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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Trilogia dos Dólares de Sergio Leone: uma trilogia que mantém sua qualidade sem perder sua essência (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui é o João Pedro, e venho aqui falar sobre uma das melhores trilogias de filmes que já tive o prazer de assistir. Nunca fui muito ligado em faroestes, mas meu avô, que é um dos maiores cinéfilos que eu conheço, é muito fã do gênero, então, ele me indicou essa trilogia. E eu adorei a dica. Vovô Osmário, essa é pra você. Vamos falar da antológica Trilogia dos Dólares de Sergio Leone. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I come here to talk about one of the best film trilogies I ever had the pleasure to watch. I was never a big fan of Western movies, but my grandfather, one of the biggest cinephiles I know, is a fan of the genre, so, he recommended this trilogy to me. And I freaking loved it. Grandpa Osmário, this one's for you. Let's talk about the iconic Dollars trilogy, directed by Sergio Leone. Let's go!)



A trilogia é composta pelos filmes “Por um Punhado de Dólares”, lançado em 1964; “Por uns Dólares a Mais”, lançado em 1965, e “Três Homens em Conflito”, lançado em 1966. Todos são dirigidos por Sergio Leone, têm a trilha sonora composta pelo lendário Ennio Morricone, e são estrelados por Clint Eastwood, que aqui, interpreta um caçador de recompensas, conhecido apenas por apelidos (Joe, Manco e Loirinho, respectivamente). A trilogia também conta com membros de elenco recorrentes, mas não presentes nos 3 filmes, como Lee Van Cleef e Gian Maria Volontè. Vou dedicar um grande parágrafo para analisar cada filme na trilogia em 3 aspectos: história, atuações, e qualidades técnicas (fotografia, trilha sonora, etc.). Então, vamos começar.
(The trilogy is composed by “A Fistful of Dollars”, released in 1964; “For a Few Dollars More”, released in 1965, and “The Good, the Bad and the Ugly”, released in 1966. They are all directed by Sergio Leone; they all have their soundtrack composed by the legendary Ennio Morricone; and they all star Clint Eastwood, who in this trilogy, portrays a bounty hunter, known only by nicknames (Joe, Manco and Blondie, respectively). The trilogy also has recurring, but not present in all 3 films, cast members, like Lee Van Cleef and Gian Maria Volontè. I'll dedicate a huge paragraph to analyze each film in the trilogy in 3 aspects: story, acting and technical aspects (cinematography, soundtrack, et cetera.). So, let's begin.)


  1. POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964) 
  • História: A história do primeiro filme da trilogia é a mais simples dos 3: o caçador de recompensas interpretado por Eastwood chega à cidadezinha de San Miguel, onde há uma rivalidade entre duas famílias para controlar a cidade. Ele, então, se infiltra nas duas famílias para criar um conflito e destruir o sistema por dentro. É uma adaptação de um dos clássicos do cinema japonês, “Yojimbo”, dirigido por Akira Kurosawa, do excepcional “Os Sete Samurais”. A história em si flui muito bem, e é um pouquinho curta, comparado com a duração dos dois outros filmes, tendo menos de duas horas de duração. Tem uma linha temporal compreensível, os diálogos são muito bons, e há cenas extremamente icônicas nesse primeiro filme, sendo referenciadas na trilogia clássica dos anos 80, “De Volta para o Futuro”. Resumindo, a história de “Por um Punhado de Dólares” é icônica, concisa, e muito, muito envolvente.
  • Atuações: Em um dos papéis que definiu sua carreira, Clint Eastwood simplesmente arrasa no papel principal, sendo dono de um dos visuais mais icônicos do cinema, diálogos bem elaborados, e acima de tudo, seu personagem é um dos atiradores mais habilidosos que eu já vi no cinema. Resumindo, o cara é incrível. Além de Eastwood, performances que valem a pena serem destacadas são as de Gian Maria Volontè como Ramón, o líder de uma das famílias, que é bom, mas não chega a ser marcante como o vilão intepretado por ele em “Por uns Dólares a Mais”; Jose Calvo como Silvanito, o dono da hospedaria onde o personagem de Eastwood se hospeda, e ele serve para expor os pontos principais da história, o que é legal, e Marianne Koch como Marisol, que apesar de ter um tempo pequeno de tela, consegue encantar com uma subtrama envolvendo sua família.
  • Aspectos técnicos: Filmado em sua maioria na Espanha, o filme consegue fazer o que Leone planejava com sua trilogia. O diretor desejava reinventar o gênero em sua terra natal, e achava que os faroestes americanos dos anos 50 não eram críveis o suficiente para serem bons. A direção de arte e a fotografia são fantásticos, conseguindo recriar a época em que o filme é ambientado com maestria. A direção de Leone é precisa, sabendo o que mostrar e quando mostrar. A trilha sonora de Ennio Morricone é onipresente durante toda a duração do filme, ditando o tom de cada cena com perfeição. As cenas realmente violentas ocorrem da segunda metade do filme para frente, mas isso não atrapalha no ritmo e na credibilidade da obra.
Resumindo, “Por um Punhado de Dólares” pode ser o mais simples dos 3, mas é impulsionado ao topo pela sua produção e pela performance estupenda de Clint Eastwood.

(1. A FISTFUL OF DOLLARS (1964)
  1. Story: The plot for the first film in the trilogy is the most simple one of them all: the bounty hunter portrayed by Eastwood arrives at the little town of San Miguel, where two families compete for the control of the town. He, then, infiltrates both families, in order to create conflict, and destroy the system from the inside. It's an adaptation of one of the classics in Japanese cinema, “Yojimbo”, directed by Akira Kurosawa, who also directed the exceptional “Seven Samurai”. The story itself flows really well, and it's a tiny bit short, comparing to the other two films in the trilogy, clocking in on less than 2 hours of running time. It has a comprehensible timeline, the dialogues are really good, and there are extremely iconic scenes in this first movie, at the point of being referenced in the classic 80s trilogy, “Back to the Future”. In a nutshell, the story of “A Fistful of Dollars” is iconic, concise, and really, really captivating.
  2. Acting: In one of the defining roles in his career, Clint Eastwood nails it in the main role, owning one of the most iconic looks in cinema history, well-established dialogue, and above all, his character is one of the most skillful gunslingers I've ever seen in a movie. In short, the guy's freaking awesome. Besides Eastwood, the performances worth being highlighted belong to Gian Maria Volontè as Ramón, the leader of one of the families, who is good, but not as iconic as the villain he portrays in “For a Few Dollars More”; Jose Calvo as Silvanito, the owner of the inn in which Eastwood's character checks in, who serves as an exposition character, to inform Eastwood of the main plot points, which is nice, and Marianne Koch as Marisol, who, even with a shorter screen time, manages to enchant viewers with a subplot involving her family.
  3. Technical aspects: Filmed in its majority in Spain, the movie manages to achieve the goal Leone was going for with this trilogy. The director wanted to reinvent the genre in his home country, and he thought that late 50s American Westerns weren't believable enough to be good. The production design and cinematography are fantastic, recreating the time it is set masterfully. Leone's direction is precise, knowing what to show and when to show it. The soundtrack by Ennio Morricone is omnipresent throughout all of the film's running time, dictating the tone of each scene with perfection. The really violent scenes only happen from the movie's second half ahead, but that doesn't muddle the rythym or the credibility of the film.

