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domingo, 23 de julho de 2023

"Oppenheimer": o melhor quebra-cabeça da carreira de Christopher Nolan (Bilíngue)

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Na mitologia grega, o mito de Prometeu consiste em um desafio aos deuses do Olimpo, com o titã roubando o fogo das divindades e entregando-o à raça humana, na forma de tecnologia, conhecimento e civilização. Como punição, os deuses gregos acorrentaram Prometeu à uma rocha, onde uma águia, o símbolo de Zeus, devora seu fígado em um loop infinito. Na tradição ocidental, o titã se tornou uma figura que representa o triunfo humano e, com ele, o risco de consequências não previstas. Um exemplo dessa interpretação é “Frankenstein”, de Mary Shelley, cujo subtítulo é “O Prometeu Moderno”. O mito acaba por encaixar perfeitamente na trajetória pessoal e profissional do físico teórico norte-americano J. Robert Oppenheimer, retratada em “Oppenheimer”, novo filme de Christopher Nolan (“Batman: O Cavaleiro das Trevas”, “A Origem”).

Consistindo em uma narrativa não-linear, a abordagem de Nolan é um verdadeiro mergulho dentro da mentalidade de seu protagonista, uma pessoa moralmente ambígua e tão complexa quanto sua própria história, e um retrato realista da relação turbulenta entre ciência e política, e de como, muitas vezes, o ponto de vista ideológico de um indivíduo pode vir a importar mais do que suas conquistas profissionais, por mais revolucionárias que sejam. Além disso, a obra acaba por fazer um paralelo brilhante com a situação sociopolítica mundial atualmente, especialmente em respeito aos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, nos apresentando com um futuro nada promissor.

(In Greek mythology, the myth of Prometheus consists in a challenge towards Olympian gods, with the titan stealing fire from the deities and delivering it to the human race, in the form of technology, knowledge and civilization. As punishment, the Greek gods chain Prometheus to a rock, where an eagle, the emblem of Zeus, devours his liver in an infinite loop. In Western tradition, the titan became a figure that represents human striving and, with it, the risk of unintended consequences. One example of that interpretation is Mary Shelley's “Frankenstein”, which bears the subtitle “The Modern Prometheus”. The myth ends up perfectly fitting for the personal and professional trajectory of American theoretical physicist J. Robert Oppenheimer, portrayed in “Oppenheimer”, the new film from Christopher Nolan (“The Dark Knight”, “Inception”).

Consisting of a non-linear narrative, Nolan's approach is a true deep dive into his protagonist's mentality, a person who's morally ambiguous and as complex as his own story, and a realistic portrayal of the turbulent relationship between science and politics, and how, many times, an individual's ideological point of view may matter more than their professional achievements, as revolutionary as they might have been. Besides that, the feature ends up making a brilliant connection with the world's current sociopolitical situation, especially when it comes to the Russia-Ukraine conflicts, presenting us with a future that's anything but promising.)



Trama

O filme acompanha a trajetória profissional e pessoal do físico teórico J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy, “Peaky Blinders”), focando nas suas colaborações para o desenvolvimento das primeiras bombas atômicas, e como estas conquistas foram subsequentemente minadas por circunstâncias pessoais, como a conexão de Oppenheimer com várias pessoas filiadas ao Partido Comunista, um caso extraconjugal notório com a psiquiatra Jean Tatlock (Florence Pugh, “Midsommar”), e sua relação profissional turbulenta com o Almirante Lewis Strauss (Robert Downey Jr., “Homem de Ferro”).

(Plot

The film follows the professional and personal trajectory of theoretical physicist J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy, “Peaky Blinders”), focusing on his collaborations towards the development of the first atomic bombs, and how these accomplishments were subsequently mined by personal circumstances, such as Oppenheimer's connection to several people linked to the Communist Party, a notorious extramarital affair with psychiatrist Jean Tatlock (Florence Pugh, “Midsommar”), and his turbulent professional relationship with Admiral Lewis Strauss (Robert Downey Jr., “Iron Man”).)



Visão do diretor

Com a estrutura do roteiro de “Oppenheimer”, Nolan consegue reter duas de suas características mais recorrentes e conhecidas como realizador: a de compor uma narrativa não-linear, ou seja, a apresentação da história em uma ordem que não é cronológica, como feito em “Amnésia”, de 2000; e a criação de uma trama essencialmente complexa, similar à um quebra-cabeças, exemplificado por suas obras mais conhecidas, como “O Grande Truque”, de 2006, “A Origem”, de 2010, e “Interestelar”, de 2014. O filme segue duas linhas de raciocínio de forma simultânea: a tentativa do personagem-título de renovar sua certificação de segurança para continuar suas pesquisas e a audiência para que Lewis Strauss se tornasse Secretário do Comércio. O roteiro reveza entre os dois pontos de vista, auxiliados fortemente por flashbacks, para criar um enredo completo, a ponto de ser, possivelmente, o mais completo da carreira de Nolan.

