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quinta-feira, 9 de abril de 2020

#StayHome - Parte 2: Séries (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a segunda e última parte da postagem #StayHome, dessa vez falando sobre séries (algumas conhecidas, outras nem tanto) para assistir durante esse período de isolamento social. Novamente, reforço o fato de que, assim como os filmes, as séries que eu irei listar não abordam temas sensíveis ou são sobre epidemias ou doenças. São séries que eu considero boas, algumas são leves, outras nem tanto. Então, vamos começar!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to deliver the second and final part of my #StayHome post, this time talking about TV shows (some are well known, others not that much) to watch during this period of social isolation. Again, I reinforce the fact that, just like the films, the shows I'll list do not deal with sensitive themes or are about epidemics or diseases. They are shows that I consider to be good, some are light, others not that much. So, let's begin!)


  • DERRY GIRLS (2018-presente, Netflix, 2 temporadas, 12 episódios)
    (DERRY GIRLS (2018-present, Netflix, 2 seasons, 12 episodes)

Vamos começar com uma série bem desconhecida pelo público assinante da Netflix. Produzida pelo Channel 4 (que também produziu as séries originais da Netflix “Black Mirror” e “The End of the F***ing World”), “Derry Girls” conta a história de 5 adolescentes (4 garotas e um garoto) vivendo durante o período conhecido como “The Troubles” na Irlanda do Norte, onde a população protestante (maioria) queria preservar os laços com a Grã-Bretanha, e do outro lado, a população católica desejando independência ou a integração com a República da Irlanda, de maioria católica.
Ouvi falar dessa série quando li um artigo na Internet que dizia que a Jodie Whittaker (protagonista de Doctor Who, minha série favorita) gostaria de participar de um episódio de “Derry Girls”. Então, entrei na Netflix e comecei a assistir. E, de fato, é uma série incrível. O senso de humor do roteiro é afiadíssimo, assim como a maioria das comédias britânicas; os personagens são muito bem desenvolvidos, a ponto de você se importar com eles, o que é importante, quando se trata de uma série. É uma ótima história sobre amadurecimento e amizade, e, mesmo que não esteja entre as séries mais conhecidas da Netflix, garanto que não irão se arrepender de devorar as duas temporadas dessa jóia escondida.
(Let's start with a show that isn't that well-known by Netflix subscribers. Produced by Channel 4 (which also produced the Netflix Originals “Black Mirror” and “The End of the F***ing World”), “Derry Girls” follows 5 teenagers (4 girls and one boy) living in the period known as “The Troubles” in Northern Ireland, where the Protestant population (majority) wanted to preserve its connection with Britain, and on the other side, the Catholic population wishing for independence or integration with the Republic of Ireland, whose inhabitants were mostly Catholic. I heard of this show when I read an article on the Internet that said that Jodie Whittaker (protagonist of Doctor Who, my favorite show) would like to be in an episode of “Derry Girls”. So, I started watching it on Netflix. And, indeed, it's an amazing show. The script's sense of humor is razor-sharp, like most British comedies; the characters are very well developed, and you actually care about them, which is important, when it comes to a TV show. It's a great story about growing up and friendship, and, even though it's not among the most popular Netflix shows, I guarantee you will not regret devouring this hidden gem's two seasons.)


  • FLEABAG (2016-2019, Amazon Prime Video, 2 temporadas, 12 episódios)
    (FLEABAG (2016-2019, Amazon Prime Video, 2 seasons, 12 episodes)

Vou começar afirmando um fato: Phoebe Waller-Bridge é um gênio. A maioria das pessoas ouviu falar dessa série pela altamente premiada segunda temporada. Mas sou fã de carteirinha de “Fleabag” desde o primeiro momento em que a protagonista se vira para a câmera, quebrando a quarta parede. Assim como “Derry Girls”, o senso de humor de Waller-Bridge é ácido, sarcástico, e muito afiado. Mas o fato mais interessante de “Fleabag” é que, mesmo sendo uma série de comédia bem engraçada, ela possui uma carga dramática bem forte. O desenvolvimento da protagonista ao longo da série é algo incrível de se ver. Quando ela ri, rimos com ela. Quando ela chora, choramos com ela. E Waller-Bridge, além de ser showrunner e roteirista do programa, dá um tremendo show no papel principal, equilibrando a sagacidade e a fragilidade emocional da personagem de forma perfeita. O elenco de apoio, composto por Sian Clifford, Olivia Colman, Brett Gelman, Bill Paterson e Andrew Scott, também fazem um belo trabalho, resultando em um desenvolvimento mais profundo da protagonista, e em muitas risadas ao longo de seus 12 episódios. Uma das melhores comédias dos últimos tempos, e talvez uma das melhores séries de todos os tempos, “Fleabag” é uma obra-prima da comédia que não será esquecida tão cedo assim.
(I'll start off by stating a fact: Phoebe Waller-Bridge is a genius. Most people heard of this show because of its highly awarded second season. But I became a huge fan of “Fleabag” since the very first moment the protagonist turned to the camera, breaking the fourth wall. Just like “Derry Girls”, Waller-Bridge's sense of humor is acid, sarcastic, and razor-sharp. But the most interesting fact about “Fleabag” is that, even though it's a really funny comedy series, it carries a very strong emotional baggage. The protagonist's character development throughout the series is amazing to behold. When she laughs, we laugh with her. When she cries, we cry with her. And Waller-Bridge, besides acting as showrunner and writer for the series, knocks it out of the park in the main role, perfectly balancing the protagonist's wit and emotional weaknesses. The supporting cast, composed by Sian Clifford, Olivia Colman, Brett Gelman, Bill Paterson and Andrew Scott, also does a wonderful job, resulting in a deeper development for its protagonist, and in lots of laughs throughout its 12 episodes. One of the best comedies in recent times, and maybe one of the best TV shows of all time, “Fleabag” is a comedy masterpiece that surely will not be forgotten that soon.)