In a nutshell, “A Fistful of Dollars” may be the most simple one of the 3, but it is bolstered by its production and Clint Eastwood's stupendous performance.)



  1. POR UNS DÓLARES A MAIS (1965) 
  • História: Mais complexo do que “Por um Punhado de Dólares”, mas não atingindo a capacidade poética de “Três Homens em Conflito”, “Por uns Dólares a Mais” expande a mitologia de seu protagonista, apresentando novos aliados e inimigos. O filme explora uma parceria inusitada entre o Homem Sem Nome (Eastwood) e outro caçador de recompensas (Lee Van Cleef), para resgatarem a quantia de 10 mil dólares pela captura de Índio (Gian Maria Volontè), um bandido com um passado assombroso. Assim como seu antecessor, o segundo filme flui muito bem, há um uso bem eficiente de flashbacks, é uma história movida por vingança, o que é sempre legal em faroestes (toc, toc, Bravura Indômita). Transitando entre várias locações, o filme também possui um quê de road movie, enquanto acompanhamos a jornada dos dois caçadores para capturar Índio, que é, de longe, um dos vilões mais imperdoáveis que já vi no gênero.
  • Atuações: Eastwood volta com tudo nesse segundo filme, com diálogos ainda mais afiados, e reflexos ainda mais rápidos, e ele consegue achar um atirador à sua altura no personagem de Lee Van Cleef, cujo desenvolvimento é muito bem elaborado durante o filme, e nos deixa espantados com uma reviravolta no final. Gian Maria Volontè retorna de forma triunfal à trilogia como Índio, responsável por algumas das cenas mais violentas e chocantes do filme, sendo mais icônico do que Ramón, seu personagem no filme anterior, tendo mais profundidade e emoção inseridos em seu novo vilão. O elenco coadjuvante composto pela gangue de Índio também é bom, são responsáveis por cenas marcantes e até cômicas no filme.
  • Aspectos técnicos: No segundo filme da trilogia, Leone pega tudo que fez o primeiro filme ser bom e eleva ao quadrado, resultando em cenas de tiroteio muito bem produzidas, direção de arte e fotografia espetaculares e uma trilha sonora icônica de Ennio Morricone, que, novamente, dita todos os tons pelos quais o filme irá passar, o que é simplesmente sensacional. É mais violento, mais longo, mais complexo, mais chocante e, de certa forma, até melhor do que o primeiro.

Resumindo, “Por Uns Dólares a Mais” eleva ao quadrado o nível de qualidade do primeiro e entrega um faroeste envolvente, inteligente e, de certa forma, chocante, repleto de cenas sensacionais, performances marcantes e uma trilha sonora icônica do compositor Ennio Morricone.

(2. FOR A FEW DOLLARS MORE (1965)
  1. Story: Being a bit more complex than “A Fistful of Dollars”, but not achieving the poetic capacity of “The Good, the Bad and the Ugly”, “For a Few Dollars More” expands its protagonist's mythology, presenting new allies and enemies. The film explores an unexpected partnership between the Man with No Name (Eastwood) and another bounty hunter (Lee Van Cleef), in order to gain 10,000 dollars for the capture of Indio (Gian Maria Volontè), a bandit with a haunting past. Just like its predecessor, it flows really well, there's a very efficient use of flashbacks, it's a story moved by vengeance, which is always good in Western films (hello, True Grit). Moving through various locations, it also has a bit of road movie injected into it, as we follow the journey of the two bounty hunters to capture Indio, who is, by far, one of the most ruthless villains I've ever seen in the genre.
  2. Acting: Eastwood makes one hell of a comeback in this second film, with even sharper dialogue, and even faster reflexes, and he manages to find a gunslinger to rival with in Lee Van Cleef's character, whose development is terrific throughout the film, and leaves us shocked in a twist ending. Gian Maria Volontè returns triumphantly to the trilogy as Indio, responsible for some of the most violent, shocking scenes in the film, being more iconic than Ramon, Volontè's character in the previous film, having way more depth and emotion thrown into his new villain. The supporting cast, composed by Indio's gang, is also really good, and responsible for some of the best (and even funnier) scenes in the movie.
  3. Technical aspects: In the second film in the trilogy, Leone takes everything that made the first movie good and multiplies it, resulting in very-well produced shooting scenes, spectacular work in the production design and cinematography departments, and an iconic soundtrack by Ennio Morricone, which, again, dictates every tone the movie's going to go through, which is simply sensational. It's more violent, longer, more complex, more shocking, and, in a way, even better than the first one.

In a nutshell, “For A Few Dollars More” elevates the level of quality in the first film and delivers a captivating, shocking, and clever Western film, filled with sensational scenes, striking performances, and an iconic soundtrack by composer Ennio Morricone.)


