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E aí, meus queridos
cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar de 10 filmes que
marcaram presença nos grandes festivais de cinema de outono (Veneza, Toronto e
Telluride) e que, portanto, merecem a sua atenção! Temos dramas, biografias,
remakes, sátiras, estudos de personagem, filmes que dividiram crítica e público
após suas exibições, e é claro, filmes premiados nestes festivais! Tem um pouco
para todo mundo aqui. E quase todos eles têm data de estreia confirmada no
Brasil, seja nos cinemas ou em plataformas de streaming! Então, sem mais
delongas, vamos começar!
(What’s up, my dear film buffs! How are you guys doing? I’m back, in order to talk about 10 films that made a real scene in the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride) and that, therefore, deserve your attention! We’ve got dramas, biopics, remakes, satires, character studies, films that divided critics and audiences after their screenings, and of course, films that received awards in said festivals! There’s a little bit for everyone here, and luckily, every one of them has a confirmed release date, whether it’s in theaters or streaming platforms! So, without further ado, let’s begin!)
-
“BLONDE”, dirigido por Andrew Dominik – Original Netflix – Estreia dia
28/09
(“BLONDE”, directed by Andrew Dominik
– Netflix Original Film – Releases on Sept. 28th)
Começando pelo filme
mais próximo de estrear, o primeiro filme de Andrew Dominik (“O Assassinato de
Jesse James pelo Covarde Robert Ford”) em UMA DÉCADA já nasceu controverso por
diversos motivos, em especial pela sua classificação indicativa extremamente
restrita nos EUA (NC-17, caso onde menores de 17 anos não podem assistir ao
filme nos cinemas, nem acompanhados de pais ou responsáveis). Baseado na
biografia de ficção de Joyce Carol Oates sobre a vida de Marilyn Monroe, o
épico de Dominik (que terá 2 horas e 46 minutos de duração) acompanhará os
altos e baixos da vida de Monroe, que será interpretada pela beldade cubana Ana
de Armas (“Entre Facas e Segredos”). O filme dividiu a crítica após sua
exibição no Festival de Veneza, rasgando elogios para a atuação de de Armas,
mas achando a abordagem de Dominik duvidosa, pelo seu caráter mais explícito.
Temos que esperar até quarta-feira para ver se as críticas estarão certas, mas
uma coisa é certa: seja pela ambição do longa-metragem ou pela performance de
de Armas, “Blonde” (ou “Loira”, em tradução livre) não irá passar despercebido
aos olhos do público.
(Starting off with the
film with the closest release date, the first film by Andrew Dominik (“The
Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford”) in A DECADE was
already born controversial for several reasons, especially for its extremely
restricted rating in the US (NC-17, a case where no one under 17 can watch the
film in theaters, not even accompanied by parents or guardians). Based on Joyce
Carol Oates’s fictional biography on the life of Marilyn Monroe, Dominik’s epic
(which will be 2 hours and 46 minutes long) will follow the ups and downs of
Monroe’s life, with the titular blonde being portrayed by Cuban beauty Ana de
Armas (“Knives Out”). The film divided critics after its screening in the
Venice Film Festival, highly commending de Armas’s performance, but finding
Dominik’s approach doubtful, for its more explicit content. We have to wait
until Wednesday to see if the reviews are right, but one thing’s for sure: whether
it’s because of the film’s sheer ambition or because of de Armas’s performance,
“Blonde” will not go unnoticed in the eyes of the audience.)
