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E aí, galerinha de
cinéfilos! Aqui é o João Pedro, e venho aqui falar sobre uma das
melhores trilogias de filmes que já tive o prazer de assistir. Nunca
fui muito ligado em faroestes, mas meu avô, que é um dos maiores
cinéfilos que eu conheço, é muito fã do gênero, então, ele me
indicou essa trilogia. E eu adorei a dica. Vovô Osmário, essa é
pra você. Vamos falar da antológica Trilogia dos Dólares de Sergio
Leone. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
I'm back, and I come here to talk about one of the best film
trilogies I ever had the pleasure to watch. I was never a big fan of
Western movies, but my grandfather, one of the biggest cinephiles I
know, is a fan of the genre, so, he recommended this trilogy to me.
And I freaking loved it. Grandpa Osmário, this one's for you. Let's
talk about the iconic Dollars trilogy, directed by Sergio Leone.
Let's go!)
A trilogia é composta
pelos filmes “Por um Punhado de Dólares”, lançado em 1964; “Por
uns Dólares a Mais”, lançado em 1965, e “Três Homens em
Conflito”, lançado em 1966. Todos são dirigidos por Sergio Leone,
têm a trilha sonora composta pelo lendário Ennio Morricone, e são
estrelados por Clint Eastwood, que aqui, interpreta um caçador de
recompensas, conhecido apenas por apelidos (Joe, Manco e Loirinho,
respectivamente). A trilogia também conta com membros de elenco
recorrentes, mas não presentes nos 3 filmes, como Lee Van Cleef e
Gian Maria Volontè. Vou dedicar um grande parágrafo para analisar
cada filme na trilogia em 3 aspectos: história, atuações, e
qualidades técnicas (fotografia, trilha sonora, etc.). Então, vamos
começar.
(The trilogy is
composed by “A Fistful of Dollars”, released in 1964; “For a
Few Dollars More”, released in 1965, and “The Good, the Bad and
the Ugly”, released in 1966. They are all directed by Sergio Leone;
they all have their soundtrack composed by the legendary Ennio
Morricone; and they all star Clint Eastwood, who in this trilogy,
portrays a bounty hunter, known only by nicknames (Joe, Manco and
Blondie, respectively). The trilogy also has recurring, but not
present in all 3 films, cast members, like Lee Van Cleef and Gian
Maria Volontè. I'll dedicate a huge paragraph to analyze each film
in the trilogy in 3 aspects: story, acting and technical aspects
(cinematography, soundtrack, et cetera.). So, let's begin.)
- POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964)
- História: A história do primeiro filme da trilogia é a mais simples dos 3: o caçador de recompensas interpretado por Eastwood chega à cidadezinha de San Miguel, onde há uma rivalidade entre duas famílias para controlar a cidade. Ele, então, se infiltra nas duas famílias para criar um conflito e destruir o sistema por dentro. É uma adaptação de um dos clássicos do cinema japonês, “Yojimbo”, dirigido por Akira Kurosawa, do excepcional “Os Sete Samurais”. A história em si flui muito bem, e é um pouquinho curta, comparado com a duração dos dois outros filmes, tendo menos de duas horas de duração. Tem uma linha temporal compreensível, os diálogos são muito bons, e há cenas extremamente icônicas nesse primeiro filme, sendo referenciadas na trilogia clássica dos anos 80, “De Volta para o Futuro”. Resumindo, a história de “Por um Punhado de Dólares” é icônica, concisa, e muito, muito envolvente.
- Atuações: Em um dos papéis que definiu sua carreira, Clint Eastwood simplesmente arrasa no papel principal, sendo dono de um dos visuais mais icônicos do cinema, diálogos bem elaborados, e acima de tudo, seu personagem é um dos atiradores mais habilidosos que eu já vi no cinema. Resumindo, o cara é incrível. Além de Eastwood, performances que valem a pena serem destacadas são as de Gian Maria Volontè como Ramón, o líder de uma das famílias, que é bom, mas não chega a ser marcante como o vilão intepretado por ele em “Por uns Dólares a Mais”; Jose Calvo como Silvanito, o dono da hospedaria onde o personagem de Eastwood se hospeda, e ele serve para expor os pontos principais da história, o que é legal, e Marianne Koch como Marisol, que apesar de ter um tempo pequeno de tela, consegue encantar com uma subtrama envolvendo sua família.
