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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre um dos lançamentos mais recentes no catálogo original do Disney+! Sendo uma exibição estonteante do enorme talento e ambição por trás de alguns dos melhores estúdios de animação japonesa da atualidade, a série em questão homenageia os aspectos essenciais de uma das mitologias mais ricas da cultura pop, com histórias cativantes, animação tradicional, cenas de ação de tirar o fôlego e alguns cliffhangers para nos deixar com gostinho de “quero mais”. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Star Wars: Visions”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about one of the most recent releases on the Disney+ original catalog! As an astounding display of the enormous talent and ambition behind some of the best Japanese animation studios working today, the series I'm about to review pays homage to the essential aspects of one of pop culture's richest mythologies, with captivating stories, traditional animation methods, breathtaking action scenes and some cliffhangers to leave us wanting more. So, without further ado, let's talk about “Star Wars: Visions”. Let's go!)
“Star Wars: Visions” é uma coleção antológica (ou seja, cada episódio conta uma história completamente diferente e independente da anterior) de nove curtas-metragens de animação produzidos por sete estúdios de animação japonesa: Kamikaze Douga, Studio Colorido, Geno Studio, Trigger, Kinema Citrus, Production I.G. e Science SARU. Cada estúdio conta uma história inteiramente original inserida no universo fictício criado por George Lucas, abordando os mais diferentes temas e aspectos narrativos presentes no cânone da mitologia. Farei aqui um ranking do pior ao melhor episódio, tentando mostrar, de forma sucinta, os prós e contras de cada capítulo da antologia. Então, bora começar!
(“Star Wars: Visions” is a collected anthology (meaning that every episode tells a completely different story that's independent from the previous one) of nine animated short films produced by seven Japanese animation studios: Kamikaze Douga, Studio Colorido, Geno Studio, Trigger, Kinema Citrus, Production I.G. and Science SARU. Each studio tells an entirely original story inserted into the George Lucas-created fictional universe, dealing with a variety of different themes and narrative aspects present in the mythology's canon. I'll make a ranking here from the worst to the best episode, trying to show, in a succint way, the pros and cons of each chapter in the anthology. So, let's get started!)
“BALADA DE TATOOINE” - Animado pelo estúdio Studio Colorido
(“TATOOINE RHAPSODY” - Animated by Studio Colorido)
Prós: Não há dúvidas de que a trilha sonora instrumental de “Star Wars”, composta pelo inigualável John Williams, é icônica em todos os sentidos possíveis. Mas já as canções cantadas são um aspecto infame na fanbase do universo de George Lucas. Só para dar um exemplo: no jogo “Kinect Star Wars”, há uma paródia de uma música de Jason Derulo chamada “I'm Han Solo” (procurem no YouTube e me agradeçam depois), que se tornou um clássico cult agora, mas que na época de lançamento, era a definição de “cringe”. E “Balada de Tatooine” envolve uma banda de desajustados que precisa fazer o melhor show da vida deles para salvar um dos membros das garras de Jabba, o Hutt. É um curta bem divertido, tem uma animação bem vibrante e energética, personagens carismáticos, mas o destaque fica para a música no final. O engraçado é que funciona tão bem como uma música de anime, mas não tão bem assim como uma de “Star Wars”. No geral, é um bom curta, mas não chega perto da profundidade e criatividade que outros conseguiram alcançar.
Contras: Eu, sinceramente, não gostei da história. Achei ela muito bobinha e telegrafada, como se cada evento fosse essencialmente direcionado para o ato final do curta. Os personagens, embora carismáticos, são muito subdesenvolvidos. E o pior de tudo: “Balada de Tatooine” parece ser um trailer para algo maior que, infelizmente, não acontece. É um curta bem divertido, e o mais descontraído da antologia, mas precisava de mais desenvolvimento para se destacar mais.
