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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Os Filmes Mais Esperados de 2020 (na minha opinião) (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre alguns dos filmes mais esperados do ano para mim. Na postagem de hoje, pretendo listar os 5 filmes pelos quais eu estou mais esperando para ver em 2020, e como nenhum deles estreou até agora, tá valendo! Depois, vou listar alguns que ficaram de fora do top 5, mas que ainda assim, estou esperando muito. Então, vamos começar!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about some of the most anticipated movies of the year, for me. In today's post, I plan on listing the 5 films I'm expecting the most to watch in 2020, and as none of them premiered so far, it's still on! After, I'll list some that stayed out of the top 5, but that I'm still very interested in watching later this year. So, let's start this!)



E vamos começar com:
(And let's start with:)


5 – TENET, dirigido por Christopher Nolan – Previsão de estreia: 23 de julho
(5 – TENET, directed by Christopher Nolan – When to expect it: July 17)

Para ser honesto, originalmente, “Tenet” estava no terceiro lugar dessa lista, porque todo filme do Nolan é mais um evento do que um filme apenas. E vendo a filmografia do Nolan em geral, temos alguns filmes “normais” (a trilogia do Batman), alguns filmes não-convencionais, mas ainda compreensíveis (Dunkirk, A Origem, Amnésia) e os mindfucks completos, que deixam o espectador confuso e perplexo, pensando no filme por dias, sem saber se entendeu ou não (O Grande Truque, e Interestelar). E tomando por base o trailer, que já está na internet faz um tempo, Tenet pode cair tanto nessa segunda categoria, quanto na terceira. A essência do filme é ser uma história de espionagem com o artifício da viagem no tempo, e nas mãos do Christopher Nolan, temos duas opções: ou pode dar muito certo, e teremos um filme de viagem no tempo que será lembrado positivamente; ou pode acabar sendo confuso e complexo demais, no nível de “Interestelar” ou até de “Dark”, da Netflix. Pensando nessas duas possibilidades, mas ainda sendo otimista sobre as informações que o filme já trouxe (elenco de primeira linha, filmado em 7 países, e uma história de espionagem sob uma roupagem nova), coloco “Tenet” em quinto lugar nessa lista.
(To be honest, originally, “Tenet” was in third place in this list, because every Nolan film is more of an event than just a movie. And looking at Nolan's filmography in general, we have some “normal” films (the Batman trilogy), some unconventional yet comprehensible movies (Dunkirk, Inception, Memento), and the full-on mindfucks, that leave the viewer confused and perplexed, thinking about it for days, not even knowing if they understood it or not (The Prestige, and Interstellar). And by taking the trailer, which has been out there for a while, as basis, Tenet may as well fall on that second category, or maybe the third. The essence of it is to be an espionage story with a time travel twist, and in the hands of Christopher Nolan, we have two options: this either could turn out to be very good, and we'll have a time travel movie to remember positively; or this could turn out to be too confusing and complex, much like “Interstellar” or Netflix's “Dark”. Thinking about these two possibilities, but still remaining optimistic about all the information it has brought to us so far (A-list cast, filmed in 7 countries, and an espionage story with a refreshing set-up), I put “Tenet” in fifth place in this list.)




4 – TURMA DA MÔNICA: LIÇÕES, dirigido por Daniel Rezende – Previsão de estreia: 10 de dezembro
(4 – TURMA DA MÔNICA: LIÇÕES, directed by Daniel Rezende – When to expect it: TBD)