  • KILLING EVE (2018-presente, Globoplay, 2 temporadas, 16 episódios)
    (KILLING EVE (2018-present, BBC America, 2 seasons, 16 episodes)

Outra série produzida por Phoebe Waller-Bridge, “Killing Eve” conta a história de Eve Polastri (Sandra Oh), uma detetive do Serviço Secreto Britânico que recebe a tarefa de capturar a assassina Villanelle (Jodie Comer). Ao longo da história, elas começam a ficar obcecadas uma com a outra. Essa série de espionagem é diferente de tudo que eu já vi no gênero policial. A começar pelo roteiro, que apresenta e desenvolve seus personagens de forma gradual e intrigante, o que influencia o espectador a continuar assistindo a série. Depois, temos o elenco, encabeçado por Oh e Comer, e as duas dão um tremendo show. A personagem de Oh começa de um jeito e, no final da temporada, ela quase se torna outra pessoa, por causa do ótimo desenvolvimento da personagem. E temos a Jodie Comer, que, venhamos e convenhamos, é a dona da série. Ela é engraçada, infantil, sádica, sarcástica, totalmente maluca, e ela mereceu todos os prêmios que ela ganhou ao longo dessas duas temporadas. Em ótimos papéis coadjuvantes, temos Fiona Shaw e Kim Bodnia, que colaboram bastante para o desenvolvimento das duas protagonistas. Com um roteiro envolvente e tenso, e encabeçado por um elenco que esbanja talento, “Killing Eve” é um thriller de espionagem sensacional. E se eu fosse vocês, maratonava as duas temporadas, porque a terceira está prestes a chegar, no dia 12 de abril.
(Another show produced by Phoebe Waller-Bridge, “Killing Eve” tells the story of Eve Polastri (Sandra Oh), an investigator for the British Secret Service who is assigned to capture the assassin Villanelle (Jodie Comer). Throughout the story, they start to build a mutual obsession for each other. This show about espionage is different from everything I've ever seen in the investigation genre. Starting with the script, which introduces and develops its characters in a gradual, intriguing way, which makes the viewer thirsty for more episodes. Then, we have the cast, led by Oh and Comer, and both of them are simply amazing. Oh's character starts off in one way, and by the end of the season, she's almost like another person, because of the characters's great development. And we have Jodie Comer, who, let's be honest here, is the queen of the show. She is funny, childish, sadistic, sarcastic, completely bonkers, and she deserved every award she won throughout these two seasons. In great supporting roles, we have Fiona Shaw and Kim Bodnia, and they mostly collaborate for the main characters' development. With a captivating, tense script, and led by an amazingly talented cast, “Killing Eve” is a sensational spy thriller. And if I were you, I'd binge-watch the whole thing, because Season 3 is about to arrive, on April 12.)


  • PENNY DREADFUL (2014-2016, Globoplay, 3 temporadas, 27 episódios)
    (PENNY DREADFUL (2014-2016, 3 seasons, 27 episodes)

“Penny Dreadful” é o mais próximo que teríamos de uma “poesia audiovisual”. É uma série de terror gótico que faz uso de personagens clássicos famosos do gênero literário de horror (Frankenstein, Dorian Gray, Drácula, entre outros) para contar a história de Vanessa Ives (Eva Green), uma mulher que, junto com Malcolm Murray (Timothy Dalton) e Ethan Chandler (Josh Hartnett), batalha forças sobrenaturais. Os roteiros de John Logan (roteirista indicado 3 vezes ao Oscar) são envolventes, tensos e, de fato, poéticos. Uma das melhores coisas sobre o roteiro são as surpresas que ele guarda, e acreditem em mim, algumas vão deixar o espectador de queixo caído. Os personagens são extremamente bem desenvolvidos ao longo da série. E o elenco é uma maravilha a parte. Começando pela Eva Green, que interpreta um de seus melhores papéis aqui. As emoções que ela consegue transmitir são algo que não vimos muito no trabalho dela para o cinema, é um negócio de outro mundo. Ainda não entendo porque ela não ganhou nenhum prêmio principal (Emmy ou Globo de Ouro) por esse papel. O elenco de apoio é muito talentoso, com nomes do patamar de Timothy Dalton, Josh Hartnett, Reeve Carney, Harry Treadaway, Rory Kinnear, Helen McCrory e Billie Piper. A direção de arte faz um trabalho incrível em retratar uma Londres vitoriana sombria, fria, e nada amistosa. Cheio de terror, poesia, e personagens bem desenvolvidos, “Penny Dreadful” é uma das melhores séries dos últimos tempos. Isso é fato.
(“Penny Dreadful” is the closest we have to some sort of “audiovisual poetry”. It's a gothic horror TV series that makes use of classic horror literature characters (Frankenstein, Dorian Gray, Drácula, among others) to tell the story of Vanessa Ives (Eva Green), a woman who, along with Malcolm Murray (Timothy Dalton) and Ethan Chandler (Josh Hartnett), battles supernatural forces. The scripts written by John Logan (a 3-time Oscar nominee) are captivating, tense, and, indeed, poetic. One of the best things about the script are the surprises it holds, and trust me, some of them are truly jawdropping. The characters are extremely well-developed throughout the series. And the cast is a particular wonder. Starting with Eva Green, who plays one of her best roles here. The emotions she can convey are something we didn't see much in her cinema work, it's otherworldly. I still don't know why she didn't win main awards (Emmy or Golden Globe) for this role. The supporting cast is really talented, with names like Timothy Dalton, Josh Hartnett, Reeve Carney, Harry Treadaway, Rory Kinnear, Helen McCrory, and Billie Piper. The production design does a wonderful job in portraying a cold, dark, not that friendly Victorian London. Filled with terror, poetry, and well developed characters, “Penny Dreadful” is one of the best shows in recent times. That's a fact.)


