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sábado, 23 de março de 2019

"Nós": mais um acerto digno de Oscar de Jordan Peele (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e vim aqui falar do segundo filme de um dos diretores mais promissores de suspense e terror da atualidade: Jordan Peele. Com seu primeiro filme, “Corra!”, Peele mostrou ao mundo uma sátira social com toques de humor e suspense psicológico, e acabou por render um Oscar de Melhor Roteiro Original para ele. Com seu segundo filme, Peele consegue fazer um raio cair no mesmo lugar duas vezes, de forma bem mais complexa e violenta, rendendo discussões para além do final da sessão. Então, sem mais delongas, vamos falar de “Nós”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I'm here to talk about the second film from one of the most promising thriller-horror directors in recent times: Jordan Peele. With his first film, “Get Out”, Peele showed the world a social satire with sprinkles of humor and psychological suspense, which ended up winning him an Oscar for Best Original Screenplay. With his second film, Peele manages to make lightning strike twice in the same place, in a more complex, violent way, rendering discussions for far beyond the end of the screening. So, without further ado, let's talk about “Us”. Let's go!)



O filme conta a história da família Wilson, composta por Adelaide (Lupita Nyong'o), Gabe (Winston Duke), Zora (Shahadi Wright Joseph), e Jason (Evan Alex), que decide passar um tempo numa casa de praia na Califórnia. Os momentos de paz dos Wilson são interrompidos quando sósias deles mesmos com intenções homicidas entram em cena.
(The film tells the story of the Wilson family, which is composed by Adelaide (Lupita Nyong'o), Gabe (Winston Duke), Zora (Shahadi Wright Joseph), and Jason (Evan Alex), as they decide to spend some time in a beach house in California. The Wilsons's peaceful moments are interrupted when doppelgängers of themselves, with homicidal intentions, enter the scene.)



Eu considero o roteiro de “Corra!” a maneira mais inteligente e criativa de se lidar com o racismo. É uma sátira social brilhante, e, mesmo que “Nós” não tenha a mesma relevância na sociedade de hoje em dia, Peele consegue, com seu roteiro brilhante, nos manter conectados e intrigados à história que se desenrola na tela. Há um constante e eficiente uso de flashbacks nos primeiros 15 minutos do filme, para inserir o espectador no pano de fundo da protagonista, e fazê-lo se importar com ela. Digamos que os primeiros 20 minutos servem para construir os laços do espectador com a família Wilson e tudo que os circunda, para preparar os espectadores para as cenas extremamente violentas e sinistras que virão a seguir. A partir daí, “Nós” se torna uma complexa e ultraviolenta mistura de “Violência Gratuita” e “Além da Imaginação”, cuja ambição vai aumentando enquanto a trama se desenvolve. A vantagem que Peele tem é que ele tenta, ao mesmo tempo, oferecer um filme inteligente e diferente dos demais, e entreter aqueles que esperam uma simples diversão, o que acaba por deixar esse último público impressionado com o talento do roteirista-diretor. Ao comparar o roteiro de “Nós” com o roteiro de “Corra!”, há algumas diferenças a ser notadas: “Nós” não é socialmente inclinado, concentrando no terror, e ao mesmo tempo, se destrinchando na ficção-científica e no drama; assim como “Corra!”, “Nós” tem uma cena explicativa, mas nem tudo fica encaixado e completamente compreensível ao final; e “Nós” tem um escopo bem maior do que o filme anterior de Peele, não é contido à um cenário e à uma quantidade exata de personagens, fazendo de “Nós” um projeto muito mais ambicioso do que “Corra!”. Sem contar que a reviravolta contida dentro do roteiro de “Nós” irá deixar muitos de boca aberta, levando à várias teorias e interpretações diferentes, o que é bem legal. Pela complexidade, esperteza e até ambição desse roteiro, acredito que Peele deve ganhar, ao menos, uma indicação a Melhor Roteiro Original em 2020, porque eu nunca vi um filme de terror, ao mesmo tempo, tão inteligente e tão divertido como “Nós”.
(I consider the script to “Get Out” to be the most clever and creative way to deal with racism. It is a brilliant social satire, and, even if “Us” isn't as socially relevant in today's society, Peele manages, with his brilliant screenwriting, to keep us connected and intrigued to the story unraveling in the screen. There is a constant, efficient use of flashbacks in the movie's first 15 minutes, in order to insert the viewer in the protagonist's background, and making him care about her. Let's say that the first 20 minutes are there to build bonds between the viewers and the Wilson family and everything surrounding them, in order to prepare the viewers for the extremely violent and sinister scenes coming their way. From that point, “Us” becomes a complex and ultraviolent mash-up between “Funny Games” and “The Twilight Zone”, with its ambition growing bigger and bigger as the plot thickens. The advantage that Peele has is that he tries to, at the same time, offer people a different, never-before-seen option of horror, and entertain those who expect nothing but fun, which makes that last type of audience come out of the theater completely impressed by the writer-director's talent. Comparing “Us” to “Get Out”, some differences can be noticed: “Us” is not socially inclined, focusing on horror, and, at the same time, branching itself into science fiction and drama; just like “Get Out”, “Us” has a scene that explains everything, but not everything fits and becomes completely understandable by the end of it; and “Us” has a much larger scope than Peele's previous film, it's not contained to a single setting and a specific amount of characters, making “Us” a much more ambitious project than “Get Out”. Also, the twist contained inside “Us” will leave many people with their jaws dropped, leading to several, different theories and interpretations, which is pretty cool. For its complexity, cleverness and (even) ambition of this script, I believe that Peele must, at least, be nominated for Best Original Screenplay in 2020, because I've never seen a horror movie that's more clever and entertaining, at the same time, than “Us”.)