A proposta de ter dois pontos de vista também permite perspectivas diferentes sobre uma mesma cena. Isso ocorre várias vezes em “Oppenheimer”, fazendo parte até da estética visual do filme. Quando uma cena é em preto-e-branco, ela pretende ser uma recriação fiel do que realmente aconteceu. Quando ela é em cores, é uma interpretação daquele momento no ponto de vista do protagonista. Esta estratégia auxilia muito para que o longa seja um estudo de personagem não só do personagem-título, mas também de toda uma época, em seus contextos sociopolíticos e ideológicos.

Pode-se dizer que o conflito que move a trama é o travado entre a ciência e a política. Tal luta é perfeitamente espelhada na figura de Oppenheimer. Ele foi uma figura recrutada pelo governo dos EUA para desenvolver o Projeto Manhattan, mas ele tinha seus próprios pontos de vista sobre o que ele estava desenvolvendo, e muitas vezes, essas perspectivas não eram condizentes com o que o governo esperava. Ver como Oppenheimer faz um jogo de cintura para tentar equilibrar estes dois lados de sua persona é nada menos que fascinante. Ele é uma pessoa complexa, moralmente ambígua. Em outras palavras, o protagonista perfeito para um filme de Christopher Nolan.

Além de fazer uma biografia de seu protagonista, Nolan consegue fazer um paralelo quase onisciente com os dias de hoje, em duas vertentes: a tendência das pessoas de julgarem e taxarem um indivíduo pela sua ideologia sociopolítica, não importa o quão revolucionárias e importantes suas conquistas foram; e a certeza aterrorizante do caráter destrutivo de uma bomba atômica, tão presente na época de ambientação quanto é atualmente. De fato, o diretor se inspirou no ressurgimento do medo de um holocausto nuclear, em face às invasões da Ucrânia pela Rússia, avaliadas como uma espécie de estopim para uma possível Terceira Guerra Mundial. Desta forma, as temáticas abordadas em “Oppenheimer” fazem do longa não somente algo relevante, mas também atemporal.

Um último destaque narrativo que Nolan acerta em cheio é o passo da trama. Com uma duração extensa de 3 horas, o diretor mantém um andamento cauteloso e simultaneamente dinâmico, construindo a atmosfera em antecipação ao teste nuclear Trinity. Parece ser uma unanimidade que o filme perde um pouco do gás após a realização do teste, suposição que esta crítica discorda. A parte final não só dá um desfecho realista para cada um de seus personagens-chave, como também oferece as peças cruciais finais para o melhor quebra-cabeça que Christopher Nolan elaborou ao longo de sua carreira. Para aqueles que se decepcionaram na primeira vez, a recomendação é que assistam de novo, pois fica ainda melhor ao ser visto várias vezes.

(Director's vision

With the screenplay structure of “Oppenheimer”, Nolan manages to retain two of his most recurring, well-known characteristics as a filmmaker: that of composing a non-linear narrative, meaning that the story is told in an order that's not chronological, such as 2000's “Memento”; and the creation of an essentially complex plot, similar to a jigsaw puzzle, exemplified by his best-known works, like 2006's “The Prestige”, 2010's “Inception” and 2014's “Interstellar”. The film follows two storylines simultaneously: the title character's attempt to renew his security clearance in order to continue his research and the hearing for Lewis Strauss to become Secretary of Commerce. The screenplay goes back and forth in these two perspectives, aided heavily by flashbacks, in order to create a complete plot, to the point of being, possibly, the most complete one in Nolan's career.

The proposal of having two different points of view also allows different perspectives over the same scene. This happens constantly in “Oppenheimer”, even as a part of the film's visual aesthetic. When a scene is portrayed in black-and-white, it intends to be a faithful recreation of what actually happened. When it's portrayed in color, it is an interpretation of that moment under the protagonist's point of view. That strategy helps a lot in making the film a character study not only of its title-character, but also of an entire time, alongside its sociopolitical and ideological contexts.

It can be said that the conflict that moves the plot forward is the one between science and politics. That struggle is perfectly mirrored in the figure of Oppenheimer. He was a figure selected by the government to develop the Manhattan Project, but he had his own points of view over what he was developing, and many times, these perspectives didn't agree with the government's expectations. Seeing how Oppenheimer extensively tries to balance these two extremes in his persona is nothing less than fascinating. He's a complex, morally grey, ambiguous person. In other words, he's the perfect protagonist for a Christopher Nolan film.

