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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

"Aves de Rapina": o que "Esquadrão Suicida" deveria ter sido (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre o filme que marca o retorno de uma das personagens mais interessantes do Universo Estendido da DC. Tendo um roteiro engraçado como base, com personagens femininas bem desenvolvidas e com um pouco mais de violência do que o normal, o filme em questão mostra, mesmo com alguns problemas, como poderia ser o modelo das narrativas da DC, para que o estilo desses filmes possa realmente ser diferenciado. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs? How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the film that marks the return of one of the most interesting characters in the DC Extended Universe. With a funny script as basis, containing well developed female characters and with a little bit more of violence than usual, the film I'm about to discuss shows, even with a few problems, how the model of DC narratives could be, so that the style of their movies could really be different. So, without further ado, let's talk about “Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)”. Let's go!)



Ambientado após os eventos de “Esquadrão Suicida”, o filme segue Harleen Quinzel/Arlequina (Margot Robbie) em busca de algo para fazer, e alguém para satisfazer, depois de seu término com o Coringa. Ela encontra essa pessoa na pele de Roman Sionis/Máscara Negra (Ewan McGregor), que lhe dá uma missão: encontrar uma garota, Cassandra Cain (Ella Jay Basco), que está escondendo um diamante que dará acesso a uma fortuna. Mal Arlequina sabe que quase toda Gotham também está atrás da menina, incluindo uma policial (Rosie Perez), uma cantora (Jurnee Smollett-Bell) e uma vigilante (Mary Elizabeth Winstead).
(Set after the events of “Suicide Squad”, the film follows Harleen Quinzel/Harley Quinn (Margot Robbie) searching for something to do, and someone to please, after her break-up with the Joker. She finds that person in the skin of Roman Sionis/Black Mask (Ewan McGregor), who gives her a mission: find a girl, Cassandra Cain (Ella Jay Basco), who is hiding a diamond that can give access to a fortune. But barely does Harley know that almost all of Gotham is also after the girl, including a detective (Rosie Perez), a club singer (Jurnee Smollett-Bell) and a vigilante (Mary Elizabeth Winstead).)



