-Man: Across the Spider-Verse” will win, marking the first time the original film and its sequel have both won the award. It would be even more historic to see Hayao Miyazaki, Studio Ghibli and 2D animation win their second Oscar, but unfortunately, it's less likely.

In Best Documentary Feature Film, I believe the key to predict the winner is the current sociopolitical climate. That's probably what led to “Navalny” winning last year, with its main subject, Alexei Navalny, passing away recently. Because of that, I believe that the impactful “20 Days in Mariupol” will be the winner, considering the still-present conflict between Russia and Ukraine. In Best International Feature Film, although we have a strong contender with Spain's “Society of the Snow”, the UK's “The Zone of Interest” sticks out as the favorite, with additional nods in Best Picture, Director and Adapted Screenplay. Just like every other international film that's also been nominated in the main category, it'll be a much deserved win, because, after all, it secured its spot among the Best Picture nominees.

In the short film categories, it's harder to predict, since only a few of them are available to the general public. However, here are my bets. In Best Live-Action Short Film, the favorite is, no doubt, “The Wonderful Story of Henry Sugar”, a short film directed by Wes Anderson that's available on Netflix. Out of the other four, only one (“The After”) is available to stream, also on Netflix. But you don't need to watch the other four nominees to see why “Henry Sugar” will win. Not only it's one of Wes Anderson's best work, it's also a short that, on the edge of a 40-minute runtime, manages to have the full story development of a feature-length film.

The same can be said about “The Last Repair Shop”, the favorite to win Best Documentary Short Subject, which in its almost 40 minutes, tells us how music helped its characters find their ways in life. It's touching, heartwarming and available on YouTube. We can have a surprise with “Nai Nai and Wai Po”, which follows the daily life of two fun grandmothers, but looking at how “The Last Repair Shop” has a big distributor behind it, I believe it's less likely. In the Best Animated Short Film category, we don't have a single work by Disney nominated, which is both a breath of fresh air and a factor that makes it more difficult to predict a clear winner. However, considering the double war scenario nowadays (Russia and Ukraine and Israel and Hamas), I won't be surprised if the award goes to “WAR IS OVER! Inspired by the Music of John and Yoko”, which won the Annie Award in that category.)



Categorias técnicas, Trilha Sonora e Canção Original

Nas categorias de Melhor Direção de Fotografia, Montagem e Som, o vencedor provavelmente será “Oppenheimer”, com a fotografia de Hoyte van Hoytema e a montagem de Jennifer Lame sendo reconhecidas no Critics' Choice Awards e no BAFTA. Em Melhor Som, será uma corrida muito acirrada entre o filme de Nolan e “Zona de Interesse”, que venceu o BAFTA ao fazer um uso sublime de seu design de som para injetar tensão, mas mesmo assim, creio que a vantagem será a favor de “Oppenheimer”. Na categoria de Melhores Efeitos Visuais, acho que o marketing viral de “Godzilla Minus One” levará à vitória do longa-metragem japonês, marcando a primeira vez que a franquia Godzilla vence um Oscar. Em Melhor Maquiagem e Penteado, o trabalho magistral de Kazu Hiro e equipe em “Maestro” certamente será reconhecido, pela transformação de Bradley Cooper em Leonard Bernstein, marcando a terceira vitória para o maquiador nipo-americano.

Nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino, é um duelo entre “Barbie” e “Pobres Criaturas”, onde três cenários podem ocorrer: ou “Barbie” ou “Pobres Criaturas” levam ambos os prêmios, ou cada um leva um, com a terceira sendo a mais provável, na minha opinião. Em Direção de Arte, quem leva, na grande maioria das vezes, é quem recria as épocas retratadas de forma mais autêntica e fiel, como foi o caso de “A Forma da Água”, “Era Uma Vez em Hollywood” e “Nada de Novo no Front”. Pela sua recriação extremamente fiel dos brinquedos adaptados e o uso vibrante de cores, creio que “Barbie” será o vencedor. Já em Figurino, predomina a originalidade e o caráter inventivo das vestimentas, como em “Cruella”, “Pantera Negra” e “Mad Max: Estrada da Fúria”. Por isso, acho que o vencedor será o trabalho incrível de Holly Waddington em “Pobres Criaturas”, que levou o BAFTA.

