Translate

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

10 Destaques dos Festivais de Cinema de Outono Que Você Precisa Conhecer (Bilíngue)

E não se esqueçam de curtir e seguir o blog nas redes sociais:

(And don't forget to like and follow the blog in social medias:)

Facebook: https://www.facebook.com/NoCinemaComJoaoPedroBlog/

Twitter: @nocinemacomjp2

Instagram: @nocinemacomjpblog

YouTube: https://www.youtube.com/@nocinemacomjp


E aí, meus queridos cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar de 10 filmes que marcaram presença nos grandes festivais de cinema de outono (Veneza, Toronto e Telluride) e que, portanto, merecem a sua atenção! Temos dramas, biografias, remakes, sátiras, estudos de personagem, filmes que dividiram crítica e público após suas exibições, e é claro, filmes premiados nestes festivais! Tem um pouco para todo mundo aqui. E quase todos eles têm data de estreia confirmada no Brasil, seja nos cinemas ou em plataformas de streaming! Então, sem mais delongas, vamos começar!

(What’s up, my dear film buffs! How are you guys doing? I’m back, in order to talk about 10 films that made a real scene in the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride) and that, therefore, deserve your attention! We’ve got dramas, biopics, remakes, satires, character studies, films that divided critics and audiences after their screenings, and of course, films that received awards in said festivals! There’s a little bit for everyone here, and luckily, every one of them has a confirmed release date, whether it’s in theaters or streaming platforms! So, without further ado, let’s begin!)




- “BLONDE”, dirigido por Andrew Dominik – Original Netflix – Estreia dia 28/09

   (“BLONDE”, directed by Andrew Dominik – Netflix Original Film – Releases on Sept. 28th)

Começando pelo filme mais próximo de estrear, o primeiro filme de Andrew Dominik (“O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”) em UMA DÉCADA já nasceu controverso por diversos motivos, em especial pela sua classificação indicativa extremamente restrita nos EUA (NC-17, caso onde menores de 17 anos não podem assistir ao filme nos cinemas, nem acompanhados de pais ou responsáveis). Baseado na biografia de ficção de Joyce Carol Oates sobre a vida de Marilyn Monroe, o épico de Dominik (que terá 2 horas e 46 minutos de duração) acompanhará os altos e baixos da vida de Monroe, que será interpretada pela beldade cubana Ana de Armas (“Entre Facas e Segredos”). O filme dividiu a crítica após sua exibição no Festival de Veneza, rasgando elogios para a atuação de de Armas, mas achando a abordagem de Dominik duvidosa, pelo seu caráter mais explícito. Temos que esperar até quarta-feira para ver se as críticas estarão certas, mas uma coisa é certa: seja pela ambição do longa-metragem ou pela performance de de Armas, “Blonde” (ou “Loira”, em tradução livre) não irá passar despercebido aos olhos do público.

(Starting off with the film with the closest release date, the first film by Andrew Dominik (“The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford”) in A DECADE was already born controversial for several reasons, especially for its extremely restricted rating in the US (NC-17, a case where no one under 17 can watch the film in theaters, not even accompanied by parents or guardians). Based on Joyce Carol Oates’s fictional biography on the life of Marilyn Monroe, Dominik’s epic (which will be 2 hours and 46 minutes long) will follow the ups and downs of Monroe’s life, with the titular blonde being portrayed by Cuban beauty Ana de Armas (“Knives Out”). The film divided critics after its screening in the Venice Film Festival, highly commending de Armas’s performance, but finding Dominik’s approach doubtful, for its more explicit content. We have to wait until Wednesday to see if the reviews are right, but one thing’s for sure: whether it’s because of the film’s sheer ambition or because of de Armas’s performance, “Blonde” will not go unnoticed in the eyes of the audience.)

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=AUfiFWUSp7k

(Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=aIsFywuZPoQ)

 



- BARDO, FALSA CRÔNICA DE ALGUMAS VERDADES”, dirigido por Alejandro González Iñárritu – Original Netflix – Estreia dia 16/12

   (“BARDO: FALSE CHRONICLE OF A HANDFUL OF TRUTHS”, directed by Alejandro González Iñárritu – Netflix Original Film – Releases on Dec. 16th)