Há um detalhe essencial a ser ressaltado sobre o elenco: os atores também interpretam suas sósias malvadas, o que dá mais um nível de profundidade em suas performances. O destaque fica para Lupita Nyong'o, que, em sua versão “normal”, foge do estereótipo de mulher indefesa e parte para a luta, enquanto que, em sua sósia homicida, há um desenvolvimento impressionante, em sua maioria devido ao trabalho de maquiagem e à capacidade expressiva de Nyong'o com seus olhos e voz, e o resultado final é absolutamente arrepiante. Ela merece uma indicação à Melhor Atriz, vamos concordar com isso. Winston Duke faz algo similar em “Nós” com o que o personagem de Lil Rel Howery fez em “Corra!”, servindo ao mesmo tempo, como um alívio cômico, às vezes, forçado, e um personagem crucial para o curso da trama. Com as crianças, interpretadas brilhantemente por Shahadi Joseph Wright e Evan Alex, temos finalmente protagonistas infantis inteligentes em filmes de terror, o que é sempre (SEMPRE) bom. E como coadjuvantes, temos a sempre fantástica Elisabeth Moss em uma performance pequena, mas digna de prêmios, e Tim Heidecker, que, comparado com o resto do elenco, tem pouco tempo de tela, mas ele é operante. Ter um elenco inteiro fazendo performances duplas é algo bem difícil, mas graças ao orçamento maior e à criatividade dos aspectos técnicos, “Nós” consegue fazer isso com maestria, e isso é algo a ser apreciado.
(There's an essential detail to be said about the cast: the actors also portray their evil doppelgängers, which gives their performances one more level of depth. The spotlight shines upon Lupita Nyong'o, who, in her “normal” version, runs away from the helpless woman stereotype and heads to the fight, while that, in her homicidal doppelgänger, there's an impressive development, in its majority due to the make-up work and Nyong'o's expressive capacity with her eyes and voice, and the final results are absolutely chilling. She deserves to be nominated for Best Actress in 2020, let's agree on that. Winston Duke does in “Us” something similar to what Lil Rel Howery did in “Get Out”, fitting in as a, sometimes, forced comic relief, and a crucial character to the plot's unraveling. With the kids, portrayed brilliantly by Shahadi Joseph Wright and Evan Alex, we finally have clever child protagonists in horror films, which is always (ALWAYS) good. And, as supporting characters, we have the always fantastic Elisabeth Moss in a small, but award-worthy performance, and Tim Heidecker, who, compared to the rest of the cast, has little screen time, but he is operant. Having an entire cast doing double performances is something really hard to do, but thanks to a bigger budget and to the creativity of the technical aspects, “Us” does that masterfully, and that's something to be appreciated.)