(Pros: There is no doubt that the instrumental score of “Star Wars”, composed by the one and only John Williams, is iconic in every single way. But actual songs are an infamous aspect in the fanbase of George Lucas's universe. Just for an example: in the game “Kinect Star Wars”, there's a parody of a Jason Derulo song called “I'm Han Solo” (search for it on YouTube and thank me later), which became a cult classic now, but at the time of release, it was the living definition of “cringe”. And “Tatooine Rhapsody” involves a band of misfits who needs to perform the best concert of their lives in order to save one of the members from the clutches of Jabba the Hutt. It's a pretty fun short, it has a vibrant, energetic animation style, charismatic characters, but the highlight stays for the song at the end. The funny thing is that it works so well as an anime song, but not that well as a “Star Wars” one. Generally, it's a nice short, but it's nowhere close to the depth and creativity that others managed to reach.
Cons: I, honestly, didn't like the story. I thought it was quite silly and cookie-cutter programmed, as if every event was essentially directed towards the short film's final act. The characters, while charismatic, are really underdeveloped. And the worst of all: “Tatooine Rhapsody” seems like a trailer for something bigger that, unfortunately, doesn't happen. It's a pretty enjoyable short, and the most uncompromising one in the anthology, but it needed more development to make a greater impression.)
“A NOIVA ALDEÔ - Animado pelo estúdio Kinema Citrus
(“THE VILLAGE BRIDE” - Animated by Kinema Citrus)
Prós: Este curta me lembrou muito da atmosfera visual das primeiras obras do Studio Ghibli, mais especificamente “Princesa Mononoke” e “Meu Amigo Totoro”. Eu gostei muito do foco na natureza e no ambiente do curta, e o estúdio fez um ótimo trabalho em dar uma personalidade distinta para essa ambientação, que me lembrou de Endor, o planeta dos Ewoks. Ao contrário do curta acima, “A Noiva Aldeã” tem sequências de ação criativas, embora somente no final. E o episódio consegue desenvolver o tema de redenção muito bem.
Contras: Minha única ressalva com relação a este curta fica com o desenvolvimento da protagonista. Todos os outros personagens são bem desenvolvidos e aprendemos a nos importar com eles, mas o roteiro não nos dá nada além das cenas de ação para torcer pela protagonista. Talvez, se os roteiristas tivessem investido numa abordagem que focasse nos outros personagens, teria funcionado um pouco melhor, mas mesmo assim, é bem melhor e visualmente mais vistoso do que “Balada de Tatooine”.
(Pros: This short reminded me a lot of the visual atmosphere in Studio Ghibli's early work, most specifically “Princess Mononoke” and “My Neighbor Totoro”. I really enjoyed the focus on nature and the short's environment, and the studio did a great job in giving a distinct personality to this setting, which reminded me of Endor, the planet of the Ewoks. Unlike the short above, “The Village Bride has creative action sequences, although only near the ending. And the episode manages to develop the theme of redemption really well.
Cons: My only exception towards this short film relies on the development of the main character. Every other character is well-developed and we learn to care for them, but the script doesn't give us anything beyond the action scenes to root and care for the main character. Maybe, if the screenwriters had invested in an approach that focused on the other, more layered characters, it would've worked a little better, but still, it's way better and more visually striking than “Tatooine Rhapsody”.)
“OS GÊMEOS” - Animado pelo estúdio Trigger
(“THE TWINS” - Animated by Trigger)
Prós: É a partir deste curta que a antologia começa a explorar alguns aspectos essenciais que marcaram todos os filmes de “Star Wars”. No curta em questão, o tema explorado de forma central foi a dualidade do bem e do mal, um dos aspectos definitivos do universo fictício. Eu gostei de como “Os Gêmeos” serve como uma espécie de prólogo para tudo no universo “Star Wars”, como se esta história fosse algo no estilo de Rômulo e Remo para a mitologia criada por George Lucas. A ação neste curta é de tirar o fôlego, canalizando toda a energia frenética e surreal presente no clássico “Akira”, de Katsuhiro Otomo, para criar algumas das melhores lutas de sabre de luz já feitas.