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=AUfiFWUSp7k
(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=aIsFywuZPoQ)
- “BARDO, FALSA CRÔNICA DE ALGUMAS VERDADES”, dirigido por
Alejandro González Iñárritu – Original Netflix – Estreia dia 16/12
(“BARDO: FALSE CHRONICLE OF A HANDFUL OF
TRUTHS”, directed by Alejandro González Iñárritu – Netflix Original Film –
Releases on Dec. 16th)
Sete anos após seu
último filme, o grandioso “O Regresso”, Alejandro González Iñárritu, vencedor
de 2 Oscars (CONSECUTIVOS) de Melhor Direção, está de volta com “Bardo”, que
marca o retorno do cineasta às suas raízes no cinema 100% mexicano, após
produções internacionais como “Babel” e “Birdman”, e 12 anos após seu último
filme em espanhol, “Biutiful”. O filme é uma semi-autobiografia do cineasta,
acompanhando um jornalista renomado mexicano que retorna ao seu país natal e
começa a ter uma crise de identidade, refletindo sobre suas origens, família e
memórias. Era, de longe, um dos filmes mais esperados de 2022, e um dos
principais concorrentes ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Porém, todas
essas expectativas foram colocadas em dúvida por uma recepção negativa
inesperada em respeito ao filme, com alguns críticos enaltecendo a produção de
quase 3 horas de duração e outros chamando-a de “pretensiosa” e
“auto-indulgente”. Mesmo com essas reações inesperadas, ainda tenho
expectativas consideráveis em relação ao novo filme de Iñárritu, que parece
entregar sua obra mais pessoal e autoral até o momento, assumindo as posições
de diretor, roteirista, produtor, montador e compositor da trilha sonora
original.
(Seven years after his
latest film, the great “The Revenant”, Alejandro González Iñárritu, winner of 2
(CONSECUTIVE) Oscars for Best Director, is back with “Bardo”, which marks the
filmmaker’s return to his roots in 100% Mexican cinema, after international
productions like “Babel” and “Birdman”, and 12 years after his latest film in
Spanish, “Biutiful”. The film serves as its director’s semi-autobiography,
following a renowned Mexican journalist who returns to his home country and
starts having an identity crisis, reflecting on his origins, family and
memories. It was, by far, one of the most anticipated films of 2022, and one of
the main contenders for the Golden Lion in the Venice Film Festival. However,
all those expectations were put on doubt by an unexpected negative reception
towards the film, with some critics lauding the nearly 3-hour production and
others calling it “pretentious” and “self-indulgent”. Even with these
unexpected reactions, I still have considerable expectations in regards to
Iñárritu’s new film, as he seems to deliver his most personal, auteur-like work
to date, assuming the positions of director, writer, producer, editor, and
composer of its original score.)
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=lCQimQfDuTs
-
“BONES AND ALL”, dirigido por Luca Guadagnino – Nos cinemas – Sem data
de estreia por enquanto
(“BONES AND ALL”, directed by Luca
Guadagnino – In theaters – Releases on Nov. 23rd)
Este foi um filme que
me chamou a atenção desde sua época de anúncio, pelo fato de ser uma história
de amadurecimento e romance com um diferencial notável: baseado no livro de
mesmo nome de Camille DeAngelis, “Bones and All” (“Ossos e Tudo”, em tradução
livre) aborda o relacionamento entre um casal de jovens canibais, enquanto
viajam pelos EUA da Era Reagan em busca do pai desaparecido de um deles. A
direção do italiano Luca Guadagnino me deu ainda mais confiança, por ter
dirigido tanto histórias de amadurecimento (o premiado “Me Chame pelo Seu Nome”
e a minissérie “We Are Who We Are”) quanto histórias de terror (o remake de
“Suspiria”, lançado em 2018). Como se isso não fosse o bastante, o filme
marcaria a reunião de Guadagnino com o ator Timothée Chalamet (“Duna”), cuja
performance em “Me Chame pelo Seu Nome” fez do (então) jovem de 22 anos um dos
mais jovens indicados ao Oscar de Melhor Ator. Eu esperava que fosse um dos
filmes mais polêmicos do Festival de Veneza, e acabou sendo um dos mais
aclamados, com um destaque unânime para a atuação estreante de Taylor Russell,
protagonista do longa, que venceu o prêmio Marcello Mastroianni de Melhor
Atuação Promissora no Festival. Além disso, o filme também rendeu a Guadagnino
o Leão de Prata de Melhor Direção no mesmo festival. Preciso dizer mais?
