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quinta-feira, 9 de abril de 2020

#StayHome - Parte 2: Séries (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a segunda e última parte da postagem #StayHome, dessa vez falando sobre séries (algumas conhecidas, outras nem tanto) para assistir durante esse período de isolamento social. Novamente, reforço o fato de que, assim como os filmes, as séries que eu irei listar não abordam temas sensíveis ou são sobre epidemias ou doenças. São séries que eu considero boas, algumas são leves, outras nem tanto. Então, vamos começar!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to deliver the second and final part of my #StayHome post, this time talking about TV shows (some are well known, others not that much) to watch during this period of social isolation. Again, I reinforce the fact that, just like the films, the shows I'll list do not deal with sensitive themes or are about epidemics or diseases. They are shows that I consider to be good, some are light, others not that much. So, let's begin!)


  • DERRY GIRLS (2018-presente, Netflix, 2 temporadas, 12 episódios)
    (DERRY GIRLS (2018-present, Netflix, 2 seasons, 12 episodes)

Vamos começar com uma série bem desconhecida pelo público assinante da Netflix. Produzida pelo Channel 4 (que também produziu as séries originais da Netflix “Black Mirror” e “The End of the F***ing World”), “Derry Girls” conta a história de 5 adolescentes (4 garotas e um garoto) vivendo durante o período conhecido como “The Troubles” na Irlanda do Norte, onde a população protestante (maioria) queria preservar os laços com a Grã-Bretanha, e do outro lado, a população católica desejando independência ou a integração com a República da Irlanda, de maioria católica.
Ouvi falar dessa série quando li um artigo na Internet que dizia que a Jodie Whittaker (protagonista de Doctor Who, minha série favorita) gostaria de participar de um episódio de “Derry Girls”. Então, entrei na Netflix e comecei a assistir. E, de fato, é uma série incrível. O senso de humor do roteiro é afiadíssimo, assim como a maioria das comédias britânicas; os personagens são muito bem desenvolvidos, a ponto de você se importar com eles, o que é importante, quando se trata de uma série. É uma ótima história sobre amadurecimento e amizade, e, mesmo que não esteja entre as séries mais conhecidas da Netflix, garanto que não irão se arrepender de devorar as duas temporadas dessa jóia escondida.
(Let's start with a show that isn't that well-known by Netflix subscribers. Produced by Channel 4 (which also produced the Netflix Originals “Black Mirror” and “The End of the F***ing World”), “Derry Girls” follows 5 teenagers (4 girls and one boy) living in the period known as “The Troubles” in Northern Ireland, where the Protestant population (majority) wanted to preserve its connection with Britain, and on the other side, the Catholic population wishing for independence or integration with the Republic of Ireland, whose inhabitants were mostly Catholic. I heard of this show when I read an article on the Internet that said that Jodie Whittaker (protagonist of Doctor Who, my favorite show) would like to be in an episode of “Derry Girls”. So, I started watching it on Netflix. And, indeed, it's an amazing show. The script's sense of humor is razor-sharp, like most British comedies; the characters are very well developed, and you actually care about them, which is important, when it comes to a TV show. It's a great story about growing up and friendship, and, even though it's not among the most popular Netflix shows, I guarantee you will not regret devouring this hidden gem's two seasons.)


  • FLEABAG (2016-2019, Amazon Prime Video, 2 temporadas, 12 episódios)
    (FLEABAG (2016-2019, Amazon Prime Video, 2 seasons, 12 episodes)