Contras: Uma coisa que, pelo menos para mim, importa nas animações é a sutileza de expressar certas coisas de modo implícito ao invés de explícito. E neste curta, há muitas coisas que poderiam ter sido ditas de forma visual ou expressiva, mas os roteiristas preferem dizer isso no diálogo, o que preenche o curta de artificialidade e um pouco de infantilidade. Vou dar um exemplo: um dos irmãos está encurralado durante a luta com o outro irmão. Aí, ao invés de focar na animação para expressar a desolação que o personagem está sentindo, ele fala “Ah, não, estou encurralado! Como eu vou escapar dessa?”. Tipo isso. Mas, felizmente, é a minha única ressalva para este curta visualmente vibrante e energético.
(Pros: It's from this short and onward that the anthology begins to explore some essential aspects that were present throughout all “Star Wars” films. In this particular short, the theme explored in a central way was the duality of good and evil, one of the fictional universe's defining aspects. I enjoyed how “The Twins” serves as a prologue of sorts to everything in the “Star Wars” universe, as if this story was something like Romulus and Remus for the mythology created by George Lucas. The action in this short is breathtaking, channeling all the kinetic and surreal energy present in Katsuhiro Otomo's classic “Akira”, to create some of the best lightsaber fights ever made.
Cons: One thing that, at least for me, matters in animation is the subtlety of expressing certain things in an implicit way rather than an explicit one. And in this short, there are a lot of things that could've been said visually or through expressions, but the screenwriters prefer to say it through dialogue, which fills the short with artificiality and a bit of infantility. Let me give an example: one of the siblings is cornered during the fight with the other sibling. Then, instead of focusing on the animation to express the desolation the character is feeling, he says “Oh, no, I'm cornered! How am I going to escape this?”. Like that. But, fortunately, it's my only setback for this visually vibrant and energetic short film.)
“ARAKIRI” - Animado pelo estúdio Science SARU
(“ARAKIRI” - Animated by Science SARU)
Prós: A história, para mim, foi o maior destaque deste curta. Eu gostei bastante da dinâmica entre os dois protagonistas, e especialmente da forma brilhante de como “Arakiri” lida com o transtorno do estresse pós-traumático. É cativante e ajuda o espectador a se importar com a jornada dos protagonistas. As cenas de ação, como na grande maioria dos curtas, fica para o final, mas vale muito a pena. A conclusão de “Arakiri” me deixou de boca aberta, sendo um dos finais mais impressionantes e marcantes da antologia.
Contras: A minha única ressalva, novamente, fica com o desenvolvimento dos protagonistas. A abordagem do TEPT é mais do que suficiente para nos fazer importar com os dois personagens principais, mas há uma sequência de flashback que claramente mostrava uma conexão mais profunda entre eles. E é isso. Não há nada mais que explore a história de fundo destes personagens, fazendo que o conflito no final seja meio previsível e esperado. Mas, felizmente, os momentos finais do curta tiram essa previsibilidade, terminando “Arakiri” de uma maneira bem inesperada, mas emocionalmente potente.
(Pros: The story, for me, was the biggest highlight of this particular short. I really enjoyed the dynamic between the two main characters, and especially the brilliant way on how “Arakiri” deals with post-traumatic stress disorder. It's captivating and helps the viewer in caring about the protagonists' journey. The action scenes, as in the great majority of these shorts, stay reserved for the ending, but they're so worth it. The conclusion of “Arakiri” left me with my jaw dropped to the floor, being one of the most impressive and memorable endings in the anthology.
Cons: My only setback, once again, relies on the development of the protagonists. The PTSD approach is more than enough to make us care about the two main characters, but there's a flashback sequence that clearly displayed a deeper connection between them. And that's it. There's nothing else that explores these characters' backstory, making the conflict in the end a bit predictable and expected. But, fortunately, the short's final moments strip that predictability away, capping off “Arakiri” in an unexpected, yet emotionally potent way.)