(This was a film that
had my attention ever since it was announced, for the fact of being a
coming-of-age romance story with a notable difference: based on the novel of
the same name by Camille DeAngelis, it deals with the relationship between a
couple of young cannibals, as they travel through Reagan’s America searching
for the missing father of one of them. The direction by Italian filmmaker Luca
Guadagnino gave me even more confidence, as he directed both coming-of-age
stories (the awarded “Call Me By Your Name” and the miniseries “We Are Who We
Are”) and horror stories (the remake of “Suspiria”, released in 2018). As if
that wasn’t enough, the film would mark Guadagnino’s reunion with actor
Timothée Chalamet (“Dune”), whose performance in “Call Me By Your Name” made
the (at the time) 22-year-old young man one of the youngest nominees to the
Oscar for Best Actor. I expected this to be one of the most divisive,
controversial films in Venice and it ended up being one of its most acclaimed,
with a unanimous highlight for the debut performance of Taylor Russell, the
film’s protagonist, who won the Marcello Mastroianni Award for Best Performance
by an Emerging Actor or Actress in the Festival. Besides that, the film also
won Guadagnino the Silver Lion for Best Director in the same festival. Do I
need to say more?)
Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=2iBSEqRhfUw
-
“GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT”, dirigido por Rian Johnson –
Original Netflix – Estreia dia 23/12
(“GLASS ONION: A KNIVES OUT MYSTERY”,
directed by Rian Johnson – Netflix Original Film – Releases on Dec. 23rd)
Quando saí da minha
sessão de “Entre Facas e Segredos” no final de 2019, eu pensei: “Nossa, bem que
podia ter uma série de filmes do Benoit Blanc no estilo Hercule Poirot
(“Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo”), onde cada mistério
tem um elenco e ambientação diferentes.” A Netflix parece ter lido os meus
pensamentos, pois comprou os direitos para não somente uma, mas DUAS sequências
do filme indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. A primeira, “Glass
Onion” (nome tirado de uma canção menos conhecida dos Beatles), será ambientada
na Grécia e contará com nomes como Edward Norton (“Clube da Luta” *quebrei a
primeira regra, mas tudo bem...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista
(“Guardiões da Galáxia”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) e Kate Hudson (“Quase
Famosos”) no elenco, além do retorno de Daniel Craig no papel do detetive
Benoit Blanc. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Toronto e ocupou
o 3º lugar na corrida pelo Prêmio do Público no evento, com a crítica definindo
a sequência como superior à “Entre Facas e Segredos”, destacando que “Glass
Onion” pode fazer o que o original não fez e realmente ser indicado ao Oscar de
Melhor Filme. Expectativas altíssimas para este filme!
(When I left my
screening of “Knives Out” in late 2019, I thought: “Man, I wish we could have a
series of films with Benoit Blanc à la Hercule Poirot (Murder on the Orient
Express and Death on the Nile), where every mystery has a different cast and
setting”. Netflix seems to have read into my thoughts, as they bought the
rights for not only one, but TWO sequels to the original film, which was
nominated for the Oscar for Best Original Screenplay. The first one, “Glass
Onion” (a name taken from a lesser-known Beatles song), will be set in Greece
and will have names like Edward Norton (“Fight Club” *broke the first rule, but
okay...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista (“Guardians of the
Galaxy”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) and Kate Hudson (“Almost Famous”) in the
cast, apart from Daniel Craig’s return in the role of detective Benoit Blanc.
The film had its world premiere in the Toronto International Film Festival and
landed 3rd place in the race for the event’s People’s Choice Award, with
critics defining the sequel as superior to “Knives Out”, highlighting that
“Glass Onion” can do what the original couldn’t and actually get nominated to
the Oscar for Best Picture. High expectations for this one!)
