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sábado, 19 de outubro de 2019

"Looking for Alaska": uma história emocionante, honesta e verdadeira sobre amadurecimento (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, e irei falar, nesse post, sobre uma minissérie que acabou de sair do forno, e que já merece a sua atenção. Até agora, tivemos duas ótimas adaptações dos livros de John Green, sendo elas “A Culpa é das Estrelas” e “Cidades de Papel”, mas essa minissérie, baseada em “Quem é Você, Alasca?”, provavelmente é a adaptação mais honesta, emocionante e realista das três até agora. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Looking for Alaska”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I'll say my thoughts, in this post, on a miniseries that just premiered, and that already deserves your attention. Until now, we've had two great adaptations of John Green's books, which are “The Fault in Our Stars” and “Paper Towns”, but this miniseries, based on “Looking for Alaska”, probably is the most honest, emotional and realistic adaptation out of the three. So, without further ado, let's talk about “Looking for Alaska”. Let's go!)



A minissérie é ambientada no início dos anos 2000, e conta a história de Miles Halter (Charlie Plummer), um adolescente fissurado por últimas palavras que vive uma vida sem graça na Flórida. Um dia, seus pais decidem matriculá-lo em um internato no Alabama, a Escola Culver Creek, onde Miles se envolve em pegadinhas com seu colega de quarto, Chip “Coronel” Martin (Denny Love), e onde ele se apaixona por Alaska Young (Kristine Froseth), uma garota misteriosa e emocionalmente instável.
(The miniseries is set in the early 2000s, and tells the story of Miles Halter (Charlie Plummer), a teenager who is fascinated by last words, and that lives a pretty boring life in Florida. One day, his parents decide to enroll him in a boarding school in Alabama, Culver Creek High School, where Miles gets involved in pranks with his roommate, Chip “The Colonel” Martin (Denny Love), and where he falls in love with Alaska Young (Kristine Froseth), a mysterious and emotionally unstable girl.)