  • HOW I MET YOUR MOTHER (2005-2014, Amazon Prime Video, 9 temporadas, 208 episódios)
    (HOW I MET YOUR MOTHER (2005-2014, 9 seasons, 208 episodes)

Podem ter aqueles que dizem que “How I Met Your Mother” é uma cópia barata de “Friends”, mas eu respeitosamente não concordo. A começar pela história, que consiste em um homem, Ted Mosby (interpretado por Josh Radnor, com Bob Saget fazendo a narração em voice-over em 2030), contando para seus filhos a história de como ele e sua esposa se conheceram. E no meio dessa história, ele passa por várias situações com seus amigos Marshall (Jason Segel), Lily (Alyson Hannigan), Barney (Neil Patrick Harris) e Robin (Cobie Smulders) em Nova York. Para ser sincero, nunca tinha manifestado interesse em assistir essa série até eu ter ouvido falar que a Katy Perry (por quem eu era apaixonado aos 12 anos) fez uma participação especial em um dos episódios. Aí, assisti esse episódio avulso, sem saber da história como um todo, e lembro que gostei bastante. Muitos anos depois, percebi que ele estava disponível no catálogo da Netflix. Aí, comecei a assistir a série do início. E até hoje, não tem uma série de comédia que ultrapassou essa como a melhor série de comédia para mim (não acabei The Office ainda, que também é muito boa). É uma história cativante, tem um bom equilíbrio entre comédia e drama (tem alguns episódios em que eu quase chorei), e, assim como todas as séries que citei, ela tem personagens muito bem desenvolvidos. O elenco é simplesmente maravilhoso, e trabalha muito bem com o que o roteiro tem a oferecer. O que mais preciso dizer? “How I Met Your Mother” é um clássico moderno da comédia americana, e garanto que, se você dar uma chance a essa série, a jornada vai ser len...- espere aí-dária!
(There may be people who say that “How I Met Your Mother” is a cheap copy of “Friends”, but I respectfully disagree. Starting with the story, which consists of a man, Ted Mosby (Josh Radnor, with Bob Saget narrating in voice-over in 2030), telling his children the story of how he and his wife met. And in the middle of that story, he goes through several situations with his friends Marshall (Jason Segel), Lily (Alyson Hannigan), Barney (Neil Patrick Harris), and Robin (Cobie Smulders) in New York City. To be honest, I never showed any interest in watching this series until I heard that Katy Perry (who I was in love with at age 12) made a special participation in one of the episodes. So, I watched just that episode, without knowing about the story as a whole, and I remember liking it a lot. Several years later, I noticed it was available on Netflix. So, I started watching it from the beginning. And to this day, there wasn't a single comedy series that surpassed this one as the best comedy series for me (haven't finished The Office yet, which is also really good). It's such a captivating story, it has a nice balance between comedy and drama (there were a few episodes where I almost cried), and, just like all the other shows I mentioned above, it has really well developed characters. The cast is simply amazing, and works really well with what the script has to offer. What else needs to be said? “How I Met Your Mother” is a modern classic in American comedy, and I guarantee that, if you give it a chance, the journey will be legen-wait for it-dary!)


  • CAÇADORES DE TROLLS: CONTOS DA ARCADIA (2016-2018, Netflix, 3 temporadas, 52 episódios) e OS 3 LÁ EMBAIXO: CONTOS DA ARCADIA (2018-2019, Netflix, 2 temporadas, 26 episódios)
    (TROLLHUNTERS: TALES OF ARCADIA (2016-2018, Netflix, 3 seasons, 52 episodes) and 3 BELOW: TALES OF ARCADIA (2018-2019, Netflix, 2 seasons, 26 episodes)