Besides making a biopic of his protagonist, Nolan manages to make an omniscient parallel with today, in two points: people's tendency of judging and labeling a person through their sociopolitical ideology, no matter how important and revolutionary their accomplishments were; and the terrifying certainty of the atomic bomb's destructive character, as present in the film's setting as it is nowadays. Indeed, the director was inspired by the ressurgence of fear for a nuclear holocaust, due to Russia's invasions of Ukraine, which were valued as some sort of breaking point of a possible World War III. This way, the themes dealt with in “Oppenheimer” make it not only relevant, but also timeless.

One last narrative highlight that Nolan knocks out of the park is the plot's pacing. With a robust runtime of 3 hours, the director keeps a cautious yet dynamic pace, building up the atmosphere in anticipation of the Trinity nuclear test. It seems to be unanimous that the film loses some of its momentum after the test is conducted, something this review disagrees upon. The final part not only gives a realistic close to every one of its key characters, but also offers the crucial final pieces to the best jigsaw puzzle Christopher Nolan has created in his entire career. For those who were disappointed the first time around, a rewatch is highly recommended, as it is a film that only improves upon subsequent viewings.)



Elenco de peso

É difícil achar um membro de elenco em “Oppenheimer” que não mereça uma indicação ao Oscar, mesmo que as aparições sejam extremamente breves. Porém, alguns são apostas certeiras, a começar pela incorporação de J. Robert Oppenheimer por Cillian Murphy. Indo além da semelhança física entre ator e personagem, é simplesmente incrível o que Murphy consegue fazer com sua performance corporal, em especial com os olhos. A dúvida que ele mostra em relação ao desenvolvimento da bomba é imperceptível através dos diálogos, mas o desempenho corporal do ator oferece todas as respostas que o espectador precisa. Há algumas sequências que parecem ser ambientadas dentro da mente do protagonista, e Murphy consegue transmitir a apreensão de Oppenheimer extraordinariamente bem durante essas cenas. Servindo como um complemento, e ao mesmo tempo, um contraste, temos a Emily Blunt, cuja personagem é responsável por manter os pés do protagonista no chão, como se fosse uma espécie de farol para guiá-lo. Ela é severa, convicta e corretiva. Porém, há alguns momentos que lacunas se revelam em sua personalidade, e aí que Blunt brilha. A dinâmica entre Murphy e Blunt em tela é propositalmente conflituosa, e é por isso que os dois funcionam tão bem.

No lado coadjuvante, temos um trio de atuações maravilhosas de Matt Damon, Robert Downey Jr. e Florence Pugh. Damon consegue misturar uma seriedade com um senso de humor sombrio muito bem. Downey Jr. entrega sua melhor performance desde seu início como Tony Stark, sendo um dos personagens mais misteriosos, reclusos e relevantes da trama. É particularmente incrível ver como o ator vai lentamente se revelando ao espectador, levando-o a ficar boquiaberto com o desfecho de seu arco narrativo. Pugh, por sua vez, tem um número extremamente limitado de cenas, mas, como uma das melhores atrizes da nossa geração, ela simplesmente devora cada momento e faz o melhor que ela pode oferecer com o que o roteiro lhe dá.

Fora este quinteto, há uma multidão de atores que merecem destaque, mesmo que a duração de suas participações seja variada. Josh Hartnett, Kenneth Branagh, Casey Affleck, Dane DeHaan, Rami Malek, Benny Safdie, Jason Clarke, Dylan Arnold, Jack Quaid, Matthew Modine, David Krumholtz, Matthias Schweighöfer, Michael Angarano, Josh Peck, Alex Wolff, Olivia Thirlby, Gary Oldman e Macon Blair são alguns destes intérpretes, e se o Oscar já tivesse inventado uma categoria de Melhor Elenco Conjunto, “Oppenheimer” já seria um dos principais concorrentes ano que vem. E por fim, um destaque especial fica com o Tom Conti como Albert Einstein, que tem um propósito quase simbólico na trajetória do protagonista, auxiliando em seu desenvolvimento de uma maneira crucial.

(Heavy cast

It's hard to find one cast member in “Oppenheimer” that isn't deserving of an Oscar nomination, even though some appearances are extremely brief. However, some are sure bets, starting off with Cillian Murphy's embodiment of J. Robert Oppenheimer. Going beyond the physical resemblance between actor and character, it's simply amazing to see what Murphy does with his body language, especially when it comes to his eyes. The doubt he shows in regard of the bomb's development is imperceptible through his dialogue, but the actor's corporal performance offers every answer the viewer is looking for. There are some sequences that seem to be set inside the protagonist's mind, and Murphy manages to convey Oppenheimer's aprehension in these scenes extraordinarily well. As a complement and a contrast, we have Emily Blunt, whose character is responsible for keeping the protagonist's feet on the ground, as some sort of beacon to guide him. She is severe, certain of herself, and corrective. However, there are a few moments where gaps are revealed in her personality, and that's when Blunt shines. The onscreen dynamic between Murphy and Blunt is purposefully full of conflicts, and that's exactly why they work so well together.