Sete anos após seu último filme, o grandioso “O Regresso”, Alejandro González Iñárritu, vencedor de 2 Oscars (CONSECUTIVOS) de Melhor Direção, está de volta com “Bardo”, que marca o retorno do cineasta às suas raízes no cinema 100% mexicano, após produções internacionais como “Babel” e “Birdman”, e 12 anos após seu último filme em espanhol, “Biutiful”. O filme é uma semi-autobiografia do cineasta, acompanhando um jornalista renomado mexicano que retorna ao seu país natal e começa a ter uma crise de identidade, refletindo sobre suas origens, família e memórias. Era, de longe, um dos filmes mais esperados de 2022, e um dos principais concorrentes ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Porém, todas essas expectativas foram colocadas em dúvida por uma recepção negativa inesperada em respeito ao filme, com alguns críticos enaltecendo a produção de quase 3 horas de duração e outros chamando-a de “pretensiosa” e “auto-indulgente”. Mesmo com essas reações inesperadas, ainda tenho expectativas consideráveis em relação ao novo filme de Iñárritu, que parece entregar sua obra mais pessoal e autoral até o momento, assumindo as posições de diretor, roteirista, produtor, montador e compositor da trilha sonora original.

(Seven years after his latest film, the great “The Revenant”, Alejandro González Iñárritu, winner of 2 (CONSECUTIVE) Oscars for Best Director, is back with “Bardo”, which marks the filmmaker’s return to his roots in 100% Mexican cinema, after international productions like “Babel” and “Birdman”, and 12 years after his latest film in Spanish, “Biutiful”. The film serves as its director’s semi-autobiography, following a renowned Mexican journalist who returns to his home country and starts having an identity crisis, reflecting on his origins, family and memories. It was, by far, one of the most anticipated films of 2022, and one of the main contenders for the Golden Lion in the Venice Film Festival. However, all those expectations were put on doubt by an unexpected negative reception towards the film, with some critics lauding the nearly 3-hour production and others calling it “pretentious” and “self-indulgent”. Even with these unexpected reactions, I still have considerable expectations in regards to Iñárritu’s new film, as he seems to deliver his most personal, auteur-like work to date, assuming the positions of director, writer, producer, editor, and composer of its original score.)

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=lCQimQfDuTs

 



- “BONES AND ALL”, dirigido por Luca Guadagnino – Nos cinemas – Sem data de estreia por enquanto

  (“BONES AND ALL”, directed by Luca Guadagnino – In theaters – Releases on Nov. 23rd)

Este foi um filme que me chamou a atenção desde sua época de anúncio, pelo fato de ser uma história de amadurecimento e romance com um diferencial notável: baseado no livro de mesmo nome de Camille DeAngelis, “Bones and All” (“Ossos e Tudo”, em tradução livre) aborda o relacionamento entre um casal de jovens canibais, enquanto viajam pelos EUA da Era Reagan em busca do pai desaparecido de um deles. A direção do italiano Luca Guadagnino me deu ainda mais confiança, por ter dirigido tanto histórias de amadurecimento (o premiado “Me Chame pelo Seu Nome” e a minissérie “We Are Who We Are”) quanto histórias de terror (o remake de “Suspiria”, lançado em 2018). Como se isso não fosse o bastante, o filme marcaria a reunião de Guadagnino com o ator Timothée Chalamet (“Duna”), cuja performance em “Me Chame pelo Seu Nome” fez do (então) jovem de 22 anos um dos mais jovens indicados ao Oscar de Melhor Ator. Eu esperava que fosse um dos filmes mais polêmicos do Festival de Veneza, e acabou sendo um dos mais aclamados, com um destaque unânime para a atuação estreante de Taylor Russell, protagonista do longa, que venceu o prêmio Marcello Mastroianni de Melhor Atuação Promissora no Festival. Além disso, o filme também rendeu a Guadagnino o Leão de Prata de Melhor Direção no mesmo festival. Preciso dizer mais?

(This was a film that had my attention ever since it was announced, for the fact of being a coming-of-age romance story with a notable difference: based on the novel of the same name by Camille DeAngelis, it deals with the relationship between a couple of young cannibals, as they travel through Reagan’s America searching for the missing father of one of them. The direction by Italian filmmaker Luca Guadagnino gave me even more confidence, as he directed both coming-of-age stories (the awarded “Call Me By Your Name” and the miniseries “We Are Who We Are”) and horror stories (the remake of “Suspiria”, released in 2018). As if that wasn’t enough, the film would mark Guadagnino’s reunion with actor Timothée Chalamet (“Dune”), whose performance in “Call Me By Your Name” made the (at the time) 22-year-old young man one of the youngest nominees to the Oscar for Best Actor. I expected this to be one of the most divisive, controversial films in Venice and it ended up being one of its most acclaimed, with a unanimous highlight for the debut performance of Taylor Russell, the film’s protagonist, who won the Marcello Mastroianni Award for Best Performance by an Emerging Actor or Actress in the Festival. Besides that, the film also won Guadagnino the Silver Lion for Best Director in the same festival. Do I need to say more?)

Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=2iBSEqRhfUw

 



- “GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT”, dirigido por Rian Johnson – Original Netflix – Estreia dia 23/12

  (“GLASS ONION: A KNIVES OUT MYSTERY”, directed by Rian Johnson – Netflix Original Film – Releases on Dec. 23rd)

Quando saí da minha sessão de “Entre Facas e Segredos” no final de 2019, eu pensei: “Nossa, bem que podia ter uma série de filmes do Benoit Blanc no estilo Hercule Poirot (“Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo”), onde cada mistério tem um elenco e ambientação diferentes.” A Netflix parece ter lido os meus pensamentos, pois comprou os direitos para não somente uma, mas DUAS sequências do filme indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. A primeira, “Glass Onion” (nome tirado de uma canção menos conhecida dos Beatles), será ambientada na Grécia e contará com nomes como Edward Norton (“Clube da Luta” *quebrei a primeira regra, mas tudo bem...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) e Kate Hudson (“Quase Famosos”) no elenco, além do retorno de Daniel Craig no papel do detetive Benoit Blanc. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Toronto e ocupou o 3º lugar na corrida pelo Prêmio do Público no evento, com a crítica definindo a sequência como superior à “Entre Facas e Segredos”, destacando que “Glass Onion” pode fazer o que o original não fez e realmente ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Expectativas altíssimas para este filme!

(When I left my screening of “Knives Out” in late 2019, I thought: “Man, I wish we could have a series of films with Benoit Blanc à la Hercule Poirot (Murder on the Orient Express and Death on the Nile), where every mystery has a different cast and setting”. Netflix seems to have read into my thoughts, as they bought the rights for not only one, but TWO sequels to the original film, which was nominated for the Oscar for Best Original Screenplay. The first one, “Glass Onion” (a name taken from a lesser-known Beatles song), will be set in Greece and will have names like Edward Norton (“Fight Club” *broke the first rule, but okay...), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Dave Bautista (“Guardians of the Galaxy”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) and Kate Hudson (“Almost Famous”) in the cast, apart from Daniel Craig’s return in the role of detective Benoit Blanc. The film had its world premiere in the Toronto International Film Festival and landed 3rd place in the race for the event’s People’s Choice Award, with critics defining the sequel as superior to “Knives Out”, highlighting that “Glass Onion” can do what the original couldn’t and actually get nominated to the Oscar for Best Picture. High expectations for this one!)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=sqOfK6XOJpw

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=-xR_lBtEvSc)




- “WOMEN TALKING”, dirigido por Sarah Polley – Nos cinemas – Estreia dia 02/03/2023

  (“WOMEN TALKING”, directed by Sarah Polley – In theaters – Releases on Dec. 2nd)

Ocupante do 2º lugar na corrida pelo Prêmio do Público no Festival de Toronto, o primeiro filme narrativo de Sarah Polley em 11 ANOS promete iniciar discussões interessantes sobre feminismo e religião quando estrear, contando com a ajuda de um elenco feminino ultra talentoso para passar sua mensagem. Baseado no romance de mesmo nome de Miriam Toews, “Women Talking” (“Mulheres Conversando”, em tradução livre) terá Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley (“Estou Pensando em Acabar com Tudo”) e a vencedora de 3 Oscars de Melhor Atriz Frances McDormand (“Nomadland”) como mulheres membros de uma comunidade religiosa isolada, que lutam para conciliar suas crenças com o que elas vivem no seu dia-a-dia pelas mãos dos homens da comunidade. Eu sinceramente pensei que acabaria não sendo um filme tão notável, pelo fato da promoção ter sido bem reduzida em comparação a outros filmes do Festival, mas acabou obtendo ótimas críticas, destacando o roteiro de Polley e as atuações do elenco feminino, o que pode colaborar para uma possível indicação ao Oscar de Melhor Filme em 2023. Fiquem de olho.

