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sábado, 24 de setembro de 2022

"Não se Preocupe, Querida": um exercício de versatilidade para a diretora Olivia Wilde (Bilíngue)

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E aí, meus queridos cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a minha opinião sobre um dos lançamentos mais recentes, o qual já está em exibição exclusiva nos cinemas! Gravemente afetado por boatos em respeito à dramas de bastidores, o filme em questão foi muito mal recebido pela crítica em sua estreia mundial no Festival de Veneza. Mas, em uma reviravolta chocante, a obra se mostra ser muito mais do que as fofocas que a tornaram infame, mostrando a capacidade impressionante de sua diretora em criar uma atmosfera imersiva de suspense e um enredo deliciosamente enigmático, que vai se revelando ao espectador aos poucos, auxiliado por performances muito competentes de seu elenco e uma estética visual hipnotizante. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Não se Preocupe, Querida”. Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring my opinion on one of the most recent film releases, which is already exclusively showing in theaters! Badly affected by rumors regarding backstage drama, the film reviewed here was really poorly received by critics in its world premiere at the Venice Film Festival. But, in a shocking turn of events, the film ends up being so much more than the gossip that made it infamous, displaying its director's impressive ability in creating an immersive atmosphere of suspense and a deliciously cryptic plot, which slowly reveals itself to the viewer, supported by very competent performances by its cast and a hypnotizing visual aesthetic. So, without further ado, let's talk about “Don't Worry, Darling”. Let's go!)



Ambientado em uma vizinhança retrô dos anos 1950, o filme acompanha Alice (Florence Pugh), uma dona de casa que vive tranquilamente com seu marido atarefado (Harry Styles) em uma vida aparentemente pacata, com o dia-a-dia da moça consistindo em cozinhar, limpar a casa e jantar com os amigos à noite. Porém, a promessa de uma vida perfeita é colocada em dúvida quando Alice começa a ter visões e pesadelos que mostram as imperfeições do local utópico onde vivem, levando-a a questionar seu modo de vida e o trabalho sigiloso de seu marido, desenterrando uma verdade perturbadora no processo.

(Set in a retro 1950s neighborhood, the film follows Alice (Florence Pugh), a housewife that lives peacefully with her hard-working husband (Harry Styles) in an apparently quiet life, with her daily routine consisting in cooking, cleaning the house and having dinner with her friends at night. However, the promise of a perfect life is put on doubt when Alice starts having visions and nightmares that show the imperfections of the utopian place they live in, leading her to question her way of life and her husband's classified work, unearthing a disturbing truth in the process.)



Desde a época em que o filme foi anunciado, eu estava com expectativas perigosamente altas para “Não se Preocupe, Querida” por várias razões. Primeiro, pela direção da Olivia Wilde, que em 2019, nos brindou com a original e cativante comédia de adolescentes “Fora de Série”. Segundo, pelo fato da protagonista ser interpretada pela maravilhosa Florence Pugh, responsável por performances aclamadas em filmes como “Midsommar”, de Ari Aster, e “Adoráveis Mulheres”, de Greta Gerwig, com o último rendendo a Pugh uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Terceiro, o roteiro original escrito por Carey e Shane Van Dyke (o qual foi reescrito para as filmagens por Katie Silberman, roteirista do filme anterior de Wilde) foi um dos roteiros mais votados na Black List de 2019, lista onde são destacados roteiros promissores que ainda não foram produzidos ou filmados, e onde eventuais indicados e vencedores do Oscar marcaram presença, como “Bela Vingança” e “King Richard: Criando Campeãs”.

Então, sim, eu estava MUITO animado para assistir a “Não Se Preocupe, Querida”, a ponto de colocar o filme na minha lista dos 10 filmes mais esperados para 2022, baseado em um teaser de 12 segundos lançado pela diretora UM ANO antes da estreia do filme nos cinemas. E acho que nem preciso dizer que os boatos de brigas entre Pugh e Wilde no set de filmagens e a rivalidade entre Harry Styles e Chris Pine afetaram estas expectativas, assim como, aparentemente, as primeiras críticas na estreia do filme no Festival de Veneza. Só para vocês terem uma ideia, “Não Se Preocupe, Querida” está com míseros 38% de aprovação da crítica no agregador Rotten Tomatoes, no momento de escrita dessa resenha. E quando vi essa recepção negativa inicial, devo admitir que me senti um pouco frustrado; mas, ainda assim, mantive minha mente aberta ao assistir ao filme ontem.

“Não se Preocupe, Querida” é a prova viva de que a toxicidade das fofocas de Hollywood pode impactar grandemente na recepção crítica de um filme, porque ao contrário dos críticos de Veneza, eu me senti extremamente satisfeito com o resultado final do segundo filme de Wilde. Não somente o longa-metragem mostra a versatilidade da diretora ao lidar com um gênero drasticamente diferente do de seu primeiro trabalho na direção, mas também extrai o melhor de suas várias influências no cinema, literatura e TV para fazer algo que seja um pouco mais do que a mera soma de suas partes. Esta mistura acaba resultando em uma história que não é 100% original, mas que traz novos ingredientes à receita para dar leves toques de criatividade e inventividade à ela.

Ok, então, vamos falar do roteiro. Escrito por Katie Silberman, o primeiro destaque que gostaria de fazer é justamente a mistura calculada de suas várias influências. Não se preocupem, não vou dar referências óbvias que possam ser spoilers. Vou deixar para discuti-los em um possível vídeo posterior no canal. Mas se você pegar a ambientação e a atmosfera de “WandaVision”, misturar com as temáticas de “The Handmaid's Tale” e colocar uma pitadinha de “O Show de Truman” por cima, vai chegar bem perto com o que Wilde, Silberman e os irmãos Van Dyke conseguiram fazer em “Não se Preocupe, Querida”. E é uma mistura tão bem feita que, se a recepção inicial tivesse sido diferente, o filme poderia tranquilamente ser considerado como um dos concorrentes ao Oscar de Melhor Roteiro Original ano que vem.

O segundo destaque do roteiro de Silberman fica com a construção do arco narrativo da protagonista; o qual, curiosamente, é extremamente similar à trajetória da protagonista de “Midsommar”, interpretada pela Florence Pugh, que também protagoniza este filme. E acaba funcionando tão bem quanto. Assim como em “Midsommar”, nós vemos absolutamente TUDO sob a perspectiva da personagem de Pugh, e isso colabora para uma experiência mais imersiva por parte do espectador. O desespero, a desconfiança e as suspeitas que perpassam pela protagonista são igualmente sentidas por quem está assistindo, e Silberman consegue mexer com as nossas cabeças de uma maneira extremamente eficaz; nos fazendo, assim como a Alice, questionar incessantemente o que nós estamos vendo.

Em terceiro lugar, a atmosfera de “Não se Preocupe, Querida” é uma das principais armas da roteirista para atiçar a curiosidade do espectador. E aqui se encontra um verdadeiro diferencial que, na minha opinião, foi mostrado da melhor forma possível em “O Iluminado”, de Stanley Kubrick: Wilde e Silberman encontram o verdadeiro terror na simetria, na repetição das mesmas coisas. Perto do início do filme, os maridos se despedem de suas esposas e vão para o trabalho, com os carros cuidadosamente enfileirados, e todas as ações dos personagens parecendo cronometradas, em perfeita sincronia. E ao mesmo tempo que você pode pensar: “Nossa, mas que vida boa!”, você também pensa: “Tem algo muito errado com este lugar.” O mais interessante é que, enquanto essa atmosfera é usada desta maneira, o visual vibrante da ambientação também é usado para propositalmente desviar a atenção do espectador do que realmente importa, e eu amei essa jogada.