  1. TRÊS HOMENS EM CONFLITO (1966)
  • História: Sendo o mais longo dos 3, beirando as 3 horas de duração, “Três Homens em Conflito” também é o mais complexo, mas isso não significa que ele é o pior da trilogia, pelo contrário, o filme representa o pico de Sergio Leone como diretor do gênero e de Clint Eastwood como astro de faroestes. O filme se ambienta durante a Guerra Civil Americana e acompanha o Homem sem Nome (Eastwood), que trabalha com Tuco (Eli Wallach), um ladrão, e juntos, os dois descobrem que há uma grande quantia de dinheiro enterrada em um cemitério. O que eles não sabem é que um sargento imperdoável da União (Lee Van Cleef) também procura pelo dinheiro. Se “Por uns Dólares a Mais” teve apenas aspectos de road movie inseridos, “Três Homens em Conflito” é um road movie em sua essência, com os três protagonistas passando pelos mais diversos locais, incluindo um campo de batalha, para chegarem ao seu destino. É um daqueles raros filmes longos que o espectador não se cansa, pois é cheio de ação, tem uma ótima história e faz um fantástico uso de seu elenco.
  • Atuações: Como dito anteriormente, o terceiro filme consolida Eastwood como uma estrela do gênero, trabalhando muito em seu desenvolvimento como o ajudante de um ladrão e como ele foi se tornar o personagem icônico apresentado em “Por um Punhado de Dólares”. Novamente, ele dá uma tremenda atuação, mas ele não é o único a destacar aqui. Lee Van Cleef, agora como vilão, brilha como Olhos de Anjo, um mercenário sociopata que não tem remorso, e irá fazer literalmente de tudo para conseguir o que deseja. E por último, mas não menos importante, temos Eli Wallach como Tuco, que serve como um vilão adjacente, e até um pouco como o alívio cômico do filme, algo que não era presente nos dois filmes anteriores, o que é muito bom.
  • Aspectos técnicos: Aqui, temos os melhores aspectos técnicos da trilogia. É uma belíssima recriação do período turbulento que foi a Guerra Civil Americana, com os uniformes e as armas sendo fiéis ao contexto temporal em que o filme é inserido. As cenas de ação, incluindo uma cena de guerra, são dirigidas com maestria, e são capazes de grudar os olhos do espectador na tela. A fotografia é muito boa, chega até a ser simétrica às vezes, o que é fantástico. A trilha sonora de Ennio Morricone continua maravilhosa, como sempre, sendo um destaque nas cenas mais icônicas do filme.

Resumindo, “Três Homens em Conflito” é o filme mais ambicioso, mais complexo, mais violento e mais bem atuado da trilogia, se consolidando como uma obra-prima do gênero, pela sua influência em cenas de ação, pelo trio ultra talentoso de atores principais, e pela trilha sonora magistral de Ennio Morricone.

(3. THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY (1966)
  1. Story: As the longest of the 3, with almost 3 hours of running time, “The Good, the Bad and the Ugly” is also the most complex one, but that doesn't mean it's the worst one in the trilogy, on the contrary, this movie represents the peak of Sergio Leone as a director in the genre, and Clint Eastwood as a Western star. It is set during the American Civil War, and it follows the Man with No Name (Eastwood), who works for Tuco (Eli Wallach), a thief, and together, they discover that there's a grand amount of money buried in a cemetery. What they don't know is that a ruthless Union sergeant (Lee Van Cleef) is also looking for it. If “For A Few Dollars More” contained only aspects of road movies, “The Good, the Bad and the Ugly” is a road movie in its essence, with the three protagonists passing through several places, including a battlefield, in order to reach their destination. It's one of those rare long films that the viewer doesn't get tired or bored from watching, as it is action-packed, it has a great story, and it makes a fantastic use of its cast.
  2. Acting: As previously said, this film consolidates Eastwood as a Western star, getting plenty of character development as a thief's sidekick and showing how he went on to become the iconic character introduced in “A Fistful of Dollars”. He, again, delivers a tremendous performance, but he's not the only one worth praising. Lee Van Cleef, now as a bad guy, shines as Angel Eyes, a sociopathic mercenary who has no feelings at all, and he will do literally anything to get what he wants. And at last, but not least, we have Eli Wallach as Tuco, who serves as an adjacent villain, and as a sort of comic relief, something that wasn't present in the two previous films, which is really good.
  3. Technical aspects: Here, we have the best technical aspects in the trilogy. It's a gorgeous recreation of the turbulent period that was the American Civil War, with the uniforms and the weapons being faithful to the time context the movie is set in. The action scenes, including a war scene between the Union and the Confederates, are directed masterfully, capable of keeping the viewer's eyes stuck to the screen. The cinematography is really good, and even symmetrical sometimes, which is fantastic. The soundtrack by Ennio Morricone is wonderful, as always, being a highlight in some of the film's most iconic scenes.

In a nutshell, “The Good, the Bad and the Ugly” is the most ambitious, most complex, most violent, and most well-acted film in the trilogy, consolidated as a masterpiece in the genre, for its influence in action scenes, for its ultra talented trio of main actors, and for the masterfully composed score by Ennio Morricone.)



Resumindo, a trilogia dos Dólares é um conjunto de obras-primas extremamente bem feitas e influentes do gênero, impulsionada pelas atuações do seu elenco, pela complexidade e atratividade das histórias, e pelo aspecto marcante de suas cenas de ação e trilhas sonoras!
Notas:
  • Por um Punhado de Dólares: 9,5 de 10
  • Por uns Dólares a Mais: 10 de 10
  • Três Homens em Conflito: 11 de 10

Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(P.S.: Obrigado pela dica, vovô!)

(In a nutshell, the Dollars trilogy is a collection of extremely well produced, influential masterpieces in the genre, bolstered by the performances of its cast, by the complexity and attractiveness of its stories, and for their striking action scenes and soundtracks!
I give it a:
  • A Fistful of Dollars: 9,5 out of 10
  • For a Few Dollars More: 10 out of 10
  • The Good, the Bad and the Ugly: 11 out of 10

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro

(P.S.: Thanks for recommending this to me, grandpa!))




terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Oscar 2019: Minhas Previsões e Apostas (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Como vocês sabem, o Oscar já está chegando, então vim aqui postar minhas previsões sobre quem vai ganhar e quem merece levar os prêmios que serão entregues no dia 24. Não listarei aqui as categorias de Melhor Documentário, Melhor Documentário em Curta-Metragem, Melhor Curta de Animação, e Melhor Curta Live-Action, por não ter visto nenhum dos indicados, ou não ter visto o suficiente para formar uma opinião própria. Então, vamos lá!
(What's up, film buffs! As you know, the Oscars are on their way, so I came here to list my predictions on who will win and who should win the awards that will be given on the 24th. I won't list the following categories here: Best Documentary Feature, Best Documentary Short Film, Best Animated Short Film and Best Live-Action Short Film, as I did not see any of the nominees or I haven't seen enough nominees to form a proper opinion. So, let's go!)




MELHOR FILME (BEST PICTURE)
  • “Pantera Negra” (Black Panther)
  • “Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • “Bohemian Rhapsody”
  • “A Favorita” (The Favourite)
  • “Green Book” (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • “Roma” (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • “Nasce uma Estrela” (A Star is Born)
  • “Vice”





MELHOR DIREÇÃO (BEST DIRECTING)
  • Spike Lee, “Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • Pawel Pawlikowski, “Guerra Fria” (Cold War)
  • Yorgos Lanthimos, “A Favorita” (The Favourite)
  • Alfonso Cuarón, “Roma” (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Adam McKay, “Vice”


MELHOR ATOR (BEST ACTOR)
  • Christian Bale, “Vice”
  • Bradley Cooper, “Nasce uma Estrela” (A Star is Born) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • Willem Dafoe, “No Portal da Eternidade” (At Eternity's Gate)
  • Rami Malek, “Bohemian Rhapsody” (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • Viggo Mortensen, “Green Book”





MELHOR ATRIZ (BEST ACTRESS)
  • Yalitza Aparicio, “Roma”
  • Glenn Close, “A Esposa” (The Wife) (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • Olivia Colman, “A Favorita” (The Favourite) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • Lady Gaga, “Nasce uma Estrela” (A Star is Born)
  • Melissa McCarthy, “Poderia me Perdoar?” (Can You Ever Forgive Me?)