On the supporting side, we have a trio of wonderful performances by Matt Damon, Robert Downey Jr. and Florence Pugh. Damon manages to mix seriousness with a grim sense of humor really well. Downey Jr. delivers his best performance since his initial turn as Tony Stark, as one of the plot's most mysterious, secretive and relevant characters. It's particularly amazing to see how the actor slowly peels back the layers of his character to the viewer, leaving them with their jaws to the floor by the conclusion of his narrative arc. Pugh, on the other hand, has an extremely limited number of scenes, but, as one of our generation's best actresses, she simply devours every moment and does her absolute best with what the script has to offer.

Apart from those five, there are a multitude of actors and actresses who deserve their spot, even if the length of their appearances is varied. Josh Hartnett, Kenneth Branagh, Casey Affleck, Dane DeHaan, Rami Malek, Benny Safdie, Jason Clarke, Dylan Arnold, Jack Quaid, Matthew Modine, David Krumholtz, Matthias Schweighöfer, Michael Angarano, Josh Peck, Alex Wolff, Olivia Thirlby, Gary Oldman and Macon Blair are some of these performers, and if the Oscars had already invented a Best Ensemble category, “Oppenheimer” would be one of next year's main contenders. And at last, one final highlight stays with Tom Conti as Albert Einstein, who has a nearly symbolic purpose on the protagonist's trajectory, helping on his development in a crucial manner.)



Experiência essencialmente cinematográfica

Se Christopher Nolan segue uma regra à risca, é: sempre faça um filme tendo como objetivo a maior tela possível. A dedicação e o detalhe nos aspectos técnicos faz com que “Oppenheimer” seja uma experiência imperdível a se vivenciar em uma sala de cinema. Se “Barbie” promete ser um concorrente forte nas categorias técnicas de Melhor Direção de Arte, Design de Figurino e Canção Original, o novo filme de Nolan irá impôr uma competição formidável em todas as outras categorias. Este é, de longe, o melhor trabalho do Hoyte van Hoytema como diretor de fotografia em um filme do diretor. A maneira que sua câmera perdura nos atores os motiva a ter um desempenho ainda melhor. A montagem da Jennifer Lame é simplesmente sublime. A transição entre as cenas e diferentes pontos de vista é suave, dinâmica e essencialmente fluida, permitindo que a trama se desenvolva naturalmente.

O trabalho de som é impecável. Há certos momentos onde as cenas são dominadas por um silêncio ensurdecedor, com a câmera de Hoytema focando nas expressões concentradas dos personagens. E aí, do nada, uma explosão de som igualmente ensurdecedora toma seu lugar, e os personagens parecem estar propositalmente desnorteados. É uma das melhores experiências sensoriais que uma sala de cinema pode providenciar, e por isso vale muito a pena ver na maior tela e no melhor sistema de som possível. A trilha sonora do Ludwig Göransson é maravilhosa, carregando ecos do trabalho épico de Hans Zimmer em obras anteriores do diretor e imprimindo sua identidade contemporânea no processo. Há algumas sequências onde a trilha é usada de forma bem competente para construir uma atmosfera de tensão e medo, e Göransson acerta em cheio nestes momentos. E, é claro, temos os efeitos visuais, os quais são 100% práticos e livres de qualquer computação gráfica. Isto não só permite um maior realismo no retrato da realidade, como também representa um ponto fora da curva na construção de cenas de ação no cinema dos dias de hoje, e isso é muito bom.

(An essentially cinematic experience

If Christopher Nolan follows a rule strictly by the book, that rule is: always make a film aiming for the largest screen possible. The dedication and detail in the technical aspects make “Oppenheimer” an experience you can't miss on checking out on the big screen. If “Barbie” promises to be a strong contender in the tech categories of Best Production Design, Costume Design and Original Song, Nolan's new film will impose some formidable competition in every other category. This is, by far, Hoyte van Hoytema's finest hour as a cinematographer for one of Nolan's films. The way his camera holds onto the actors motivates them to have an ever better performance. Jennifer Lame's editing is simply sublime. The transition between scenes and different points of view is suave, dynamic and essentially fluid, allowing the plot to develop naturally.