Em quarto lugar, gostaria de destacar a reviravolta do roteiro de Silberman, que genuinamente me surpreendeu, especialmente pela forma que ela vai lentamente se revelando ao espectador. Primeiro, através de uma simples música, da qual a protagonista não se lembra de onde conhece. Depois, através de misturas bem calculadas entre sonho e realidade; novamente, de forma bem similar à “Midsommar”, nos fazendo duvidar se realmente há algo preocupante na ambientação ou se é tudo coisa da cabeça da protagonista. E tudo isso vai se acumulando até chegar em um momento crucial onde todas as cortinas se abaixam e a verdade é revelada, mudando completamente o rumo da trama; como aconteceu, por exemplo, com “Parasita”, de Bong Joon-Ho. É incrível como Wilde e Silberman foram capazes de juntar as peças de um quebra-cabeça que prometia ser inerentemente complexo de uma maneira simples e, principalmente, compreensível. Há algumas poucas pontas soltas que impediram que o roteiro fosse 100% completo, mas as revelações elaboradas acabam sendo o suficiente para saciar a sede do espectador por respostas.

E, por último, mas não menos importante, eu simplesmente amo quando filmes de gênero usam seus aspectos mais surreais para lidar com temas bem reais, e “Não se Preocupe, Querida” é mais um exemplo disso. Temas como as relações patriarcais, o papel do homem e da mulher no casamento e padrões de relacionamento são abordados de uma maneira brilhante aqui; da mesma maneira que as relações raciais foram trabalhadas no excelente “Corra!”, de Jordan Peele. Não vou falar em que contexto, porque é uma surpresa que vem junto com a reviravolta. E eu creio que, se a recepção inicial do filme não tivesse sido tão negativa, o segundo trabalho de Olivia Wilde na direção poderia iniciar discussões interessantes, que provavelmente levariam o filme para a temporada de premiações, assim como aconteceu com o filme de Peele, que acabou vencendo o Oscar de Melhor Roteiro Original.

(Ever since this movie was announced, my expectations were dangerously high to watch “Don't Worry Darling” for several reasons. Firstly, because it was directed by Olivia Wilde, who in 2019, gave us the original, heartwarming coming-of-age comedy “Booksmart”. Secondly, because its protagonist was to be portrayed by the wonderful Florence Pugh, responsible for acclaimed performances in movies such as Ari Aster's “Midsommar” and Greta Gerwig's “Little Women”, the latter of which rendered Pugh an Oscar nomination for Best Supporting Actress. Thirdly, the original screenplay written by Carey and Shane Van Dyke (which was rewritten for shooting by Katie Silberman, who wrote Wilde's previous film) was one of the most voted scripts in the 2019 Black List, a list where the most promising unproduced screenplays are highlighted, and where eventual Oscar nominees and winners marked their presence, such as “Promising Young Woman” and “King Richard”.

So, yes, I was VERY excited to watch “Don't Worry Darling”, to the point of placing the film among my 10 most anticipated films of 2022, based only on a 12-second teaser released by the director ONE YEAR before its wider release in theaters. And I guess I don't even have to say that the rumors of Wilde and Pugh fighting on set and the rivalry between Harry Styles and Chris Pine affected those expectations, as well as, apparently, the film's first reviews in its Venice Film Festival premiere. Just so you can get an idea, “Don't Worry Darling” sits at a miserable 38% of approval from critics in the aggregator Rotten Tomatoes, by the time this review is being written. And when I saw that negative initial reception, I must admit I was a bit frustrated; but, still, I kept my mind open when watching the film yesterday.

“Don't Worry Darling” is living proof that the toxicity of Hollywood gossip can make a great impact on a film's critical reception, because unlike the critics at Venice, I felt extremely satisfied with the final result of Wilde's sophomore film. Not only does the feature show its director's versatility by dealing with a drastically different genre to that of her first film, it also extracts the best of its several influences in literature, cinema and TV in order to make something that's a little more than the mere sum of its parts. That mixture ends up resulting in a story that's not 100% original, but that brings new ingredients to the recipe in order to add some good touches of creativity and inventivity.

Okay, then, let's talk about the screenplay. Written by Katie Silberman, the first highlight I'd like to make is exactly its well-calculated mixture of its several influences. Don't worry, I won't give away obvious references that can be spoilers. I'll discuss them in a possible video later on in my channel. But if you take the setting and atmosphere of “WandaVision”, mix it with the themes of “The Handmaid's Tale”, and sprinkle a bit of “The Truman Show” on top, it'll be pretty close to what Wilde, Silberman and the Van Dyke brothers managed to create in “Don't Worry Darling”. And it's a mix that's so well-done and executed that, if the initial reception wasn't as negative as it was, the film could've easily been considered as a contender for Best Original Screenplay at the Oscars next year.

The second highlight in Silberman's screenplay stays with the development of the protagonist's narrative arc; which, curiously, is extremely similar to the trajectory of the protagonist of “Midsommar”, played by Florence Pugh, who also stars in this film. And it ends up working just as well as it did in that film. Just like in “Midsommar”, we see absolutely EVERYTHING through the eyes of Pugh's character, and that collaborates to a more immersive experience for the viewer. The despair, the distrust, and the suspicions that go through the protagonist's head are equally felt by who's watching her, and Silberman manages to mess with our heads in an extremely effective way; making us, just like Alice, relentlessly question everything we're watching.

Thirdly, the atmosphere of “Don't Worry Darling” is one of the main weapons used by the screenwriter to entice the viewer's curiosity. And in here, we find a true difference that, in my opinion, was best displayed in Stanley Kubrick's “The Shining”: Wilde and Silberman find true horror in symmetry, in repeating the same things over and over. Near the beginning of the film, the husbands kiss their wives goodbye and head off to work, their cars carefully lined up, with each one the characters' actions seeming timed, all perfectly synchronized. And at the same time the viewer might think “Wow, that's a good life!”, they also think “There is something really wrong with this place.” And the most interesting thing is that, while the atmosphere is used that way, the setting's vibrant visuals are also used to purposefully distract the viewer's attention from what really matters, and I loved that move.

In fourth place, I'd like to highlight the plot twist in Silberman's screenplay, which genuinely surprised me, especially with how the way it slowly revealed itself to the viewer. First, through the humming of a song, which the protagonist cannot remember where it came from. Then, through well-calculated mixes between dreams and reality; again, in a very similar way to “Midsommar”, making us doubt whether if there's something really worrying in the setting or if it's all in the protagonist's head. And all that just builds up and up, until a crucial moment where every curtain is open and the truth is revealed, completely changing the path of the narrative; like it happened, for example, with Bong Joon-ho's “Parasite”. It's amazing how Wilde and Silberman were able to put together the pieces of a puzzle that promised to be inherently complex in a very simple and, mainly, comprehensible way. There are very few loose ends that prevented the script from being 100% complete, but the elaborated revelations end up being enough to quench the viewer's thirst for answers.