Todo mundo que leu a resenha de “Turma da Mônica – Laços” sabe que eu adorei o primeiro filme. Foi algo que conseguiu transferir da forma mais realista possível os quadrinhos do Maurício de Sousa para um filme live-action. Foi algo que me emocionou bastante, e sinceramente, sem brincadeira mesmo, foi um dos melhores filmes nacionais que eu já vi. Reunindo a mesma equipe criativa do primeiro filme, com Daniel Rezende retornando na direção, Thiago Dottori co-escrevendo o roteiro, e o quarteto composto por Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Gabriel Moreira e Laura Rauseo retornando aos papéis-título, só prevejo mais um sucesso para essa série de filmes da Turma. O melhor é que Lições promete ser mais simples e mais realista ainda do que o primeiro filme, com uma trama centrada no período escolar da Turminha do Limoeiro, e locações mais restritas, então tem tudo pra se equiparar ou até ser melhor do que Laços. Com sorte, teremos mais um filme para completar a trilogia de graphic novels dos irmãos Cafaggi, o que poderá começar um universo cinematográfico baseado nos quadrinhos e histórias do Maurício de Sousa, o que, na minha opinião, seria muito bom, tanto para o público-alvo, quanto para aqueles que ainda sentem a nostalgia ao ler essas revistinhas.
(Everyone who read my review for “Turma da Mônica – Laços” knows that I loved the first film. It was something that managed to fully transfer Mauricio de Sousa's comics in the most realistic way possible into a live-action film. It was something that moved me a lot, and honestly, I'm not joking around, it was one of the best Brazilian films I've ever seen. Gathering the same creative team as the first film, with Daniel Rezende returning to direct, Thiago Dottori co-writing the script, and the quartet composed by Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Gabriel Moreira and Laura Rauseo returning to the title roles, I can only predict another success for this series of films about Monica's Gang. The best thing is that Lições promises to be more simple and even more realistic than the first film, with a plot focused on the Gang's school period, and more restricted locations, so it literally has everything to be as good or even better than Laços. Luckily, we'll have one more movie in order to complete the Cafaggi siblings's trilogy of graphic novels, which might start a cinematic universe based on Mauricio de Sousa's comics and stories, which, in my opinion, would be very good, for both the target audience, and for those who still feel the nostalgia when reading these comics.)



3 – EM UM BAIRRO DE NOVA YORK, dirigido por Jon M. Chu – Previsão de estreia: 20 de agosto
(3 – IN THE HEIGHTS, directed by Jon M. Chu – When to expect it: June 26)

Todo mundo sabe que eu adoro um bom musical que faz você se sentir bem com a vida. O diferencial desse filme é que ele é baseado em um musical com músicas do Lin-Manuel Miranda, que, pra quem não sabe, é o criador do musical-fenômeno “Hamilton”, um dos musicais de maior sucesso da Broadway atualmente. (E se você, que está lendo esse texto agora, não ouviu ainda a trilha sonora de “Hamilton”, você não sabe o que está perdendo.) Só o trailer desse filme tem 3 coisas que me capturaram a atenção: 1) números musicais em conjunto; 2) coreografias extremamente bem trabalhadas; e 3) uma história que parece ser bastante comovente. Outras razões que me levam a esperar que nem louco esse filme são: a roteirista do filme, Quiara Alegría-Hudes, é a mesma do musical; o filme foi filmado exatamente no bairro em que ele é ambientado (Washington Heights, em Manhattan, Nova York); é um filme que irá tomar como ponto de vista principal a população latina de Nova York, e trazer a trama de mais uma década para os dias atuais, onde o preconceito contra ela cresceu e muito, o que pode colaborar ainda mais para o aspecto comovente da história. Veja o trailer abaixo, e tente não ficar animado para esse filme. Eu te desafio.
(Everyone knows I love a good, old movie musical that makes you feel good about life. The difference this movie has is that it is based on a musical with music by Lin-Manuel Miranda, who, for those who don't know, is the creator of the phenomenon musical “Hamilton”, one of the most successful musicals on Broadway these days. (And if you, who is reading this text right now, hasn't listened to the Hamilton soundtrack yet, you don't know what you're missing on.) Just by the trailer, there are 3 things that caught my attention: 1) ensemble musical numbers; 2) extremely well-coreographed coreography; and 3) a story that seems to be very moving. Other reasons that I'm really excited about this movie are: the screenwriter, Quiara Alegría-Hudes, is the same person that wrote the musical; the film was filmed exactly where it is set (Washington Heights, New York City); it's a film that will center on the Latino population of NYC, and that will bring the decade-old plot to the present day, where the prejudice against them grew significantly, which may collaborate for the moving, emotional aspect of the story even more. Check out the trailer below, and try not to feel excited for this movie. I dare you.)




2 – LAST NIGHT IN SOHO, dirigido por Edgar Wright – Previsão de estreia: 05 de novembro
(2 – LAST NIGHT IN SOHO, directed by Edgar Wright – When to expect it: September 25)