Uma alternativa muito divertida para o público infantil, a franquia “Contos da Arcadia” foi criada por ninguém mais, ninguém menos do que Guillermo del Toro (diretor de “O Labirinto do Fauno” e do vencedor do Oscar de Melhor Filme “A Forma da Água”), e já que ela pertence ao gênero característico do diretor, literalmente não tem como essas séries serem ruins. Pelo contrário, me atrevo a dizer que são as melhores obras de animação que a Netflix criou até agora. “Caçadores de Trolls” conta a história de Jim Lake, Jr., que é escolhido por um amuleto para ser o protetor de uma raça de trolls que vive no subterrâneo da cidade onde mora. “Os 3 Lá Embaixo” é uma sequência direta da história de “Caçadores de Trolls”, então recomendo que assistam “Caçadores” antes de “Os 3 Lá Embaixo”. Como começar a descrever essa franquia? Bom, primeiro, ela é feita em parceria com a DreamWorks (“Shrek” e “Madagascar”), então, visualmente, as séries são um deleite para os olhos. Segundo, estamos falando de Guillermo del Toro aqui, então a franquia “Contos da Arcadia” tem uma mitologia muito rica. Personagens são compartilhados entre as duas séries, já que são situadas no mesmo universo fictício, e um aspecto de uma série colabora com um da outra série, para, juntas construírem uma única épica história, a ser concluída através de uma terceira série, “Wizards”, prevista para o segundo semestre. E o senso de humor não é bobinho, como costuma ser em séries infantis atuais, a franquia tem um alcance universal, serve para todas as idades. Ambas as séries são divertidas, engraçadas, mágicas e visualmente vibrantes. E podem servir como uma introdução de cinéfilos mirins ao trabalho de del Toro, para que, quando tais cinéfilos crescerem, eles possam ver as obras-primas live-action desse tremendo diretor.
(A fun alternative for the kids, the “Tales of Arcadia” franchise was created by none other than Guillermo del Toro (who directed “Pan's Labyrinth” and Best Picture-winner “The Shape of Water”), and as it belongs to the director's characteristic genre, there's literally no way these shows could be bad. On the contrary, I dare to say these are the best works of animation Netflix has made so far. “Trollhunters” tells the story of Jim Lake, Jr., who is chosen by an amulet to be the protector of a race of trolls that live on the undergrounds of the city he lives in. “3 Below” is a direct sequel to the story of “Trollhunters”, so I recommend watching “Trollhunters” before watching “3 Below”. How to begin describing this franchise? Well, first, it's made in association with DreamWorks (“Shrek” and “Madagascar”), so, visually, these shows are delightful to the eye. Secondly, this is Guillermo del Toro we're talking about here, so, the “Tales of Arcadia” franchise has a really rich mythology. Characters are shared between the two shows, as they are set in the same fictional universe, and one aspect of a show collaborates with one from the other, in order to, together, build one single epic story, to be concluded through a third show, titled “Wizards”, to premiere in the second semester. And the sense of humor isn't silly, as it usually is with kids's shows these days, the franchise has a universal approach, it's suitable for all ages. Both shows are fun, funny, magical and visually vibrant. And they may serve as an introduction for younger film buffs to del Toro's work, so that, when they grow up, they are able to watch the live-action masterpieces of this amazing director.)


  • LEMONY SNICKET: DESVENTURAS EM SÉRIE (2017-2019, Netflix, 3 temporadas, 25 episódios)
    (LEMONY SNICKET'S A SERIES OF UNFORTUNATE EVENTS (2017-2019, Netflix, 3 seasons, 25 episodes)

Várias séries originais da Netflix, às vezes, podem passar despercebidas pela maioria do público. Séries como “Stranger Things” ou “La Casa de Papel” são altamente conhecidas pelos assinantes da Netflix, e fico triste com o fato de que essa adaptação do trabalho de Lemony Snicket não alcançou o mesmo nível de atenção do que as séries citadas. Pois deveria. Depois de uma tentativa falha de iniciar uma franquia de filmes, começando com o filme de 2004, que junta os 3 primeiros livros; a adaptação para a TV fez a melhor escolha: dividir um livro em dois episódios de 45 minutos cada, para dar tempo suficiente para a trama respirar, e, principalmente, para que o material fonte fosse adaptado de uma maneira mais fiel. E funcionou perfeitamente. Se comparado ao filme, a série é uma adaptação muito mais bem desenvolvida, em termos de roteiro. Assim como nos livros, os episódios seguem uma fórmula, mas são as pequenas diferenças aplicadas nessa fórmula que tornam cada capítulo na história dos Baudelaire único. Assim como “Contos da Arcadia”, a obra de Lemony Snicket tem uma mitologia muito rica, e, se o espectador se entregar às peculiaridades da série, garanto que será bem recompensado com o resultado. O elenco possui uma caracterização incrível, tomando por base as ilustrações dos livros. O Neil Patrick Harris dá um show como o Conde Olaf, equilibrando perfeitamente humor e ameaça. A Malina Weissman, o Louis Hynes e a Presley Smith também são muito bons como os órfãos Baudelaire, eles ganham a nossa confiança e compaixão em cada desventura que eles vivem. E outro destaque fica com a narração de Patrick Warburton como Lemony Snicket, que é uma maravilha à parte. Visualmente, a série é incrível, cada ambiente presente nos livros tem sua própria identidade, e isso é visível por meio do maravilhoso trabalho de direção de arte. Uma das melhores produções originais da Netflix, na minha opinião, “Desventuras em Série” une um roteiro inteligente com um elenco talentoso para entregar uma história que faz justiça ao material fonte, como toda adaptação deveria ser.
(Several Netflix original shows, sometimes, can go unnoticed by most of the audience. Shows like “Stranger Things” and “Money Heist” are well known by Netflix subscribers, and it breaks my heart that this adaptation of Lemony Snicket's work didn't reach the same level of attention as the shows cited above. Because it should've reached. After a failed attempt of creating a movie franchise, starting with the 2004 film, which adapted the first 3 books; the TV adaptation made the best choice: split one book into two 45-minute episodes, for the story to breathe and, mainly, for the source material to be adapted in a more faithful way. And it worked perfectly. If compared to the movie, the show is a much more developed adaptation, in terms of plot. Just like in the books, the episodes follow a formula, but it's the small differences applied to that formula that make every chapter in the Baudelaires' story unique. Just like “Tales of Arcadia”, Lemony Snicket's work has a very rich mythology, and, if the viewer surrenders to the show's peculiarities, I assure that he will be greatly rewarded with the result. The cast has an amazing characterization, comparing with the illustrations in the books. Neil Patrick Harris is incredible as Count Olaf, perfectly balancing humor and threat. Malina Weissman, Louis Hynes and Presley Smith are also really good as the Baudelaire orphans, they gain our trust and compassion in every unfortunate event they go through. And another highlight is Patrick Warburton's narration as Lemony Snicket, which is a particular wonder. Visually, it is astonishing, every environment in the books has its own identity, and that's visible through the wonderful work by the production design team. One of the best original Netflix productions, in my opinion, “A Series of Unfortunate Events” unites a clever script with a talented cast in order to deliver a story that does justice to its source material, as every adaptation should be.)



Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)

segunda-feira, 6 de abril de 2020

#StayHome - Parte 1: Filmes (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para listar alguns filmes e séries para vocês assistirem durante esse período de isolamento social que estamos enfrentando no momento. Minha intenção é concentrar em filmes e séries que não têm nada a ver com doenças ou epidemias, ou que lidam com temas que podem ser sensíveis para as pessoas. Citarei aqui filmes que eu considero leves, divertidos e adequados para essa época delicada em que estamos vivendo. Então, vamos começar!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to list some films and TV shows for you to enjoy during the social isolation we're all facing in this moment. My intention is to focus on films and shows that have nothing to do with diseases or epidemic, or that deal with themes that may be sensitive to people. I'll list here films that, in my opinion, are light, fun, and adequate for this delicate time we're living in. So, let's begin!)



FILMES:

  • SING STREET: MÚSICA E SONHO (2016), dirigido por John Carney (Disponível na Netflix)
    (SING STREET (2016), directed by John Carney)

Eu já falei desse filme várias vezes no blog, e irei reforçar o fato de que esse filme altamente subestimado sobre um garoto que forma uma banda para impressionar uma garota mais velha é o antídoto perfeito para a tristeza e a ansiedade que épocas como a qual estamos vivendo possam causar. É um daqueles filmes que nos fazem sentir bem com a vida. A trama ambientada nos anos 1980 e os personagens muito bem desenvolvidos são cativantes. A química entre todo o elenco jovem (Ferdia Walsh-Peelo, Lucy Boynton, Mark McKenna, e mais) move a história de maneira envolvente e muito satisfatória. A trilha sonora é muito bem executada, fazendo uso de hits da época como os de Duran Duran, The Cure, The Jam, além de ter canções originais viciantes compostas por Gary Clark e John Carney, diretor do filme. E se isso não for o suficiente para convencê-los a ver esse filme incrível, ele chamou tanta atenção que ganhou uma adaptação para os palcos da Broadway, pelas mesmas mãos que transformaram outro filme de Carney, o íntimo e sublime “Apenas uma Vez”, em um musical altamente premiado.
(I've already talked about this film several times here, and I'll reinforce the fact that this highly underrated film about a boy that forms a band to impress an older girl is the perfect antidote to the sadness and anxiety that times like these may cause. It's one of those movies that make you feel good about life. The plot set in the 1980s and the very well-developed characters are captivating. The chemistry between all the young cast (Ferdia Walsh-Peelo, Lucy Boynton, Mark McKenna, and more) moves the story in a riveting and very satisfactory way. The soundtrack is really well executed, making use of hits from that time, like Duran Duran, The Cure, The Jam, besides having highly addictive original songs composed by Gary Clark and John Carney, the movie's director. And if that's not enough to convince you to watch this amazing movie, it got so much attention, that it's now going to be adapted for the Broadway stage, from the same team that transformed another film by Carney, the intimate and sublime “Once”, into an award-winning musical.)


  • LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES (2016), dirigido por Damien Chazelle (Disponível na Netflix)
    (LA LA LAND (2016), directed by Damien Chazelle)

E aqui temos outro musical maravilhoso na lista. Uma verdadeira homenagem ao cinema e ao jazz, Damien Chazelle já nos chama a atenção desde o espetacular número de abertura feito em plano-sequência em uma rodovia engarrafada. A energia e o esforço postos naquela sequência em si são o suficiente para nos inserir no universo de Mia e Sebastian. Ryan Gosling e Emma Stone (que ganhou o Oscar por esse papel) entregam algumas de suas melhores performances aqui. O roteiro de Chazelle pode parecer um pouco familiar, mas são as pequenas diferenças que ele aplica a essa fórmula que torna “La La Land” um filme único. A trilha sonora do Justin Hurwitz é simplesmente fenomenal, as canções originais escritas pelo Justin Paul e pelo Benj Pasek são incríveis, a coreografia foi extremamente bem ensaiada, a fotografia e a direção de arte são vibrantes e hipnotizantes, a ponto de parecerem fantasiosas, como se estivéssemos dentro de um sonho. E esse sentimento, pelo menos para mim, foi inigualável quando vi pela primeira vez. E o final... Até hoje acho uma injustiça esse filme não ter levado o Oscar de Melhor Filme.
(And we got another wonderful musical on the list. A true homage to cinema and jazz, Damien Chazelle already gets our attention from the spectacular opening number continuously shot in a jammed highway. The energy and effort put into that sequence alone are enough to invite us into Mia and Sebastian's world. Ryan Gosling and Emma Stone (who won an Oscar for her role) deliver some of their best performances here. Chazelle's script may seem a little familiar, but it's the tiny differences he applies to that formula that turn “La La Land” into a unique film. Justin Hurwitz's score is simply phenomenal, the original songs composed by Justin Paul and Benj Pasek are amazing, the choreography was very well-rehearsed, the cinematography and the art direction are vibrant and hypnotizing, to the point where it looks like a fantasy, like we're in a dream. And that feeling, for me at least, was one of a kind the first time I watched it. And that ending... To this day, I still think it's unfair it didn't win Best Picture.)