MELHOR ATOR COADJUVANTE (BEST SUPPORTING ACTOR)
  • Mahershala Ali, “Green Book” (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Adam Driver, “Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • Sam Elliott, “Nasce uma Estrela” (A Star is Born)
  • Richard E. Grant, “Poderia Me Perdoar?” (Can You Ever Forgive Me?)
  • Sam Rockwell, “Vice”



MELHOR ATRIZ COADJUVANTE (BEST SUPPORTING ACTRESS)
  • Amy Adams, “Vice”
  • Marina de Tavira, “Roma”
  • Regina King, “Se A Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Emma Stone, “A Favorita” (The Favourite)
  • Rachel Weisz, “A Favorita” (The Favourite)



MELHOR ROTEIRO ORIGINAL (BEST ORIGINAL SCREENPLAY)
  • A Favorita” (The Favourite)
  • “No Coração da Escuridão” (First Reformed)
  • “Green Book” (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • “Roma”
  • “Vice”



MELHOR ROTEIRO ADAPTADO (BEST ADAPTED SCREENPLAY)
  • A Balada de Buster Scruggs” (The Ballad of Buster Scruggs) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • Poderia Me Perdoar?” (Can You Ever Forgive Me?)
  • Se a Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk) (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • Nasce uma Estrela” (A Star is Born)






MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO (BEST ANIMATED FEATURE FILM)
  • “Os Incríveis 2” (Incredibles 2)
  • “Ilha dos Cachorros” (Isle of Dogs) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • “Mirai”
  • “WiFi Ralph: Quebrando a Internet” (Ralph Breaks the Internet)
  • “Homem-Aranha no Aranhaverso” (Spider-Man: Into the Spider-Verse) (VAI GANHAR/WILL WIN)






MELHOR FILME ESTRANGEIRO (BEST FOREIGN LANGUAGE FILM)
  • Cafarnaum” (Líbano) (Capernaum (Lebanon))
  • Guerra Fria” (Polônia) (Cold War (Poland)) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • Nunca Deixe de Lembrar” (Alemanha) (Never Look Away (Germany))
  • Roma” (México) (Roma (Mexico)) (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • Assunto de Família” (Japão) (Shoplifters (Japan))


MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL (BEST ORIGINAL SCORE)
  • Pantera Negra” (Black Panther)
  • Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • Se a Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Ilha dos Cachorros” (Isle of Dogs)
  • O Retorno de Mary Poppins” (Mary Poppins Returns)





MELHOR CANÇÃO ORIGINAL (BEST ORIGINAL SONG)
  • All the Stars”, “Pantera Negra” (Black Panther)
  • I'll Fight”, “RBG”
  • The Place Where Lost Things Go”, “O Retorno de Mary Poppins” (Mary Poppins Returns)
  • Shallow”, “Nasce uma Estrela” (A Star is Born) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • When a Cowboy Trades His Spurs for Wings”, “A Balada de Buster Scruggs” (The Ballad of Buster Scruggs)


MELHOR EDIÇÃO DE SOM (BEST SOUND EDITING)
  • Pantera Negra” (Black Panther)
  • Bohemian Rhapsody”
  • O Primeiro Homem” (First Man)
  • Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Roma”


MELHOR MIXAGEM DE SOM (BEST SOUND MIXING)
  • Pantera Negra” (Black Panther)
  • Bohemian Rhapsody” (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • O Primeiro Homem” (First Man) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • Roma”
  • Nasce uma Estrela” (A Star is Born) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)





MELHOR DIREÇÃO DE ARTE (BEST PRODUCTION DESIGN)
  • Pantera Negra” (Black Panther) (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • A Favorita” (The Favourite) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • O Primeiro Homem” (First Man)
  • O Retorno de Mary Poppins” (Mary Poppins Returns)
  • Roma”





MELHOR FOTOGRAFIA (BEST CINEMATOGRAPHY)
  • Guerra Fria” (Cold War) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)
  • A Favorita” (The Favourite)
  • Nunca Deixe de Lembrar” (Never Look Away)
  • Roma” (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • Nasce uma Estrela” (A Star is Born) (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)





MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO (BEST MAKEUP AND HAIRSTYLING)
  • Border”
  • Duas Rainhas” (Mary Queen of Scots)
  • Vice” (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)


MELHOR FIGURINO (BEST COSTUME DESIGN)
  • A Balada de Buster Scruggs” (The Ballad of Buster Scruggs)
  • Pantera Negra” (Black Panther)
  • A Favorita” (The Favourite) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • O Retorno de Mary Poppins” (Mary Poppins Returns)
  • Duas Rainhas” (Mary Queen of Scots)


MELHOR MONTAGEM (BEST FILM EDITING)
  • Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman)
  • Bohemian Rhapsody” (VAI GANHAR/WILL WIN)
  • A Favorita” (The Favourite)
  • Green Book”
  • Vice” (MERECE GANHAR/SHOULD WIN)


MELHORES EFEITOS VISUAIS (BEST VISUAL EFFECTS)
  • Vingadores: Guerra Infinita” (Avengers: Infinity War) (VAI E MERECE GANHAR/WILL AND SHOULD WIN)
  • Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível” (Christopher Robin)
  • O Primeiro Homem” (First Man)
  • Jogador Número 1” (Ready Player One)
  • Han Solo: Uma História Star Wars” (Solo: A Star Wars Story)


Então, é isso, pessoal! Que venha o dia 24! Até a próxima,
João Pedro
(So, that's it, guys! The 24th can't come fast enough! See you next time,
João Pedro)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Oscar 2019: Os indicados a Melhor Filme, ranqueados (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Chegou aquela época esperada por muitos cinéfilos, a época do Oscar, e fico feliz em anunciar que pela segunda vez, consegui assistir a todos os indicados a Melhor Filme. Por sorte, todos são filmes bons. Alguns são melhores do que outros, mas eu não chamaria nenhum dos 8 indicados de ruim. Irei aqui fazer um ranking dos indicados, uma breve análise citando os pontos positivos e negativos de cada um, e prever alguns prêmios que esses filmes, possivelmente, levarão no dia 24. E no final, citarei alguns filmes que (injustamente) ficaram de fora da competição, e que facilmente poderiam ocupar as duas lacunas restantes da categoria. Então, vamos lá!
(What's up, film buffs! The time many cinephiles have waited for is here, it's Oscar time, and I'm glad to announce that for the second time, I managed to watch every nominee for Best Picture. Luckily, they're all good films. Some are better than others, but I wouldn't call any of the 8 nominees bad. I will rank the nominees in this post, briefly analyzing each one's pros and cons, while also predicting some awards that these films will, possibly, take home on the 24th. And in the end, I'll list some films that (unfairly) got left out of the competition, and that easily could occupy the two remaining slots in the category. So, let's go!)