Só por ser um filme de terror psicológico com um artifício de viagem no tempo, “Last Night in Soho” já capturou minha atenção. Adicione à receita a direção de Edgar Wright (Scott Pilgrim Contra o Mundo, Em Ritmo de Fuga), e um elenco violento (Anya Taylor-Joy, Thomasin McKenzie, Matt Smith, Terence Stamp), e temos aí o que eu acho que pode ser um dos melhores filmes de terror do ano. Como ainda não temos trailer, o conceito do filme é o seguinte: uma menina (interpretada por Thomasin McKenzie), que é obcecada pelos anos 1960, encontra uma maneira de viver essa época através de uma conexão misteriosa com uma mulher que vive nos anos 60 (interpretada por Anya Taylor-Joy), mas ela aprende que cada desejo tem suas consequências. Wright tomou como inspiração os filmes de terror britânicos daquela época, em especial “Repulsa ao Sexo”, dirigido por Roman Polanski, que é um dos filmes mais angustiantes que eu já vi; e “Inverno de Sangue em Veneza”, dirigido por Nicolas Roeg, que é um dos filmes de terror psicológico mais influentes de todos os tempos. Então, com esses filmaços como inspiração, é só esperar que Wright faça um filmaço tão bom quanto os que o inspirou a fazer “Last Night in Soho”.
(Just for the sake of being a psychological horror with a time travel twist, “Last Night in Soho” already caught my attention. Now, add to the recipe the direction of Edgar Wright (Scott Pilgrim vs the World, Baby Driver), and a killer cast (Anya Taylor-Joy, Thomasin McKenzie, Matt Smith, Terence Stamp), and then we have what I think that could be one of the best horror films of the year. As we still don't have a trailer for it, here's the concept: a girl (portrayed by Thomasin McKenzie), who is fascinated with the 1960, finds a way of living in that time through a mysterious connection with a woman who actually lives in the 60s (portrayed by Anya Taylor-Joy), but she learns that every wish has its consequences. Wright was inspired by British horror films of that time in order to make this one, especially “Repulsion”, directed by Roman Polanski, which is one of the most spine-tingling movies I've ever seen; and “Don't Look Now”, directed by Nicolas Roeg, which is one of the most influential psychological horror movies ever. So, with these awesome movies as inspiration, one could only hope that Wright makes a movie that's just as awesome as the ones who inspired it.)



1 – THE FRENCH DISPATCH, dirigido por Wes Anderson – Previsão de estreia: não há ainda
(1 – THE FRENCH DISPATCH, directed by Wes Anderson – When to expect it: July 24)

Quando um ano tem filme do Wes Anderson previsto para estrear, não tem pra ninguém na minha lista. Mesmo se o filme não fosse sobre um assunto que adiciona uma camada extra de significação pra mim, ainda seria o filme mais esperado do ano. Mas como é um filme dirigido pelo meu diretor favorito, e é sobre JORNALISMO (para quem ainda não sabe, sou estudante de jornalismo na faculdade), aí, pronto, já ganhou mais importância e mais uma razão para ocupar o primeiro lugar nessa lista. É um filme que reúne Anderson com seus colaboradores frequentes, tanto no elenco (Bill Murray, Frances McDormand, Tilda Swinton, Owen Wilson, Adrien Brody, e Jason Schwartzman), quanto nos departamentos técnicos (Robert Yeoman na direção de fotografia; Alexandre Desplat na trilha sonora; Roman Coppola, Hugo Guinness e Jason Schwartzman no roteiro), e também possui o MESMO orçamento de “O Grande Hotel Budapeste”, que é o filme mais tecnicamente sofisticado dele até agora, então tem literalmente TUDO para alcançar o mesmo reconhecimento que “Budapeste” teve, e quem sabe, talvez o tão esperado Oscar do Wes finalmente venha por causa desse filme. É o que todos nós esperamos. Por essas razões (e por muitas outras que não irei listar aqui, porque senão, ia ficar grande demais), “The French Dispatch” é o filme mais esperado do ano, para mim, e com razão.
(When a year has a Wes Anderson film premiering in it, there's no way anybody can compete with it in my book. Even if this wasn't about a subject that infuses it with an extra layer of significance for me, it would still be the most anticipated movie of the year. But as it is a film directed by my favorite director, and it's also about JOURNALISM (for those who still don't know, I am majoring in Journalism in college), then, that's it, it's already more important and more worthy of occupying the first place in this list. It's a film that reunites Anderson with his frequent collaborators, both in the cast (Bill Murray, Frances McDormand, Tilda Swinton, Owen Wilson, Adrien Brody, and Jason Schwartzman), and in the technical departments (Robert Yeoman in cinematography; Alexandre Desplat in the score; Roman Coppola, Hugo Guinness, and Jason Schwartzman co-writing it), and it also has THE VERY SAME budget as “The Grand Budapest Hotel”, which is his most technically sophisticated movie yet, so it has literally EVERYTHING to achieve the same level of recognition that “Budapest” did, and who knows, maybe Wes's awaited Academy Award finally comes to fruition because of this movie. It's what we all hope. For those reasons (and many more I won't list here, as the post would get really big), “The French Dispatch” is the most anticipated movie of the year for me, and rightfully so.)