  • MENINAS MALVADAS (2004), dirigido por Mark Waters (Disponível na Amazon Prime Video)
    (MEAN GIRLS (2004), directed by Mark Waters)

Quando ouvi falar de “Heathers”, que foi o assunto das três últimas postagens do blog, vi muitas matérias na internet comparando o filme de Michael Lehmann com “Meninas Malvadas”. Há muitas similaridades entre os dois filmes, mesmo com os tons das tramas serem o completo oposto um do outro. Há vários trunfos em “Meninas Malvadas”, a começar pelo roteiro, escrito pela Tina Fey. É um roteiro que tem um senso de humor altamente sagaz, inteligente, e esse humor ainda causa muitas risadas 16 anos depois. O elenco, composto por talentos que, na época, estavam em ascensão (Lindsay Lohan, Rachel McAdams, Amanda Seyfried, Lizzy Caplan) é maravilhoso, e todos os personagens são muito bem desenvolvidos. Pode ser que alguém pense que, pelo título, esse filme é “filme de menina”. Bom, eu asseguro que não é. Eu simplesmente amei esse filme, e ele ficou na minha cabeça por muitos dias depois de assistí-lo. Então, para quem quer aproveitar uma comédia leve, altamente engraçada e alto-astral, “Meninas Malvadas” irá satisfazer os seus desejos.
(When I heard of “Heathers”, which was the subject of the 3 latest posts in the blog, I saw a lot of articles online comparing Michael Lehmann with “Mean Girls”. There are a lot of similarities between both films, even with their tones being the complete opposite of each other. There are several pros in “Mean Girls”, starting with the script, written by Tina Fey. It's a script that has a highly clever, sharp sense of humor, and that humor still works 16 years later. The cast, composed by talents who, at the time, were on the rise (Lindsay Lohan, Rachel McAdams, Amanda Seyfried, Lizzy Caplan) is amazing, and all the characters are well developed. A person might think that, because of the title, it is a “chick flick”. Well, I assure you it's not. I honestly loved this film, and it was on my head for many days after I watched it. So, for those seeking a light, extremely funny and feel-good comedy, “Mean Girls” is the movie for you.)


  • SEM FÔLEGO (2017), dirigido por Todd Haynes (Disponível na Amazon Prime Video)
    (WONDERSTRUCK (2017), directed by Todd Haynes)

Aposto que a grande maioria dos meus leitores nem saiba da existência desse filme, pois ele passou bem despercebido na época de lançamento. “Sem Fôlego” usa dois narradores com deficiências auditivas, Ben e Rose, que estão à procura de algo. Ben está à procura do pai, e Rose está à procura da mãe. Aí o filme vai intercalando essas duas narrativas e, pouco a pouco, o roteiro vai unindo esses pontos de vista em uma linha do tempo linear. É um filme baseado em um livro do Brian Selznick (o mesmo de “A Invenção de Hugo Cabret”), que também escreveu o roteiro da adaptação. E realmente, é um filme que te deixa sem fôlego, pois ele é extremamente cativante. A canção “Space Oddity”, de David Bowie, é usada aqui de maneira intimamente simbólica, as performances dos atores mirins, especialmente a Millicent Simmonds (que depois, iria ser reconhecida por um público maior por causa de “Um Lugar Silencioso”) são incríveis. O jeito que o diretor de fotografia e a equipe de direção de arte usam para diferenciar as duas épocas nas quais o filme se passa é um deleite para os olhos. Foi um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, e é uma adaptação extremamente fiel ao material fonte, ao ponto de terem cenas praticamente idênticas às ilustrações presentes no livro. É um filme que te prende, te cativa, te emociona, e deixa o seu coração quentinho no final.
(I bet most of my readers don't even know this film exists, as it wasn't really noticed at its time of release. “Wonderstruck” uses two hearing impaired narrators, Ben and Rose, who are both looking for something. Ben is searching for his father, and Rose is searching for her mother. Then it keeps switching between these two narratives, and, little by little, the script unites these two points of view into a linear timeline. It's a film based on a book by Brian Selznick (the same guy who wrote “The Invention of Hugo Cabret”), who also wrote the adaptation's screenplay. And really, it is a film that leaves you wonderstruck, because it is extremely captivanting. The song “Space Oddity”, by David Bowie, is used here in an intimately symbolic way, the performances by the child actors, especially Millicent Simmonds (who would later be recongnized by a larger audience because of “A Quiet Place”) are amazing. The way that the cinematography and the art direction use to tell the two timelines the movie is set in is a delight to the eye. It is one of the best films I've seen lately, and it is an extremely faithful adaptation to the source material, to the point that scenes are almost identical to the illustrations of the book. It's a film that captures you, captivates you, thrills you, and that leaves your heart warm in the end.)