Vou começar afirmando um fato: Phoebe Waller-Bridge é um gênio. A maioria das pessoas ouviu falar dessa série pela altamente premiada segunda temporada. Mas sou fã de carteirinha de “Fleabag” desde o primeiro momento em que a protagonista se vira para a câmera, quebrando a quarta parede. Assim como “Derry Girls”, o senso de humor de Waller-Bridge é ácido, sarcástico, e muito afiado. Mas o fato mais interessante de “Fleabag” é que, mesmo sendo uma série de comédia bem engraçada, ela possui uma carga dramática bem forte. O desenvolvimento da protagonista ao longo da série é algo incrível de se ver. Quando ela ri, rimos com ela. Quando ela chora, choramos com ela. E Waller-Bridge, além de ser showrunner e roteirista do programa, dá um tremendo show no papel principal, equilibrando a sagacidade e a fragilidade emocional da personagem de forma perfeita. O elenco de apoio, composto por Sian Clifford, Olivia Colman, Brett Gelman, Bill Paterson e Andrew Scott, também fazem um belo trabalho, resultando em um desenvolvimento mais profundo da protagonista, e em muitas risadas ao longo de seus 12 episódios. Uma das melhores comédias dos últimos tempos, e talvez uma das melhores séries de todos os tempos, “Fleabag” é uma obra-prima da comédia que não será esquecida tão cedo assim.
(I'll start off by stating a fact: Phoebe Waller-Bridge is a genius. Most people heard of this show because of its highly awarded second season. But I became a huge fan of “Fleabag” since the very first moment the protagonist turned to the camera, breaking the fourth wall. Just like “Derry Girls”, Waller-Bridge's sense of humor is acid, sarcastic, and razor-sharp. But the most interesting fact about “Fleabag” is that, even though it's a really funny comedy series, it carries a very strong emotional baggage. The protagonist's character development throughout the series is amazing to behold. When she laughs, we laugh with her. When she cries, we cry with her. And Waller-Bridge, besides acting as showrunner and writer for the series, knocks it out of the park in the main role, perfectly balancing the protagonist's wit and emotional weaknesses. The supporting cast, composed by Sian Clifford, Olivia Colman, Brett Gelman, Bill Paterson and Andrew Scott, also does a wonderful job, resulting in a deeper development for its protagonist, and in lots of laughs throughout its 12 episodes. One of the best comedies in recent times, and maybe one of the best TV shows of all time, “Fleabag” is a comedy masterpiece that surely will not be forgotten that soon.)


  • KILLING EVE (2018-presente, Globoplay, 2 temporadas, 16 episódios)
    (KILLING EVE (2018-present, BBC America, 2 seasons, 16 episodes)

Outra série produzida por Phoebe Waller-Bridge, “Killing Eve” conta a história de Eve Polastri (Sandra Oh), uma detetive do Serviço Secreto Britânico que recebe a tarefa de capturar a assassina Villanelle (Jodie Comer). Ao longo da história, elas começam a ficar obcecadas uma com a outra. Essa série de espionagem é diferente de tudo que eu já vi no gênero policial. A começar pelo roteiro, que apresenta e desenvolve seus personagens de forma gradual e intrigante, o que influencia o espectador a continuar assistindo a série. Depois, temos o elenco, encabeçado por Oh e Comer, e as duas dão um tremendo show. A personagem de Oh começa de um jeito e, no final da temporada, ela quase se torna outra pessoa, por causa do ótimo desenvolvimento da personagem. E temos a Jodie Comer, que, venhamos e convenhamos, é a dona da série. Ela é engraçada, infantil, sádica, sarcástica, totalmente maluca, e ela mereceu todos os prêmios que ela ganhou ao longo dessas duas temporadas. Em ótimos papéis coadjuvantes, temos Fiona Shaw e Kim Bodnia, que colaboram bastante para o desenvolvimento das duas protagonistas. Com um roteiro envolvente e tenso, e encabeçado por um elenco que esbanja talento, “Killing Eve” é um thriller de espionagem sensacional. E se eu fosse vocês, maratonava as duas temporadas, porque a terceira está prestes a chegar, no dia 12 de abril.
(Another show produced by Phoebe Waller-Bridge, “Killing Eve” tells the story of Eve Polastri (Sandra Oh), an investigator for the British Secret Service who is assigned to capture the assassin Villanelle (Jodie Comer). Throughout the story, they start to build a mutual obsession for each other. This show about espionage is different from everything I've ever seen in the investigation genre. Starting with the script, which introduces and develops its characters in a gradual, intriguing way, which makes the viewer thirsty for more episodes. Then, we have the cast, led by Oh and Comer, and both of them are simply amazing. Oh's character starts off in one way, and by the end of the season, she's almost like another person, because of the characters's great development. And we have Jodie Comer, who, let's be honest here, is the queen of the show. She is funny, childish, sadistic, sarcastic, completely bonkers, and she deserved every award she won throughout these two seasons. In great supporting roles, we have Fiona Shaw and Kim Bodnia, and they mostly collaborate for the main characters' development. With a captivating, tense script, and led by an amazingly talented cast, “Killing Eve” is a sensational spy thriller. And if I were you, I'd binge-watch the whole thing, because Season 3 is about to arrive, on April 12.)