And at last, but not least, I just love it when genre films use their most surreal aspects to deal with very real themes, and “Don't Worry Darling” is yet another example of that. Themes like patriarchy relationships, the roles of men and women in a marriage and relationship standards are approached brilliantly here; in the same way race relations were dealt with in Jordan Peele's excellent “Get Out”. I won't say in which context, because that is a surprise that comes along with the plot twist. And I believe that, if the film's initial reception wasn't so negative, Olivia Wilde's sophomore work in the director's chair could've jumpstarted interesting discussions, that would probably get the film into the award season, just like it happened with Peele's film, which won the Oscar for Best Original Screenplay.)



Como o filme em si é visto sob a perspectiva de uma só personagem, o maior peso no elenco reside sobre os ombros da protagonista, Florence Pugh. Como dito anteriormente, o arco narrativo de sua personagem é extremamente similar ao de sua própria personagem principal em “Midsommar”, e realmente há algumas partes em “Não se Preocupe, Querida” onde é possível ver a mesma dedicação, a mesma imersão, e até as mesmas reações de Pugh no filme de 2019 dirigido por Ari Aster. O filme é tão focado na perspectiva dela, que todos os outros personagens acabam sendo instrumentos usados para movimentar a trajetória dela no enredo. E a atriz, assim como em “Midsommar”, tira o papel de letra aqui. É incrível como a protagonista dela consegue se conectar de forma tão intrínseca ao espectador, porque nós estamos descobrindo coisas sobre a trama ao mesmo tempo que ela, uma personagem, também descobre, e Pugh consegue interpretar este papel de interlocutora entre o roteirista e o espectador de forma magistral.

No lado masculino, temos uma atuação competente do Harry Styles que, de pouco a pouco, está construindo uma carreira consolidada como ator. O personagem dele é propositalmente raso, com a roteirista tendo um motivo bem específico para escrevê-lo dessa maneira. Inclusive, tem uma cena que simboliza, de uma maneira bem sucinta, o que ele significa para a trama geral. E, de forma curiosa, o Jack de Styles é muito, mas muito parecido com o personagem do Jack Reynor em “Midsommar”, interpretando o par romântico de Pugh. Achei essas analogias bem interessantes. E eu só não falo que Pugh carrega o filme nas costas, porque o Chris Pine rouba toda cena em que ele aparece. Parece que ele nasceu pra ser um vilão, porque ele consegue equilibrar perfeitamente as atitudes carismáticas e ameaçadoras de seu personagem. Nessa perspectiva, a performance de Pine é a antítese ideal para a de Pugh, já que as duas se contradizem e se complementam muito bem.

Em papéis mais coadjuvantes, temos uma performance genuinamente aterrorizante e fria da Gemma Chan, que seria a Rainha de Copas para a Alice de Pugh. É absolutamente enervante ver Chan lidando com seus diálogos com um tom propositalmente monótono. Tem algumas sequências onde parece que a personagem dela nem pisca, e isso colabora ainda mais para o caráter misterioso e arrepiante da performance da atriz. E, por fim, temos a própria diretora, Olivia Wilde, interpretando uma das amigas da personagem de Pugh, o que é irônico, para dizer o mínimo, já que os boatos dizem que as duas se desentenderam no set. Porém, a personagem de Wilde oferece uma perspectiva verdadeiramente emocionante para a realidade que as duas personagens enfrentam, auxiliando, assim, a trajetória da protagonista ao longo da trama.

(As the film itself is seen under the perspective of a single character, the biggest weight in the cast resides on the shoulders of the protagonist, Florence Pugh. As previously stated, her character's narrative arc is extremely similar to that of her own main character in “Midsommar”, and there are actually a few sequences in “Don't Worry Darling” where you can see the same dedication, the same immersion, and even the same reactions from Pugh in the 2019 film directed by Ari Aster. The film is so focused on her perspective, that every other character ends up being an instrument to propel her trajectory forward in the plot. And the actress, just like in “Midsommar”, is a knockout in this role. It's amazing how her protagonist manages to connect with the viewer in such an intricate way, as we are figuring things out from the plot at the exact same time that she, a character, also does the same, and Pugh manages to play that role of interlocutor between the writer and the viewer in a masterful way.

On the male side, we have a competent performance by Harry Styles, who's slowly building himself a solid career as an actor. His character is purposefully shallow, with the screenwriter having a very specific reason to write him as such. By the way, there's a scene that symbolizes, in a very succint way, what he represents to the plot in general. And, curiously, Styles's Jack is really, really similar to Jack Reynor's character in “Midsommar”, playing Pugh's romantic interest. I thought those analogies were pretty interesting. And I'm not saying that Pugh solely carries this film, because Chris Pine steals every single scene he's in. It seems like he was born to play a villain, as he manages to perfectly balance his character's charismatic and menacing attitudes. In that perspective, Pine's performance is the ideal antithesis to that of Pugh's, as both of them contradict and complement each other really well.

In more supporting roles, we have a genuinely terrifying and cold performance by Gemma Chan, who would be the Queen of Hearts to Pugh's Alice. It's absolutely unnerving seeing Chan deliver her dialogue in a purposefully monotonous tone. There are some sequences where it seems that her character doesn't even blink, collaborating even more to the mysterious, spine-chilling feel in the actress's performance. And, finally, we have the director herself, Olivia Wilde, as one of Pugh's character's best friends, which is ironic to say the least, considering that the rumors say both actresses had a misunderstanding on set. However, Wilde's character brings a truly emotional point of view to the reality both characters face, helping, therefore, to move the protagonist's trajectory forward in the plot.)



É muito bom ver o quanto que a execução dos aspectos técnicos de “Não se Preocupe, Querida” anda de mãos dadas com o roteiro de Silberman e a direção de Wilde, a começar pela direção de fotografia magistral de Matthew Libatique. O melhor é que Libatique não é um completo estranho em capturar visualmente thrillers psicológicos, tendo sido diretor de fotografia de “Cisne Negro”, “Réquiem para um Sonho” e “Mãe!”, todos dirigidos por Darren Aronofsky. E aqui, ele faz um trabalho impressionante usando simetria, tomadas contínuas e a arquitetura da ambientação para retratar um ambiente enganosamente “perfeito”; e é tudo tão bem executado que, visualmente, o trabalho de Libatique acaba sendo bem semelhante ao do John Alcott em “O Iluminado”, de Stanley Kubrick, pela atenção e dedicação que os dois diretores de fotografia têm em relação aos mesmos aspectos na tela. O mesmo pode ser dito pela montagem bem calculada do Affonso Gonçalves, que mostra a mesma eficácia do trabalho sensacional de Ray Lovejoy na adaptação de Kubrick em fazer cortes extremamente precisos para acentuar o caráter psicológico e atmosférico da trama.