The sound work is flawless. There are certain moments where scenes are dominated by a deafening silence, with Hoytema's camera focusing on the concentrated expressions of the characters. And then, out of nowhere, an equally deafening burst of sound takes its place, as the characters look purposefully bewildered. It's one of the best sensory experiences a movie theater can provide, and for that it is worth checking it out on the biggest screen and better sound system you can find. Ludwig Göransson's score is wonderful, carrying echoes of Hans Zimmer's epic work in the director's previous movies and imprinting his contemporary identity in the process. There are some sequences in where the score plays a part in building an atmosphere of tension and fear, and Göransson hits the jackpot in those moments. And, of course, we have the visual effects, which are 100% practical and free of any computer-generated imagery. It not only allows a greater realism in portraying reality, but also represents an exception in the construction of action scenes in filmmaking nowadays, and that's a really good thing.)



Resumindo, “Oppenheimer” não só é o melhor trabalho de Christopher Nolan, como também é o melhor filme do ano até agora. Contando com um roteiro complexo e relevante para a atualidade, um grande elenco que transborda puro talento, e aspectos técnicos que destacam sensações que somente uma sala de cinema pode providenciar, o épico atômico de Nolan é um filme para deixar qualquer espectador boquiaberto ao final da projeção.

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Oppenheimer” is not only Christopher Nolan's best work, but also the greatest film of the year so far. Relying on a complex script that also speaks to our times, an enormous cast that overflows with pure talent, and technical aspects that highlight sensations that only a movie theater can provide, Nolan's atomic epic is a film that will leave any viewer with their jaws dropped to the floor by the time the credits start rolling.

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)




sábado, 22 de julho de 2023

"Barbie": um blockbuster adulto, nostálgico, hilário e reflexivo (Bilíngue)

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“Vocês já pensaram na morte?” Eis a frase responsável por desencadear todo o desenrolar de “Barbie”, o novo filme dirigido por Greta Gerwig (“Adoráveis Mulheres”). A ideia da apresentação aparentemente perfeita de um mundo idealizado e as circunstâncias que levam um protagonista a pensar que deve existir uma realidade maior que a que ele se encontra foi replicada incessantemente no cinema. “O Mágico de Oz”, “O Show de Truman”, “Matrix” e “Não Se Preocupe, Querida” são alguns exemplos, os quais inclusive até serviram de inspiração para o roteiro co-escrito por Gerwig e seu marido Noah Baumbach (“História de um Casamento”).

O diferencial de “Barbie” é que, em seus pontos mais altos, Gerwig e Baumbach retornam às suas raízes cômicas para satirizar a propriedade intelectual da Mattel com um senso de humor absurdo e surreal. O compromisso do grande elenco envolvido na produção é amplamente responsável por fazer essa estratégia funcionar. Porém, ao aprofundar o contraste entre o mundo perfeito da Barbie e a imperfeição do mundo real, o roteiro começa a deslizar, investindo em uma veia dramática que quebra o caráter satírico da trama e apresenta conceitos surpreendentemente amadurecidos para um filme sobre uma boneca de plástico, tornando a obra menos acessível para um público mais jovem.

(“Do you ever think about dying?” That's the sentence responsible for unlocking all the plot development of “Barbie”, the new film directed by Greta Gerwig (“Little Women”). The idea of the apparently perfect presentation of an ideal world and the circumstances that lead a protagonist into thinking there should be a reality bigger than the one they find themselves in has been relentlessly replicated in cinema. “The Wizard of Oz”, “The Truman Show”, “The Matrix” and “Don't Worry, Darling” are a few examples, which even served as some sort of inspiration for the screenplay co-written by Gerwig and her husband Noah Baumbach (“Marriage Story”).

What sets “Barbie” apart is that, in its highest points, Gerwig and Baumbach return to their comical roots in order to satirize Mattel's intellectual property with an absurdist, surreal sense of humor. The commitment of the large cast involved in the production is widely responsible for making that strategy work. However, as it deepens the contrast between Barbie's perfect world and the real world's imperfection, the script begins to slip, investing in a dramatic vein that breaks the plot's satirical feel and presents concepts that are surprisingly mature for a film about a plastic doll, making it less acessible for a younger audience.)



Trama

Na Barbielândia, tudo é perfeito. Todos os dias são cheios de festas, amizades e conquistas. Porém, tudo muda quando uma Barbie (Margot Robbie, “Eu, Tonya”) começa a ter comportamentos distintos das outras bonecas, levando-a a viajar para o mundo real, junto com Ken (Ryan Gosling, “La La Land”), com o objetivo de descobrir seu verdadeiro propósito. A viagem dos dois acaba atraindo a atenção de funcionários da Mattel, que partem em uma jornada para forçá-los de volta à Barbielândia.

(Plot

In Barbie Land, everything is perfect. Every day is full of parties, friendship and accomplishments. However, everything changes when one Barbie (Margot Robbie, “I, Tonya”) begins to behave differently from other dolls, leading her to travel to the real world, alongside Ken (Ryan Gosling, “La La Land”), in order to discover her real purpose. The pair's trip ends up attracting the attention of Mattel's personnel, who go on a journey to push them back into Barbie Land.)