- Aspectos técnicos: Filmado em sua maioria na Espanha, o filme consegue fazer o que Leone planejava com sua trilogia. O diretor desejava reinventar o gênero em sua terra natal, e achava que os faroestes americanos dos anos 50 não eram críveis o suficiente para serem bons. A direção de arte e a fotografia são fantásticos, conseguindo recriar a época em que o filme é ambientado com maestria. A direção de Leone é precisa, sabendo o que mostrar e quando mostrar. A trilha sonora de Ennio Morricone é onipresente durante toda a duração do filme, ditando o tom de cada cena com perfeição. As cenas realmente violentas ocorrem da segunda metade do filme para frente, mas isso não atrapalha no ritmo e na credibilidade da obra.
Resumindo,
“Por um Punhado de Dólares” pode ser o mais simples dos 3, mas é
impulsionado ao topo pela sua produção e pela performance estupenda
de Clint Eastwood.
(1. A FISTFUL OF DOLLARS (1964)
- Story: The plot for the first film in the trilogy is the most simple one of them all: the bounty hunter portrayed by Eastwood arrives at the little town of San Miguel, where two families compete for the control of the town. He, then, infiltrates both families, in order to create conflict, and destroy the system from the inside. It's an adaptation of one of the classics in Japanese cinema, “Yojimbo”, directed by Akira Kurosawa, who also directed the exceptional “Seven Samurai”. The story itself flows really well, and it's a tiny bit short, comparing to the other two films in the trilogy, clocking in on less than 2 hours of running time. It has a comprehensible timeline, the dialogues are really good, and there are extremely iconic scenes in this first movie, at the point of being referenced in the classic 80s trilogy, “Back to the Future”. In a nutshell, the story of “A Fistful of Dollars” is iconic, concise, and really, really captivating.
- Acting: In one of the defining roles in his career, Clint Eastwood nails it in the main role, owning one of the most iconic looks in cinema history, well-established dialogue, and above all, his character is one of the most skillful gunslingers I've ever seen in a movie. In short, the guy's freaking awesome. Besides Eastwood, the performances worth being highlighted belong to Gian Maria Volontè as Ramón, the leader of one of the families, who is good, but not as iconic as the villain he portrays in “For a Few Dollars More”; Jose Calvo as Silvanito, the owner of the inn in which Eastwood's character checks in, who serves as an exposition character, to inform Eastwood of the main plot points, which is nice, and Marianne Koch as Marisol, who, even with a shorter screen time, manages to enchant viewers with a subplot involving her family.
- Technical aspects: Filmed in its majority in Spain, the movie manages to achieve the goal Leone was going for with this trilogy. The director wanted to reinvent the genre in his home country, and he thought that late 50s American Westerns weren't believable enough to be good. The production design and cinematography are fantastic, recreating the time it is set masterfully. Leone's direction is precise, knowing what to show and when to show it. The soundtrack by Ennio Morricone is omnipresent throughout all of the film's running time, dictating the tone of each scene with perfection. The really violent scenes only happen from the movie's second half ahead, but that doesn't muddle the rythym or the credibility of the film.
In
a nutshell, “A Fistful of Dollars” may be the most simple one of
the 3, but it is bolstered by its production and Clint Eastwood's
stupendous performance.)
- POR UNS DÓLARES A MAIS (1965)
- História: Mais complexo do que “Por um Punhado de Dólares”, mas não atingindo a capacidade poética de “Três Homens em Conflito”, “Por uns Dólares a Mais” expande a mitologia de seu protagonista, apresentando novos aliados e inimigos. O filme explora uma parceria inusitada entre o Homem Sem Nome (Eastwood) e outro caçador de recompensas (Lee Van Cleef), para resgatarem a quantia de 10 mil dólares pela captura de Índio (Gian Maria Volontè), um bandido com um passado assombroso. Assim como seu antecessor, o segundo filme flui muito bem, há um uso bem eficiente de flashbacks, é uma história movida por vingança, o que é sempre legal em faroestes (toc, toc, Bravura Indômita). Transitando entre várias locações, o filme também possui um quê de road movie, enquanto acompanhamos a jornada dos dois caçadores para capturar Índio, que é, de longe, um dos vilões mais imperdoáveis que já vi no gênero.
- Atuações: Eastwood volta com tudo nesse segundo filme, com diálogos ainda mais afiados, e reflexos ainda mais rápidos, e ele consegue achar um atirador à sua altura no personagem de Lee Van Cleef, cujo desenvolvimento é muito bem elaborado durante o filme, e nos deixa espantados com uma reviravolta no final. Gian Maria Volontè retorna de forma triunfal à trilogia como Índio, responsável por algumas das cenas mais violentas e chocantes do filme, sendo mais icônico do que Ramón, seu personagem no filme anterior, tendo mais profundidade e emoção inseridos em seu novo vilão. O elenco coadjuvante composto pela gangue de Índio também é bom, são responsáveis por cenas marcantes e até cômicas no filme.