(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=-xR_lBtEvSc)
-
“WOMEN TALKING”, dirigido por Sarah Polley – Nos cinemas – Estreia dia
02/03/2023
(“WOMEN TALKING”, directed by Sarah
Polley – In theaters – Releases on Dec. 2nd)
Ocupante do 2º lugar na
corrida pelo Prêmio do Público no Festival de Toronto, o primeiro filme
narrativo de Sarah Polley em 11 ANOS promete iniciar discussões interessantes
sobre feminismo e religião quando estrear, contando com a ajuda de um elenco
feminino ultra talentoso para passar sua mensagem. Baseado no romance de mesmo
nome de Miriam Toews, “Women Talking” (“Mulheres Conversando”, em tradução
livre) terá Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley
(“Estou Pensando em Acabar com Tudo”) e a vencedora de 3 Oscars de Melhor Atriz
Frances McDormand (“Nomadland”) como mulheres membros de uma comunidade
religiosa isolada, que lutam para conciliar suas crenças com o que elas vivem
no seu dia-a-dia pelas mãos dos homens da comunidade. Eu sinceramente pensei
que acabaria não sendo um filme tão notável, pelo fato da promoção ter sido bem
reduzida em comparação a outros filmes do Festival, mas acabou obtendo ótimas
críticas, destacando o roteiro de Polley e as atuações do elenco feminino, o
que pode colaborar para uma possível indicação ao Oscar de Melhor Filme em
2023. Fiquem de olho.
(Occupying 2nd place in
the race for the People’s Choice Award in the Toronto International Film
Festival, Sarah Polley’s first narrative feature in 11 YEARS promises to
jumpstart interesting discussions on feminism and religion once it premieres,
relying on the aid of an ultra talented female cast in order to convey its
message. Based on the novel of the same name by Miriam Toews, the film will
have Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley (“I’m
Thinking of Ending Things”) and triple Oscar-winner for Best Actress Frances
McDormand (“Nomadland”) as women who are members of an isolated religious
community, who struggle to reconcile their beliefs with what they live through
daily by the hands of the community’s men. I honestly thought this wouldn’t be
a movie that was this notable, as its promotion was pretty reduced in comparison
to other films in the Festival, but it ended up receiving great reviews,
highlighting Polley’s screenplay and the performances by the female cast, which
may collaborate to a possible Oscar nomination for Best Picture in 2023. Keep
an eye on this one.)
-
“OS FABELMANS”, dirigido por Steven Spielberg – Nos cinemas – Estreia
dia 09/02/2023
(“THE FABELMANS”, directed by Steven
Spielberg – In theaters – Releases on Nov. 11)
Eu simplesmente amo
quando filmes tocam em histórias ou assuntos pessoais para seus respectivos
cineastas. E eu também simplesmente AMO filmes sobre cinema. Pensando neste
ponto de vista, “Os Fabelmans” é um dos meus filmes mais esperados da vindoura
temporada de premiações, porque não somente é uma autobiografia de um dos
diretores mais facilmente reconhecíveis da história do cinema (Steven
Spielberg, de “E.T.: O Extraterrestre”, “A Lista de Schindler”, “O Resgate do
Soldado Ryan” e “Tubarão”), também é uma carta de amor ao cinema e à influência
da família do diretor em aconselhá-lo a seguir este sonho. Surpreendendo um
total de zero pessoas, o filme foi altamente aclamado em sua estreia em
Toronto, vencendo o Prêmio do Público do Festival, honra que já foi dada a
vários vencedores anteriores do Oscar de Melhor Filme, como “Nomadland” e
“Green Book”. E ao que tudo indica, o novo filme de Steven Spielberg está a
caminho de repetir este feito, especialmente quando o longa conta com
performances de Paul Dano (“Batman”), Michelle Williams (“Sete Dias com
Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) e Judd Hirsch (“Gente como a Gente”) como os
familiares do protagonista, que é, por contrapartida, interpretado pelo
estreante Gabriel LaBelle, elogiadíssimo por sua atuação no filme. Academia,
pode já ir dando uns 10 Oscars pra “Os Fabelmans” já... (Risos)
(I just love it when
films touch upon stories or subjects that are personal to their respective
filmmakers. And I also simply LOVE movies about cinema. Thinking under that
point of view, “The Fabelmans” is one of my most anticipated features in this
upcoming award season, because not only it is an autobiography of one of the