Nos aspectos técnicos, temos um trabalho bem mais refinado, se comparado com “Corra!”, provavelmente devido ao tamanho de seu orçamento. A maioria dos produtores do filme anterior de Peele retornou para trabalhar nesse filme, que, visualmente e sonoramente, é muito bem produzido. A direção de fotografia é maravilhosa, há cenas onde a câmera literalmente gira 360 graus para mostrar tudo o que está acontecendo durante a cena. A direção de arte é vibrante, colorida, e às vezes, até simbólica, o que dá uma profundidade ao trabalho. Devido às performances duplas do elenco, temos um excepcional uso de efeitos visuais, dublês e coreografia de lutas aqui, pois esses aspectos fazem as cenas serem críveis. Um dos únicos membros da equipe técnica que retornou ao seu posto ocupado em “Corra!” é Michael Abels, que compôs a trilha sonora dos dois filmes que Peele dirigiu até agora. A trilha sonora de “Corra!” era intrigante e envolvente; com o tom mais sinistro de “Nós”, Abels eleva o nível de sua trilha sonora e entrega um trabalho enervante e fantástico, ditando o tom e a atmosfera de cada cena com perfeição. Resumindo, devido ao orçamento maior, e à ambição do projeto, “Nós” acaba sendo um filme mais refinado e bem produzido, visualmente e sonoramente.
(In the technical aspects, we have a much more refined work, if compared to “Get Out”, probably due to the size of its budget. Most of the producers from Peele's previous film are back to work on this one, which, visually and sonorously, is very well produced. The cinematography is just wonderful, there are scenes where the camera literally spins 360 degrees to show everything that's happening during the scene. The art direction is vibrant, colorful, and sometimes, even symbolic, which gives the work some extra depth. Due to the cast's double performances, we have an exceptional use of visual effects, stunt doubles, and fight coreography here, as these aspects make the scenes believable. One of the only members of the crew to return to his post previously occupied in “Get Out” is Michael Abels, who composed the score for Peele's two films so far. The score for “Get Out” was intriguing and involving; with the more sinister tone in “Us”, Abels levels up his score and delivers an unnerving, fantastic work, dictating the tone and atmosphere of each scene with perfection. In a nutshell, due to the bigger budget, and to the project's ambition, “Us” ends up being a more refined, well produced film, both visually and sonorously.)



Resumindo, “Nós” é mais um acerto de Jordan Peele. É assustador, é inteligente, é complexo, é divertido, e com certeza, renderá discussões e teorias muito depois de ser assistido no cinema. É um daqueles filmes raros que implora para ser visto mais de uma vez, para que nada passe despercebido. E, caso isso não tenha ficado claro pelos elogios, também é o melhor filme do ano até agora.

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Us” is one more hit from Jordan Peele. It's scary, it's clever, it's complex, it's entertaining, and it will, surely, spark discussions and theories long after the end of the screening. It's one of those rare films that beg to be seen more than one time, so that nothing goes unnoticed. And, just in case I didn't make myself clear with all the praise, it's also the best movie of the year so far.

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




terça-feira, 5 de março de 2019

"Fleabag": uma comédia ácida hilária, e ao mesmo tempo, surpreendentemente trágica (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e vim aqui falar de uma das melhores séries de comédia da atualidade. Não é Friends, nem How I Met Your Mother, nem Brooklyn Nine-Nine. É uma série britânica autoral, sendo criada, escrita e estrelada pela mesma pessoa, e ela possui um senso de humor afiado e ácido e, ainda assim, um tom surpreendentemente dramático ao decorrer de sua primeira temporada, de apenas 6 episódios. Então, sem mais delongas, vamos falar de uma pérola escondida no catálogo da Amazon Prime Video. Vamos falar de “Fleabag”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I'm here to talk about one of the best comedy TV shows in recent times. It's not Friends, it's not How I Met Your Mother, and it's not Brooklyn Nine-Nine. It's a British TV show created, written and starred by the same person, and it has a sharp, acid sense of humor, and yet, a surprisingly dramatic tone throughout its 6-episode first season. So, without further ado, let's talk about a hidden pearl in the Amazon Prime Video catalog. Let's talk about “Fleabag”. Let's go!)



Baseada em um monólogo escrito por Phoebe Waller-Bridge, “Fleabag” acompanha uma jovem moça moderna (Waller-Bridge) vivendo em Londres, onde ela lida com problemas quase universais, como brigas de relacionamento, frustração, luto e conflitos familiares, enquanto tenta manter seu perfil intimidante o mais intacto possível.
(Based on a monologue written by Phoebe Waller-Bridge, “Fleabag” follows a young modern woman (Waller-Bridge) who lives in London, where she deals with almost universal problems, like relationship struggles, frustration, grief and family conflicts, while trying to maintain her intimidating profile as intact as possible.)