- Aspectos técnicos: No segundo filme da trilogia, Leone pega tudo que fez o primeiro filme ser bom e eleva ao quadrado, resultando em cenas de tiroteio muito bem produzidas, direção de arte e fotografia espetaculares e uma trilha sonora icônica de Ennio Morricone, que, novamente, dita todos os tons pelos quais o filme irá passar, o que é simplesmente sensacional. É mais violento, mais longo, mais complexo, mais chocante e, de certa forma, até melhor do que o primeiro.
Resumindo,
“Por Uns Dólares a Mais” eleva ao quadrado o nível de qualidade
do primeiro e entrega um faroeste envolvente, inteligente e, de certa
forma, chocante, repleto de cenas sensacionais, performances
marcantes e uma trilha sonora icônica do compositor Ennio Morricone.
(2. FOR A FEW DOLLARS MORE (1965)
- Story: Being a bit more complex than “A Fistful of Dollars”, but not achieving the poetic capacity of “The Good, the Bad and the Ugly”, “For a Few Dollars More” expands its protagonist's mythology, presenting new allies and enemies. The film explores an unexpected partnership between the Man with No Name (Eastwood) and another bounty hunter (Lee Van Cleef), in order to gain 10,000 dollars for the capture of Indio (Gian Maria Volontè), a bandit with a haunting past. Just like its predecessor, it flows really well, there's a very efficient use of flashbacks, it's a story moved by vengeance, which is always good in Western films (hello, True Grit). Moving through various locations, it also has a bit of road movie injected into it, as we follow the journey of the two bounty hunters to capture Indio, who is, by far, one of the most ruthless villains I've ever seen in the genre.
- Acting: Eastwood makes one hell of a comeback in this second film, with even sharper dialogue, and even faster reflexes, and he manages to find a gunslinger to rival with in Lee Van Cleef's character, whose development is terrific throughout the film, and leaves us shocked in a twist ending. Gian Maria Volontè returns triumphantly to the trilogy as Indio, responsible for some of the most violent, shocking scenes in the film, being more iconic than Ramon, Volontè's character in the previous film, having way more depth and emotion thrown into his new villain. The supporting cast, composed by Indio's gang, is also really good, and responsible for some of the best (and even funnier) scenes in the movie.
- Technical aspects: In the second film in the trilogy, Leone takes everything that made the first movie good and multiplies it, resulting in very-well produced shooting scenes, spectacular work in the production design and cinematography departments, and an iconic soundtrack by Ennio Morricone, which, again, dictates every tone the movie's going to go through, which is simply sensational. It's more violent, longer, more complex, more shocking, and, in a way, even better than the first one.
In
a nutshell, “For A Few Dollars More” elevates the level of
quality in the first film and delivers a captivating, shocking, and
clever Western film, filled with sensational scenes, striking
performances, and an iconic soundtrack by composer Ennio Morricone.)
- TRÊS HOMENS EM CONFLITO (1966)
- História: Sendo o mais longo dos 3, beirando as 3 horas de duração, “Três Homens em Conflito” também é o mais complexo, mas isso não significa que ele é o pior da trilogia, pelo contrário, o filme representa o pico de Sergio Leone como diretor do gênero e de Clint Eastwood como astro de faroestes. O filme se ambienta durante a Guerra Civil Americana e acompanha o Homem sem Nome (Eastwood), que trabalha com Tuco (Eli Wallach), um ladrão, e juntos, os dois descobrem que há uma grande quantia de dinheiro enterrada em um cemitério. O que eles não sabem é que um sargento imperdoável da União (Lee Van Cleef) também procura pelo dinheiro. Se “Por uns Dólares a Mais” teve apenas aspectos de road movie inseridos, “Três Homens em Conflito” é um road movie em sua essência, com os três protagonistas passando pelos mais diversos locais, incluindo um campo de batalha, para chegarem ao seu destino. É um daqueles raros filmes longos que o espectador não se cansa, pois é cheio de ação, tem uma ótima história e faz um fantástico uso de seu elenco.
- Atuações: Como dito anteriormente, o terceiro filme consolida Eastwood como uma estrela do gênero, trabalhando muito em seu desenvolvimento como o ajudante de um ladrão e como ele foi se tornar o personagem icônico apresentado em “Por um Punhado de Dólares”. Novamente, ele dá uma tremenda atuação, mas ele não é o único a destacar aqui. Lee Van Cleef, agora como vilão, brilha como Olhos de Anjo, um mercenário sociopata que não tem remorso, e irá fazer literalmente de tudo para conseguir o que deseja. E por último, mas não menos importante, temos Eli Wallach como Tuco, que serve como um vilão adjacente, e até um pouco como o alívio cômico do filme, algo que não era presente nos dois filmes anteriores, o que é muito bom.