most easily recognizable directors in cinema history (Steven Spielberg, of
“E.T.”, “Schindler’s List”, “Saving Private Ryan” and “Jaws” fame), it is also
a love letter to the movies and to the influence of the director’s family in
advising him into following that dream. Surprising a total of zero people, the
film was highly acclaimed in its Toronto premiere, winning the Festival’s
People Choice Award, an honor given to several previous Best Picture winners,
such as “Nomadland” and “Green Book”. And as it all indicates, Steven
Spielberg’s new film is on its way to repeat that feat, especially when it
relies on performances by Paul Dano (“The Batman”), Michelle Williams (“My Week
with Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) and Judd Hirsch (“Ordinary People”) as
the relatives of the protagonist, who is, in turn, portrayed by debuting actor
Gabriel LaBelle, who was highly commended by his performance. Academy, please
give 10 Oscars to “The Fabelmans” right now... (LOL))
(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=a673B0JInwM)
- “TÁR”, dirigido por Todd Field – Nos cinemas – Estreia dia
26/01/2023
(“TÁR”, directed by Todd Field – In
theaters – Releases on Oct. 7th)
Para falar a verdade,
não esperava tanto assim de “Tár”. Não conhecia o trabalho anterior do diretor
Todd Field para calcular minhas expectativas e a proposta de explorar o mundo
das orquestras pareceu um pouco maçante para mim, à primeira vista. Mas aí, a
Focus Features lançou o primeiro trailer, perto da exibição do filme no
Festival de Veneza, e acabou catapultando minhas expectativas para o alto. O
primeiro filme de Todd Field em 16 ANOS, “Tár” é um estudo de personagem de
Lydia Tár (Cate Blanchett), uma compositora que se torna a primeira mulher a
ser regente de uma grande orquestra alemã. O trailer é propositalmente
enigmático, dando pequenas dicas sobre as temáticas de “Tár”: poder, obsessão,
mudança, paixão. É um filme que não vai agradar todo mundo, ou seja, ele tem um
público-alvo bem específico, mas também é exatamente o tipo de filme que a
Academia adora premiar. É um daqueles filmes cuidadosamente elaborados para
servirem de veículo para seu personagem central; no caso, a protagonista de
Cate Blanchett, cuja atuação foi altamente elogiada pela crítica, vencendo a
Copa Volpi de Melhor Atriz em Veneza, e se tornando uma das principais
concorrentes ao Oscar de Melhor Atriz ano que vem. E como se a promessa de uma
das melhores atuações da carreira de Blanchett não fosse o bastante, temos também
a presença da islandesa Hildur Gudnadóttir, compositora vencedora do Oscar de
Melhor Trilha Sonora Original por “Coringa”, no departamento musical, com a
trilha sonora de “Tár” já despontando como uma das favoritas para o Oscar 2023.
(To tell the truth, I
wasn’t expecting that much out of “Tár”. I wasn’t familiar with director Todd
Field’s previous work to calculate my expectations, and the proposal of
exploring the world of orchestras seemed a bit boring to me, at first. But
then, Focus Features released the first trailer, close to its premiere
screening in the Venice Film Festival, and it ended up catapulting my
expectations sky high. Todd Field’s first film in 16 YEARS, “Tár” is a
character study of Lydia Tár (Cate Blanchett), a composer who becomes the first
woman to be the conductor of a great German orchestra. The trailer is
purposefully cryptic, giving away small hints on the themes of “Tár”: power,
obsession, change, passion. It’s a film that has an extremely specific target
audience, but it’s also the exact type of film that the Academy loves to give
awards to. It’s one of those movies that are carefully elaborated to serve as a
vehicle for their central character; in this case, the protagonist portrayed by
Cate Blanchett, whose performance was lauded by critics, winning the Volpi Cup
for Best Actress in Venice, and becoming one of the main contenders to the
Oscar for Best Actress next year. And as if the promise of one of the best
performances in Blanchett’s career wasn’t enough, we also have the presence of
Icelandic composer Hildur Gudnadóttir, whose work in “Joker” won her the Oscar
for Best Original Score, in the musical department, with the score for “Tár”
already being a frontrunner for the 2023 Oscars.)