MENÇÕES HONROSAS:
(HONORABLE MENTIONS:)

  • OS NOVOS MUTANTES, dirigido por Josh Boone
    (THE NEW MUTANTS, directed by Josh Boone)

  • DUNA, dirigido por Denis Villeneuve
    (DUNE, directed by Denis Villeneuve)

  • I'M THINKING OF ENDING THINGS, filme original da Netflix dirigido por Charlie Kaufman
    (I'M THINKING OF ENDING THINGS, a Netflix Original film directed by Charlie Kaufman)

  • MANK, filme original da Netflix dirigido por David Fincher
    (MANK, a Netflix Original film directed by David Fincher)

  • SOUL, dirigido por Pete Docter
    (SOUL, directed by Pete Docter)

  • BILL E TED 3, dirigido por Dean Parisot
    (BILL AND TED FACE THE MUSIC, directed by Dean Parisot)


Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

"Aves de Rapina": o que "Esquadrão Suicida" deveria ter sido (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre o filme que marca o retorno de uma das personagens mais interessantes do Universo Estendido da DC. Tendo um roteiro engraçado como base, com personagens femininas bem desenvolvidas e com um pouco mais de violência do que o normal, o filme em questão mostra, mesmo com alguns problemas, como poderia ser o modelo das narrativas da DC, para que o estilo desses filmes possa realmente ser diferenciado. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs? How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the film that marks the return of one of the most interesting characters in the DC Extended Universe. With a funny script as basis, containing well developed female characters and with a little bit more of violence than usual, the film I'm about to discuss shows, even with a few problems, how the model of DC narratives could be, so that the style of their movies could really be different. So, without further ado, let's talk about “Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)”. Let's go!)



Ambientado após os eventos de “Esquadrão Suicida”, o filme segue Harleen Quinzel/Arlequina (Margot Robbie) em busca de algo para fazer, e alguém para satisfazer, depois de seu término com o Coringa. Ela encontra essa pessoa na pele de Roman Sionis/Máscara Negra (Ewan McGregor), que lhe dá uma missão: encontrar uma garota, Cassandra Cain (Ella Jay Basco), que está escondendo um diamante que dará acesso a uma fortuna. Mal Arlequina sabe que quase toda Gotham também está atrás da menina, incluindo uma policial (Rosie Perez), uma cantora (Jurnee Smollett-Bell) e uma vigilante (Mary Elizabeth Winstead).
(Set after the events of “Suicide Squad”, the film follows Harleen Quinzel/Harley Quinn (Margot Robbie) searching for something to do, and someone to please, after her break-up with the Joker. She finds that person in the skin of Roman Sionis/Black Mask (Ewan McGregor), who gives her a mission: find a girl, Cassandra Cain (Ella Jay Basco), who is hiding a diamond that can give access to a fortune. But barely does Harley know that almost all of Gotham is also after the girl, including a detective (Rosie Perez), a club singer (Jurnee Smollett-Bell) and a vigilante (Mary Elizabeth Winstead).)