Ok, pra começar, eu não li o livro antes de ver a série, mas confesso que, depois de ver 7 dos 8 episódios, dei uma breve folheada no livro, e percebi que é uma adaptação bem fiel ao material fonte. Até partes que parecem não significar nada em um livro, como uma fala qualquer, são adaptadas perfeitamente na série. Aliás, a jogada de transformar o livro em uma minissérie ao invés de um filme de 2 horas foi incrivelmente bem feita, porque temos aqui 8 horas para desenvolver e adaptar a trama de um livro de 230 páginas. Outra coisa que me convenceu a ver essa minissérie foi o fato de ser uma adaptação de um trabalho do John Green. Eu simplesmente amei tanto “A Culpa é das Estrelas” quanto “Cidades de Papel”, porque são retratos honestos, verdadeiros, e muito emocionantes sobre amadurecimento. E aqui, felizmente, não é diferente. Há tantas séries de drama adolescente atualmente, mas fico feliz que escolheram o criador de algumas das mais famosas séries do gênero para desenvolver “Looking for Alaska”: Josh Schwartz, que criou “The O.C.” e “Gossip Girl”. Ok, vamos ao roteiro. Em geral, é uma trama muito bem desenvolvida, com um equilíbrio perfeito entre comédia e drama. É uma história que consegue capturar um retrato muito bem calculado de uma adolescência conturbada. Se for para comparar com outra obra, eu faria uma comparação positiva com “As Vantagens de ser Invisível”, que é outro livro maravilhoso sobre amadurecimento. Nós somos apresentados ao nosso protagonista, que começa sendo um garoto tímido e introvertido. E ao longo da série, suas atitudes vão mudando gradualmente, de forma lenta, assim como o Charlie, de “As Vantagens...”. Algo que os fãs do livro irão notar é a expansão no número de pontos de vista na série se comparado à obra original, que é narrada sobre o ponto de vista de Miles. Temos aqui vários “narradores”, ou seja, muitas perspectivas, em especial as do “Coronel”, o colega de quarto do protagonista, e as da Alaska, e isso colabora para fazer com que nos importemos com todos os personagens. Nós rimos com eles, nós choramos com eles, nós sentimos por eles, e principalmente, nós crescemos com eles. E o mais interessante, “Looking for Alaska”, além de ser um ótimo entretenimento, nos ensina lições, algo que não acontece em “Riverdale”, por exemplo. Aqui, lidamos com temas como saúde mental, vícios, luto, crenças, e traumas, de uma forma bem mais elaborada e menos chocante do que “13 Reasons Why”, outra série do gênero drama adolescente. Não teve um minuto nessa minissérie onde eu me senti entediado, eu me senti investido na história desde a primeira cena. E assim como as adaptações anteriores de John Green, “Looking for Alaska” é extremamente emocionante, inesperada, e acima de tudo, verdadeira e honesta, então já é certo que irá atrair os fãs do autor.
Resumindo, o roteiro de “Looking for Alaska” faz uso de 8 horas para fazer uma adaptação que consegue ser fiel ao livro que a inspirou, mas que também expande o seu próprio universo.
(Ok, for starters, I did not read the book before watching the series, but I confess that, after watching 7 out of the 8 episodes, I flicked through some pages of it, and realized it's a pretty faithful adaptation of its source material. Even parts that seem not to mean anything on a book, like a random line, is adapted perfectly into the series. By the way, the idea of adapting the novel into a miniseries rather than a 2-hour movie was a genius one, because, here, we have 8 hours to develop and adapt the plot of a 230-page book. Another thing that convinced me into watching this series was the fact that it was a John Green adaptation. I simply loved both “The Fault in Our Stars” and “Paper Towns”, because they are honest, true and really emotional portraits of people coming of age. And here, fortunately, it's not different. There are so many teen drama TV shows recently, but I'm glad that they chose the creator of some of the most famous shows in the genre to develop this specific show: Josh Schwartz, who created “The O.C.” and “Gossip Girl”. Ok, let's talk about the script. Generally, it's a really well-developed plot, with a perfect balance between comedy and drama. It's a story that can capture a well-calculated portrait of a teenage life turned upside down. If I had to compare it to another novel, I would make a very positive comparison to “The Perks of Being a Wallflower”, which is a marvelous coming-of-age book. We are presented to our protagonist, who starts off as a shy, introverted boy. And throughout the series, his attitudes gradually change, much like Charlie, from “The Perks...”. Something that fans of the book will notice is the expansion of points of view in the show if compared to the source material, which is narrated by Miles. Here, we have several “narrators”, many perspectives, especially the ones of the “Colonel”, Miles's roommate, and Alaska herself, which collaborates in making us care about these characters. We laugh with them, we cry with them, we feel for them, and most importantly, we grow with them. And the most interesting thing about “Looking for Alaska” is that, besides being a great source of entertainment, it also teaches us lessons, something that doesn't happen in “Riverdale”, for example. Here, we deal with themes like mental health, addictions, grief, beliefs and traumas, in a much more elaborate and much less shocking way than “13 Reasons Why”, another series in the teen drama genre. There wasn't a minute in this miniseries where I felt bored, I got myself invested into it from the very first scene. And just like previous John Green adaptations, “Looking for Alaska” is extremely emotional, unexpected, and above all, true and honest, so that it will surely attract the fans of the author.
In a nutshell, the script for “Looking for Alaska” makes a great use of 8 hours to make an adaptation that is faithful to the book that inspired it, while it also expands its universe.)



Ao falar do elenco, todos os atores nessa minissérie têm uma coisa em comum: todos fazem um trabalho maravilhoso em expressar diversas emoções. O Charlie Plummer dá um show aqui como Miles. Ele começa sendo aquele garoto esquisito, tímido, mas ao longo da série, vemos um desenvolvimento claro no personagem, que é sentido na performance dele. Outro personagem de John Green que me faz lembrar bastante do Miles é o Quentin, de “Cidades de Papel”, que possui um desenvolvimento bem similar, mas não tão emocionante quanto o protagonista dessa minissérie. A Kristine Froseth ganhou meu coração como a Alaska. Ela é o que a Margo, de “Cidades de Papel”, deveria ser: misteriosa, instável, que oscila entre vários estados de espírito. E ela encaixa perfeitamente no papel. Eu prevejo um futuro brilhante para essa atriz, e talvez, até algumas indicações para prêmios por causa dessa atuação. Temos um dos melhores personagens da série no “Coronel” de Denny Love, que consegue ser um fantástico alívio cômico, mas que também expressa um número surpreendentemente maior de emoções. É aquele raro alívio cômico com camadas, e eu adorei esse personagem. Temos desenvolvimentos menores, mas significativos nos personagens de Jay Lee e Sofia Vassilieva. E no elenco adulto, temos os personagens vividos por Timothy Simons, Ron Cephas Jones e Deneen Tyler, que, ao mesmo tempo que os mesmos se desenvolvem, também servem para mover os protagonistas adolescentes para frente, junto com a trama.
(When talking about the cast, there's one thing that every actor in this miniseries has in common: they all do a marvelous job in expressing several emotions. Charlie Plummer gives the performance of his life as Miles. He starts off as that weird, shy kid, but throughout the series, we see a clear development in his character, which is felt through his performance. Another John Green character that reminds me a lot of Miles is Quentin, from “Paper Towns”, who has a very similar development, although it's not as emotional as Miles's in this miniseries. Kristine Froseth won my heart over as Alaska. She is what Margo, from “Paper Towns”, should've been: mysterious, unstable, moody. And she fits the part perfectly. I predict a bright future for this actress, and maybe, even some award nominations because of her performance. We have one of the best characters in the show in Denny Love's “Colonel”, who manages to be an amazing comic relief, but he also expresses a surprisingly bigger quantity of emotions. He's that rare comic relief that also has layers, and I loved his character. We have smaller, but significant developments in the characters portrayed by Jay Lee and Sofia Vassilieva. And in the adult cast, we have Timothy Simons, Ron Cephas Jones and Deneen Tyler as significant adult roles that, at the same time that they develop their own story, also are there to move the teenage protagonists forward, along with the plot.)