-
“RUÍDO BRANCO”, dirigido por Noah Baumbach – Original Netflix – Estreia
dia 30/12
(“WHITE NOISE”, directed by Noah
Baumbach – Netflix Original Film – Releases on Dec. 30th)
Quando eu ouvi falar de
“Ruído Branco” e de sua sinopse, eu pensei: “Esse vai ser o ‘Não Olhe Para
Cima’ deste ano”, porque, querendo ou não, as semelhanças são visíveis. Ambos
são sátiras que lidam com as reações da sociedade em relação à eventos apocalípticos,
ambos têm protagonistas que são professores de faculdade (no caso de “Ruído
Branco”, o protagonista de Adam Driver é professor de estudos sobre Hitler), e
ambos são dirigidos por diretores experientes no gênero da comédia. A diferença
crucial é que este novo filme de Noah Baumbach (“História de um Casamento” e
“Frances Ha”), co-produzido pela badalada A24, é adaptado de um renomado livro
de mesmo nome escrito por Don DeLillo, publicado pela primeira vez em 1985,
vencedor do National Book Award de Melhor Ficção. “Ruído Branco” foi o filme de
abertura do Festival de Veneza deste ano, onde recebeu reações inicialmente
mistas (assim como “Não Olhe para Cima”), mas posteriormente mais positivas. De
um lado, críticos elogiaram o elenco, o senso de humor e a trilha sonora; de
outro, outros críticos reclamaram da inconsistência do roteiro, pelo livro ser
considerado “infilmável”. Eu, sinceramente, mal posso esperar pela nova obra de
Noah Baumbach, já que ela reúne o diretor com o protagonista de “História de um
Casamento”, Adam Driver, e com sua própria esposa, a atriz, roteirista e
diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig (“Lady Bird”), que conheceu Baumbach
durante as filmagens de “O Solteirão”, de 2010.
(When I first heard
about “White Noise” and its plot, I thought: “This is going to be this year’s
‘Don’t Look Up’”, because, whether you like it or not, the similarities are
visible. Both films are satires that deal with society’s reactions toward
apocalyptic events, both of them have protagonists that are college professors
(in “White Noise”, Adam Driver’s protagonist is a professor of Hitler studies),
and both are directed by filmmakers most familiar with the comedy genre. The
crucial difference is that this new film by Noah Baumbach (“Marriage Story” and
“Frances Ha”), co-produced by THE A24, is adapted from a renowned novel of the
same name by Don DeLillo, published in 1985, winner of the National Book Award
for Fiction. “White Noise” was the opening film for this year’s Venice Film
Festival, where it received initially mixed reactions (just like “Don’t Look
Up”), but that later turned out to be more positive. On one hand, critics
commended the cast’s performances, humor and original score; on the other,
other critics complained about the screenplay’s inconsistency, because of the
book’s “unfilmable” material. I, honestly, can’t wait for Noah Baumbach’s new
work, as it will reunite the director with his “Marriage Story” protagonist,
Adam Driver, and with his own wife, Oscar-nominated director, actress and writer
Greta Gerwig (“Lady Bird”), who first met Baumbach during shooting of
“Greenberg”, in 2010.)
(Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=FqJD7ae11mU)
- “LIVING”, dirigido por Oliver Hermanus – Nos cinemas – Sem data
definida
(“LIVING”, directed by Oliver Hermanus
– In theaters – Release date TBD)
As obras atemporais do
cineasta japonês Akira Kurosawa já foram refeitas das mais diversas formas.
Algumas foram fiéis ao mesmo gênero do original, outras desviaram
completamente. Por exemplo, “Os Sete Samurais” e “Yojimbo” deram origem aos
faroestes “Sete Homens e um Destino” e “Por um Punhado de Dólares”,
respectivamente. “A Fortaleza Escondida” serviu de influência principal para
George Lucas elaborar a trama de “Star Wars”. Por sua vez, “Living” (“Viver”,
em tradução livre) é um remake britânico do clássico de Kurosawa “Ikiru”, mais
conhecido aqui como “Viver”. O filme conta a história de um idoso burocrata
(interpretado no remake pelo maravilhoso Bill Nighy) que é diagnosticado com
câncer no estômago, e é então forçado a buscar o significado de sua existência
nos seus dias finais de vida. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance
no início do ano, onde foi aclamado pela crítica, e posteriormente foi exibido
em todos os 3 maiores festivais de outono (Veneza, Toronto e Telluride). Além
de ter os talentos inegáveis de Bill Nighy (“Simplesmente Amor”, “Questão de
Tempo”) na frente da câmera, o remake de “Ikiru” teve seu roteiro escrito por
Kazuo Ishiguro, escritor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2017,
conhecido por romances aclamados como “Não Me Abandone Jamais” e “Os Vestígios
do Dia”, que já ganharam adaptações igualmente aclamadas para o cinema. Fiquem
de olho neste aqui.