Uma coisa interessante que fiquei sabendo pela internet é que a estética visual de “Não Se Preocupe, Querida” foi inspirada em um ensaio do fotógrafo norte-americano Slim Aarons chamado “Poolside” (À Beira da Piscina), em especial uma foto intitulada “Poolside Gossip” (Fofocas À Beira da Piscina). E realmente, tudo no ambiente (dos prédios, aos figurinos e carros, e até à maquiagem) replica o caráter vibrante e atraente do trabalho fotográfico de Aarons, com algumas cenas até tendo sido filmadas no exato local em que as fotos foram originalmente tiradas. Todo o trabalho na direção de arte faz com que o espectador se sinta simultaneamente acomodado e incomodado com tudo o que ocorre na trama. Há algumas cenas retratando coisas pacatas e cotidianas, levando o espectador a pensar: “Isso é perfeito... Perfeito até demais pra ser verdade”; e isso meio que serve de gatilho para o suspense entrar com tudo, e isso é muito bom.

E por fim, temos o trabalho de som, que é absolutamente espetacular. Por exemplo, há uma cena ambientada em uma mesa de jantar onde várias conversas corriqueiras estão ocorrendo. E aí, a personagem de Pugh faz uma pergunta que faz o ambiente todo se calar. Não dá pra ouvir nem um grilo. É assim que todo trabalho de som em suspenses deveria ser. Essa aura sufocante é também replicada na trilha sonora instrumental de John Powell, que consegue misturar aqui dois “tipos” de trilha sonora do gênero: aquela com vários “booms” sonoros e um uso inventivo de vocais, como, por exemplo, o trabalho excepcional do Hans Zimmer em “Duna”; e aquela trilha mais orquestral, com um uso de violinos e instrumentos de corda para acentuar o caráter enervante da trama, como, por exemplo, o trabalho incrível do Michael Abels nos filmes dirigidos por Jordan Peele. E além disso, contamos com a presença de canções da época retratada, compostas por Ray Charles e Ella Fitzgerald, para uma maior fidelidade e imersão na estética dos anos 1950.

(It's really good to see how the execution of the technical aspects in “Don't Worry Darling” walks hand-in-hand with Silberman's screenplay and Wilde's direction, starting off with Matthew Libatique's masterful cinematography. The best thing is that Libatique isn't a total stranger when visually capturing psychological thrillers, having served as cinematographer to “Black Swan”, “Requiem for a Dream” and “Mother!”, all of them directed by Darren Aronofsky. And here, he does an impressive job with symmetry, continuous takes and the setting's architecture in order to portray a deceptively “perfect” environment; and it's all so well executed that, visually, Libatique's work ends up being quite similar to that of John Alcott's in Stanley Kubrick's “The Shining”, because of the attention and dedication that both cinematographers have over the same aspects onscreen. The same can be said about Affonso Gonçalves's well-calculated editing, who shows the same effectiveness as Ray Lovejoy's sensational work in the Kubrick adaptation in making extremely precise cuts in order to enhance the plot's psychological and atmospheric feel.

An interesting thing I heard about on the internet is that the visual aesthetic of “Don't Worry Darling” was inspired by a photoshoot from American photographer Slim Aarons named “Poolside”, especially a photo titled “Poolside Gossip”. And for real, everything in the environment (from the buildings, to the costumes and cars, to even the make-up) replicates the vibrant, attractive feel in Aarons's photographic work, with some scenes even being filmed in the exact same places the photos were originally taken. All the work in the production design makes the viewer feel simultaneously settled and unsettled with everything that's going on. There are some scenes portraying quiet, everyday things, making the viewer think: “This is perfect... Even too perfect to be true”; and that kind of triggers it for the suspense to go all in, which is really good.

And, finally, we have the sound work, which is absolutely spectacular. For example, there's a scene set around a dinner table where several people are talking at the same time. And then, Pugh's character asks a question that makes the entire room go silent. You can't even hear a cricket. That's how every sound work in suspense films should be. That suffocating aura is also replicated in John Powell's original score, which mixes two “types” of genre scores: that one with several sonic “booms” and an inventive use of vocals, like, for example, Hans Zimmer's exceptional work in “Dune”; and that one that's more orchestral, with a use of violins and string musical instruments to make the plot even more unnerving, like, for instance, Michael Abels's amazing work in the films directed by Jordan Peele. And besides that, we have the presence of songs from the time the film portrays, composed by Ray Charles and Ella Fitzgerald, for a greater fidelity and immersion to all the 1950s aesthetic.)



Resumindo, “Não se Preocupe, Querida” é muito, mas muito mais do que todas as fofocas de Hollywood que o tornaram infame. É um exercício louvável de versatilidade por parte da diretora Olivia Wilde, que conta com a ajuda de um roteiro bem construído, um elenco muito competente e aspectos técnicos extraordinariamente bem utilizados para criar uma história que consegue misturar suas brilhantes influências e entregar reviravoltas surpreendentes, de forma que acaba sendo um pouco mais do que a mera soma de suas partes, mesmo com o resultado não sendo 100% original.

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Don't Worry Darling” is much, much more than all the Hollywood gossip that made it infamous. It's a praise-worthy exercise in versatility from director Olivia Wilde, who relies on the help of a well constructed screenplay, a very competent cast and extraordinarily well-used technical aspects in order to create a story that manages to blend its brilliant influences together and deliver surprising plot twists, in a way that it ends up being a bit more than the mere sum of its parts, even if the results aren't 100% original.

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

10 Destaques dos Festivais de Cinema de Outono Que Você Precisa Conhecer (Bilíngue)

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E aí, meus queridos cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar de 10 filmes que marcaram presença nos grandes festivais de cinema de outono (Veneza, Toronto e Telluride) e que, portanto, merecem a sua atenção! Temos dramas, biografias, remakes, sátiras, estudos de personagem, filmes que dividiram crítica e público após suas exibições, e é claro, filmes premiados nestes festivais! Tem um pouco para todo mundo aqui. E quase todos eles têm data de estreia confirmada no Brasil, seja nos cinemas ou em plataformas de streaming! Então, sem mais delongas, vamos começar!

(What’s up, my dear film buffs! How are you guys doing? I’m back, in order to talk about 10 films that made a real scene in the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride) and that, therefore, deserve your attention! We’ve got dramas, biopics, remakes, satires, character studies, films that divided critics and audiences after their screenings, and of course, films that received awards in said festivals! There’s a little bit for everyone here, and luckily, every one of them has a confirmed release date, whether it’s in theaters or streaming platforms! So, without further ado, let’s begin!)




- “BLONDE”, dirigido por Andrew Dominik – Original Netflix – Estreia dia 28/09

   (“BLONDE”, directed by Andrew Dominik – Netflix Original Film – Releases on Sept. 28th)

Começando pelo filme mais próximo de estrear, o primeiro filme de Andrew Dominik (“O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”) em UMA DÉCADA já nasceu controverso por diversos motivos, em especial pela sua classificação indicativa extremamente restrita nos EUA (NC-17, caso onde menores de 17 anos não podem assistir ao filme nos cinemas, nem acompanhados de pais ou responsáveis). Baseado na biografia de ficção de Joyce Carol Oates sobre a vida de Marilyn Monroe, o épico de Dominik (que terá 2 horas e 46 minutos de duração) acompanhará os altos e baixos da vida de Monroe, que será interpretada pela beldade cubana Ana de Armas (“Entre Facas e Segredos”). O filme dividiu a crítica após sua exibição no Festival de Veneza, rasgando elogios para a atuação de de Armas, mas achando a abordagem de Dominik duvidosa, pelo seu caráter mais explícito. Temos que esperar até quarta-feira para ver se as críticas estarão certas, mas uma coisa é certa: seja pela ambição do longa-metragem ou pela performance de de Armas, “Blonde” (ou “Loira”, em tradução livre) não irá passar despercebido aos olhos do público.