Por fim, as categorias de Trilha Sonora Original e Canção Original já estão praticamente definidas. O trabalho de Ludwig Göransson em “Oppenheimer” vem dominando as premiações recentes, com vitórias no Globo de Ouro, Critics' Choice Awards, BAFTAs e nos Grammys, o que marcaria o segundo prêmio para o compositor. Já em canção, é um duelo entre duas canções de “Barbie”: “I'm Just Ken” e “What Was I Made For?”. Embora a primeira tenha sido o hino cultural de 2023, juntamente com “Peaches”, de “Super Mario Bros.: O Filme”, cruelmente esnobada; a última tem o diferencial de ter vencido os Grammys de Melhor Canção Feita para Meios Audiovisuais e Canção do Ano. Então, tudo aponta para uma segunda vitória merecida para a dupla Billie Eilish e Finneas O'Connell por “What Was I Made For?”.

(Tech categories, Original Score and Original Song

In the Best Cinematography, Editing and Sound categories, the winner will most likely be “Oppenheimer”, with Hoyte van Hoytema's cinematography and Jennifer Lame's editing being recognized at the Critics' Choice Awards and the BAFTAs. In Best Sound, it will be a very tight race between Nolan's film and “The Zone of Interest”, which won the BAFTA by making a sublime use of sound to inject tension into the narrative, but even so, I believe “Oppenheimer” will have the upper hand. In the Best Visual Effects category, I think that the viral marketing campaign for “Godzilla Minus One” will lead to a win for the Japanese feature, marking the first time the Godzilla franchise wins an Oscar. In Best Makeup and Hairstyling, the masterful work by Kazu Hiro and his team in “Maestro” will certainly be recognized, as it transformed Bradley Cooper into Leonard Bernstein, marking a third win for the Japanese-American make-up artist.

In the Best Production Design and Best Costume Design categories, it's a duel between “Barbie” and “Poor Things”, where three scenarios might occur: either “Barbie” or “Poor Things” win both awards, or each of them gets one, the latter of which I think is most likely. In Production Design, the winner, most of the times, is the work that most authentically and faithfully recreates the time and setting of the film, like in “The Shape of Water”, “Once Upon a Time in Hollywood” and “All Quiet on the Western Front”. For its extremely faithful recreation of its adapted toys and its vibrant use of color, I believe “Barbie” will be the winner. In Costume Design, the originality and inventiveness of the costumes dominates the category, like in “Cruella”, “Black Panther” and “Mad Max: Fury Road”. For that, I think that the winner will be Holly Waddington's incredible work in “Poor Things”, which won the BAFTA.

Lastly, the Best Original Score and Best Original Song categories are pretty much settled. Ludwig Göransson's work in “Oppenheimer” has dominated recent award ceremonies, with wins at the Golden Globes, Critics' Choice Awards, BAFTAs and the Grammys, which would mark a second award to the composer. In song, it's a duel between two songs from “Barbie”: “I'm Just Ken” and “What Was I Made For?”. Although the former was the cultural anthem of 2023, alongside the cruelly snubbed “Peaches” from “The Super Mario Bros. Movie”; the latter has the upper hand, as it won the Grammys for Best Song Written for Visual Media and Song of the Year. So, it all points out to a second deserved win for duo Billie Eilish and Finneas O'Connell for “What Was I Made For?”.)



Resumindo, com exceção de “Vidas Passadas” (infelizmente), as previsões acima apontam que cada um dos outros nove indicados ao Oscar de Melhor Filme vencerão em, pelo menos, uma categoria. O líder, assim como nas indicações, será “Oppenheimer”, com 8 vitórias, seguido de “Barbie”, com duas vitórias, e todos os outros indicados, com uma vitória cada. Será que o aproveitamento dessas previsões será total? Teremos que esperar até 10 de março para ver. Então, até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, with the exception of “Past Lives” (sadly), the predictions above point out that each of the other nine nominees for the Oscar for Best Picture will win in, at least, one category. The leader, like in the nominations, will be “Oppenheimer” with 8 wins, followed by “Barbie”, with two wins, and every other nominee, with one win each. Will the accuracy of these predictions be a total, complete one? We'll have to wait until March 10 to see. So, see you next time,

João Pedro)