(The timeless work by
Japanese filmmaker Akira Kurosawa has been remade in the most various of ways.
Some of them have been faithful to the same genre as the original, and others
deviated completely. For example, “Seven Samurai” and “Yojimbo” originated the
Western films “The Magnificent Seven” and “A Fistful of Dollars”, respectively.
“The Hidden Fortress” served as a main influence for George Lucas to elaborate
the plot for “Star Wars”. In turn, “Living” is a British remake of the Kurosawa
classic “Ikiru”. The film tells the story of an elderly bureaucrat (portrayed
in the remake by the wonderful Bill Nighy) who is diagnosed with stomach
cancer, and is then forced to search for the meaning of his existence in his
final days to live. The film had its premiere in the Sundance Film Festival
early this year, where it was critically acclaimed, and later was screened on
all 3 of the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride). Besides
having the undeniable talents of Bill Nighy (“Love Actually”, “About Time”) in
front of the camera, the “Ikiru” remake had its screenplay written by Kazuo
Ishiguro, winner of the 2017 Nobel Prize for Literature, responsible for
praised novels such as “Never Let Me Go” and “The Remains of the Day”, both of
which received equally praised film adaptations. Keep an eye out for this one.)
- “THE BANSHEES OF INISHERIN”, dirigido por Martin McDonagh – Nos
cinemas – Estreia dia 02/02/2023
(“THE BANSHEES OF INISHERIN”, directed
by Martin McDonagh – In theaters – Releases on Oct. 21st)
“Conflitos surgem entre
dois amigos quando um deles abruptamente termina a amizade, com consequências
alarmantes para ambos.” Esta é a sinopse liberada pela Searchlight Pictures
para o novo filme escrito e dirigido por Martin McDonagh (“Três Anúncios Para
um Crime”), que se reúne com suas musas irlandesas Brendan Gleeson e Colin Farrell,
após terem feito o filme “Na Mira do Chefe” juntos, na estreia de McDonagh na
direção. Este era o filme que eu esperava que vencesse o Leão de Ouro no
Festival de Veneza, prêmio que acabou indo para o elogiado documentário “All
the Beauty and the Bloodshed”. Mas, felizmente, “The Banshees of Inisherin”
(“As Almas Penadas de Inisherin”, em tradução livre) não saiu de mãos vazias,
vencendo os prêmios de Melhor Ator (Colin Farrell) e Melhor Roteiro no
Festival. Atualmente com 100% de aprovação no agregador de críticas Rotten
Tomatoes, a nova obra de Martin McDonagh promete retornar às raízes irlandesas
de seu cineasta com um senso de humor deliciosamente ácido e sarcástico e uma
química explosiva entre seus dois protagonistas, sendo plenamente capaz de repetir
o feito do filme anterior de McDonagh (“Três Anúncios”) e ser um dos maiores
indicados ao Oscar ano que vem. E tenho dito.
(“Conflict arises
between two friends when one of them abruptly ends their friendship, with
alarming consequences for both of them.” This is the synopsis released by
Searchlight Pictures for the new film written and directed by Martin McDonagh
(“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”), who reunites with his Irish
muses Brendan Gleeson and Colin Farrell, after working together in “In Bruges”,
McDonagh’s directorial debut. This was the film I was expecting to win the
Golden Lion at the Venice Film Festival, an award that went to the acclaimed
documentary “All the Beauty and the Bloodshed”. But, fortunately, “The Banshees
of Inisherin” didn’t leave empty-handed, winning the awards for Best Actor
(Colin Farrell) and Best Screenplay in the Festival. Currently sitting at 100%
of approval in the review aggregator Rotten Tomatoes, the new work by Martin
McDonagh promises to return to its filmmaker’s Irish roots with a deliciously
acid and sarcastic sense of humor and an explosive chemistry between its two
protagonists, being perfectly able to repeat the feat of McDonagh’s previous
film (“Three Billboards”) and being one of the biggest nominees at next year’s
Oscars. And I have spoken.)