“O ANCIÃO” - Animado pelo estúdio Trigger
(“THE ELDER” - Animated by Trigger)
Prós: Um dos maiores acertos da trilogia de prólogos (eps. I a III) de “Star Wars” foi a dinâmica entre o General Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e seu Padawan Anakin Skywalker (Hayden Christensen). O contraste entre a sabedoria do mestre e a teimosia e vontade do Padawan de causar uma boa impressão no mestre é o fio condutor principal de “O Ancião”, e há um uso perfeito de uma narrativa dividida em três atos aqui: mestre e Padawan chegam em um lugar e se separam; Padawan faz bagunça; o mestre é chamado para consertar essa bagunça. É um curta cativante e visualmente estonteante, com os visuais me lembrando muito de “Samurai Jack” e “Avatar: A Lenda de Aang”. As cenas de ação são bem graciosas e realistas, mesmo sendo ambientadas dentro da mitologia de “Star Wars”. E o final não deixa nada a desejar.
Contras: Minha única ressalva fica com o uso de efeitos estroboscópicos nas cenas de ação. Não vou falar o contexto, mas é algo que irrita e influencia o espectador a desviar o olhar ao invés de concentrar na tela, e poderia ter sido feito de uma maneira bem mais confortável para os olhos.
(Pros: One of the greatest things done right in the prequel trilogy (episodes I-III) of “Star Wars” was the dynamic between General Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) and his Padawan Anakin Skywalker (Hayden Christensen). The contrast between the Master's wisdom and the stubbornness and will of the Padawan to make a good impression on the Master is the main conductive force of “The Elder”, and there's a perfect use of a three-act divided narrative here: Master and Padawan arrive somewhere and split up; Padawan messes up; Master shows up to fix said mess. It's a captivating and visually astounding short, with the visuals reminding me a lot of “Samurai Jack” and “Avatar: The Last Airbender”. The action scenes are quite graceful and realistic, even though being set inside the “Star Wars” mythology. And the ending leaves absolutely nothing to be desired.
Cons: My only setback stays with the use of strobe light effects in the action scenes. I'm not gonna say the context, but it's something annoying that influences the viewer to look away instead of looking closely, and it could've been done in a way that would've been way more comfortable to the eye.)
“T0-B1” - Animado pelo estúdio Science SARU
(“T0-B1” - Animated by Science SARU)
Prós: Quando vi o protagonista deste curta (que compartilha o nome com o título do episódio) pela primeira vez, a primeira coisa que me veio a cabeça foi: como “Astro Boy” seria se fosse um filme de “Star Wars”. E é exatamente isso que “T0-B1” é, e muito mais. Além de conter o arquétipo eternizado por Luke Skywalker de ser um desajustado que acha que não se encaixa em nenhum lugar, o curta serve perfeitamente como uma porta de entrada para crianças interessadas no universo de “Star Wars”, graças ao seu protagonista androide fofo e ao caráter visual mais nostálgico, sendo bem mais parecido com o videogame “Cuphead” do que com uma obra de anime propriamente dita. É impossível não se apaixonar por essa história e pelo protagonista. Não tentem resistir aos charmes de “T0-B1”. Se vocês se entregarem completamente à história, saberão exatamente como toda criança que queria ser um Jedi se sentiu quando viu “Star Wars” pela primeira vez.
Contras: Só há um detalhezinho pessoal que pensei que seria aproveitado, mas não foi. Claro que não vou falar o que é, mas prestem atenção na pronúncia em inglês do nome do protagonista. É isso.
(Pros: When I first saw the protagonist of this short (whose name is the same as the episode's title), the first thing that popped in my head was: how “Astro Boy” would be if it was a “Star Wars” film. And that's exactly what “T0-B1” is, and much more. Besides containing the archetype made famous by Luke Skywalker of being a misfit who thinks he doesn't fit anywhere, the short film perfectly serves as a gateway for children that are interested in the “Star Wars” universe, thanks to its cute android protagonist and to the more nostalgic character of the visuals, which reminded me a lot more of the videogame “Cuphead” than a proper anime film or show. It's impossible not to fall in love with this story and the main character. Don't try to resist the charms of “T0-B1”. If you immerse yourself completely into the story, you will know exactly how every single child that wanted to be a Jedi felt when they watched “Star Wars” for the first time.