Seria apropriado dizer que eu estava bem animado para esse filme, porque eu simplesmente amei a Margot Robbie como a Arlequina em “Esquadrão Suicida”. Mas antes de falar sobre o filme em si, vou fazer uma breve comparação que deixará muitos de vocês perplexos, mas pode deixar que eu explico: a trajetória da Arlequina no Universo da DC é extremamente similar à trajetória do Deadpool no Universo X-Men, no sentido de que ambos os personagens foram contidos em filmes para menores massacrados pela crítica, e ambos encontraram sua digna redenção e liberdade em bons filmes com uma classificação indicativa mais restrita e um orçamento menor. Dito isso, “Aves de Rapina” é basicamente o que “Esquadrão Suicida” deveria ter sido: um equilíbrio perfeito entre tons leves e sombrios, com protagonistas igualmente desenvolvidos, uma classificação indicativa alta e pouco ou quase nenhum uso de CGI. Uma coisa boa sobre o roteiro desse filme é o fato dele ter sido escrito pela Christina Hodson, a mesma responsável pelo roteiro do melhor filme dos Transformers, “Bumblebee”. Ela cria aqui uma narrativa não-linear, narrada pela Arlequina, que vai e volta para apresentar propriamente suas protagonistas. As personagens-título, ou seja, as Aves de Rapina, são muito bem desenvolvidas. Hodson injeta muita personalidade nessas personagens, o que faz com que o espectador passe a se importar com elas. Claro, algumas ganham mais atenção do que outras, mas o roteiro trabalha muito bem todas as suas protagonistas, tanto de forma separada quanto em conjunto. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre os personagens masculinos, e literalmente todos eles são taxados como vilões. O problema aqui não é que todos os homens são vilões, mas eles são personagens rasos, unidimensionais e superficiais. Pensei que a DC, munida com uma classificação mais alta, poderia resolver o típico problema do “vilão sem uma motivação visível ou crível”, mas infelizmente, isso não se concretizou com o Máscara Negra nesse filme. São extremamente raros os casos de vilões críveis nesse Universo da DC (o único que me vem à cabeça é o Dr. Silvana, de “Shazam!”), e essa é uma lição que esse universo precisa aprender com alguns dos vilões de sua concorrente, a Marvel (por exemplo, o Killmonger, de “Pantera Negra”, ou o Thanos). A classificação indicativa alta ajuda a diferenciar esse filme tanto do Universo da DC quanto do da Marvel, por meio de muita linguagem depreciativa e um pouco mais de violência, que não é extrema, no nível “Deadpool”, e sim extremamente estilizada, com pitadas de sangue aqui e ali. É um filme bem mais pé no chão do que o que o Universo DC teve a oferecer até agora, não existe quase nenhum aspecto paranormal ou fantasioso, e pra mim, são esses tipos de passos que a DC precisa andar pra se diferenciar do espetáculo visual cheio de CGI que são os filmes da Marvel. Nos aspectos de roteiro, eu diria que esse seria um dos melhores que esse universo teve a oferecer até agora, porque está muito bom, mas ainda poderia melhorar em alguns aspectos.
(It would be appropriate for me to say that I was really excited for this film, because I simply loved Margot Robbie as Harley Quinn in “Suicide Squad”. But before I start talking about the film itself, I'll make a brief comparison that may leave some of you baffled, but I'll explain: Harley Quinn's trajectory in the DC Extended Universe is extremely similar to Deadpool's trajectory in the X-Men Universe, as both characters were contained in PG-13 movies that were massacred by the critics, and both of them found their worthy redemption and liberty in good R-rated films with a smaller budget. With that said, “Birds of Prey” is basically what “Suicide Squad” should've been: a perfect balance between lighter and darker tones, with equally developed protagonists, a more restricted rating and few to no use of CGI. A good thing about the script of this film is the fact that it was written by Christina Hodson, who was responsible for the best Transformers movie yet, “Bumblebee”. Here, she creates a non-linear narrative, narrated by Harley, that goes back and forth in its timeline in order to properly introduce the protagonists. The title characters, or the Birds of Prey, are really well developed. Hodson injects loads of personality into these characters, which makes the viewer care about them. Sure, some of them gain more attention than others, but the script works with these characters really well, both when they are separated and together. Unfortunately, the same cannot be said about the male characters, and literally all of them are labeled as villains. That's not the problem, the real pickle here is that all of the male characters are shallow, one-dimensional and superficial. I thought that DC, with a higher rating, could be able to solve the constant “villain without a visible or believable motivation” problem, but unfortunately, that didn't come true with Black Mask in this film. There are extremely rare cases of actually believable villains in this DC universe (the only one that comes to my mind now is Shazam!'s Dr. Silvana), and that's a lesson that they have to learn with some of the competition's (Marvel) villains, like for example, Black Panther's Killmonger or Thanos. The restricted rating helps in making this movie different from both the DC and the Marvel universe, through lots of language, and a little bit more of violence, which isn't extreme, like “Deadpool”, but it's extremely stylized, with little bits of blood here and there. It's a much more “down to Earth” film than what the DC Universe had to offer so far, there isn't almost any paranormal or fantasy aspect, and to me, those are the kinds of steps that DC has to walk in order to differentiate itself from the CGI-infused visual spectacle of Marvel movies. In script aspects, I'd say this is one of the best that DC had to offer so far, because it's really good, but it could've been even better.)