Vida de plástico (para adultos)

Um dos destaques de “Barbie” é o quão claramente todos os envolvidos são apaixonados pela boneca, a ponto de ter momentos que parecem ter sido escritos por uma criança brincando com suas Barbies e Kens. O fato dela nunca usar escadas, nunca se envolver com água, uma consulta no médico cujo diagnóstico leva minutos para ser apresentado, o retrato real do que acontece quando se brinca com uma Barbie por tempo demais. Todos estes segmentos apelam para o lado nostálgico dos adultos que tiveram infâncias dominadas por horas e horas de diversão com os produtos lançados pela Mattel, e é isso que faz o contraste com o mundo real funcionar, na maioria das vezes.

O problema do roteiro começa com a tentativa de trazer o drama do mundo real para a receita, com suas crises existenciais, ideologias e dificuldades enfrentadas, em especial para o público feminino. Apesar de Gerwig e Baumbach encontrarem maneiras criativas de satirizar essas provações, a mudança de tom pode causar uma certa alienação no público infantil. A abordagem dramática pode até funcionar para o público mais crescido, que certamente encontrará ali uma espécie de identificação com a personagem. Entretanto, para as crianças abaixo da faixa etária estabelecida pela classificação indicativa (12 anos), várias perguntas inevitavelmente irão surgir na cabeça delas, levando-as a questionar os pais que as acompanham com indagações como “O que é uma crise existencial?” ou “O que é o patriarcado?”. Há uma sequência envolvendo a personagem da America Ferrera, por exemplo, que explicitamente discorre sobre como é impossível ser uma mulher nos dias de hoje, e essa cena, por mais esclarecedora que possa ser para os adultos presentes na sala de cinema, não faz questão de suavizar a situação para aqueles que ainda estão em fase de crescimento.

Para remediar esse problema, duas alternativas seriam pertinentes: 1) manter o filme com a classificação indicativa baixa e imprimir uma vibe satírica e nonsense similar às animações inspiradas pela boneca, que não só apelaria para o público infantil mas também para aqueles que cresceram assistindo essas animações; ou 2) restringir o público-alvo com uma classificação indicativa mais alta para lidar com essas temáticas mais sérias com uma maior liberdade criativa. Da maneira que a obra é apresentada em tela, ela é indicada para adolescentes e adultos, por já terem uma mentalidade pronta para processar tudo que o filme deseja veicular. Por isso, na opinião deste crítico, o resultado final não é algo recomendável para se ver em família, em especial com crianças pequenas, por lidar com temas que forçariam um amadurecimento intelectual extremamente prematuro.

(Life in plastic (for grown-ups)

One of the highlights of “Barbie” is how clearly everyone involved is in love with the doll, to the point of having moments that seem like they were written by a child playing with their Barbies and Kens. The fact she never uses stairs, never gets involved with water, a doctor's appointment where the diagnosis is presented within minutes, the real portrayal of what happens when you play with a Barbie for too long. All these segments make an appeal for the nostalgic side of adults that had their childhoods dominated by hours and hours of fun with the products released by Mattel, and that's what makes the contrast with the real world work, in the vast majority of sequences.

The problem with the script begins with the attempt of bringing the drama of the real world into the recipe, with its existential crisis, ideologies and difficulties, especially when it comes to a female audience. Even though Gerwig and Baumbach find creative ways to satirize these trials and tribulations, the change in tone may cause an alienation in its younger audience. That dramatic approach might work for those who are already grown up, who will certainly find some sort of identification with the character. However, for children below the age restriction imposed by the film's rating (PG-13), several questions will inevitably come up in their heads, leading them into questioning their adult chaperones with inquiries like “What's an existential crisis?” or “What's the patriarchy?”. There's a sequence with America Ferrera's character, for example, that explicitly goes on about how impossible it is to live as a woman nowadays, and that scene, as enlightening as it may be for the grown-ups in the theater, it doesn't make the situation easier for those who are still growing up.

In order to remedy this problem, two alternatives would be pertinent: 1) keeping the film with a low rating and imprint a satirical, nonsensical vibe reminiscent to the animated films the doll inspired, which would not only appeal to a younger audience but also to those who grew up watching these animations; or 2) restrict the target audience with a higher rating to deal with these more serious themes with a larger creative freedom. In the way it is presented onscreen, it is highly recommended towards teens and adults, as they have a set mentality to process everything the film wishes to convey. Therefore, in this critic's opinion, the final result is not something indicated to watch with a family audience, especially with smaller children, as it deals with themes thaty would force an extremely premature intellectual growth in them.)