E vamos começar com o oitavo lugar:
(And in eighth place:)

8 – A FAVORITA, dirigido por Yorgos Lanthimos (Indicado a 10 Oscars)
(8 – THE FAVOURITE, directed by Yorgos Lanthimos (Nominated for 10 Oscars))
Ok, pra começar, eu sou muito fã do estilo de cinema do Yorgos Lanthimos. Seus filmes anteriores (Dente Canino, O Lagosta e O Sacrifício do Cervo Sagrado) são ao mesmo tempo intrigantes, desconfortantes e até perturbadores, por causa da natureza estranha do roteiro. O que é exatamente o único ponto fraco de A Favorita. O que diferencia esse filme dos anteriores é que o roteiro não é escrito por Lanthimos (o roteiro indicado ao Oscar é escrito por Deborah Davis e Tony McNamara), o que tira grande parte da atmosfera esquisita que impregnou o cérebro dos espectadores em obras como Dente Canino e O Sacrifício do Cervo Sagrado. Claro, o filme tem algumas cenas engraçadas, e a cena de dança mais estranha que eu já vi, mas não é o suficiente para perceber que você está assistindo a um filme de Lanthimos. Mas agora, olhando pelos lados positivos, o elenco é muito bom, com a Olivia Colman disparadamente sendo uma das minhas favoritas ao prêmio de Melhor Atriz, tanto Emma Stone quanto Rachel Weisz dando shows de atuação; e o filme é tecnicamente impecável, em termos de fotografia, figurino e direção de arte. Tão incrível que eu prevejo que os Oscars de Melhor Figurino e Direção de Arte já pertencem à A Favorita. Agora, Melhor Roteiro Original, não tenho certeza, porque O Lagosta, por exemplo, merecia o prêmio muito mais do que esse filme, e o roteiro de Davis e McNamara tem dois concorrentes fortíssimos aqui: Green Book e Roma, ambos também indicados a Melhor Filme, então, é meio imprevisível. Mas com certeza, A Favorita merece (e vai) ganhar em Melhor Figurino e Direção de Arte.
(Okay, for starters, I'm quite a fan of Yorgos Lanthimos's style of cinema. His previous films (Dogtooth, The Lobster and The Killing of a Sacred Deer) are at the same time intriguing, uncomfortable and even disturbing, due to the weird nature of the script. Which is exactly the only weak spot in The Favourite. What differs this film from the previous ones is that this script isn't written by Lanthimos (the Oscar-nominated script is written by Deborah Davis and Tony McNamara), which takes out a huge part of the weird atmosphere that contaminated viewers's minds in films like Dogtooth and The Killing of a Sacred Deer. Sure, it does have some funny scenes, and the weirdest dance scene I've ever seen, but that's not enough to realize you're watching a Lanthimos movie. But, now, looking on the bright side, the cast is really good, with Olivia Colman being one of my favorites to win Best Actress, both Emma Stone and Rachel Weisz give brilliant performances; and the movie is technically flawless, in terms of cinematography, costume design and production design. So incredible I'm already predicting that the awards for Best Costume Design and Best Production Design already belong to The Favourite. Now, Best Original Screenplay, I'm not sure, because The Lobster, for example, deserved this award much more, and Davis and McNamara have two very strong competitors here: Green Book and Roma, both also nominated for Best Picture, so, it's kind of unpredictable. But absolutely, The Favorite deserves to (and will) win Best Costume Design and Production Design.)



7 – PANTERA NEGRA, dirigido por Ryan Coogler (Indicado a 7 Oscars)
(BLACK PANTHER, directed by Ryan Coogler (Nominated for 7 Oscars))
Sinceramente, devo ser o único que acha que Pantera Negra não é tudo o que os críticos dizem. Tudo bem, ele promove a representatividade, o que é bom, é um filme muito bem produzido, e tem o segundo melhor vilão do cânone do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas o filme é muito normal, tirando tudo isso. Dá pra perceber que ele segue uma fórmula. Existiram filmes de super-heróis no passado que quebraram barreiras e distorceram normalidades do gênero, como “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, “Watchmen”, “Logan”, “Vingadores: Guerra Infinita” e até “Deadpool”, e me entristece vendo um filme de super-heróis normal como “Pantera Negra” sendo o primeiro indicado do gênero ao prêmio. Agora, se ganha alguma coisa, eu não sei. As melhores coisas, que foram a direção do Ryan Coogler e a atuação do Michael B. Jordan como Erik Killmonger, foram deixadas de fora. Mas, na minha opinião, há uma pequena chance que “Pantera Negra” não saia da premiação de mãos vazias e ganhe Melhor Direção de Arte. Vamos esperar pra ver.
(Honestly, I must be the only one who thinks that Black Panther isn't all that the critics say. Okay, it promotes representativeness, which is good, it's a very well produced movie, and it has the second best villain in the MCU canon. But it is very normal, apart from that. The formulaic pacing can be noticed. There were superhero films in the past that broke barriers and twisted genre normalities, like “The Dark Knight”, “Watchmen”, “Logan”, “Avengers: Infinity War” and even “Deadpool”, and it saddens me watching a normal superhero film like “Black Panther” being the first nominee in the genre. Now, I don't know if it'll win anything. The best things about it, Ryan Coogler's direction and Michael B. Jordan's performance as Erik Killmonger, got left out. But, in my opinion, there's a slight chance that Black Panther doesn't leave the show empty-handed and ends up winning Best Production Design. Let's wait and see.)