O elenco é muito bom e trabalha muito bem com o que o roteiro tem a oferecer. A Margot Robbie consegue libertar a personalidade irreverente da Arlequina nesse filme. Ela é uma excelente narradora, e ela é a personagem que conecta todos os pontos da história, o que é bastante similar ao que o Deadpool faz nos filmes-solo dele (tem até quebra da quarta parede aqui). Não seria exagero dizer que ela é a protagonista, porque acho que ela tem o maior tempo de tela, é ela quem recebe a maior quantidade de atenção no filme. A Rosie Perez, a Jurnee Smollett-Bell e a Mary Elizabeth Winstead interpretam personagens extremamente interessantes, que possuem um futuro bem promissor nesse universo cinematográfico. A personagem da Ella Jay Basco tem uma dinâmica bem engraçada com a Arlequina, e é uma das personagens chave do filme. Os únicos aspectos que me desapontaram nesse elenco foram as atuações do Ewan McGregor como o Máscara Negra e o Chris Messina como o Victor Zsasz, porque ambos são bons atores, mas o roteiro não desenvolve seus personagens de uma maneira profunda, transformando-os em vilões meia-boca, e isso é refletido nas performances dos atores.
(The cast is really good and works really well with what the script has to offer. Margot Robbie manages to set Harley Quinn's irreverent personality free in this film. She's an excellent narrator, and she's the character that connects all the dots of the story, which is really similar to what Deadpool does in his solo movies (there are even fourth-wall breaks here). It wouldn't be an exaggeration to say that she's the main character, because I think she has the most screen time, she's the one who receives the biggest amount of attention in the film. Rosie Perez, Jurnee Smollett-Bell and Mary Elizabeth Winstead portray extremely interesting characters, who have a promising future in this cinematic universe ahead of them. Ella Jay Basco's character has a really funny chemistry with Harley, and is one of the film's key characters. The only aspects that disappointed me in this cast were the performances by Ewan McGregor and Victor Messina as Black Mask and Victor Zsasz, because they're both good actors, but the script doesn't develop their characters with depth, transforming them into so-so villains, and that's reflected in the actors' performances.)



Os aspectos técnicos desse filme são muito bem trabalhados. Visualmente, é um filme bem vibrante e colorido. A trilha sonora é composta de músicas muito boas, algumas com uma veia mais eletrônica. As cenas de luta são muito bem filmadas e coreografadas, o elenco de dublês mandou super bem. Uma coisa que me deixou feliz nesse filme foi a falta quase completa de CGI, o que realmente ajuda a colocar os pés desse filme cada vez mais próximos do chão. A violência, como dito anteriormente, não é tão extrema assim; só há duas cenas, pelo menos pra mim, que foram realmente diferentes (e mais explícitas) do que estamos acostumados, mas eu realmente gostei desse passo que a DC deu pra frente, de oferecer algo mais violento e menos fantasioso. Há alguns easter-eggs de “Esquadrão Suicida”, para estabelecer a continuidade do filme, o que eu achei bem divertido. E a montagem desse filme é muito bem feita, porque como se trata de uma narrativa não-linear, ela precisa ir pra frente e pra trás sem que o espectador se perca, e eu, pelo menos, não me perdi em nenhum ponto da história, então temos aí mais um ponto positivo.
(The technical aspects here are really well done. Visually, it's a really vibrant and colorful film. The soundtrack is composed by some really good songs, with a few of them having a more electronic vibe. The fight scenes are really well filmed and coreographed, the stunt double cast was excellent here. One thing that made me happy in this film was the almost complete lack of CGI, which really helps in keeping this movie's feet close to the ground. The violence, as previously said, isn't that extreme; there are just two scenes, at least for me, that were really different (and more explicit) than what we're used to, but I really enjoyed this step forward from DC, for offering something more violent and less unrealistic. There are some easter eggs from “Suicide Squad”, in order to establish the film's continuity, which I thought it was quite fun. And the editing is really well done, because as it's a non-linear narrative, it needs to go back and forth without losing the viewer's attention, and I, at least, did not feel lost in any point in the story, so, that's another positive point.)



Resumindo, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” marca o retorno digno e irreverente de uma das melhores personagens do Universo Estendido da DC. É um filme engraçado, com personagens femininas bem desenvolvidas, levemente violento, e mais realista, que mostra como, através do conserto de alguns problemas, a DC poderia se diferenciar da Marvel.

Nota: 8,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)” marks the worthy and irreverent return of one of the best characters in the DC Extended Universe. It's a funny, slightly violent, and more realistic film with well developed female characters, that shows how, through the adjustment of a few problems, DC could differentiate itself from Marvel.

I give it an 8,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



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