Cons: There's just one personal detail that I thought would be better developed, but it wasn't. Of course I won't say what it is, but pay attention to the pronunciation of the protagonist's name. That's it.)
“O NONO JEDI” - Animado pelo estúdio Production I.G.
(“THE NINTH JEDI” - Animated by Production I.G.)
Prós: Este é, sem dúvidas, um dos curtas mais completos da série. Ele deixa um cliffhanger maldito para sequências futuras, mas tirando isso, é uma história com começo, meio e fim muito bem definidos, e na minha opinião, era o tipo de história presente nesse curta que a trilogia de sequências (eps. VII-IX) de “Star Wars” deveria ter investido. A protagonista me lembrou MUITO (ênfase no MUITO) da Rey. Há uma cena de ação que é uma bela homenagem à uma das melhores cenas de “O Retorno de Jedi”. Há um aspecto relacionado aos sabres de luz nesse curta que deveria ser considerado um cânone na saga, e iria fazer MUITO sentido. Tem uma reviravolta bem legal perto da conclusão, terminando uma história muito boa de uma maneira bombástica e explosiva.
Contras: A única falha desse curta é que ele acaba. Pode parecer bobo, mas é a mais pura verdade.
(Pros: This is, undoubtedly, one of the most complete shorts in the pack. It leaves one hell of a cliffhanger for future installments, but besides that, it's a story that has a very well defined beginning, middle and ending, and in my opinion, the “Star Wars” sequel trilogy (episodes VII-IX) should've invested more in this story's kind of approach instead of what it actually went for. The protagonist reminded me A LOT (emphasis on the A LOT) of Rey. There's an action scene that's a beautiful homage to one of the best scenes in “Return of the Jedi”. There's an aspect related to the lightsabers in this short that should be considered canon in the saga, and it would make A LOT of sense. There's a cool twist near the conclusion, capping off a very good story in a bombastic, explosive way.
Cons: The only flaw in this short is that it ends. It might seem silly, but it's the truth.)
“O DUELO” - Animado pelo estúdio Kamikaze Douga
(“THE DUEL” - Animated by Kamikaze Douga)
Prós: Há uma razão bem clara por trás da decisão da Disney de fazer com que “O Duelo” fosse o primeiro contato do espectador com “Star Wars: Visions”: não existe “Star Wars” sem Akira Kurosawa. Sim, você ouviu certo. Não acredita em mim? Pergunta pro George Lucas, que literalmente aplicou o roteiro de “A Fortaleza Escondida”, filme de 1958 dirigido por Kurosawa, no Episódio I de “Star Wars”, “A Ameaça Fantasma”. Tudo (e eu digo “tudo”) neste curta é uma homenagem ao cultuado diretor japonês. Da animação em preto-e-branco (com exceção das cores dos sabres de luz) à história de uma vila que é atacada por bandidos e um herói solitário precisa lutar contra todos eles para trazer paz à vila (alô, “Os Sete Samurais”), tudo aqui é uma celebração ao legado que Kurosawa deixou, que varia de Star Wars ao recente videogame “Ghost of Tsushima”. E talvez o mais legal sobre “O Duelo” é que ele parece ter sua própria mitologia interior dentro do universo de “Star Wars”, como é comprovado pelos minutos finais (e pelo anúncio de um futuro livro que irá aprofundar a história do protagonista do curta).
Contras: Este curta é uma verdadeira obra de arte, e como as melhores pinturas de artistas renomados, é algo impecável, nada a reclamar.