(Starting off with the film with the closest release date, the first film by Andrew Dominik (“The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford”) in A DECADE was already born controversial for several reasons, especially for its extremely restricted rating in the US (NC-17, a case where no one under 17 can watch the film in theaters, not even accompanied by parents or guardians). Based on Joyce Carol Oates’s fictional biography on the life of Marilyn Monroe, Dominik’s epic (which will be 2 hours and 46 minutes long) will follow the ups and downs of Monroe’s life, with the titular blonde being portrayed by Cuban beauty Ana de Armas (“Knives Out”). The film divided critics after its screening in the Venice Film Festival, highly commending de Armas’s performance, but finding Dominik’s approach doubtful, for its more explicit content. We have to wait until Wednesday to see if the reviews are right, but one thing’s for sure: whether it’s because of the film’s sheer ambition or because of de Armas’s performance, “Blonde” will not go unnoticed in the eyes of the audience.)

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=AUfiFWUSp7k

(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=aIsFywuZPoQ)

 



- BARDO, FALSA CRÔNICA DE ALGUMAS VERDADES”, dirigido por Alejandro González Iñárritu – Original Netflix – Estreia dia 16/12

   (“BARDO: FALSE CHRONICLE OF A HANDFUL OF TRUTHS”, directed by Alejandro González Iñárritu – Netflix Original Film – Releases on Dec. 16th)

Sete anos após seu último filme, o grandioso “O Regresso”, Alejandro González Iñárritu, vencedor de 2 Oscars (CONSECUTIVOS) de Melhor Direção, está de volta com “Bardo”, que marca o retorno do cineasta às suas raízes no cinema 100% mexicano, após produções internacionais como “Babel” e “Birdman”, e 12 anos após seu último filme em espanhol, “Biutiful”. O filme é uma semi-autobiografia do cineasta, acompanhando um jornalista renomado mexicano que retorna ao seu país natal e começa a ter uma crise de identidade, refletindo sobre suas origens, família e memórias. Era, de longe, um dos filmes mais esperados de 2022, e um dos principais concorrentes ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Porém, todas essas expectativas foram colocadas em dúvida por uma recepção negativa inesperada em respeito ao filme, com alguns críticos enaltecendo a produção de quase 3 horas de duração e outros chamando-a de “pretensiosa” e “auto-indulgente”. Mesmo com essas reações inesperadas, ainda tenho expectativas consideráveis em relação ao novo filme de Iñárritu, que parece entregar sua obra mais pessoal e autoral até o momento, assumindo as posições de diretor, roteirista, produtor, montador e compositor da trilha sonora original.

(Seven years after his latest film, the great “The Revenant”, Alejandro González Iñárritu, winner of 2 (CONSECUTIVE) Oscars for Best Director, is back with “Bardo”, which marks the filmmaker’s return to his roots in 100% Mexican cinema, after international productions like “Babel” and “Birdman”, and 12 years after his latest film in Spanish, “Biutiful”. The film serves as its director’s semi-autobiography, following a renowned Mexican journalist who returns to his home country and starts having an identity crisis, reflecting on his origins, family and memories. It was, by far, one of the most anticipated films of 2022, and one of the main contenders for the Golden Lion in the Venice Film Festival. However, all those expectations were put on doubt by an unexpected negative reception towards the film, with some critics lauding the nearly 3-hour production and others calling it “pretentious” and “self-indulgent”. Even with these unexpected reactions, I still have considerable expectations in regards to Iñárritu’s new film, as he seems to deliver his most personal, auteur-like work to date, assuming the positions of director, writer, producer, editor, and composer of its original score.)

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=lCQimQfDuTs

 



- “BONES AND ALL”, dirigido por Luca Guadagnino – Nos cinemas – Sem data de estreia por enquanto

  (“BONES AND ALL”, directed by Luca Guadagnino – In theaters – Releases on Nov. 23rd)

Este foi um filme que me chamou a atenção desde sua época de anúncio, pelo fato de ser uma história de amadurecimento e romance com um diferencial notável: baseado no livro de mesmo nome de Camille DeAngelis, “Bones and All” (“Ossos e Tudo”, em tradução livre) aborda o relacionamento entre um casal de jovens canibais, enquanto viajam pelos EUA da Era Reagan em busca do pai desaparecido de um deles. A direção do italiano Luca Guadagnino me deu ainda mais confiança, por ter dirigido tanto histórias de amadurecimento (o premiado “Me Chame pelo Seu Nome” e a minissérie “We Are Who We Are”) quanto histórias de terror (o remake de “Suspiria”, lançado em 2018). Como se isso não fosse o bastante, o filme marcaria a reunião de Guadagnino com o ator Timothée Chalamet (“Duna”), cuja performance em “Me Chame pelo Seu Nome” fez do (então) jovem de 22 anos um dos mais jovens indicados ao Oscar de Melhor Ator. Eu esperava que fosse um dos filmes mais polêmicos do Festival de Veneza, e acabou sendo um dos mais aclamados, com um destaque unânime para a atuação estreante de Taylor Russell, protagonista do longa, que venceu o prêmio Marcello Mastroianni de Melhor Atuação Promissora no Festival. Além disso, o filme também rendeu a Guadagnino o Leão de Prata de Melhor Direção no mesmo festival. Preciso dizer mais?

(This was a film that had my attention ever since it was announced, for the fact of being a coming-of-age romance story with a notable difference: based on the novel of the same name by Camille DeAngelis, it deals with the relationship between a couple of young cannibals, as they travel through Reagan’s America searching for the missing father of one of them. The direction by Italian filmmaker Luca Guadagnino gave me even more confidence, as he directed both coming-of-age stories (the awarded “Call Me By Your Name” and the miniseries “We Are Who We Are”) and horror stories (the remake of “Suspiria”, released in 2018). As if that wasn’t enough, the film would mark Guadagnino’s reunion with actor Timothée Chalamet (“Dune”), whose performance in “Call Me By Your Name” made the (at the time) 22-year-old young man one of the youngest nominees to the Oscar for Best Actor. I expected this to be one of the most divisive, controversial films in Venice and it ended up being one of its most acclaimed, with a unanimous highlight for the debut performance of Taylor Russell, the film’s protagonist, who won the Marcello Mastroianni Award for Best Performance by an Emerging Actor or Actress in the Festival. Besides that, the film also won Guadagnino the Silver Lion for Best Director in the same festival. Do I need to say more?)

Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=2iBSEqRhfUw

 



- “GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT”, dirigido por Rian Johnson – Original Netflix – Estreia dia 23/12

  (“GLASS ONION: A KNIVES OUT MYSTERY”, directed by Rian Johnson – Netflix Original Film – Releases on Dec. 23rd)

Quando saí da minha sessão de “Entre Facas e Segredos” no final de 2019, eu pensei: “Nossa, bem que podia ter uma série de filmes do Benoit Blanc no estilo Hercule Poirot (“Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo”), onde cada mistério tem um elenco e ambientação diferentes.” A Netflix parece ter lido os meus pensamentos, pois comprou os direitos para não somente uma, mas DUAS sequências do filme indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. A primeira, “Glass Onion” (nome tirado de uma canção menos conhecida dos Beatles), será ambientada na Grécia e contará com nomes como Edward Norton (“Clube da Luta” *quebrei a primeira regra, mas tudo bem...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) e Kate Hudson (“Quase Famosos”) no elenco, além do retorno de Daniel Craig no papel do detetive Benoit Blanc. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Toronto e ocupou o 3º lugar na corrida pelo Prêmio do Público no evento, com a crítica definindo a sequência como superior à “Entre Facas e Segredos”, destacando que “Glass Onion” pode fazer o que o original não fez e realmente ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Expectativas altíssimas para este filme!

(When I left my screening of “Knives Out” in late 2019, I thought: “Man, I wish we could have a series of films with Benoit Blanc à la Hercule Poirot (Murder on the Orient Express and Death on the Nile), where every mystery has a different cast and setting”. Netflix seems to have read into my thoughts, as they bought the rights for not only one, but TWO sequels to the original film, which was nominated for the Oscar for Best Original Screenplay. The first one, “Glass Onion” (a name taken from a lesser-known Beatles song), will be set in Greece and will have names like Edward Norton (“Fight Club” *broke the first rule, but okay...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista (“Guardians of the Galaxy”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) and Kate Hudson (“Almost Famous”) in the cast, apart from Daniel Craig’s return in the role of detective Benoit Blanc. The film had its world premiere in the Toronto International Film Festival and landed 3rd place in the race for the event’s People’s Choice Award, with critics defining the sequel as superior to “Knives Out”, highlighting that “Glass Onion” can do what the original couldn’t and actually get nominated to the Oscar for Best Picture. High expectations for this one!)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=sqOfK6XOJpw

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=-xR_lBtEvSc)




- “WOMEN TALKING”, dirigido por Sarah Polley – Nos cinemas – Estreia dia 02/03/2023

  (“WOMEN TALKING”, directed by Sarah Polley – In theaters – Releases on Dec. 2nd)

Ocupante do 2º lugar na corrida pelo Prêmio do Público no Festival de Toronto, o primeiro filme narrativo de Sarah Polley em 11 ANOS promete iniciar discussões interessantes sobre feminismo e religião quando estrear, contando com a ajuda de um elenco feminino ultra talentoso para passar sua mensagem. Baseado no romance de mesmo nome de Miriam Toews, “Women Talking” (“Mulheres Conversando”, em tradução livre) terá Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley (“Estou Pensando em Acabar com Tudo”) e a vencedora de 3 Oscars de Melhor Atriz Frances McDormand (“Nomadland”) como mulheres membros de uma comunidade religiosa isolada, que lutam para conciliar suas crenças com o que elas vivem no seu dia-a-dia pelas mãos dos homens da comunidade. Eu sinceramente pensei que acabaria não sendo um filme tão notável, pelo fato da promoção ter sido bem reduzida em comparação a outros filmes do Festival, mas acabou obtendo ótimas críticas, destacando o roteiro de Polley e as atuações do elenco feminino, o que pode colaborar para uma possível indicação ao Oscar de Melhor Filme em 2023. Fiquem de olho.

(Occupying 2nd place in the race for the People’s Choice Award in the Toronto International Film Festival, Sarah Polley’s first narrative feature in 11 YEARS promises to jumpstart interesting discussions on feminism and religion once it premieres, relying on the aid of an ultra talented female cast in order to convey its message. Based on the novel of the same name by Miriam Toews, the film will have Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley (“I’m Thinking of Ending Things”) and triple Oscar-winner for Best Actress Frances McDormand (“Nomadland”) as women who are members of an isolated religious community, who struggle to reconcile their beliefs with what they live through daily by the hands of the community’s men. I honestly thought this wouldn’t be a movie that was this notable, as its promotion was pretty reduced in comparison to other films in the Festival, but it ended up receiving great reviews, highlighting Polley’s screenplay and the performances by the female cast, which may collaborate to a possible Oscar nomination for Best Picture in 2023. Keep an eye on this one.)

 


- “OS FABELMANS”, dirigido por Steven Spielberg – Nos cinemas – Estreia dia 09/02/2023

  (“THE FABELMANS”, directed by Steven Spielberg – In theaters – Releases on Nov. 11)

Eu simplesmente amo quando filmes tocam em histórias ou assuntos pessoais para seus respectivos cineastas. E eu também simplesmente AMO filmes sobre cinema. Pensando neste ponto de vista, “Os Fabelmans” é um dos meus filmes mais esperados da vindoura temporada de premiações, porque não somente é uma autobiografia de um dos diretores mais facilmente reconhecíveis da história do cinema (Steven Spielberg, de “E.T.: O Extraterrestre”, “A Lista de Schindler”, “O Resgate do Soldado Ryan” e “Tubarão”), também é uma carta de amor ao cinema e à influência da família do diretor em aconselhá-lo a seguir este sonho. Surpreendendo um total de zero pessoas, o filme foi altamente aclamado em sua estreia em Toronto, vencendo o Prêmio do Público do Festival, honra que já foi dada a vários vencedores anteriores do Oscar de Melhor Filme, como “Nomadland” e “Green Book”. E ao que tudo indica, o novo filme de Steven Spielberg está a caminho de repetir este feito, especialmente quando o longa conta com performances de Paul Dano (“Batman”), Michelle Williams (“Sete Dias com Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) e Judd Hirsch (“Gente como a Gente”) como os familiares do protagonista, que é, por contrapartida, interpretado pelo estreante Gabriel LaBelle, elogiadíssimo por sua atuação no filme. Academia, pode já ir dando uns 10 Oscars pra “Os Fabelmans” já... (Risos)

(I just love it when films touch upon stories or subjects that are personal to their respective filmmakers. And I also simply LOVE movies about cinema. Thinking under that point of view, “The Fabelmans” is one of my most anticipated features in this upcoming award season, because not only it is an autobiography of one of the most easily recognizable directors in cinema history (Steven Spielberg, of “E.T.”, “Schindler’s List”, “Saving Private Ryan” and “Jaws” fame), it is also a love letter to the movies and to the influence of the director’s family in advising him into following that dream. Surprising a total of zero people, the film was highly acclaimed in its Toronto premiere, winning the Festival’s People Choice Award, an honor given to several previous Best Picture winners, such as “Nomadland” and “Green Book”. And as it all indicates, Steven Spielberg’s new film is on its way to repeat that feat, especially when it relies on performances by Paul Dano (“The Batman”), Michelle Williams (“My Week with Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) and Judd Hirsch (“Ordinary People”) as the relatives of the protagonist, who is, in turn, portrayed by debuting actor Gabriel LaBelle, who was highly commended by his performance. Academy, please give 10 Oscars to “The Fabelmans” right now... (LOL))

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=R4eRHRPs8Ss

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=a673B0JInwM)




- TÁR”, dirigido por Todd Field – Nos cinemas – Estreia dia 26/01/2023

  (“TÁR”, directed by Todd Field – In theaters – Releases on Oct. 7th)