  • A INCRÍVEL AVENTURA DE RICK BAKER (2016), dirigido por Taika Waititi (Disponível na Netflix)
    (HUNT FOR THE WILDERPEOPLE (2016), directed by Taika Waititi)

A maioria das pessoas pode lembrar do nome “Taika Waititi” por causa de “Thor: Ragnarok”, ou talvez por causa do excelente “Jojo Rabbit”, que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Mas antes desses dois filmes, Waititi fez “A Incrível Aventura de Rick Baker”, um filme independente que conta a história de um garoto órfão que, após a morte repentina de um de seus responsáveis, foge para a natureza com seu tio, e acabam virando assunto em rede nacional, atraindo a atenção da polícia no processo. O senso de humor característico de Waititi, estabelecido no hilário “O Que Nós Fazemos Nas Sombras”, e reforçado em “Jojo Rabbit”, está presente em sua forma mais pura aqui. Algumas piadas beiram ao nonsense e ainda conseguem ser muito engraçadas. O Julian Dennison (que, depois seria um dos vilões de “Deadpool 2”) e o Sam Neill possuem uma química cativante, a Rachel House (colaboradora frequente de Waititi) é hilária, e o roteiro desenvolve muito bem os seus personagens, fazendo com que nos importemos com eles e com a jornada que irão fazer. É um filme que possui uma estética muito parecida com os filmes do Wes Anderson, e é cheio de boas risadas, mas também possui uma carga emocional bem forte (quem já viu “Jojo Rabbit” vai saber do que eu estou falando), o que não é tão comum assim em filmes promovidos como comédias, e Taika Waititi acerta em cheio nesse aspecto com “A Incrível Aventura de Rick Baker”.
(Most people may remember the name “Taika Waititi” because of “Thor: Ragnarok”, or maybe because of the excellent “Jojo Rabbit”, which won the Oscar for Best Adapted Screenplay. But before those two films, Waititi made “Hunt for the Wilderpeople”, an indie film that tells the story of an orphan boy who, after the sudden death of one of his guardians, flees into the woods with his uncle, and end up going viral on a national scale, attracting the attention of the police in the process. Waititi's characteristic sense of humor, established in the hilarious “What We Do in the Shadows”, and reinforced in “Jojo Rabbit”, is present in its most purest form here. Some jokes may seem nonsensical, and yet they're extremely funny. Julian Dennison (who would later, portray one of the villains in “Deadpool 2”) and Sam Neill have a very captivating chemistry, Rachel House (a frequent Waititi collaborator) is hilarious, and the script develops its characters in a really fulfilling way, making us care about them and the journey they're about to make. It is a film that's aesthetically similar to Wes Anderson films, and is full of good laughs, yet it also has a really strong emotional baggage (those who have seen “Jojo Rabbit” will know what I'm talking about), which isn't that common in films promoted as comedies, and Taika Waititi nails it in that aspect in “Hunt for the Wilderpeople”.)


  • MONTY PYTHON EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO (1975), dirigido por Terry Gilliam e Terry Jones (Disponível na Netflix)
    (MONTY PYTHON AND THE HOLY GRAIL (1975), directed by Terry Gilliam and Terry Jones)

O meu filme de comédia favorito de todos os tempos, “Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado” é a obra-prima dessa trupe de comédia britânica, na minha opinião. Ele satiriza a história do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda do modo mais nonsense possível. E é simplesmente hilário. Os 6 membros da trupe (Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones, Terry Gilliam e Eric Idle) dão um show em todos os papéis que eles interpretam (sim, eles interpretam vários papéis aqui). É um filme com vários momentos icônicos, entre eles a luta contra o Cavaleiro Negro, os Cavaleiros que dizem Ni, a luta contra o Coelho de Caerbannog, a Ponte da Morte, e por aí vai. Assim como aconteceu nos episódios da série “Monty Python's Flying Circus” (também disponível na Netflix), esse filme também faz um uso surreal e tosco de propósito de animação, com resultados hilários. É um filme tão engraçado que te dá vontade de procurar mais trabalhos dessa trupe icônica de comédia. Assistam “Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado”, garanto que não irão se arrepender!
(My favorite comedy film of all time, “Monty Python and the Holy Grail” is the masterpiece of this British comedy troupe, in my opinion. It is a satire of the tale of King Arthur and the Knights of the Round Table, made in the most nonsensical way possible. And it is simply hilarious. The 6 members of the troupe (Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones, Terry Gilliam and Eric Idle) knock it out of the park in every role they play (yes, they play multiple roles here). It's a film with several iconic moments, like the fight against the Black Knight, the Knights Who Say Ni, the fight against the Rabbit of Caerbannog, the Bridge of Death, and it goes further. As it happens with the episodes of their show “Monty Python's Flying Circus”, this film also makes a surreal use of animation, with hilarious results. It's a film that's so funny, you'll want to look for other works by this iconic comedy troupe. Watch “Monty Python and the Holy Grail”, I guarantee you'll not regret it!)


  • SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO (2010), dirigido por Edgar Wright (Disponível na Netflix)
    (SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD (2010), directed by Edgar Wright)

Digo sem medo que “Scott Pilgrim contra o Mundo” é a minha adaptação favorita de quadrinhos de todos os tempos, mesmo com universos compartilhados da Marvel e da DC. O filme é baseado numa série de HQs em 6 volumes (3 no Brasil), e acompanha Scott Pilgrim, um baixista preguiçoso que se apaixona por Ramona Flowers, uma entregadora da Amazon. Mas, para conquistar o coração dela, ele terá que derrotar os 7 ex-namorados dela. Não tinha alguém melhor para dirigir essa história do que o Edgar Wright. Ele pega o estilo visual que ele estabeleceu na série “Spaced” e em filmes como “Todo Mundo Quase Morto” e “Chumbo Grosso” e implanta-os aqui de forma bem energética e identificável. O filme aborda todos os 6 volumes da série (ou seja, muita coisa foi deixada de fora), mas a essência da trama é mantida. Inclusive, algumas decisões do roteiro do filme foram até melhores do que algumas do material fonte, mas deixaremos isso para uma postagem futura. É um filme muito engraçado; junto com “Homem-Aranha No Aranhaverso”, é o mais próximo que temos de uma HQ em movimento; o elenco do filme é cheio de nomes talentosos (Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Brie Larson, Chris Evans, Jason Schwartzman) e todos eles trabalham muito bem com o material que lhes é dado. Há um uso eficiente e inteligente de CGI aqui, e esse uso não polui o filme de forma alguma, pelo contrário, ele torna o estilo do filme mais único. Se você gosta de ação, comédia, HQs, e videogames, você vai amar “Scott Pilgrim”.
(I say, without fear, that “Scott Pilgrim vs the World” is my favorite comic book adaptation ever, even with shared universes, like Marvel and DC. It is based on a comic book series with 6 volumes, and follows Scott Pilgrim, a slacker bass player who falls in love with Ramona Flowers, an Amazon delivery girl. But, in order to win her heart, he has to defeat her 7 ex-boyfriends. There wasn't a better person to direct this story than Edgar Wright. He takes the visual style he established in the TV show “Spaced” and in films like “Shaun of the Dead” and “Hot Fuzz” and implants them here in a really energetic, identifiable way. The film covers all 6 volumes in the series (meaning that a lot of stuff got left out), but the essence of the plot is maintained. As a matter of fact, some decisions the screenplay made were even better than some in the source material, but we'll leave that to a future post. It's a really funny movie; along with “Spider-Man: Into the Spider-Verse”, it's the closest we'll ever get to a comic book in motion; the cast is full of talented names (Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Brie Larson, Chris Evans, Jason Schwartzman) and all of them work really well with their material. There's an efficient, clever use of CGI here, and that use doesn't pollute the film at all, on the contrary, it makes the film's style even more unique. If you like action, comedy, comic books and videogames, you'll love “Scott Pilgrim”.)


  • O FANTÁSTICO SR. RAPOSO (2009), dirigido por Wes Anderson (Disponível na Amazon Prime Video)
    (FANTASTIC MR. FOX (2009), directed by Wes Anderson)

Na minha opinião, o Wes Anderson não tem nenhum filme ruim. E “O Fantástico Sr. Raposo” não é uma exceção. Uma obra-prima subestimada da animação stop-motion, o filme de Anderson mostra que não só de CGI vive a animação. Cada quadro dessa animação é literalmente uma obra de arte. É um filme que possui todas as características visuais e estéticas do diretor (simetria, paleta de cores, passo rápido da história, trilha sonora dos anos 1960 e 1970, história com tema familiar), e o stop-motion feito aqui não é mais tradicional, como no caso da Aardman (“A Fuga das Galinhas”). É algo bem mais sofisticado, mais ou menos no mesmo nivel de detalhes dos filmes da LAIKA (“Coraline e o Mundo Secreto”). É uma história que tanto crianças quanto adultos podem gostar, tem um elenco de vozes de outro mundo (George Clooney, Meryl Streep, Jason Schwartzman, Owen Wilson, Bill Murray), e é tão bom, que você nem vê o tempo de duração curto (1h30min) passar. É o meu segundo filme favorito do Wes Anderson, minha animação favorita de todos os tempos e um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. É um filme perfeito para introduzir cinéfilos em formação ao trabalho desse incrível diretor.
(In my opinion, Wes Anderson has never made a bad film. And “Fantastic Mr. Fox” is no exception. An underrated masterpiece of stop-motion animation, Anderson's film shows that animation is so much more than just CGI. Every frame in this animated movie is literally a work of art. It's a film that has every visual and aesthetic characteristics that the director is known for (symmetry, color palette, fast-paced story, soundtrack from the 1960s and 1970s, a story with a family theme), and the stop-motion made here isn't that traditional, like with Aardman (“Chicken Run”). It's something way more sophisticated, more or less on the same level of detail as the films made by LAIKA (“Coraline”). It's a story that both kids and adults can enjoy, it has a juggernaut of a voice cast (George Clooney, Meryl Streep, Jason Schwartzman, Owen Wilson, Bill Murray), and it is so good, that you don't even see the short running time (less than 90 minutes) go by. It's my second favorite Wes Anderson film, my favorite animated film of all time and one of my favorite films of all time. It's a perfect film to introduce film buffs in formation to the work of this amazing director.)



Então, é isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima postagem,
João Pedro
(So, that's it, guys! I hope you liked it! See you in the next post,
João Pedro)