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E aí, meus cinéfilos
queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, e vim aqui falar de um
filme que está sendo apontado como um dos principais indicados à
várias categorias do Oscar ano que vem. É a primeira produção de
um dos diretores mais renomados de todos os tempos para a Netflix, e
traz um elenco inacreditavelmente talentoso para contar uma incrível
história real. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “O
Irlandês”. Vamos lá!
(What's up, my dear
film buffs! How are you doing? I'm back, and I'm here to talk about a
film that's being pointed as one of the main nominees to several
categories in the Oscars next year. It's the first Netflix production
from one of the most acclaimed directors of all time, and reunites an
unbelievably talented cast to tell an incredible true story. So,
without further ado, let's talk about “The Irishman”. Let's go!)
O filme é narrado por
Frank “O Irlandês” Sheeran (Robert De Niro), um veterano da
Segunda Guerra Mundial condecorado que se envolve com uma família de
mafiosos, a família Bufalino, encabeçada por Russell (Joe Pesci).
Agora velho, ele começa a refletir sobre os eventos definitivos de
sua carreira no mundo do crime organizado, que tiveram um papel
crucial no desaparecimento de seu amigo, o sindicalista Jimmy Hoffa
(Al Pacino).
(The film is narrated
by Frank “The Irishman” Sheeran (Robert De Niro), a decorated
veteran from WWII who gets himself involved with a crime family, the
Bufalinos, whose boss is Russell (Joe Pesci). Now, as an old man, he
begins to reflect on the definitive events of his career in the crime
world, which played an essential part in the disappearance of his
friend, trade union leader Jimmy Hoffa (Al Pacino).)
Ok, antes de falar
sobre o filme em si, vou dedicar algumas linhas falando sobre minhas
expectativas para o filme. Antes de “O Irlandês” ser anunciado,
eu não tinha assistido à nenhum dos filmes de máfia que o Martin
Scorsese tinha feito. Há algum tempo atrás, finalmente tive a
chance de assistir a “Os Bons Companheiros” e adorei. Pra
acrescentar, tinha visto algumas críticas falando que esse filme
estava na mesma veia do que “Os Bons Companheiros”, então
coloquei minhas expectativas lá no alto. E além do mais, temos
Martin Scorsese, Robert De Niro, Joe Pesci, Al Pacino e Harvey Keitel
em um só filme. Só por causa dessa reunião de dar inveja, “O
Irlandês” é um filme que vale a pena assistir. Pode-se dizer que
esse filme representa dois extremos máximos na carreira de Scorsese:
é o filme mais longo e o filme mais caro que ele já fez. Se
brincar, é a produção mais ambiciosa que a Netflix fez até agora.
E essa ambição realmente valeu a pena, porque o filme é muito bom,
apesar que, na minha opinião, outros filmes do Scorsese são um
pouquinho melhores. Ok, vamos ao roteiro. Bom, para aqueles que nunca
viram um filme de máfia na vida, saibam que não é pancadaria, tiro
e porrada o tempo inteiro. Filmes do gênero tendem a possuir muito
diálogo, o que colabora para uma maior compreensão do que está
acontecendo. E é exatamente isso que acontece aqui: o filme tem
cenas de ação muito violentas e realistas, mas ele também é
repleto de diálogos explicativos e, como é baseado em fatos reais,
eles tornam o filme muito mais interessante. O roteiro transita entre
3 linhas temporais diferentes de forma bem orgânica, principalmente
por conta da edição. O artifício da narração em voice-over
colabora para que o espectador não fique perdido nas 3h30min de
duração (agora, “O Irlandês” é oficialmente o filme mais
longo que eu já vi na vida). O filme tem personagens muito bem
construídos, eles têm muita personalidade e incentivam o espectador
a pesquisar mais sobre eles quando os créditos começarem a ser
exibidos. O roteiro consegue muito bem transitar entre dois estados
de espírito: ao mesmo tempo que o filme é muito engraçado, ele
também consegue ser muito triste, pois é um filme que,
essencialmente, lida com os conceitos de pertencimento e culpa. E
essa culpa é muito bem abordada, especialmente nos momentos finais
do filme, que são de cortar o coração.