Já vou começar dizendo que “Fleabag” não é pra todo mundo em dois sentidos: é uma série extremamente adulta, e o senso de humor pode não agradar a todos. Mas, para os maiores de 18 anos que gostam de humor britânico, essa série será um verdadeiro deleite pra se ver. Ao assistir “Fleabag” pela primeira vez, fiquei extremamente impressionado com a habilidade que Phoebe Waller-Bridge, a criadora, roteirista e protagonista do programa, tem para escrever cenas engraçadas e dramáticas em um episódio de 25 minutos de duração. Vários artifícios criativos do cinema são usados de forma perfeita aqui: a personagem de Waller-Bridge quebra a quarta parede constantemente, para ao mesmo tempo, nos contar detalhes de sua vida pessoal e sua família, adivinhar clichês previsíveis, e entregar piadas bem engraçadas; há flashbacks que acompanham a protagonista com sua melhor amiga, que ficam cada vez mais dramáticos e sombrios no decorrer da primeira temporada; o formato da tela torna tudo mais cinematográfico, e por aí vai. A série se identifica como uma comédia ácida explícita em seus primeiros minutos, mas a partir de uma informação crucial nos momentos finais de seu primeiro episódio, o tom fica um pouco mais sombrio, virando uma série tragicômica, e o equilíbrio entre essas duas vertentes (a comédia e o drama) é sensacional, pois mesmo com flashbacks sombrios e cenas dramáticas, “Fleabag” não perde seu marcante senso de humor ácido. Resumindo, “Fleabag” equilibra perfeitamente suas duas essências, entregando uma primeira temporada extremamente engraçada, e ao mesmo tempo, surpreendentemente trágica.
(I'll start off by saying that “Fleabag” isn't for everyone in two ways: it's an extremely adult show, and the sense of humor may not please the majority of the audience. But, for those who are 18 and over, and enjoy British humor, this series will be a real delight to behold. When I watched “Fleabag” for the first time, I was extremely impressed with the ability that Phoebe Waller-Bridge, creator, writer, and star of the show, has to write funny and dramatic scenes in a 25-minute long episode. Several creative devices used in movies are utilized perfectly here: Waller-Bridge's character constantly breaks the fourth wall, to, at the same time, inform us with details on her personal life and family, guess predictable clichés, and deliver really funny lines; there are flashbacks that follow the protagonist with her best friend, which get darker and more dramatic throughout the first season; the screen format makes everything look cinematic, and it goes further. The show identifies itself as an explicit, acid comedy in its first minutes, but after some crucial information is dropped in the final moments of the first episode, the tone gets a little bit darker, turning into a tragicomedy, and the balance between these two sides (comedy and drama) is sensational, because even with dark flashbacks and dramatic scenes, “Fleabag” doesn't lose its biting, acid sense of humor. In a nutshell, “Fleabag” perfectly balances its two essences, delivering an extremely funny, yet surprisingly tragic first season.)