(Occupying 2nd place in the race for the People’s Choice Award in the Toronto International Film Festival, Sarah Polley’s first narrative feature in 11 YEARS promises to jumpstart interesting discussions on feminism and religion once it premieres, relying on the aid of an ultra talented female cast in order to convey its message. Based on the novel of the same name by Miriam Toews, the film will have Rooney Mara (“Carol”), Claire Foy (“The Crown”), Jessie Buckley (“I’m Thinking of Ending Things”) and triple Oscar-winner for Best Actress Frances McDormand (“Nomadland”) as women who are members of an isolated religious community, who struggle to reconcile their beliefs with what they live through daily by the hands of the community’s men. I honestly thought this wouldn’t be a movie that was this notable, as its promotion was pretty reduced in comparison to other films in the Festival, but it ended up receiving great reviews, highlighting Polley’s screenplay and the performances by the female cast, which may collaborate to a possible Oscar nomination for Best Picture in 2023. Keep an eye on this one.)

 


- “OS FABELMANS”, dirigido por Steven Spielberg – Nos cinemas – Estreia dia 09/02/2023

  (“THE FABELMANS”, directed by Steven Spielberg – In theaters – Releases on Nov. 11)

Eu simplesmente amo quando filmes tocam em histórias ou assuntos pessoais para seus respectivos cineastas. E eu também simplesmente AMO filmes sobre cinema. Pensando neste ponto de vista, “Os Fabelmans” é um dos meus filmes mais esperados da vindoura temporada de premiações, porque não somente é uma autobiografia de um dos diretores mais facilmente reconhecíveis da história do cinema (Steven Spielberg, de “E.T.: O Extraterrestre”, “A Lista de Schindler”, “O Resgate do Soldado Ryan” e “Tubarão”), também é uma carta de amor ao cinema e à influência da família do diretor em aconselhá-lo a seguir este sonho. Surpreendendo um total de zero pessoas, o filme foi altamente aclamado em sua estreia em Toronto, vencendo o Prêmio do Público do Festival, honra que já foi dada a vários vencedores anteriores do Oscar de Melhor Filme, como “Nomadland” e “Green Book”. E ao que tudo indica, o novo filme de Steven Spielberg está a caminho de repetir este feito, especialmente quando o longa conta com performances de Paul Dano (“Batman”), Michelle Williams (“Sete Dias com Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) e Judd Hirsch (“Gente como a Gente”) como os familiares do protagonista, que é, por contrapartida, interpretado pelo estreante Gabriel LaBelle, elogiadíssimo por sua atuação no filme. Academia, pode já ir dando uns 10 Oscars pra “Os Fabelmans” já... (Risos)

(I just love it when films touch upon stories or subjects that are personal to their respective filmmakers. And I also simply LOVE movies about cinema. Thinking under that point of view, “The Fabelmans” is one of my most anticipated features in this upcoming award season, because not only it is an autobiography of one of the most easily recognizable directors in cinema history (Steven Spielberg, of “E.T.”, “Schindler’s List”, “Saving Private Ryan” and “Jaws” fame), it is also a love letter to the movies and to the influence of the director’s family in advising him into following that dream. Surprising a total of zero people, the film was highly acclaimed in its Toronto premiere, winning the Festival’s People Choice Award, an honor given to several previous Best Picture winners, such as “Nomadland” and “Green Book”. And as it all indicates, Steven Spielberg’s new film is on its way to repeat that feat, especially when it relies on performances by Paul Dano (“The Batman”), Michelle Williams (“My Week with Marilyn”), Seth Rogen (“Superbad”) and Judd Hirsch (“Ordinary People”) as the relatives of the protagonist, who is, in turn, portrayed by debuting actor Gabriel LaBelle, who was highly commended by his performance. Academy, please give 10 Oscars to “The Fabelmans” right now... (LOL))

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=R4eRHRPs8Ss

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=a673B0JInwM)




- TÁR”, dirigido por Todd Field – Nos cinemas – Estreia dia 26/01/2023

  (“TÁR”, directed by Todd Field – In theaters – Releases on Oct. 7th)