6 – VICE, dirigido por Adam McKay (Indicado a 8 Oscars)
(VICE, directed by Adam McKay (Nominated for 8 Oscars))
Muitos críticos vêm dizendo que esse filme é um dos piores indicados a Melhor Filme da história do Oscar. Eu não sei o porquê. Tudo bem, o drama pode não ser o gênero ideal para o Adam McKay, que fez comédias geniais como “O Âncora”, mas “Vice” é muito bom. Do narrador que constantemente quebra a quarta parede, ao uso de vocabulário shakesperiano em uma das cenas mais engraçadas do filme, ao trabalho excepcional de maquiagem e penteado, “Vice” tem muitos prós. O filme possui uma das melhores atuações indicadas esse ano, com Christian Bale no papel de Dick Cheney, um dos vice-presidentes mais poderosos e autônomos dos EUA, e Bale é um dos maiores concorrentes ao prêmio de Melhor Ator. A caracterização dos atores em seus personagens ficou perfeita, até cheguei a pensar que era o Bush interpretando a si mesmo e não o Sam Rockwell interpretando o Bush. Um prêmio que tenho quase certeza que “Vice” levará será o de Melhor Maquiagem e Penteado. Como o maior concorrente (Suspiria) ficou de fora, e como o trabalho é muito bom, o novo filme de Adam McKay não sairá da premiação de mãos vazias.
(Lots of critics have been saying that this movie is one of the worst Best Picture nominees in Oscar history. I don't know why. Okay, drama may not be the ideal genre for Adam McKay, who directed genius comedies like “Anchorman”, but “Vice” is really good. From the narrator who constantly breaks the fourth wall, to the use of Shakespeare vocabulary in one of the film's funniest scenes, to the exceptional work in makeup and hairstyling, “Vice” has a lot of pros. It has one of the finest performances nominated this year, with Christian Bale as Dick Cheney, one of the most powerful and autonomous vice-presidents in the US, and Bale is one of the greatest competitors in the race for Best Actor. The characterization of the actors into their characters ended up perfect, I even thought Bush was portraying himself and not Sam Rockwell portraying Bush. An award I'm almost sure that “Vice” will take home will be Best Makeup and Hairstyling. As the biggest competitor (Suspiria) got left out, and the work is really good, Adam McKay's new movie won't exit the award show empty-handed.)



5 – BOHEMIAN RHAPSODY, dirigido por Bryan Singer e Dexter Fletcher (Indicado a 5 Oscars)
(BOHEMIAN RHAPSODY, directed by Bryan Singer and Dexter Fletcher (Nominated for 5 Oscars)
Ao ver Bohemian Rhapsody ganhar de Nasce Uma Estrela e Infiltrado na Klan no Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático, eu pensei que seria muito bom. E realmente é, mas não chega a ser melhor do que Nasce uma Estrela, um musical claramente superior. A começar pelos pontos negativos, não conheço muito da vida do Freddie Mercury, mas muitos dizem que a exploração da vida pessoal dele foi muito superficial; há vários erros de continuidade, em comparação com o que realmente aconteceu, e as cenas onde há canto são dubladas, tirando um pouco da autenticidade do filme. Mas por um lado positivo, o filme é bem alto-astral, tem uma performance magnífica do Rami Malek (pra mim, a melhor performance de uma figura do mundo real indicada esse ano) como Freddie Mercury, que consegue replicar perfeitamente os jeitos, manias, e características únicas do vocalista do Queen. As cenas musicais, em especial a do Live Aid, são simplesmente emocionantes, realmente mostrando o poder de músicas boas, e as músicas do Queen usadas aqui são extremamente viciantes e pegajosas. A música-título, “Radio GaGa”, “We Will Rock You”, “We Are The Champions”, “Love of My Life”, é só música boa. Então, resumindo, Bohemian Rhapsody é um bom musical e deve levar algum dos prêmios de som e, provavelmente, o prêmio de Melhor Ator para Rami Malek. A atuação dele não é a minha favorita da categoria, mas não ficarei triste se ele levar.
(As I saw Bohemian Rhapsody beat out A Star is Born and BlacKkKlansman in the Golden Globes for Best Motion Picture – Drama, I thought it would be really good. And it actually is, but it's not better than A Star is Born, a clearly superior musical. Starting with the cons, I don't know much of Freddie Mercury's life, but many say that the exploration of his personal life was shallow; there are several continuity errors, in comparison to what actually happened, and the scenes where Freddie's singing are dubbed over, taking out some of the film's authenticity. But, on a positive side, it is a feel-good movie, it has a magnificent performance by Rami Malek (to me, the greatest portrayal of a real-life figure nominated this year) as Freddie Mercury, who can replicate perfectly the ways, manias and unique characteristics of the Queen frontman. The musical scenes, especially the Live Aid one, are simply thrilling, putting the power of good music on show, and Queen's songs used here are extremely addictive and catchy. The title song, “Radio GaGa”, “We Will Rock You”, “We Are The Champions”, “Love of My Life”, there isn't one bad song here. So, to sum it up, Bohemian Rhapsody is a good movie musical and should take home one of the sound awards and, probably, the Best Actor award for Rami Malek. His performance isn't my favorite in the category, but I won't be sad if he wins.)



4 – ROMA, dirigido por Alfonso Cuarón (Indicado a 10 Oscars)
(ROMA, directed by Alfonso Cuarón (Nominated for 10 Oscars))
Pra mim, o melhor tipo de vencedor de Melhor Filme é aquele que encontra o perfeito equilíbrio entre os fatores artístico e entretenimento. O novo filme de Alfonso Cuarón, infelizmente, não encaixa nessa teoria, mas mesmo assim, Roma é fantástico. Os que estão acostumados com blockbusters não irão se agradar muito com a crueza, a tristeza e o tom cotidiano de algumas cenas, mas Cuarón as dirige, filma e edita com um vigor primoroso. Só pelo fato de ser o primeiro filme da Netflix indicado à categoria, Roma já é revolucionário, mas, por outros aspectos, como a atuação estreante de Yalitza Aparicio e a tripla ameaça de Alfonso Cuarón, o filme também é digno de vários prêmios. Infelizmente, o trabalho de edição de Cuarón ficou de fora da categoria Melhor Montagem, mas ele desponta como o favorito a Melhor Diretor, batendo de frente com outro diretor não-americano, Pawel Pawlikowski, responsável pelo extraordinário “Ida”, que, esse ano, foi indicado pelo realista e brutal “Guerra Fria”, um dos favoritos a Melhor Filme Estrangeiro. Não tenho nenhuma certeza em relação ao filme, mas as minhas probabilidades são: Roma irá perder Melhor Filme Estrangeiro para “Guerra Fria”, mas vai vencer na categoria Melhor Filme; como Bradley Cooper está fora da competição de Melhor Diretor, é altamente provável que Cuarón leve seu segundo Oscar da categoria, e o diretor talvez leve também Melhor Fotografia, competindo novamente com “Guerra Fria”. Resumindo, Roma é o primeiro filme dessa lista que serve como competição acirrada na categoria contra os top 3, e mesmo sendo um filme diferente, ele merece a sua atenção.
(To me, the best kind of Best Picture winner is those who find perfect balance between the artistic and entertainment values. Alfonso Cuarón's new film, unfortunately, does not fit in this theory, but even so, Roma is fantastic. Those used to blockbusters won't be pleased with the rawness, sadness and everyday tone of a few scenes, but Cuarón directs, shoots and edits them with esquisite vigor. Because it is the first Netflix movie to be nominated for the category, Roma is already revolutionary, but for other aspects, like the debut performance by Yalitza Aparicio and Alfonso Cuarón's triple threat, it is also award worthy. Unfortunately, Cuarón's editing work did not get recognized, but he is the top favorite to win Best Director, going head-to-head with another non-American director, Pawel Pawlikowski, responsable for the extraordinary “Ida”, who, this year, got nominated for the realistic and brutal “Cold War”, one of the favorites to win Best Foreign Language Film. I'm not so sure about anything on the film, but my probabilities are: Roma will lose to “Cold War” on Best Foreign Language Film, but will win Best Picture; as Bradley Cooper is out of competition for Best Director, it's highly likely that Cuarón takes his second award in the category, and he may also take Best Cinematography, competing once again with “Cold War”. To sum it up, Roma is the first movie on this list that's actually serious competition against the top 3, and even with it being a different film, it deserves your attention.)