- Aspectos técnicos: Aqui, temos os melhores aspectos técnicos da trilogia. É uma belíssima recriação do período turbulento que foi a Guerra Civil Americana, com os uniformes e as armas sendo fiéis ao contexto temporal em que o filme é inserido. As cenas de ação, incluindo uma cena de guerra, são dirigidas com maestria, e são capazes de grudar os olhos do espectador na tela. A fotografia é muito boa, chega até a ser simétrica às vezes, o que é fantástico. A trilha sonora de Ennio Morricone continua maravilhosa, como sempre, sendo um destaque nas cenas mais icônicas do filme.
Resumindo,
“Três Homens em Conflito” é o filme mais ambicioso, mais
complexo, mais violento e mais bem atuado da trilogia, se
consolidando como uma obra-prima do gênero, pela sua influência em
cenas de ação, pelo trio ultra talentoso de atores principais, e
pela trilha sonora magistral de Ennio Morricone.
(3. THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY (1966)
- Story: As the longest of the 3, with almost 3 hours of running time, “The Good, the Bad and the Ugly” is also the most complex one, but that doesn't mean it's the worst one in the trilogy, on the contrary, this movie represents the peak of Sergio Leone as a director in the genre, and Clint Eastwood as a Western star. It is set during the American Civil War, and it follows the Man with No Name (Eastwood), who works for Tuco (Eli Wallach), a thief, and together, they discover that there's a grand amount of money buried in a cemetery. What they don't know is that a ruthless Union sergeant (Lee Van Cleef) is also looking for it. If “For A Few Dollars More” contained only aspects of road movies, “The Good, the Bad and the Ugly” is a road movie in its essence, with the three protagonists passing through several places, including a battlefield, in order to reach their destination. It's one of those rare long films that the viewer doesn't get tired or bored from watching, as it is action-packed, it has a great story, and it makes a fantastic use of its cast.
- Acting: As previously said, this film consolidates Eastwood as a Western star, getting plenty of character development as a thief's sidekick and showing how he went on to become the iconic character introduced in “A Fistful of Dollars”. He, again, delivers a tremendous performance, but he's not the only one worth praising. Lee Van Cleef, now as a bad guy, shines as Angel Eyes, a sociopathic mercenary who has no feelings at all, and he will do literally anything to get what he wants. And at last, but not least, we have Eli Wallach as Tuco, who serves as an adjacent villain, and as a sort of comic relief, something that wasn't present in the two previous films, which is really good.
- Technical aspects: Here, we have the best technical aspects in the trilogy. It's a gorgeous recreation of the turbulent period that was the American Civil War, with the uniforms and the weapons being faithful to the time context the movie is set in. The action scenes, including a war scene between the Union and the Confederates, are directed masterfully, capable of keeping the viewer's eyes stuck to the screen. The cinematography is really good, and even symmetrical sometimes, which is fantastic. The soundtrack by Ennio Morricone is wonderful, as always, being a highlight in some of the film's most iconic scenes.
In
a nutshell, “The Good, the Bad and the Ugly” is the most
ambitious, most complex, most violent, and most well-acted film in
the trilogy, consolidated as a masterpiece in the genre, for its
influence in action scenes, for its ultra talented trio of main
actors, and for the masterfully composed score by Ennio Morricone.)
Resumindo,
a trilogia dos Dólares é um conjunto de obras-primas extremamente
bem feitas e influentes do gênero, impulsionada pelas atuações do
seu elenco, pela complexidade e atratividade das histórias, e pelo
aspecto marcante de suas cenas de ação e trilhas sonoras!
Notas:
- Por um Punhado de Dólares: 9,5 de 10
- Por uns Dólares a Mais: 10 de 10
- Três Homens em Conflito: 11 de 10
Então,
é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João
Pedro
(P.S.:
Obrigado pela dica, vovô!)
(In
a nutshell, the Dollars trilogy is a collection of extremely well
produced, influential masterpieces in the genre, bolstered by the
performances of its cast, by the complexity and attractiveness of its
stories, and for their striking action scenes and soundtracks!
I
give it a:
- A Fistful of Dollars: 9,5 out of 10
- For a Few Dollars More: 10 out of 10
- The Good, the Bad and the Ugly: 11 out of 10
That's
it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João
Pedro
(P.S.:
Thanks for recommending this to me, grandpa!))