Seria apropriado dizer que eu estava bem animado para esse filme, porque eu simplesmente amei a Margot Robbie como a Arlequina em “Esquadrão Suicida”. Mas antes de falar sobre o filme em si, vou fazer uma breve comparação que deixará muitos de vocês perplexos, mas pode deixar que eu explico: a trajetória da Arlequina no Universo da DC é extremamente similar à trajetória do Deadpool no Universo X-Men, no sentido de que ambos os personagens foram contidos em filmes para menores massacrados pela crítica, e ambos encontraram sua digna redenção e liberdade em bons filmes com uma classificação indicativa mais restrita e um orçamento menor. Dito isso, “Aves de Rapina” é basicamente o que “Esquadrão Suicida” deveria ter sido: um equilíbrio perfeito entre tons leves e sombrios, com protagonistas igualmente desenvolvidos, uma classificação indicativa alta e pouco ou quase nenhum uso de CGI. Uma coisa boa sobre o roteiro desse filme é o fato dele ter sido escrito pela Christina Hodson, a mesma responsável pelo roteiro do melhor filme dos Transformers, “Bumblebee”. Ela cria aqui uma narrativa não-linear, narrada pela Arlequina, que vai e volta para apresentar propriamente suas protagonistas. As personagens-título, ou seja, as Aves de Rapina, são muito bem desenvolvidas. Hodson injeta muita personalidade nessas personagens, o que faz com que o espectador passe a se importar com elas. Claro, algumas ganham mais atenção do que outras, mas o roteiro trabalha muito bem todas as suas protagonistas, tanto de forma separada quanto em conjunto. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre os personagens masculinos, e literalmente todos eles são taxados como vilões. O problema aqui não é que todos os homens são vilões, mas eles são personagens rasos, unidimensionais e superficiais. Pensei que a DC, munida com uma classificação mais alta, poderia resolver o típico problema do “vilão sem uma motivação visível ou crível”, mas infelizmente, isso não se concretizou com o Máscara Negra nesse filme. São extremamente raros os casos de vilões críveis nesse Universo da DC (o único que me vem à cabeça é o Dr. Silvana, de “Shazam!”), e essa é uma lição que esse universo precisa aprender com alguns dos vilões de sua concorrente, a Marvel (por exemplo, o Killmonger, de “Pantera Negra”, ou o Thanos). A classificação indicativa alta ajuda a diferenciar esse filme tanto do Universo da DC quanto do da Marvel, por meio de muita linguagem depreciativa e um pouco mais de violência, que não é extrema, no nível “Deadpool”, e sim extremamente estilizada, com pitadas de sangue aqui e ali. É um filme bem mais pé no chão do que o que o Universo DC teve a oferecer até agora, não existe quase nenhum aspecto paranormal ou fantasioso, e pra mim, são esses tipos de passos que a DC precisa andar pra se diferenciar do espetáculo visual cheio de CGI que são os filmes da Marvel. Nos aspectos de roteiro, eu diria que esse seria um dos melhores que esse universo teve a oferecer até agora, porque está muito bom, mas ainda poderia melhorar em alguns aspectos.
(It would be appropriate for me to say that I was really excited for this film, because I simply loved Margot Robbie as Harley Quinn in “Suicide Squad”. But before I start talking about the film itself, I'll make a brief comparison that may leave some of you baffled, but I'll explain: Harley Quinn's trajectory in the DC Extended Universe is extremely similar to Deadpool's trajectory in the X-Men Universe, as both characters were contained in PG-13 movies that were massacred by the critics, and both of them found their worthy redemption and liberty in good R-rated films with a smaller budget. With that said, “Birds of Prey” is basically what “Suicide Squad” should've been: a perfect balance between lighter and darker tones, with equally developed protagonists, a more restricted rating and few to no use of CGI. A good thing about the script of this film is the fact that it was written by Christina Hodson, who was responsible for the best Transformers movie yet, “Bumblebee”. Here, she creates a non-linear narrative, narrated by Harley, that goes back and forth in its timeline in order to properly introduce the protagonists. The title characters, or the Birds of Prey, are really well developed. Hodson injects loads of personality into these characters, which makes the viewer care about them. Sure, some of them gain more attention than others, but the script works with these characters really well, both when they are separated and together. Unfortunately, the same cannot be said about the male characters, and literally all of them are labeled as villains. That's not the problem, the real pickle here is that all of the male characters are shallow, one-dimensional and superficial. I thought that DC, with a higher rating, could be able to solve the constant “villain without a visible or believable motivation” problem, but unfortunately, that didn't come true with Black Mask in this film. There are extremely rare cases of actually believable villains in this DC universe (the only one that comes to my mind now is Shazam!'s Dr. Silvana), and that's a lesson that they have to learn with some of the competition's (Marvel) villains, like for example, Black Panther's Killmonger or Thanos. The restricted rating helps in making this movie different from both the DC and the Marvel universe, through lots of language, and a little bit more of violence, which isn't extreme, like “Deadpool”, but it's extremely stylized, with little bits of blood here and there. It's a much more “down to Earth” film than what the DC Universe had to offer so far, there isn't almost any paranormal or fantasy aspect, and to me, those are the kinds of steps that DC has to walk in order to differentiate itself from the CGI-infused visual spectacle of Marvel movies. In script aspects, I'd say this is one of the best that DC had to offer so far, because it's really good, but it could've been even better.)