(Pros: There's a very clear reason behind Disney's decision of making “The Duel” be the viewer's first contact with “Star Wars: Visions”: there is no “Star Wars” without Akira Kurosawa. Yes, you heard that right. You don't believe me? Ask George Lucas, who literally recycled the screenplay of “The Hidden Fortress”, a 1958 film directed by Kurosawa, in Episode I of Star Wars, “The Phantom Menace”. Everything (and I mean “everything”) in this short film is a homage to the renowned Japanese filmmaker. From the black-and-white animation (except for the lightsaber colors) to the story of a village that is attacked by bandits and a lone hero needs to fight them all off in order to bring peace to the village (hello, “Seven Samurai”), everything here is a celebration of the legacy Kurosawa left behind, from Star Wars to videogames like “Ghost of Tsushima”. And maybe the coolest thing about “The Duel” is that it seems to have its own inner mythology inside the “Star Wars” universe, as it is confirmed by its final minutes (and by the announcement of an upcoming book that will delve into the protagonist's backstory).
Cons: This short is a true work of art, and like the best paintings by acclaimed artists, it's something flawless, nothing to complain about.)
“LOP E OCHÔ” - Animado pelo estúdio Geno Studio
(“LOP AND OCHO” - Animated by Geno Studio)
Prós: Se Hayao Miyazaki, diretor de “A Viagem de Chihiro”, fizesse um filme animado de Star Wars, tenho certeza que seria algo na linha de “Lop e Ochô”. Todos os aspectos essenciais do cânone de Star Wars, explorados nos curtas anteriores, são combinados aqui: o arquétipo do protagonista desajustado, relações de amizade e família, relações contrastantes entre clãs, corrupção, redenção. Por mais fantasioso que “Lop e Ochô” possa ser, os temas abordados na narrativa são a quintessência de uma obra de Star Wars. Gostei do fato da grande maioria das cenas de ação serem com espadas de verdade e não com sabres de luz, o que me lembrou bastante da falta da arma icônica no melhor filme de Star Wars da Disney, que é “Rogue One”. Há uma crítica social afiadíssima no centro da narrativa, que diz respeito ao desenvolvimento de uma cidade através do desmatamento da natureza ao redor dela. Este curta é algo realmente especial que merece ser expandido de alguma forma pela Disney, e eu realmente espero que eles o façam.
Contras: Assim como os curtas no terceiro e segundo lugar, não tenho nada a reclamar.
(Pros: If Hayao Miyazaki, director of “Spirited Away”, had the chance to make an animated Star Wars movie, I'm sure it would've been something similar to “Lop and Ochô”. Every essential aspect in the Star Wars canon, many of which were explored in the previous shorts, is combined here: the archetype of the misfit protagonist, friendship and family relationships, contrasting relationships amongst clans, corruption, redemption. As fantasy-like as “Lop and Ochô” can be, the themes dealt with in the narrative are the real quintessence of “Star Wars”. I liked the fact that the great majority of the action scenes contained real swords and not lightsabers, which reminded me a lot of the iconic weapon's absence in Disney's best Star Wars film, “Rogue One: A Star Wars Story”. There's a razor-sharp sociopolitical criticism at its center, which says a lot about the development of a city through the deforestation of the nature around it. This short film is something really special that deserves to be expanded in some way by Disney, and I really hope they do it.
Cons: Just like the shorts in third and second place, I got nothing to complain about.)
Resumindo, como qualquer antologia, “Star Wars: Visions” tem episódios que são excelentes, e outros que não são tão memoráveis. Mas não dá pra negar que esta coleção de nove curtas animados produzidos em estilo de anime é uma das melhores e mais originais obras baseadas no universo fictício de George Lucas feitas neste século, junto com “Rogue One: Uma História Star Wars” e a já icônica “The Mandalorian”. Disney, pode mandar mais curtas, que tá pouco! (Risos)
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, as in every anthology, “Star Wars: Visions” has some excellent episodes, and others that aren't as memorable. But you just can't deny that this collection of nine animated short films produced in an anime-like style is one of the best and most original pieces of work based on George Lucas's fictional universe made in this century, alongside “Rogue One: A Star Wars Story” and the iconic “The Mandalorian”. Disney, keep these short films coming, because these are not enough! (LOL)
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)