Para falar a verdade, não esperava tanto assim de “Tár”. Não conhecia o trabalho anterior do diretor Todd Field para calcular minhas expectativas e a proposta de explorar o mundo das orquestras pareceu um pouco maçante para mim, à primeira vista. Mas aí, a Focus Features lançou o primeiro trailer, perto da exibição do filme no Festival de Veneza, e acabou catapultando minhas expectativas para o alto. O primeiro filme de Todd Field em 16 ANOS, “Tár” é um estudo de personagem de Lydia Tár (Cate Blanchett), uma compositora que se torna a primeira mulher a ser regente de uma grande orquestra alemã. O trailer é propositalmente enigmático, dando pequenas dicas sobre as temáticas de “Tár”: poder, obsessão, mudança, paixão. É um filme que não vai agradar todo mundo, ou seja, ele tem um público-alvo bem específico, mas também é exatamente o tipo de filme que a Academia adora premiar. É um daqueles filmes cuidadosamente elaborados para servirem de veículo para seu personagem central; no caso, a protagonista de Cate Blanchett, cuja atuação foi altamente elogiada pela crítica, vencendo a Copa Volpi de Melhor Atriz em Veneza, e se tornando uma das principais concorrentes ao Oscar de Melhor Atriz ano que vem. E como se a promessa de uma das melhores atuações da carreira de Blanchett não fosse o bastante, temos também a presença da islandesa Hildur Gudnadóttir, compositora vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora Original por “Coringa”, no departamento musical, com a trilha sonora de “Tár” já despontando como uma das favoritas para o Oscar 2023.

(To tell the truth, I wasn’t expecting that much out of “Tár”. I wasn’t familiar with director Todd Field’s previous work to calculate my expectations, and the proposal of exploring the world of orchestras seemed a bit boring to me, at first. But then, Focus Features released the first trailer, close to its premiere screening in the Venice Film Festival, and it ended up catapulting my expectations sky high. Todd Field’s first film in 16 YEARS, “Tár” is a character study of Lydia Tár (Cate Blanchett), a composer who becomes the first woman to be the conductor of a great German orchestra. The trailer is purposefully cryptic, giving away small hints on the themes of “Tár”: power, obsession, change, passion. It’s a film that has an extremely specific target audience, but it’s also the exact type of film that the Academy loves to give awards to. It’s one of those movies that are carefully elaborated to serve as a vehicle for their central character; in this case, the protagonist portrayed by Cate Blanchett, whose performance was lauded by critics, winning the Volpi Cup for Best Actress in Venice, and becoming one of the main contenders to the Oscar for Best Actress next year. And as if the promise of one of the best performances in Blanchett’s career wasn’t enough, we also have the presence of Icelandic composer Hildur Gudnadóttir, whose work in “Joker” won her the Oscar for Best Original Score, in the musical department, with the score for “Tár” already being a frontrunner for the 2023 Oscars.)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nXK-tqy3QS0



- “RUÍDO BRANCO”, dirigido por Noah Baumbach – Original Netflix – Estreia dia 30/12

  (“WHITE NOISE”, directed by Noah Baumbach – Netflix Original Film – Releases on Dec. 30th)

Quando eu ouvi falar de “Ruído Branco” e de sua sinopse, eu pensei: “Esse vai ser o ‘Não Olhe Para Cima’ deste ano”, porque, querendo ou não, as semelhanças são visíveis. Ambos são sátiras que lidam com as reações da sociedade em relação à eventos apocalípticos, ambos têm protagonistas que são professores de faculdade (no caso de “Ruído Branco”, o protagonista de Adam Driver é professor de estudos sobre Hitler), e ambos são dirigidos por diretores experientes no gênero da comédia. A diferença crucial é que este novo filme de Noah Baumbach (“História de um Casamento” e “Frances Ha”), co-produzido pela badalada A24, é adaptado de um renomado livro de mesmo nome escrito por Don DeLillo, publicado pela primeira vez em 1985, vencedor do National Book Award de Melhor Ficção. “Ruído Branco” foi o filme de abertura do Festival de Veneza deste ano, onde recebeu reações inicialmente mistas (assim como “Não Olhe para Cima”), mas posteriormente mais positivas. De um lado, críticos elogiaram o elenco, o senso de humor e a trilha sonora; de outro, outros críticos reclamaram da inconsistência do roteiro, pelo livro ser considerado “infilmável”. Eu, sinceramente, mal posso esperar pela nova obra de Noah Baumbach, já que ela reúne o diretor com o protagonista de “História de um Casamento”, Adam Driver, e com sua própria esposa, a atriz, roteirista e diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig (“Lady Bird”), que conheceu Baumbach durante as filmagens de “O Solteirão”, de 2010.