(Ok, before I start
talking about the film itself, I'm going to dedicate some time to
talk about my expectations for it. Before “The Irishman” was
announced, I had never seen any of the mafia films that Martin
Scorsese had directed before. Some months ago, I finally got the
chance to see “Goodfellas” and I loved it. And to make it even
better, I had read in some reviews that this movie followed the same
vibe as “Goodfellas”, so my expectations were sky high. And
besides, we have Martin Scorsese, Robert De Niro, Joe Pesci, Al
Pacino and Harvey Keitel working together in one film. Just because
of this reunion to die for, “The Irishman” is a film worth
watching. It can be said that this movie represents two maximum
extremes in Scorsese's career: it is both his longest-running and
most expensive film he's ever made. This is probably the most
ambitious production Netflix has ever been involved in, for that
matter. And that ambition really paid off, because it is a great
movie, although, in my opinion, some other Scorsese movies are a
little bit better. Ok, let's talk about the script. Well, for those
who haven't seen a mafia movie ever, know that it's not just endless
violence, with punches, blood, and guns galore. Films in this genre
tend to have a lot of dialogue, which collaborates for a higher
comprehension to what's going on. And that's exactly what happens
here: it does have violent and realistic action scenes, but it is
also filled with explanatory dialogue, which, because of the fact
that it is based on a true story, makes it a whole lot more
interesting to watch. The script follows 3 different timelines, and
the transition between them is made in a way that is very organic,
thanks to the editing. The voice-over narration really helps the
viewer in knowing what's going on, so that they don't get lost in the
extensive running time of 3 hours and 30 minutes (which makes “The
Irishman”, officially, the longest-running movie I've ever seen in
my life). It also has really well-developed characters, filled with
personality and they motivate the viewer in researching for their
story after the credits start rolling. One thing that the script does
wonderfully is transitioning between two moods: while it is really
funny, it can also be very sad, as it essentially deals with themes
of belonging and guilt. And that guilt is very well dealt with,
especially in the film's final moments, which are truly
heart-wrenching.)
Além de ter um roteiro
muito ambicioso, o elenco é de dar inveja a qualquer outro cineasta.
A começar pela trindade composta por Robert De Niro, Joe Pesci e Al
Pacino: ao meu ver, o Robert De Niro pode dificultar (e muito) a
corrida de Joaquin Phoenix ao Oscar de Melhor Ator, porque ele está
MUITO bom. A crise de identidade que o personagem dele tem ao longo
da trama é um dos pontos principais do filme, e o ator consegue
lidar com essa crise de modo estupendo. O Joe Pesci e o Al Pacino são
tão relevantes para a trama do que o De Niro, mas acho que no Oscar,
eles serão indicados a Melhor Ator Coadjuvante, porque as
performances deles estão inacreditavelmente boas. O Joe Pesci não
chega a ser tão sádico quanto o seu personagem em “Os Bons
Companheiros”, mas ele dá outra performance digna de prêmios e
extremamente convincente. Mas quem rouba o holofote é o Al Pacino.
Esse é um que tenho certeza que não vai sair do Oscar de mãos
vazias, pois ele interpreta um homem bem misterioso e muito
sarcástico, o que faz do Jimmy Hoffa de Al Pacino o meu personagem
favorito do filme. Em papéis coadjuvantes, mas que valem a pena
mencionar, temos Bobby Canavale, Ray Romano, Anna Paquin, Stephen
Graham, Harvey Keitel, Jesse Plemons e Jack Huston, e todos trabalham
muito bem com o material que é dado a cada um.
