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E aí, meus cinéfilos
queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre o
filme que marca o retorno de uma das personagens mais interessantes
do Universo Estendido da DC. Tendo um roteiro engraçado como base,
com personagens femininas bem desenvolvidas e com um pouco mais de
violência do que o normal, o filme em questão mostra, mesmo com
alguns problemas, como poderia ser o modelo das narrativas da DC,
para que o estilo desses filmes possa realmente ser diferenciado.
Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Aves de Rapina:
Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”. Vamos lá!
(What's up, my dear
film buffs? How are you guys doing? I'm back, in order to talk about
the film that marks the return of one of the most interesting
characters in the DC Extended Universe. With a funny script as basis,
containing well developed female characters and with a little bit
more of violence than usual, the film I'm about to discuss shows,
even with a few problems, how the model of DC narratives could be, so
that the style of their movies could really be different. So, without
further ado, let's talk about “Birds of Prey (and the Fantabulous
Emancipation of One Harley Quinn)”. Let's go!)
Ambientado após os
eventos de “Esquadrão Suicida”, o filme segue Harleen
Quinzel/Arlequina (Margot Robbie) em busca de algo para fazer, e
alguém para satisfazer, depois de seu término com o Coringa. Ela
encontra essa pessoa na pele de Roman Sionis/Máscara Negra (Ewan
McGregor), que lhe dá uma missão: encontrar uma garota, Cassandra
Cain (Ella Jay Basco), que está escondendo um diamante que dará
acesso a uma fortuna. Mal Arlequina sabe que quase toda Gotham também
está atrás da menina, incluindo uma policial (Rosie Perez), uma
cantora (Jurnee Smollett-Bell) e uma vigilante (Mary Elizabeth
Winstead).
(Set after the events
of “Suicide Squad”, the film follows Harleen Quinzel/Harley Quinn
(Margot Robbie) searching for something to do, and someone to please,
after her break-up with the Joker. She finds that person in the skin
of Roman Sionis/Black Mask (Ewan McGregor), who gives her a mission:
find a girl, Cassandra Cain (Ella Jay Basco), who is hiding a diamond
that can give access to a fortune. But barely does Harley know that
almost all of Gotham is also after the girl, including a detective
(Rosie Perez), a club singer (Jurnee Smollett-Bell) and a vigilante
(Mary Elizabeth Winstead).)
Seria apropriado dizer
que eu estava bem animado para esse filme, porque eu simplesmente
amei a Margot Robbie como a Arlequina em “Esquadrão Suicida”.
Mas antes de falar sobre o filme em si, vou fazer uma breve
comparação que deixará muitos de vocês perplexos, mas pode deixar
que eu explico: a trajetória da Arlequina no Universo da DC é
extremamente similar à trajetória do Deadpool no Universo X-Men, no
sentido de que ambos os personagens foram contidos em filmes para
menores massacrados pela crítica, e ambos encontraram sua digna
redenção e liberdade em bons filmes com uma classificação
indicativa mais restrita e um orçamento menor. Dito isso, “Aves de
Rapina” é basicamente o que “Esquadrão Suicida” deveria ter
sido: um equilíbrio perfeito entre tons leves e sombrios, com
protagonistas igualmente desenvolvidos, uma classificação
indicativa alta e pouco ou quase nenhum uso de CGI. Uma coisa boa
sobre o roteiro desse filme é o fato dele ter sido escrito pela
Christina Hodson, a mesma responsável pelo roteiro do melhor filme
dos Transformers, “Bumblebee”. Ela cria aqui uma narrativa
não-linear, narrada pela Arlequina, que vai e volta para apresentar
propriamente suas protagonistas. As personagens-título, ou seja, as
Aves de Rapina, são muito bem desenvolvidas. Hodson injeta muita
personalidade nessas personagens, o que faz com que o espectador
passe a se importar com elas. Claro, algumas ganham mais atenção do
que outras, mas o roteiro trabalha muito bem todas as suas
protagonistas, tanto de forma separada quanto em conjunto.
Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre os personagens
masculinos, e literalmente todos eles são taxados como vilões. O
problema aqui não é que todos os homens são vilões, mas eles são
personagens rasos, unidimensionais e superficiais. Pensei que a DC,
munida com uma classificação mais alta, poderia resolver o típico
problema do “vilão sem uma motivação visível ou crível”, mas
infelizmente, isso não se concretizou com o Máscara Negra nesse
filme. São extremamente raros os casos de vilões críveis nesse
Universo da DC (o único que me vem à cabeça é o Dr. Silvana, de
“Shazam!”), e essa é uma lição que esse universo precisa
aprender com alguns dos vilões de sua concorrente, a Marvel (por
exemplo, o Killmonger, de “Pantera Negra”, ou o Thanos). A
classificação indicativa alta ajuda a diferenciar esse filme tanto
do Universo da DC quanto do da Marvel, por meio de muita linguagem
depreciativa e um pouco mais de violência, que não é extrema, no
nível “Deadpool”, e sim extremamente estilizada, com pitadas de
sangue aqui e ali. É um filme bem mais pé no chão do que o que o
Universo DC teve a oferecer até agora, não existe quase nenhum
aspecto paranormal ou fantasioso, e pra mim, são esses tipos de
passos que a DC precisa andar pra se diferenciar do espetáculo
visual cheio de CGI que são os filmes da Marvel. Nos aspectos de
roteiro, eu diria que esse seria um dos melhores que esse universo
teve a oferecer até agora, porque está muito bom, mas ainda poderia
melhorar em alguns aspectos.
(It would be
appropriate for me to say that I was really excited for this film,
because I simply loved Margot Robbie as Harley Quinn in “Suicide
Squad”. But before I start talking about the film itself, I'll make
a brief comparison that may leave some of you baffled, but I'll
explain: Harley Quinn's trajectory in the DC Extended Universe is
extremely similar to Deadpool's trajectory in the X-Men Universe, as
both characters were contained in PG-13 movies that were massacred by
the critics, and both of them found their worthy redemption and
liberty in good R-rated films with a smaller budget. With that said,
“Birds of Prey” is basically what “Suicide Squad” should've
been: a perfect balance between lighter and darker tones, with
equally developed protagonists, a more restricted rating and few to
no use of CGI. A good thing about the script of this film is the fact
that it was written by Christina Hodson, who was responsible for the
best Transformers movie yet, “Bumblebee”. Here, she creates a
non-linear narrative, narrated by Harley, that goes back and forth in
its timeline in order to properly introduce the protagonists. The
title characters, or the Birds of Prey, are really well developed.
Hodson injects loads of personality into these characters, which
makes the viewer care about them. Sure, some of them gain more
attention than others, but the script works with these characters
really well, both when they are separated and together.
Unfortunately, the same cannot be said about the male characters, and
literally all of them are labeled as villains. That's not the
problem, the real pickle here is that all of the male characters are
shallow, one-dimensional and superficial. I thought that DC, with a
higher rating, could be able to solve the constant “villain without
a visible or believable motivation” problem, but unfortunately,
that didn't come true with Black Mask in this film. There are
extremely rare cases of actually believable villains in this DC
universe (the only one that comes to my mind now is Shazam!'s Dr.
Silvana), and that's a lesson that they have to learn with some of
the competition's (Marvel) villains, like for example, Black
Panther's Killmonger or Thanos. The restricted rating helps in making
this movie different from both the DC and the Marvel universe,
through lots of language, and a little bit more of violence, which
isn't extreme, like “Deadpool”, but it's extremely stylized, with
little bits of blood here and there. It's a much more “down to
Earth” film than what the DC Universe had to offer so far, there
isn't almost any paranormal or fantasy aspect, and to me, those are
the kinds of steps that DC has to walk in order to differentiate
itself from the CGI-infused visual spectacle of Marvel movies. In
script aspects, I'd say this is one of the best that DC had to offer
so far, because it's really good, but it could've been even better.)
O elenco é muito bom e
trabalha muito bem com o que o roteiro tem a oferecer. A Margot
Robbie consegue libertar a personalidade irreverente da Arlequina
nesse filme. Ela é uma excelente narradora, e ela é a personagem
que conecta todos os pontos da história, o que é bastante similar
ao que o Deadpool faz nos filmes-solo dele (tem até quebra da quarta
parede aqui). Não seria exagero dizer que ela é a protagonista,
porque acho que ela tem o maior tempo de tela, é ela quem recebe a
maior quantidade de atenção no filme. A Rosie Perez, a Jurnee
Smollett-Bell e a Mary Elizabeth Winstead interpretam personagens
extremamente interessantes, que possuem um futuro bem promissor nesse
universo cinematográfico. A personagem da Ella Jay Basco tem uma
dinâmica bem engraçada com a Arlequina, e é uma das personagens
chave do filme. Os únicos aspectos que me desapontaram nesse elenco
foram as atuações do Ewan McGregor como o Máscara Negra e o Chris
Messina como o Victor Zsasz, porque ambos são bons atores, mas o
roteiro não desenvolve seus personagens de uma maneira profunda,
transformando-os em vilões meia-boca, e isso é refletido nas
performances dos atores.