  • PENNY DREADFUL (2014-2016, Globoplay, 3 temporadas, 27 episódios)
    (PENNY DREADFUL (2014-2016, 3 seasons, 27 episodes)

“Penny Dreadful” é o mais próximo que teríamos de uma “poesia audiovisual”. É uma série de terror gótico que faz uso de personagens clássicos famosos do gênero literário de horror (Frankenstein, Dorian Gray, Drácula, entre outros) para contar a história de Vanessa Ives (Eva Green), uma mulher que, junto com Malcolm Murray (Timothy Dalton) e Ethan Chandler (Josh Hartnett), batalha forças sobrenaturais. Os roteiros de John Logan (roteirista indicado 3 vezes ao Oscar) são envolventes, tensos e, de fato, poéticos. Uma das melhores coisas sobre o roteiro são as surpresas que ele guarda, e acreditem em mim, algumas vão deixar o espectador de queixo caído. Os personagens são extremamente bem desenvolvidos ao longo da série. E o elenco é uma maravilha a parte. Começando pela Eva Green, que interpreta um de seus melhores papéis aqui. As emoções que ela consegue transmitir são algo que não vimos muito no trabalho dela para o cinema, é um negócio de outro mundo. Ainda não entendo porque ela não ganhou nenhum prêmio principal (Emmy ou Globo de Ouro) por esse papel. O elenco de apoio é muito talentoso, com nomes do patamar de Timothy Dalton, Josh Hartnett, Reeve Carney, Harry Treadaway, Rory Kinnear, Helen McCrory e Billie Piper. A direção de arte faz um trabalho incrível em retratar uma Londres vitoriana sombria, fria, e nada amistosa. Cheio de terror, poesia, e personagens bem desenvolvidos, “Penny Dreadful” é uma das melhores séries dos últimos tempos. Isso é fato.
(“Penny Dreadful” is the closest we have to some sort of “audiovisual poetry”. It's a gothic horror TV series that makes use of classic horror literature characters (Frankenstein, Dorian Gray, Drácula, among others) to tell the story of Vanessa Ives (Eva Green), a woman who, along with Malcolm Murray (Timothy Dalton) and Ethan Chandler (Josh Hartnett), battles supernatural forces. The scripts written by John Logan (a 3-time Oscar nominee) are captivating, tense, and, indeed, poetic. One of the best things about the script are the surprises it holds, and trust me, some of them are truly jawdropping. The characters are extremely well-developed throughout the series. And the cast is a particular wonder. Starting with Eva Green, who plays one of her best roles here. The emotions she can convey are something we didn't see much in her cinema work, it's otherworldly. I still don't know why she didn't win main awards (Emmy or Golden Globe) for this role. The supporting cast is really talented, with names like Timothy Dalton, Josh Hartnett, Reeve Carney, Harry Treadaway, Rory Kinnear, Helen McCrory, and Billie Piper. The production design does a wonderful job in portraying a cold, dark, not that friendly Victorian London. Filled with terror, poetry, and well developed characters, “Penny Dreadful” is one of the best shows in recent times. That's a fact.)


  • HOW I MET YOUR MOTHER (2005-2014, Amazon Prime Video, 9 temporadas, 208 episódios)
    (HOW I MET YOUR MOTHER (2005-2014, 9 seasons, 208 episodes)

Podem ter aqueles que dizem que “How I Met Your Mother” é uma cópia barata de “Friends”, mas eu respeitosamente não concordo. A começar pela história, que consiste em um homem, Ted Mosby (interpretado por Josh Radnor, com Bob Saget fazendo a narração em voice-over em 2030), contando para seus filhos a história de como ele e sua esposa se conheceram. E no meio dessa história, ele passa por várias situações com seus amigos Marshall (Jason Segel), Lily (Alyson Hannigan), Barney (Neil Patrick Harris) e Robin (Cobie Smulders) em Nova York. Para ser sincero, nunca tinha manifestado interesse em assistir essa série até eu ter ouvido falar que a Katy Perry (por quem eu era apaixonado aos 12 anos) fez uma participação especial em um dos episódios. Aí, assisti esse episódio avulso, sem saber da história como um todo, e lembro que gostei bastante. Muitos anos depois, percebi que ele estava disponível no catálogo da Netflix. Aí, comecei a assistir a série do início. E até hoje, não tem uma série de comédia que ultrapassou essa como a melhor série de comédia para mim (não acabei The Office ainda, que também é muito boa). É uma história cativante, tem um bom equilíbrio entre comédia e drama (tem alguns episódios em que eu quase chorei), e, assim como todas as séries que citei, ela tem personagens muito bem desenvolvidos. O elenco é simplesmente maravilhoso, e trabalha muito bem com o que o roteiro tem a oferecer. O que mais preciso dizer? “How I Met Your Mother” é um clássico moderno da comédia americana, e garanto que, se você dar uma chance a essa série, a jornada vai ser len...- espere aí-dária!
(There may be people who say that “How I Met Your Mother” is a cheap copy of “Friends”, but I respectfully disagree. Starting with the story, which consists of a man, Ted Mosby (Josh Radnor, with Bob Saget narrating in voice-over in 2030), telling his children the story of how he and his wife met. And in the middle of that story, he goes through several situations with his friends Marshall (Jason Segel), Lily (Alyson Hannigan), Barney (Neil Patrick Harris), and Robin (Cobie Smulders) in New York City. To be honest, I never showed any interest in watching this series until I heard that Katy Perry (who I was in love with at age 12) made a special participation in one of the episodes. So, I watched just that episode, without knowing about the story as a whole, and I remember liking it a lot. Several years later, I noticed it was available on Netflix. So, I started watching it from the beginning. And to this day, there wasn't a single comedy series that surpassed this one as the best comedy series for me (haven't finished The Office yet, which is also really good). It's such a captivating story, it has a nice balance between comedy and drama (there were a few episodes where I almost cried), and, just like all the other shows I mentioned above, it has really well developed characters. The cast is simply amazing, and works really well with what the script has to offer. What else needs to be said? “How I Met Your Mother” is a modern classic in American comedy, and I guarantee that, if you give it a chance, the journey will be legen-wait for it-dary!)