(Besides having a very
ambitious script, the cast of “The Irishman” can cause envy to
every other filmmaker. Starting with the trinity composed by Robert
De Niro, Joe Pesci and Al Pacino: in my opinion, Robert De Niro can
make Joaquin Phoenix's race for the Oscar for Best Actor (a lot)
harder, because he's REALLY good. The identity crisis his character
suffers with throughout the plot is one of the movie's main points,
and he manages to deal with this crisis in a stupendous way. Joe
Pesci and Al Pacino are just as relevant to the plot as De Niro is,
but I think that, in the Oscars, they will be nominated for Best
Supporting Actor, because their performances are unbelievably good.
Joe Pesci's character here is not as sadistic as his character in
“Goodfellas”, yet he delivers another award-worthy, extremely
convincing performance. But the showstopper here is Al Pacino. I'm
sure this one won't leave the Oscars empty-handed, as he plays a very
mysterious and really sarcastic man, which makes Al Pacino's Jimmy
Hoffa my favorite character in the film. In supporting, yet worth
mentioning roles, we have Bobby Canavale, Ray Romano, Anna Paquin,
Stephen Graham, Harvey Keitel, Jesse Plemons and Jack Huston, and all
of them work really well with the material that's given to each one
of them.)
Os aspectos técnicos
aqui são impecáveis, o que pode ser uma consequência do altíssimo
orçamento. A direção de fotografia é bem fluida, a câmera se
movimenta de maneira bem natural, o que é ótimo. A direção de
arte recria muito bem todas as épocas que o filme retrata, dos
figurinos aos cenários. Mas se alguns dos aspectos técnicos aqui
fossem 100% irretocáveis, esses seriam a edição, os efeitos
especiais e a maquiagem. A edição porque, como dito anteriormente,
o filme transita entre 3 linhas temporais diferentes, e de um modo
que não perde a atenção do espectador. Os efeitos especiais porque
há um raro caso de rejuvenescimento digital que realmente é
convincente e quase invisível aqui, exceto em um flashback da
Segunda Guerra Mundial, onde o rosto do Robert De Niro pareceu algo
que saiu de um videogame bem atualizado. E a maquiagem porque é um
dos principais modos pelo qual o espectador percebe a passagem de
tempo, o que é muito criativo. Na minha opinião, esse filme corre
na frente na disputa para alguns dos prêmios técnicos ano que vem,
em especial Melhor Montagem, Maquiagem e Penteado e Efeitos Visuais.
(The technical aspects
here are flawless, which may be a consequence of its really high
budget. The cinematography is really fluid, the camera moves in a
very natural way, which is great. The art direction manages to
recreate, in a very believable way, all the times the movie is set
in, from the costumes to the sets. But if some of the technical
aspects here were 100% perfect, those would be the editing, the
visual effects and the make-up. The editing because, as I said
before, the film transitions between 3 different timelines, and in a
way that doesn't lose the viewer's attention. The visual effects
because, here, we have a rare case of really convincing, almost
invisible digital de-aging, except in a WWII flashback, where Robert
De Niro's face looked like something out of a really recent
videogame. And the make-up because it's one of the main ways in which
the viewer can notice the passage of time, which is really creative.
In my opinion, this film is a frontrunner in the race for some of the
technical categories in the Oscars, especially Best Film Editing,
Makeup and Hairstyling and Visual Effects.)
Resumindo, “O
Irlandês” é um excelente filme. Com uma história real
impressionante como base, e fazendo uso de um elenco muito talentoso
e aspectos técnicos incríveis, Martin Scorsese retorna ao gênero
de máfia com grande estilo e ambição, o que pode ajudar o filme a
se tornar um destaque nas premiações do ano que vem!
Nota: 9,0 de 10!!
É isso, pessoal!
Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “The
Irishman” is an excellent film. With an astounding true story as
its basis, and making use of a very talented cast and incredible
technical aspects, Martin Scorsese returns to the mafia genre with
great style and ambition, which may really help the film in becoming
a highlight in next year's award season!
I give it a 9,0 out of
10!!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)