3 – NASCE UMA ESTRELA, dirigido por Bradley Cooper (Indicado a 8 Oscars)
(A STAR IS BORN, directed by Bradley Cooper (Nominated for 8 Oscars))
Sendo o primeiro filme que assisti na temporada de prêmios, só pelo fato de ser o terceiro remake de uma história contada pela primeira vez em 1937, e mostrar que a fórmula ainda funciona, a estreia de Cooper na direção já merece sua atenção. Já vou começar dizendo que, por incrível que pareça, Nasce uma Estrela não é um musical em sua essência, é um drama sobre dois músicos que lutam para fazer sucesso, e conseguimos ver isso no roteiro. Ainda não acredito que a Academia deixou Bradley Cooper de fora da categoria Melhor Diretor, porque ele faz um trabalho fantástico aqui, assim como Greta Gerwig fez em “Lady Bird”. A essência do filme é mantida, as cenas musicais tem uma alma própria, o elenco é muito bom, em especial o trio formado por Bradley Cooper, que consegue achar o equilíbrio correto nas capacidades de atuação e canto; Lady Gaga, que é completamente desconstruída aqui, com o espectador vendo-a de outra maneira sem ser a artista extremamente teatral que ela é; e Sam Elliott, que é um dos meus favoritos à Melhor Ator Coadjuvante. A única certeza que tenho no Oscar desse ano é que “Shallow”, carro-chefe da trilha sonora do filme, levará o prêmio de Melhor Canção Original, sem sombra de dúvida. Eu, sinceramente, espero que Cooper ganhe Melhor Ator, e que o filme saia com mais prêmios além do óbvio, porque realmente, é um filme muito bom que mostra que um remake, se for bem feito, pode se sair até melhor que seus antecessores.
(As the first film I watched during award season, just for the fact that it is the third remake of a story first told in 1937, and that it shows that the formula still works, Cooper's directorial debut already deserves your attention. I'll start by saying that, even if it does sound like it, A Star is Born isn't a musical in its essence, it's a drama about two struggling musicians, and we can see that in the script. I still can't believe the Academy left Bradley Cooper out of the Best Director category, because he is a fantastic director here, just like Greta Gerwig in “Lady Bird”. The essence of the film is kept, the musical scenes have a soul of their own, the cast is really good, especially the main trio formed by Bradley Cooper, who manages to find the right balance between acting and singing; Lady Gaga, who is completely deconstructed here, with the viewer seeing her in another way other than the extremely theatrical artist she is; and Sam Elliott, who is one of my favorites for Best Supporting Actor. The only sure thing I know that will happen at this year's Oscars is that “Shallow”, the main track from the soundtrack, will, undoubtedly, win Best Original Song. I, sincerely, hope Cooper wins Best Actor and that the movie wins more awards than just the obvious one, because, honestly, it's a really good movie that shows that a remake, if it's well done, may as well be better than its predecessors.)



2 – INFILTRADO NA KLAN, dirigido por Spike Lee (Indicado a 6 Oscars)
(BLACKKKLANSMAN, directed by Spike Lee (Nominated for 6 Oscars))
Eu nunca tinha visto um filme de Spike Lee antes, mas quando vi que esse filme fez muito sucesso no Festival de Cannes, fiquei bastante animado para vê-lo. E ele encaixa perfeitamente na minha teoria de vencedor perfeito, porque, assim como Nasce uma Estrela e o filme número 1 na lista, Infiltrado na Klan consegue equilibrar os fatores artístico, contando uma história real comovente e muito interessante, e entretenimento, porque o filme é uma mistura perfeita entre drama biográfico e comédia. O elenco aqui é muito bom, encabeçado por John David Washington, que surpreendentemente, ficou de fora da categoria Melhor Ator, o que é uma injustiça, pois ele é tão bom aqui quanto o pai (Denzel Washington) em seus papéis premiados, e Adam Driver, o eterno Kylo Ren, que dá um show de atuação, e mostra mais de sua capacidade como ator. Mas só porque o filme tem uma veia cômica perceptível, não quer dizer que ele é isento de um arco dramático. Em sua essência, Infiltrado na Klan é um filme pesadíssimo, que lida com temas fortes e relevantes no presente, em especial o racismo, em um tom muito, muito explícito. Dos filmes politico-socialmente inclinados indicados na categoria, o novo filme de Spike Lee é o mais relevante e tematicamente pesado, pois é uma história real, acima de tudo, e histórias reais não são fáceis de digerir. Eu acho que Infiltrado na Klan tem enormes chances de ganhar Melhor Filme, assim como Lee tem de ganhar Melhor Diretor, mas se algum filme no top 4 levar o prêmio principal, e Cuarón ganhar Melhor Diretor, não ficarei triste nem decepcionado, pois os 4 filmes igualmente são merecedores do prêmio.
(I had never seen a Spike Lee movie before, but when I learned that this movie was a huge success at the Cannes Film Festival, I got pretty excited to see it. And it fits perfectly in my perfect winner theory, because, just like A Star is Born and the number one movie on the list, BlacKkKlansman manages to balance the artistic factor, as it tells a moving, really interesting real story, and the entertainment factor, as it is a perfect mixture between biopic drama and comedy. The cast is really good, headlined by John David Washington, who, surprisingly, got left out of the Best Actor race, which is a major snub, as he is just as good as his father (Denzel Washington) in his award-winning roles, and Adam Driver, aka Kylo Ren, who steals the show, and shows more of his capacities as an actor. But just because the film has a noticeable comical vein, doesn't mean it doesn't have a dramatic arc. In its essence, BlacKkKlansman is a really heavy film, which deals with strong, relevant themes, especially racism, in a very, very, explicit way. From all the politically-socially inclined movies in the category, Spike Lee's new film is the most relevant and thematically heavy of them, as it is a true story, after all, and true stories aren't that easy to digest. I think BlacKkKlansman has huge chances of winning Best Picture, as does Lee of winning Best Director, but if any of the movies in the list's top 4 get the main award, and Cuarón gets Best Director, I won't be sad or disappointed, as all 4 films are, equally, worthy of the award.)