(The cast is really
good and works really well with what the script has to offer. Margot
Robbie manages to set Harley Quinn's irreverent personality free in
this film. She's an excellent narrator, and she's the character that
connects all the dots of the story, which is really similar to what
Deadpool does in his solo movies (there are even fourth-wall breaks
here). It wouldn't be an exaggeration to say that she's the main
character, because I think she has the most screen time, she's the
one who receives the biggest amount of attention in the film. Rosie
Perez, Jurnee Smollett-Bell and Mary Elizabeth Winstead portray
extremely interesting characters, who have a promising future in this
cinematic universe ahead of them. Ella Jay Basco's character has a
really funny chemistry with Harley, and is one of the film's key
characters. The only aspects that disappointed me in this cast were
the performances by Ewan McGregor and Victor Messina as Black Mask
and Victor Zsasz, because they're both good actors, but the script
doesn't develop their characters with depth, transforming them into
so-so villains, and that's reflected in the actors' performances.)
Os aspectos técnicos
desse filme são muito bem trabalhados. Visualmente, é um filme bem
vibrante e colorido. A trilha sonora é composta de músicas muito
boas, algumas com uma veia mais eletrônica. As cenas de luta são
muito bem filmadas e coreografadas, o elenco de dublês mandou super
bem. Uma coisa que me deixou feliz nesse filme foi a falta quase
completa de CGI, o que realmente ajuda a colocar os pés desse filme
cada vez mais próximos do chão. A violência, como dito
anteriormente, não é tão extrema assim; só há duas cenas, pelo
menos pra mim, que foram realmente diferentes (e mais explícitas) do
que estamos acostumados, mas eu realmente gostei desse passo que a DC
deu pra frente, de oferecer algo mais violento e menos fantasioso. Há
alguns easter-eggs de “Esquadrão Suicida”, para estabelecer a
continuidade do filme, o que eu achei bem divertido. E a montagem
desse filme é muito bem feita, porque como se trata de uma narrativa
não-linear, ela precisa ir pra frente e pra trás sem que o
espectador se perca, e eu, pelo menos, não me perdi em nenhum ponto
da história, então temos aí mais um ponto positivo.
(The technical aspects
here are really well done. Visually, it's a really vibrant and
colorful film. The soundtrack is composed by some really good songs,
with a few of them having a more electronic vibe. The fight scenes
are really well filmed and coreographed, the stunt double cast was
excellent here. One thing that made me happy in this film was the
almost complete lack of CGI, which really helps in keeping this
movie's feet close to the ground. The violence, as previously said,
isn't that extreme; there are just two scenes, at least for me, that
were really different (and more explicit) than what we're used to,
but I really enjoyed this step forward from DC, for offering
something more violent and less unrealistic. There are some easter
eggs from “Suicide Squad”, in order to establish the film's
continuity, which I thought it was quite fun. And the editing is
really well done, because as it's a non-linear narrative, it needs to
go back and forth without losing the viewer's attention, and I, at
least, did not feel lost in any point in the story, so, that's
another positive point.)
Resumindo, “Aves de
Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” marca o retorno
digno e irreverente de uma das melhores personagens do Universo
Estendido da DC. É um filme engraçado, com personagens femininas
bem desenvolvidas, levemente violento, e mais realista, que mostra
como, através do conserto de alguns problemas, a DC poderia se
diferenciar da Marvel.
Nota: 8,5 de 10!!
É isso, pessoal!
Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Birds
of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)”
marks the worthy and irreverent return of one of the best characters
in the DC Extended Universe. It's a funny, slightly violent, and more
realistic film with well developed female characters, that shows how,
through the adjustment of a few problems, DC could differentiate
itself from Marvel.
I give it an 8,5 out of
10!!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
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