Mas o roteiro não é a única coisa digna de elogios em “Fleabag”. O elenco é simplesmente maravilhoso. Phoebe Waller-Bridge mostra que o roteiro não é sua única habilidade na série, e entrega uma atuação digna de prêmios. Pois, assim como o roteiro, a protagonista é, ao mesmo tempo, satiricamente hilária e deprimente, e é simplesmente incrível a maneira que Waller-Bridge consegue equilibrar essas duas faces na protagonista. Nós rimos bastante quando ela, de repente, olha pra câmera, e nós temos empatia por ela quando ela emocionalmente desmorona em frente aos olhos de outros personagens, mas principalmente, aos nossos olhos. Ter empatia por um(a) protagonista de séries é algo bem difícil de se fazer hoje em dia, mas “Fleabag”, graças à atuação e ao roteiro de Waller-Bridge, consegue fazer isso de forma magistral. No elenco coadjuvante, temos Sian Clifford como a irmã trabalhadora da protagonista, que é uma das únicas pessoas que realmente entende a personagem de Waller-Bridge; Hugh Skinner como o ex-namorado ingênuo, que é bem engraçado; Bill Paterson como o pai, responsável por algumas das cenas mais tocantes do programa; a recente vencedora do Oscar Olivia Colman como a madrinha estranha e até irritante, mas muito engraçada; Hugh Dennis como um gerente de banco, que possui um desenvolvimento impressionante ao longo da temporada; Brett Gelman como o esposo da irmã, que possui uma química agradável com a protagonista; e Ben Aldridge e Jamie Demetriou como alívios cômicos que rendem cenas realmente hilárias.
Resumindo, o elenco de “Fleabag” é perfeitamente escalado, sendo uma das razões do sucesso estrondoso da série no Reino Unido.
(But the script isn't the only thing worth praising in “Fleabag”. The cast is simply marvelous. Phoebe Waller-Bridge shows that the script isn't her only ability in the series, and delivers an award-worthy performance. Because, just like the script, the protagonist is, at the same time, satirically hilarious and depressed, and the way that Waller-Bridge manages to balance these two faces in the main character is simply amazing. We laugh a lot when she, suddenly, turns to the camera, and we have empathy for her when she emotionally crumbles in front of other characters, but mainly, in front of us. Having empathy for a TV show protagonist is something really hard to do these days, but “Fleabag”, thanks to Waller-Bridge's performance and scripts, does that masterfully. In the supporting cast, we have Sian Clifford as the protagonist's workaholic sister, who's one of the only people who actually understand Waller-Bridge's character; Hugh Skinner as the naive ex-boyfriend, who is really funny; Bill Paterson as the father, responsible for some of the show's most touching scenes; the recent Oscar winner Olivia Colman as the annoying, weird, but really funny godmother; Hugh Dennis as a bank manager, who has an impressive character development throughout the season; Brett Gelman as the sister's husband, who has a pleasant chemistry with the protagonist; and Ben Aldridge and Jamie Demetriou as comic reliefs who deliver really hilarious scenes.
In a nutshell, “Fleabag” is perfectly cast, with its talented cast being one of the reasons of its astounding success in the UK.)



Os aspectos técnicos da série também valem a pena serem destacados. A direção de Tim Kirkby e Harry Bradbeer, já conhecidos no meio televisivo britânico, tendo trabalhado em “My Mad Fat Diary” e “Killing Eve”, respectivamente, é muito boa, com os diretores sabendo o que mostrar, e quando mostrar. A fotografia é maravilhosa: o formato da tela em widescreen consegue fazer uma temporada de 6 episódios parecer um filme de 2h30, e não se enganem, isso é muito bom; dá pra notar uma diferença entre quando estão mostrando um fato atual e um flashback, com a iluminação nos flashbacks sendo um pouco mais clara no início, mas que vai se escurecendo quando os mesmos vão se aproximando da realidade, o que dá um tom mais sombrio para o teor dramático da série, o que é bem legal. A direção de arte também é muito boa, trabalhando muito bem nas decorações excêntricas de certos ambientes da série e figurinos que refletem a personalidade dos personagens.
Resumindo, “Fleabag” possui aspectos técnicos realmente cinematográficos que, combinados com o roteiro e o elenco, fazem da série uma experiência recompensadora.
(The technical aspects of the show are also worth being highlighted. The direction by Tim Kirkby and Harry Bradbeer, already known in British television, having worked in “My Mad Fat Diary” and “Killing Eve”, respectively, is really good, with the directors knowing what to show, and when to show it. The cinematography is marvelous: the widescreen screen format manages to make a 6-episode season look like a 2-hour-and-30-minute long movie, and don't be mistaken, that's a good thing; we can notice a difference when they're showing an actual fact and a flashback, with the lighting in the flashbacks being slightly brighter in the beginning, and that lighting dims as they're coming closer to reality, which gives a darker tone to the series's dramatic content, which is pretty cool. The production design is also very good, reflecting the eccentricity of certain environments through its decorations, and the personality of the characters through their costumes.
In a nutshell, “Fleabag” has actual cinematic technical aspects that, combined with the script and the cast, make the show a rewarding experience.)



Resumindo, “Fleabag” é uma série, ao mesmo tempo, hilária e trágica, impulsionada pela esperteza do roteiro, pelo elenco super-talentoso, e pelo tom cinematográfico de seus aspectos técnicos.

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Fleabag” is a hilarious yet tragic TV show, bolstered by the cleverness of the scripts, by the super-talented cast, and by the cinematic tone of its technical aspects.

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)