E em primeiro lugar:
(And in first place:)

1 – GREEN BOOK: O GUIA, dirigido por Peter Farrelly (Indicado a 5 Oscars)
(GREEN BOOK, directed by Peter Farrelly (Nominated for 5 Oscars))
Em Infiltrado na Klan, temos um filme que aborda o racismo da forma mais pesada e explícita possível. Em Green Book, temas pesados como o preconceito, xenofobia, e até homofobia são trabalhados e abordados de uma forma leve, que não perturba o espectador. Também baseado em uma história real (ou melhor, em uma amizade real), Green Book ganhou vários prêmios considerados termômetros do Oscar: o Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical, o National Board of Review Award de Melhor Filme e o Prêmio do Sindicato dos Produtores de Melhor Filme, prêmio que ano passado, foi dado à “A Forma da Água”, que acabou vencendo o Oscar de Melhor Filme. E além de Green Book ter ganho vários prêmios de Melhor Filme, Viggo Mortensen e Mahershala Ali vêm acumulando indicações e estatuetas pelas suas brilhantes atuações. Ainda acho que a atuação de Mortensen em “Capitão Fantástico” foi melhor do que em Green Book, mas achei a indicação ao Oscar mais do que justa, pois a caracterização de Mortensen como um guarda-costas nova-iorquino descendente de italiano, do sotaque aos maneirismos, ficou perfeita. E Mahershala Ali vem ganhando quase todos os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante com justiça, pois é, literalmente, uma das melhores atuações indicadas ao Oscar desse ano.
Não tenho certeza se Green Book levará Melhor Filme, pois a Academia tende a valorizar mais filmes como “Roma”, que é dirigido por alguém já conhecido pelo Oscar. Mas Peter Farrelly, conhecido por comédias populares como “Debi e Lóide”, “O Amor é Cego” e “Os Três Patetas”, que foram recebidos amargamente pela crítica, deu a completa volta por cima com Green Book, e isso também precisa ser reconhecido. Uma coisa é certeza: esse filme não vai sair do Oscar de mãos vazias. Seja pelo roteiro original, ou pela atuação de Mahershala Ali, Green Book pode até não ganhar Melhor Filme, mas, dos 8 filmes, é o mais agradável e o mais gostoso de se assistir, e isso é fato.
(In BlacKkKlansman, we have a film that deals with racism in the heaviest, most explicit way possible. In Green Book, serious themes like prejudice, xenophobia, and even homophobia are worked on and dealt with in a light, non-disturbing way. Also based on a true story (or better, on a true friendship), Green Book has won several awards considered to be preparation awards for the Oscars: the Golden Globe for Best Motion Picture – Musical or Comedy, the National Board of Review Award for Best Film, and the Producers Guild of America Award for Best Theatrical Picture, an award that, last year, was given to “The Shape of Water”, that ended up winning Best Picture. And besides all of the Best Picture awards, Viggo Mortensen and Mahershala Ali have been collecting nominations and awards for their brilliant performances. I still think that Mortensen's performance in “Captain Fantastic” was superior than in Green Book, but his nomination was more than fair, as his characterization as an Italian-american bodyguard was flat-out perfect, from the accent to the mannerisms. And Mahershala Ali has been winning almost every Best Supporting Actor award with justice, as it's, literally, one of the best nominated performances of the year.
I'm not sure that Green Book will win Best Picture, as the Academy values more films like “Roma”, directed by people the Oscars already know. But Peter Farrelly, known for cheesy popular comedies like “Dumb and Dumber”, “Shallow Hal” and “The Three Stooges”, which were poorly received by critics, completely turned the boat around with Green Book, and that also needs to be recognized. One thing's for sure: this film will not leave the Oscars empty-handed. It may be for the original script, or Mahershala Ali's performance, and Green Book may not even win Best Picture, but, out of the 8 films, it is the most delightful and enjoyable one to watch, and that is a fact.)



FILMES ÓTIMOS E ACLAMADOS QUE FICARAM DE FORA DA CATEGORIA, MAS PODERIAM MUITO BEM TER ENTRADO:
(GREAT, ACCLAIMED FILMS THAT STAYED OUT OF THE CATEGORY, BUT THEY MIGHT AS WELL COULD'VE BEEN NOMINATED:)

  • A BALADA DE BUSTER SCRUGGS, dirigido pelos Irmãos Coen (Indicado a 3 Oscars)
    (THE BALLAD OF BUSTER SCRUGGS, directed by the Coen brothers (Nominated for 3 Oscars))

  • HEREDITÁRIO, dirigido por Ari Aster
    (HEREDITARY, directed by Ari Aster)

  • ILHA DOS CACHORROS, dirigido por Wes Anderson (Indicado a 2 Oscars)
    (ISLE OF DOGS, directed by Wes Anderson (Nominated for 2 Oscars))

  • OITAVA SÉRIE, dirigido por Bo Burnham
    (EIGHTH GRADE, directed by Bo Burnham)

  • HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO, dirigido por Peter Ramsey, Bob Persichetti e Rodney Rothman (Indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação)
    (SPIDER-MAN: INTO THE SPIDER-VERSE, directed by Peter Ramsey, Bob Persichetti and Rodney Rothman (Nominated for Best Animated Feature))

  • NO CORAÇÃO DA ESCURIDÃO, dirigido por Paul Schrader (Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original)
    (FIRST REFORMED, directed by Paul Schrader (Nominated for Best Original Screenplay))

  • VINGADORES: GUERRA INFINITA, dirigido por Joe e Anthony Russo (Indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais)
    (AVENGERS: INFINITY WAR, directed by Joe and Anthony Russo (Nominated for Best Visual Effects))


Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)