Para falar a verdade, não esperava tanto assim de “Tár”. Não conhecia o trabalho anterior do diretor Todd Field para calcular minhas expectativas e a proposta de explorar o mundo das orquestras pareceu um pouco maçante para mim, à primeira vista. Mas aí, a Focus Features lançou o primeiro trailer, perto da exibição do filme no Festival de Veneza, e acabou catapultando minhas expectativas para o alto. O primeiro filme de Todd Field em 16 ANOS, “Tár” é um estudo de personagem de Lydia Tár (Cate Blanchett), uma compositora que se torna a primeira mulher a ser regente de uma grande orquestra alemã. O trailer é propositalmente enigmático, dando pequenas dicas sobre as temáticas de “Tár”: poder, obsessão, mudança, paixão. É um filme que não vai agradar todo mundo, ou seja, ele tem um público-alvo bem específico, mas também é exatamente o tipo de filme que a Academia adora premiar. É um daqueles filmes cuidadosamente elaborados para servirem de veículo para seu personagem central; no caso, a protagonista de Cate Blanchett, cuja atuação foi altamente elogiada pela crítica, vencendo a Copa Volpi de Melhor Atriz em Veneza, e se tornando uma das principais concorrentes ao Oscar de Melhor Atriz ano que vem. E como se a promessa de uma das melhores atuações da carreira de Blanchett não fosse o bastante, temos também a presença da islandesa Hildur Gudnadóttir, compositora vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora Original por “Coringa”, no departamento musical, com a trilha sonora de “Tár” já despontando como uma das favoritas para o Oscar 2023.

(To tell the truth, I wasn’t expecting that much out of “Tár”. I wasn’t familiar with director Todd Field’s previous work to calculate my expectations, and the proposal of exploring the world of orchestras seemed a bit boring to me, at first. But then, Focus Features released the first trailer, close to its premiere screening in the Venice Film Festival, and it ended up catapulting my expectations sky high. Todd Field’s first film in 16 YEARS, “Tár” is a character study of Lydia Tár (Cate Blanchett), a composer who becomes the first woman to be the conductor of a great German orchestra. The trailer is purposefully cryptic, giving away small hints on the themes of “Tár”: power, obsession, change, passion. It’s a film that has an extremely specific target audience, but it’s also the exact type of film that the Academy loves to give awards to. It’s one of those movies that are carefully elaborated to serve as a vehicle for their central character; in this case, the protagonist portrayed by Cate Blanchett, whose performance was lauded by critics, winning the Volpi Cup for Best Actress in Venice, and becoming one of the main contenders to the Oscar for Best Actress next year. And as if the promise of one of the best performances in Blanchett’s career wasn’t enough, we also have the presence of Icelandic composer Hildur Gudnadóttir, whose work in “Joker” won her the Oscar for Best Original Score, in the musical department, with the score for “Tár” already being a frontrunner for the 2023 Oscars.)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nXK-tqy3QS0



- “RUÍDO BRANCO”, dirigido por Noah Baumbach – Original Netflix – Estreia dia 30/12

  (“WHITE NOISE”, directed by Noah Baumbach – Netflix Original Film – Releases on Dec. 30th)

Quando eu ouvi falar de “Ruído Branco” e de sua sinopse, eu pensei: “Esse vai ser o ‘Não Olhe Para Cima’ deste ano”, porque, querendo ou não, as semelhanças são visíveis. Ambos são sátiras que lidam com as reações da sociedade em relação à eventos apocalípticos, ambos têm protagonistas que são professores de faculdade (no caso de “Ruído Branco”, o protagonista de Adam Driver é professor de estudos sobre Hitler), e ambos são dirigidos por diretores experientes no gênero da comédia. A diferença crucial é que este novo filme de Noah Baumbach (“História de um Casamento” e “Frances Ha”), co-produzido pela badalada A24, é adaptado de um renomado livro de mesmo nome escrito por Don DeLillo, publicado pela primeira vez em 1985, vencedor do National Book Award de Melhor Ficção. “Ruído Branco” foi o filme de abertura do Festival de Veneza deste ano, onde recebeu reações inicialmente mistas (assim como “Não Olhe para Cima”), mas posteriormente mais positivas. De um lado, críticos elogiaram o elenco, o senso de humor e a trilha sonora; de outro, outros críticos reclamaram da inconsistência do roteiro, pelo livro ser considerado “infilmável”. Eu, sinceramente, mal posso esperar pela nova obra de Noah Baumbach, já que ela reúne o diretor com o protagonista de “História de um Casamento”, Adam Driver, e com sua própria esposa, a atriz, roteirista e diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig (“Lady Bird”), que conheceu Baumbach durante as filmagens de “O Solteirão”, de 2010.

(When I first heard about “White Noise” and its plot, I thought: “This is going to be this year’s ‘Don’t Look Up’”, because, whether you like it or not, the similarities are visible. Both films are satires that deal with society’s reactions toward apocalyptic events, both of them have protagonists that are college professors (in “White Noise”, Adam Driver’s protagonist is a professor of Hitler studies), and both are directed by filmmakers most familiar with the comedy genre. The crucial difference is that this new film by Noah Baumbach (“Marriage Story” and “Frances Ha”), co-produced by THE A24, is adapted from a renowned novel of the same name by Don DeLillo, published in 1985, winner of the National Book Award for Fiction. “White Noise” was the opening film for this year’s Venice Film Festival, where it received initially mixed reactions (just like “Don’t Look Up”), but that later turned out to be more positive. On one hand, critics commended the cast’s performances, humor and original score; on the other, other critics complained about the screenplay’s inconsistency, because of the book’s “unfilmable” material. I, honestly, can’t wait for Noah Baumbach’s new work, as it will reunite the director with his “Marriage Story” protagonist, Adam Driver, and with his own wife, Oscar-nominated director, actress and writer Greta Gerwig (“Lady Bird”), who first met Baumbach during shooting of “Greenberg”, in 2010.)

 Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=Ltjepb-zCmc

 (Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=FqJD7ae11mU)




- LIVING”, dirigido por Oliver Hermanus – Nos cinemas – Sem data definida

  (“LIVING”, directed by Oliver Hermanus – In theaters – Release date TBD)

As obras atemporais do cineasta japonês Akira Kurosawa já foram refeitas das mais diversas formas. Algumas foram fiéis ao mesmo gênero do original, outras desviaram completamente. Por exemplo, “Os Sete Samurais” e “Yojimbo” deram origem aos faroestes “Sete Homens e um Destino” e “Por um Punhado de Dólares”, respectivamente. “A Fortaleza Escondida” serviu de influência principal para George Lucas elaborar a trama de “Star Wars”. Por sua vez, “Living” (“Viver”, em tradução livre) é um remake britânico do clássico de Kurosawa “Ikiru”, mais conhecido aqui como “Viver”. O filme conta a história de um idoso burocrata (interpretado no remake pelo maravilhoso Bill Nighy) que é diagnosticado com câncer no estômago, e é então forçado a buscar o significado de sua existência nos seus dias finais de vida. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance no início do ano, onde foi aclamado pela crítica, e posteriormente foi exibido em todos os 3 maiores festivais de outono (Veneza, Toronto e Telluride). Além de ter os talentos inegáveis de Bill Nighy (“Simplesmente Amor”, “Questão de Tempo”) na frente da câmera, o remake de “Ikiru” teve seu roteiro escrito por Kazuo Ishiguro, escritor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2017, conhecido por romances aclamados como “Não Me Abandone Jamais” e “Os Vestígios do Dia”, que já ganharam adaptações igualmente aclamadas para o cinema. Fiquem de olho neste aqui.