  • CAÇADORES DE TROLLS: CONTOS DA ARCADIA (2016-2018, Netflix, 3 temporadas, 52 episódios) e OS 3 LÁ EMBAIXO: CONTOS DA ARCADIA (2018-2019, Netflix, 2 temporadas, 26 episódios)
    (TROLLHUNTERS: TALES OF ARCADIA (2016-2018, Netflix, 3 seasons, 52 episodes) and 3 BELOW: TALES OF ARCADIA (2018-2019, Netflix, 2 seasons, 26 episodes)

Uma alternativa muito divertida para o público infantil, a franquia “Contos da Arcadia” foi criada por ninguém mais, ninguém menos do que Guillermo del Toro (diretor de “O Labirinto do Fauno” e do vencedor do Oscar de Melhor Filme “A Forma da Água”), e já que ela pertence ao gênero característico do diretor, literalmente não tem como essas séries serem ruins. Pelo contrário, me atrevo a dizer que são as melhores obras de animação que a Netflix criou até agora. “Caçadores de Trolls” conta a história de Jim Lake, Jr., que é escolhido por um amuleto para ser o protetor de uma raça de trolls que vive no subterrâneo da cidade onde mora. “Os 3 Lá Embaixo” é uma sequência direta da história de “Caçadores de Trolls”, então recomendo que assistam “Caçadores” antes de “Os 3 Lá Embaixo”. Como começar a descrever essa franquia? Bom, primeiro, ela é feita em parceria com a DreamWorks (“Shrek” e “Madagascar”), então, visualmente, as séries são um deleite para os olhos. Segundo, estamos falando de Guillermo del Toro aqui, então a franquia “Contos da Arcadia” tem uma mitologia muito rica. Personagens são compartilhados entre as duas séries, já que são situadas no mesmo universo fictício, e um aspecto de uma série colabora com um da outra série, para, juntas construírem uma única épica história, a ser concluída através de uma terceira série, “Wizards”, prevista para o segundo semestre. E o senso de humor não é bobinho, como costuma ser em séries infantis atuais, a franquia tem um alcance universal, serve para todas as idades. Ambas as séries são divertidas, engraçadas, mágicas e visualmente vibrantes. E podem servir como uma introdução de cinéfilos mirins ao trabalho de del Toro, para que, quando tais cinéfilos crescerem, eles possam ver as obras-primas live-action desse tremendo diretor.
(A fun alternative for the kids, the “Tales of Arcadia” franchise was created by none other than Guillermo del Toro (who directed “Pan's Labyrinth” and Best Picture-winner “The Shape of Water”), and as it belongs to the director's characteristic genre, there's literally no way these shows could be bad. On the contrary, I dare to say these are the best works of animation Netflix has made so far. “Trollhunters” tells the story of Jim Lake, Jr., who is chosen by an amulet to be the protector of a race of trolls that live on the undergrounds of the city he lives in. “3 Below” is a direct sequel to the story of “Trollhunters”, so I recommend watching “Trollhunters” before watching “3 Below”. How to begin describing this franchise? Well, first, it's made in association with DreamWorks (“Shrek” and “Madagascar”), so, visually, these shows are delightful to the eye. Secondly, this is Guillermo del Toro we're talking about here, so, the “Tales of Arcadia” franchise has a really rich mythology. Characters are shared between the two shows, as they are set in the same fictional universe, and one aspect of a show collaborates with one from the other, in order to, together, build one single epic story, to be concluded through a third show, titled “Wizards”, to premiere in the second semester. And the sense of humor isn't silly, as it usually is with kids's shows these days, the franchise has a universal approach, it's suitable for all ages. Both shows are fun, funny, magical and visually vibrant. And they may serve as an introduction for younger film buffs to del Toro's work, so that, when they grow up, they are able to watch the live-action masterpieces of this amazing director.)