O elenco é muito bom e trabalha muito bem com o que o roteiro tem a oferecer. A Margot Robbie consegue libertar a personalidade irreverente da Arlequina nesse filme. Ela é uma excelente narradora, e ela é a personagem que conecta todos os pontos da história, o que é bastante similar ao que o Deadpool faz nos filmes-solo dele (tem até quebra da quarta parede aqui). Não seria exagero dizer que ela é a protagonista, porque acho que ela tem o maior tempo de tela, é ela quem recebe a maior quantidade de atenção no filme. A Rosie Perez, a Jurnee Smollett-Bell e a Mary Elizabeth Winstead interpretam personagens extremamente interessantes, que possuem um futuro bem promissor nesse universo cinematográfico. A personagem da Ella Jay Basco tem uma dinâmica bem engraçada com a Arlequina, e é uma das personagens chave do filme. Os únicos aspectos que me desapontaram nesse elenco foram as atuações do Ewan McGregor como o Máscara Negra e o Chris Messina como o Victor Zsasz, porque ambos são bons atores, mas o roteiro não desenvolve seus personagens de uma maneira profunda, transformando-os em vilões meia-boca, e isso é refletido nas performances dos atores.
(The cast is really good and works really well with what the script has to offer. Margot Robbie manages to set Harley Quinn's irreverent personality free in this film. She's an excellent narrator, and she's the character that connects all the dots of the story, which is really similar to what Deadpool does in his solo movies (there are even fourth-wall breaks here). It wouldn't be an exaggeration to say that she's the main character, because I think she has the most screen time, she's the one who receives the biggest amount of attention in the film. Rosie Perez, Jurnee Smollett-Bell and Mary Elizabeth Winstead portray extremely interesting characters, who have a promising future in this cinematic universe ahead of them. Ella Jay Basco's character has a really funny chemistry with Harley, and is one of the film's key characters. The only aspects that disappointed me in this cast were the performances by Ewan McGregor and Victor Messina as Black Mask and Victor Zsasz, because they're both good actors, but the script doesn't develop their characters with depth, transforming them into so-so villains, and that's reflected in the actors' performances.)



Os aspectos técnicos desse filme são muito bem trabalhados. Visualmente, é um filme bem vibrante e colorido. A trilha sonora é composta de músicas muito boas, algumas com uma veia mais eletrônica. As cenas de luta são muito bem filmadas e coreografadas, o elenco de dublês mandou super bem. Uma coisa que me deixou feliz nesse filme foi a falta quase completa de CGI, o que realmente ajuda a colocar os pés desse filme cada vez mais próximos do chão. A violência, como dito anteriormente, não é tão extrema assim; só há duas cenas, pelo menos pra mim, que foram realmente diferentes (e mais explícitas) do que estamos acostumados, mas eu realmente gostei desse passo que a DC deu pra frente, de oferecer algo mais violento e menos fantasioso. Há alguns easter-eggs de “Esquadrão Suicida”, para estabelecer a continuidade do filme, o que eu achei bem divertido. E a montagem desse filme é muito bem feita, porque como se trata de uma narrativa não-linear, ela precisa ir pra frente e pra trás sem que o espectador se perca, e eu, pelo menos, não me perdi em nenhum ponto da história, então temos aí mais um ponto positivo.
(The technical aspects here are really well done. Visually, it's a really vibrant and colorful film. The soundtrack is composed by some really good songs, with a few of them having a more electronic vibe. The fight scenes are really well filmed and coreographed, the stunt double cast was excellent here. One thing that made me happy in this film was the almost complete lack of CGI, which really helps in keeping this movie's feet close to the ground. The violence, as previously said, isn't that extreme; there are just two scenes, at least for me, that were really different (and more explicit) than what we're used to, but I really enjoyed this step forward from DC, for offering something more violent and less unrealistic. There are some easter eggs from “Suicide Squad”, in order to establish the film's continuity, which I thought it was quite fun. And the editing is really well done, because as it's a non-linear narrative, it needs to go back and forth without losing the viewer's attention, and I, at least, did not feel lost in any point in the story, so, that's another positive point.)



Resumindo, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” marca o retorno digno e irreverente de uma das melhores personagens do Universo Estendido da DC. É um filme engraçado, com personagens femininas bem desenvolvidas, levemente violento, e mais realista, que mostra como, através do conserto de alguns problemas, a DC poderia se diferenciar da Marvel.

Nota: 8,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)” marks the worthy and irreverent return of one of the best characters in the DC Extended Universe. It's a funny, slightly violent, and more realistic film with well developed female characters, that shows how, through the adjustment of a few problems, DC could differentiate itself from Marvel.

I give it an 8,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)