(The timeless work by Japanese filmmaker Akira Kurosawa has been remade in the most various of ways. Some of them have been faithful to the same genre as the original, and others deviated completely. For example, “Seven Samurai” and “Yojimbo” originated the Western films “The Magnificent Seven” and “A Fistful of Dollars”, respectively. “The Hidden Fortress” served as a main influence for George Lucas to elaborate the plot for “Star Wars”. In turn, “Living” is a British remake of the Kurosawa classic “Ikiru”. The film tells the story of an elderly bureaucrat (portrayed in the remake by the wonderful Bill Nighy) who is diagnosed with stomach cancer, and is then forced to search for the meaning of his existence in his final days to live. The film had its premiere in the Sundance Film Festival early this year, where it was critically acclaimed, and later was screened on all 3 of the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride). Besides having the undeniable talents of Bill Nighy (“Love Actually”, “About Time”) in front of the camera, the “Ikiru” remake had its screenplay written by Kazuo Ishiguro, winner of the 2017 Nobel Prize for Literature, responsible for praised novels such as “Never Let Me Go” and “The Remains of the Day”, both of which received equally praised film adaptations. Keep an eye out for this one.)

 Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=w1IYxAIGZ_A




- THE BANSHEES OF INISHERIN”, dirigido por Martin McDonagh – Nos cinemas – Estreia dia 02/02/2023

  (“THE BANSHEES OF INISHERIN”, directed by Martin McDonagh – In theaters – Releases on Oct. 21st)

“Conflitos surgem entre dois amigos quando um deles abruptamente termina a amizade, com consequências alarmantes para ambos.” Esta é a sinopse liberada pela Searchlight Pictures para o novo filme escrito e dirigido por Martin McDonagh (“Três Anúncios Para um Crime”), que se reúne com suas musas irlandesas Brendan Gleeson e Colin Farrell, após terem feito o filme “Na Mira do Chefe” juntos, na estreia de McDonagh na direção. Este era o filme que eu esperava que vencesse o Leão de Ouro no Festival de Veneza, prêmio que acabou indo para o elogiado documentário “All the Beauty and the Bloodshed”. Mas, felizmente, “The Banshees of Inisherin” (“As Almas Penadas de Inisherin”, em tradução livre) não saiu de mãos vazias, vencendo os prêmios de Melhor Ator (Colin Farrell) e Melhor Roteiro no Festival. Atualmente com 100% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes, a nova obra de Martin McDonagh promete retornar às raízes irlandesas de seu cineasta com um senso de humor deliciosamente ácido e sarcástico e uma química explosiva entre seus dois protagonistas, sendo plenamente capaz de repetir o feito do filme anterior de McDonagh (“Três Anúncios”) e ser um dos maiores indicados ao Oscar ano que vem. E tenho dito.

(“Conflict arises between two friends when one of them abruptly ends their friendship, with alarming consequences for both of them.” This is the synopsis released by Searchlight Pictures for the new film written and directed by Martin McDonagh (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”), who reunites with his Irish muses Brendan Gleeson and Colin Farrell, after working together in “In Bruges”, McDonagh’s directorial debut. This was the film I was expecting to win the Golden Lion at the Venice Film Festival, an award that went to the acclaimed documentary “All the Beauty and the Bloodshed”. But, fortunately, “The Banshees of Inisherin” didn’t leave empty-handed, winning the awards for Best Actor (Colin Farrell) and Best Screenplay in the Festival. Currently sitting at 100% of approval in the review aggregator Rotten Tomatoes, the new work by Martin McDonagh promises to return to its filmmaker’s Irish roots with a deliciously acid and sarcastic sense of humor and an explosive chemistry between its two protagonists, being perfectly able to repeat the feat of McDonagh’s previous film (“Three Billboards”) and being one of the biggest nominees at next year’s Oscars. And I have spoken.)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ibz3rz7LsR4

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=uRu3zLOJN2c)




- BÔNUS: “THE WHALE”, dirigido por Darren Aronofsky – Nos cinemas – Sem data definida

 (BONUS: “THE WHALE”, directed by Darren Aronofsky – In theaters – Releases on Dec. 9th)

Eu não ia sair daqui sem falar do novo filme de Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), especialmente porque a atuação transformadora de Brendan Fraser (“A Múmia”) no papel principal não só promete ser um obstáculo formidável para o Elvis de Austin Butler na corrida pelo Oscar de Melhor Ator, mas também por ter recebido 6 minutos de aplausos no Festival de Veneza, levando Fraser às lágrimas. E, por completa coincidência, é às lágrimas que o espectador vai estar após ver “The Whale” (“A Baleia”, em tradução livre). Baseado na peça de mesmo nome de Samuel D. Hunter, o filme acompanha Charlie (Fraser), um homem de meia-idade que, após a morte de seu companheiro, começa a comer de forma compulsiva por medo e culpa, até atingir um peso total de 272 quilos. Vendo a si mesmo comendo até seu último suspiro, Charlie aproveita seus últimos momentos para se reconectar com sua filha rebelde de 17 anos (interpretada por Sadie Sink, a Max de “Stranger Things”). Produzido pela A24, “The Whale” é o primeiro filme de Aronofsky em 5 anos, após o controverso “Mãe!”, e promete ser o veículo capaz de ressuscitar a carreira cinematográfica de Brendan Fraser, que, desde 2016, têm tido maiores aparições em filmes e séries após ter ficado longe das telas por vários anos. Ao que tudo indica, a performance de Fraser em “The Whale” providenciará um duelo muito acirrado pelo Oscar de Melhor Ator contra a performance arrebatadora de Austin Butler como o Rei do Rock em “Elvis”. Ansioso demais para esse filme.

(I wasn’t going to leave without talking about the new film by Darren Aronofsky (“Black Swan”), mainly because the transformative performance by Brendan Fraser (“The Mummy”) not only promises to be a formidable obstacle for Austin Butler’s Elvis in the race for the Oscar for Best Actor, but it also received a 6-standing ovation in the Venice Film Festival, bringing Fraser to tears. And, out of complete coincidence, the viewer will also (probably) be in tears after watching “The Whale”. Based on the play of the same name by Samuel D. Hunter, the film follows Charlie (Fraser), a middle-aged man who, after the death of his partner, starts to binge eat out of fear and guilt, until reaching a total weight of 600 pounds. Eating himself until his last breath, Charlie makes the best of his last moments in order to reconnect with his rebellious 17-year-old daughter (portrayed by Sadie Sink, aka Max from “Stranger Things”). Produced by A24, “The Whale” is Aronofsky’s first film in 5 years, after the polarizing “Mother!”, and promises to be the vehicle capable of resurrecting Brendan Fraser’s movie career, as he, since 2016, has been greatly appearing in movies and TV shows after staying away from the cameras for several years. All things considered, Fraser’s performance in “The Whale” will provide a very competitive duel for the Oscar for Best Actor against Austin Butler’s stellar performance as the King of Rock and Roll in “Elvis”. I’m super excited for this film.)

 



É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,

(That’s it, guys! I hope you liked it! See you next time,)

João Pedro