Elenco fantástico

A quantidade de talento reunida por Gerwig pode ser considerada amplamente responsável pelo funcionamento da estratégia narrativa do roteiro, já que cada membro do elenco se entrega completamente à superficialidade e a ingenuidade que define seus personagens, que vão constantemente amadurecendo ao longo da trama. Como sempre, Margot Robbie entrega uma atuação muito competente, e é fácil para o espectador se investir emocionalmente na trajetória da sua personagem. A atriz consegue equilibrar um senso de humor inocente com uma seriedade cativante em sua performance, e por isso, o desempenho de Robbie funciona. Além da Barbie “principal”, várias outras atrizes têm pelo menos um momento para brilhar como versões diferentes da boneca, entre elas Issa Rae, Emma Mackey, Sharon Rooney e Kate McKinnon, a última roubando toda cena em que aparece como a “Barbie Estranha”. Porém, já que praticamente todas eram promovidas em um mesmo patamar de igualdade, algumas versões deixam a desejar em tempo de tela, como Nicola Coughlan e Dua Lipa. Outro potencial desperdiçado fica com a Emerald Fennell, interpretando uma boneca grávida ignorada pela Mattel, que consegue aproveitar os pouquíssimos momentos que tem.

No lado dos Kens, cada ator dá um verdadeiro show, como os alívios cômicos impecáveis da trama de Gerwig e Baumbach. O Ryan Gosling é, de longe, a melhor coisa sobre “Barbie”. A maneira com que o ator constantemente rouba a cena da protagonista é suficiente para uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Se isso não for o bastante, a trajetória do personagem é simplesmente hilária. O compromisso de Gosling é complementado por atuações igualmente dedicadas de Simu Liu, Kingsley Ben-Adir, Ncuti Gatwa e Scott Evans, que se entregam à superficialidade do Ken com uma naturalidade notável. Outro destaque no elenco masculino é o Michael Cera, que interpreta um boneco descontinuado pela Mattel. Não existe uma cena onde o personagem dele apareça que não seja engraçada. De fato, o auge do filme é uma sequência musical envolvendo todos os Kens, que inevitavelmente vai deixar todos na sala com um sorriso de orelha a orelha.

No elenco dos “humanos”, a âncora emocional é claramente estabelecida na personagem da America Ferrera, que serve como um Morpheus para os humanos e para Robbie da mesma maneira que a “Barbie Estranha” é para as bonecas. O Will Ferrell repete praticamente todo papel que ele interpreta, e aqui não temos uma exceção. Quem gosta do ator vai gostar do desempenho dele, assim como quem não o suporta não vai suportar o personagem dele. Felizmente, a presente crítica se encontra do lado positivo. A Ariana Greenblatt interpreta um papel essencialmente irritante, e o desempenho dela não é dos melhores, por causa da maneira que a personagem dela é escrita no roteiro, com um momento em particular beirando a hipocrisia. A Rhea Perlman e a Ann Roth têm pontas significativas que resultam nos melhores momentos emocionais da trama. Por fim, a narração de Helen Mirren é simplesmente incorrigível, porque não se pode errar com alguém como Mirren.

(Fantastic casting

The amount of talent gathered by Gerwig can be considered widely responsible for the functioning of the script's narrative strategy, as every cast member completely gives in to the superficiality and naiveté that defines their characters, who slowly grow more mature throughout the plot. As always, Margot Robbie delivers a very competent performance, and it's easy for the viewer to emotionally invest in her character's trajectory. The actress manages to balance an innocent sense of humor with a captivating seriousness in her performance, and for that, Robbie's development clicks. Besides “main” Barbie, several other actresses have at least one moment to shine as different versions of the doll, with Issa Rae, Emma Mackey, Sharon Rooney and Kate McKinnon, with the latter stealing every scene she's in as “Weird Barbie”. However, as all of them were promoted under the same level of equality, some versions are left to be desired in screentime, such as Nicola Coughlan's and Dua Lipa's. Another wasted potential stays with Emerald Fennell, who plays a pregnant doll who's ignored by Mattel, and manages to make the best of her few appearances.

On the Ken side, every actor puts on one hell of a show, as the flawless comic reliefs in Gerwig and Baumbach's plot. Ryan Gosling is, by far, the best thing about “Barbie”. The way the actor constantly steals the scene from the protagonist is enough to earn a Best Supporting Actor nom at the Oscars. If that isn't enough, the character's trajectory is nothing short of hilarious. Gosling's commitment is complemented by equally dedicated performances by Simu Liu, Kingsley Ben-Adir, Ncuti Gatwa and Scott Evans, who give themselves in to Ken's shallowness with notable naturality. Another highlight in the male cast stays on Michael Cera, who plays a male doll who was discontinued by Mattel. There isn't one scene where his character appears that isn't funny. Indeed, the film's highest point is a musical sequence involving all Kens, which will inevitably leave everyone in the theater smiling from ear to ear.