Nos aspectos técnicos, não há nada de novo. Em tempos onde quase não é possível distinguir um filme de uma série pela qualidade técnica, “Looking for Alaska” segue as regras que séries de streaming estabeleceram no passado. A fotografia é muito boa, a edição faz um bom trabalho em deixar certos eventos implícitos, e em estabelecer pontos diferentes de linhas temporais. Por exemplo, quando há um flashback, o formato de tela aumenta, enquanto na época da série, a tela assume um formato mais widescreen, algo bem parecido com o que aconteceu em “O Grande Hotel Budapeste”, de Wes Anderson. Uma coisa que me atraiu bastante ao assistir a série foi a trilha sonora. Como a obra é ambientada no início dos anos 2000, temos uma trilha sonora que equilibra perfeitamente os sucessos da época, como The Killers, Coldplay e Gorillaz, mas também temos clássicos de décadas anteriores. É incrível como uma série consegue nos estabelecer em uma linha temporal por meio da trilha sonora. A direção de arte também é muito bem feita, conseguindo replicar perfeitamente as particularidades da época que serve de ambientação para a minissérie. Há um uso bem feito de CGI em um aspecto específico na minissérie, o qual os fãs do livro irão saber de imediato, mas nada de spoilers aqui.
(In the technical aspects, there's nothing new. In times where it's almost not possible to tell the difference between a movie and a TV show by its technical quality, “Looking for Alaska” follows the rules that streaming service shows have established in the past. The cinematography is really good, the editing does a great job in maintaining some events as implicit, and in establishing different points in the timeline. For example, when there's a flashback, the screen's format expands, while in the series's timeline, it assumes more of a widescreen format, something really similar to what happened in Wes Anderson's “The Grand Budapest Hotel”. One thing that really pulled me in while watching it was the soundtrack. As it is set in the early 2000s, we have a soundtrack that perfectly balances the hits of that time, like The Killers, Coldplay and Gorillaz, but we also have classics from previous decades. It's simply amazing how a TV series can insert you in a timeline through the soundtrack. The art direction is also really well done, managing to replicate the particular things about that time perfectly. There's a really good use of CGI in a very specific aspect in the miniseries, which fans of the book will immediately recognize, but no spoilers here.)



Resumindo, “Looking for Alaska” é uma minissérie imperdível. É um retrato bem dirigido, escrito e atuado sobre amadurecimento, que faz ótimo uso de 8 horas para desenvolver uma adaptação fiel ao livro que o inspirou, enquanto também expande o universo da obra original. O desempenho do elenco é simplesmente espetacular, e a trilha sonora é uma representação perfeita da época em que a minissérie é ambientada. Altamente recomendo para os fãs do livro e do John Green!

Nota: 10 de 10!

Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Looking for Alaska” is a miniseries you can't miss. It's a well-directed, written and performed portrait on growing up, which makes good use of 8 hours to develop a faithful adaptation to the book that inspired it, while also expanding on the original novel's universe. The performances by the cast are simply spectacular, and the soundtrack is a perfect representation of the time where the miniseries is set. Highly recommend it to fans of the book and fans of John Green!

I give it a 10 out of 10!

So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



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