(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=uRu3zLOJN2c)
- BÔNUS: “THE WHALE”, dirigido por Darren Aronofsky – Nos cinemas
– Sem data definida
(BONUS: “THE WHALE”, directed by Darren
Aronofsky – In theaters – Releases on Dec. 9th)
Eu não ia sair daqui
sem falar do novo filme de Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), especialmente
porque a atuação transformadora de Brendan Fraser (“A Múmia”) no papel
principal não só promete ser um obstáculo formidável para o Elvis de Austin
Butler na corrida pelo Oscar de Melhor Ator, mas também por ter recebido 6
minutos de aplausos no Festival de Veneza, levando Fraser às lágrimas. E, por
completa coincidência, é às lágrimas que o espectador vai estar após ver “The
Whale” (“A Baleia”, em tradução livre). Baseado na peça de mesmo nome de Samuel
D. Hunter, o filme acompanha Charlie (Fraser), um homem de meia-idade que, após
a morte de seu companheiro, começa a comer de forma compulsiva por medo e
culpa, até atingir um peso total de 272 quilos. Vendo a si mesmo comendo até
seu último suspiro, Charlie aproveita seus últimos momentos para se reconectar
com sua filha rebelde de 17 anos (interpretada por Sadie Sink, a Max de
“Stranger Things”). Produzido pela A24, “The Whale” é o primeiro filme de
Aronofsky em 5 anos, após o controverso “Mãe!”, e promete ser o veículo capaz
de ressuscitar a carreira cinematográfica de Brendan Fraser, que, desde 2016,
têm tido maiores aparições em filmes e séries após ter ficado longe das telas
por vários anos. Ao que tudo indica, a performance de Fraser em “The Whale”
providenciará um duelo muito acirrado pelo Oscar de Melhor Ator contra a
performance arrebatadora de Austin Butler como o Rei do Rock em “Elvis”.
Ansioso demais para esse filme.
(I wasn’t going to
leave without talking about the new film by Darren Aronofsky (“Black Swan”),
mainly because the transformative performance by Brendan Fraser (“The Mummy”)
not only promises to be a formidable obstacle for Austin Butler’s Elvis in the
race for the Oscar for Best Actor, but it also received a 6-standing ovation in
the Venice Film Festival, bringing Fraser to tears. And, out of complete
coincidence, the viewer will also (probably) be in tears after watching “The
Whale”. Based on the play of the same name by Samuel D. Hunter, the film
follows Charlie (Fraser), a middle-aged man who, after the death of his
partner, starts to binge eat out of fear and guilt, until reaching a total
weight of 600 pounds. Eating himself until his last breath, Charlie makes the
best of his last moments in order to reconnect with his rebellious 17-year-old
daughter (portrayed by Sadie Sink, aka Max from “Stranger Things”). Produced by
A24, “The Whale” is Aronofsky’s first film in 5 years, after the polarizing
“Mother!”, and promises to be the vehicle capable of resurrecting Brendan
Fraser’s movie career, as he, since 2016, has been greatly appearing in movies
and TV shows after staying away from the cameras for several years. All things
considered, Fraser’s performance in “The Whale” will provide a very competitive
duel for the Oscar for Best Actor against Austin Butler’s stellar performance
as the King of Rock and Roll in “Elvis”. I’m super excited for this film.)
É isso, pessoal! Espero
que vocês tenham gostado! Até a próxima,
(That’s it, guys! I
hope you liked it! See you next time,)
João Pedro
Tem muita coisa interessante aí!!!!
ResponderExcluirParabéns pelas dicas e comentários JP 👏👏👏😃
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