In the “human” cast, the emotional anchor is clearly established in America Ferrera's character, who serves as a Morpheus of sorts for humans and Robbie in the same way “Weird Barbie” is for the dolls. Will Ferrell repeats practically every role he plays, and we have no exception here. Those who like him will like his development, and those who can't stand him won't stand his character. Fortunately, this reviewer finds himself on the positive side. Ariana Greenblatt plays an essentially annoying role, and because of the way she is written in the script, her work isn't the best, with one particular moment practically screaming of hypocrisy. Rhea Perlman and Ann Roth have significant cameos that result in the best emotional moments in the plot. Lastly, Helen Mirren's voice-over narration is flawless, because you just can't go wrong with a performer like Mirren.)



Mundo cor-de-rosa

Se existem duas categorias no Oscar em que “Barbie” promete ser uma ameaça formidável, elas são: Melhor Direção de Arte e Melhor Design de Figurino. Tanto a construção de cenários quanto o desenho das vestimentas das Barbies e Kens foram realizados por pessoas que são completamente apaixonadas pelo que fazem. O visual da Barbielândia é vibrante, atrativo, colorido e esteticamente perfeito, se atentando a cada mínimo detalhe em ambientações como a Casa dos Sonhos e a praia de Malibu. O mesmo se aplica aos figurinos, onde roupas da boneca que realmente existiram são recriadas fielmente em tamanho real, sendo uma verdadeira homenagem a toda imagem atribuída à Barbie ao longo de sua história.

Outro aspecto técnico cuidadosamente curado para combinar com cada cena onde ela é inserida é a trilha sonora, supervisionada por ninguém menos que Mark Ronson, produtor responsável por sucessos como “Uptown Funk”. Ronson junta aqui um conjunto invejável de figuras relevantes no cenário musical atual, como Billie Eilish, Lizzo, Dua Lipa, HAIM, Dominic Fike, Gayle e Nicki Minaj para compôr canções originais que condizem com a estética vibrante e pop estabelecida pelo visual e atmosfera do longa. Destaques ficam com as colaborações de Lizzo, que possui um senso de humor metalinguístico delicioso; Dua Lipa, onde a vibe de discoteca não foge do seu trabalho mais conhecido no álbum “Future Nostalgia”; e Eilish, que está a caminho de sua segunda estatueta do Oscar de Melhor Canção Original com uma belíssima balada de piano que reflete a trajetória da Barbie de Robbie ao longo da trama.

(Pink world

If there are two Oscar categories where “Barbie” promises to be a formidable threat, those are: Best Production Design and Best Costume Design. Both the building of sets and the design of the apparel Barbies and Kens wear were made by people who absolutely love what they do. The looks of Barbie Land are vibrant, eye-catching, colorful and aesthetically perfect, paying attention to the slightest details in settings like the Dream House and Malibu Beach. The same applies to the costumes, where clothes worn by the doll that actually existed are faithfully recreated in life-size models, as a true homage to every image attributed to Barbie throughout her history.

Another technical aspect that was carefully curated to fit every scene it's inserted in is the soundtrack, supervised by none other than Mark Ronson, the producer responsible for hits like “Uptown Funk”. Ronson gathers here an enviable ensemble of relevant figures in the current musical scene, such as Billie Eilish, Lizzo, Dua Lipa, HAIM, Dominic Fike, Gayle and Nicki Minaj to write original songs that go with the vibrant, pop aesthetic established by the film's visuals and atmosphere. Highlights stay with the collaborations from Lizzo, who has a delicious meta sense of humor; Dua Lipa, where the disco vibe doesn't steer that far away from her best known work in the album “Future Nostalgia”; and Eilish, who is on her way to win her second Oscar for Best Original Song with a beautiful piano ballad that reflects the trajectory of Robbie's Barbie throughout the plot.)



Resumindo, “Barbie” é um blockbuster divertido, satírico, nostálgico e reflexivo, auxiliado por uma estética visual vibrante e um elenco compromissado. A mistura entre comédia e drama não funciona sempre, e a trama possui momentos sérios e complexos demais para um público infantil. Porém, para os adultos que tiveram infâncias com horas de diversão com a boneca, o novo filme de Greta Gerwig terá uma profundidade muito bem vinda, graças à abordagem realista de suas temáticas.

Nota: 9,0 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Barbie” is a fun, satirical, nostalgic and thought-provoking blockbuster, aided by a vibrant visual aesthetic and a committed cast. The blend between comedy and drama doesn't always click, and the plot has moments that are too serious and complex for an audience of younger children. However, for adults who had childhoods with hours of fun with the doll, Greta Gerwig's new film will have a very welcome depth, due to the realistic approach of its themes.

I give it a 9,0 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)