  • LEMONY SNICKET: DESVENTURAS EM SÉRIE (2017-2019, Netflix, 3 temporadas, 25 episódios)
    (LEMONY SNICKET'S A SERIES OF UNFORTUNATE EVENTS (2017-2019, Netflix, 3 seasons, 25 episodes)

Várias séries originais da Netflix, às vezes, podem passar despercebidas pela maioria do público. Séries como “Stranger Things” ou “La Casa de Papel” são altamente conhecidas pelos assinantes da Netflix, e fico triste com o fato de que essa adaptação do trabalho de Lemony Snicket não alcançou o mesmo nível de atenção do que as séries citadas. Pois deveria. Depois de uma tentativa falha de iniciar uma franquia de filmes, começando com o filme de 2004, que junta os 3 primeiros livros; a adaptação para a TV fez a melhor escolha: dividir um livro em dois episódios de 45 minutos cada, para dar tempo suficiente para a trama respirar, e, principalmente, para que o material fonte fosse adaptado de uma maneira mais fiel. E funcionou perfeitamente. Se comparado ao filme, a série é uma adaptação muito mais bem desenvolvida, em termos de roteiro. Assim como nos livros, os episódios seguem uma fórmula, mas são as pequenas diferenças aplicadas nessa fórmula que tornam cada capítulo na história dos Baudelaire único. Assim como “Contos da Arcadia”, a obra de Lemony Snicket tem uma mitologia muito rica, e, se o espectador se entregar às peculiaridades da série, garanto que será bem recompensado com o resultado. O elenco possui uma caracterização incrível, tomando por base as ilustrações dos livros. O Neil Patrick Harris dá um show como o Conde Olaf, equilibrando perfeitamente humor e ameaça. A Malina Weissman, o Louis Hynes e a Presley Smith também são muito bons como os órfãos Baudelaire, eles ganham a nossa confiança e compaixão em cada desventura que eles vivem. E outro destaque fica com a narração de Patrick Warburton como Lemony Snicket, que é uma maravilha à parte. Visualmente, a série é incrível, cada ambiente presente nos livros tem sua própria identidade, e isso é visível por meio do maravilhoso trabalho de direção de arte. Uma das melhores produções originais da Netflix, na minha opinião, “Desventuras em Série” une um roteiro inteligente com um elenco talentoso para entregar uma história que faz justiça ao material fonte, como toda adaptação deveria ser.
(Several Netflix original shows, sometimes, can go unnoticed by most of the audience. Shows like “Stranger Things” and “Money Heist” are well known by Netflix subscribers, and it breaks my heart that this adaptation of Lemony Snicket's work didn't reach the same level of attention as the shows cited above. Because it should've reached. After a failed attempt of creating a movie franchise, starting with the 2004 film, which adapted the first 3 books; the TV adaptation made the best choice: split one book into two 45-minute episodes, for the story to breathe and, mainly, for the source material to be adapted in a more faithful way. And it worked perfectly. If compared to the movie, the show is a much more developed adaptation, in terms of plot. Just like in the books, the episodes follow a formula, but it's the small differences applied to that formula that make every chapter in the Baudelaires' story unique. Just like “Tales of Arcadia”, Lemony Snicket's work has a very rich mythology, and, if the viewer surrenders to the show's peculiarities, I assure that he will be greatly rewarded with the result. The cast has an amazing characterization, comparing with the illustrations in the books. Neil Patrick Harris is incredible as Count Olaf, perfectly balancing humor and threat. Malina Weissman, Louis Hynes and Presley Smith are also really good as the Baudelaire orphans, they gain our trust and compassion in every unfortunate event they go through. And another highlight is Patrick Warburton's narration as Lemony Snicket, which is a particular wonder. Visually, it is astonishing, every environment in the books has its own identity, and that's visible through the wonderful work by the production design team. One of the best original Netflix productions, in my opinion, “A Series of Unfortunate Events” unites a clever script with a talented cast in order to deliver a story that does justice to its source material, as every adaptation should be.)



Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)

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