(When I first heard about “White Noise” and its plot, I thought: “This is going to be this year’s ‘Don’t Look Up’”, because, whether you like it or not, the similarities are visible. Both films are satires that deal with society’s reactions toward apocalyptic events, both of them have protagonists that are college professors (in “White Noise”, Adam Driver’s protagonist is a professor of Hitler studies), and both are directed by filmmakers most familiar with the comedy genre. The crucial difference is that this new film by Noah Baumbach (“Marriage Story” and “Frances Ha”), co-produced by THE A24, is adapted from a renowned novel of the same name by Don DeLillo, published in 1985, winner of the National Book Award for Fiction. “White Noise” was the opening film for this year’s Venice Film Festival, where it received initially mixed reactions (just like “Don’t Look Up”), but that later turned out to be more positive. On one hand, critics commended the cast’s performances, humor and original score; on the other, other critics complained about the screenplay’s inconsistency, because of the book’s “unfilmable” material. I, honestly, can’t wait for Noah Baumbach’s new work, as it will reunite the director with his “Marriage Story” protagonist, Adam Driver, and with his own wife, Oscar-nominated director, actress and writer Greta Gerwig (“Lady Bird”), who first met Baumbach during shooting of “Greenberg”, in 2010.)

 Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=Ltjepb-zCmc

 (Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=FqJD7ae11mU)




- LIVING”, dirigido por Oliver Hermanus – Nos cinemas – Sem data definida

  (“LIVING”, directed by Oliver Hermanus – In theaters – Release date TBD)

As obras atemporais do cineasta japonês Akira Kurosawa já foram refeitas das mais diversas formas. Algumas foram fiéis ao mesmo gênero do original, outras desviaram completamente. Por exemplo, “Os Sete Samurais” e “Yojimbo” deram origem aos faroestes “Sete Homens e um Destino” e “Por um Punhado de Dólares”, respectivamente. “A Fortaleza Escondida” serviu de influência principal para George Lucas elaborar a trama de “Star Wars”. Por sua vez, “Living” (“Viver”, em tradução livre) é um remake britânico do clássico de Kurosawa “Ikiru”, mais conhecido aqui como “Viver”. O filme conta a história de um idoso burocrata (interpretado no remake pelo maravilhoso Bill Nighy) que é diagnosticado com câncer no estômago, e é então forçado a buscar o significado de sua existência nos seus dias finais de vida. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance no início do ano, onde foi aclamado pela crítica, e posteriormente foi exibido em todos os 3 maiores festivais de outono (Veneza, Toronto e Telluride). Além de ter os talentos inegáveis de Bill Nighy (“Simplesmente Amor”, “Questão de Tempo”) na frente da câmera, o remake de “Ikiru” teve seu roteiro escrito por Kazuo Ishiguro, escritor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2017, conhecido por romances aclamados como “Não Me Abandone Jamais” e “Os Vestígios do Dia”, que já ganharam adaptações igualmente aclamadas para o cinema. Fiquem de olho neste aqui.

(The timeless work by Japanese filmmaker Akira Kurosawa has been remade in the most various of ways. Some of them have been faithful to the same genre as the original, and others deviated completely. For example, “Seven Samurai” and “Yojimbo” originated the Western films “The Magnificent Seven” and “A Fistful of Dollars”, respectively. “The Hidden Fortress” served as a main influence for George Lucas to elaborate the plot for “Star Wars”. In turn, “Living” is a British remake of the Kurosawa classic “Ikiru”. The film tells the story of an elderly bureaucrat (portrayed in the remake by the wonderful Bill Nighy) who is diagnosed with stomach cancer, and is then forced to search for the meaning of his existence in his final days to live. The film had its premiere in the Sundance Film Festival early this year, where it was critically acclaimed, and later was screened on all 3 of the great fall film festivals (Venice, Toronto and Telluride). Besides having the undeniable talents of Bill Nighy (“Love Actually”, “About Time”) in front of the camera, the “Ikiru” remake had its screenplay written by Kazuo Ishiguro, winner of the 2017 Nobel Prize for Literature, responsible for praised novels such as “Never Let Me Go” and “The Remains of the Day”, both of which received equally praised film adaptations. Keep an eye out for this one.)

 Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=w1IYxAIGZ_A




- THE BANSHEES OF INISHERIN”, dirigido por Martin McDonagh – Nos cinemas – Estreia dia 02/02/2023

  (“THE BANSHEES OF INISHERIN”, directed by Martin McDonagh – In theaters – Releases on Oct. 21st)

“Conflitos surgem entre dois amigos quando um deles abruptamente termina a amizade, com consequências alarmantes para ambos.” Esta é a sinopse liberada pela Searchlight Pictures para o novo filme escrito e dirigido por Martin McDonagh (“Três Anúncios Para um Crime”), que se reúne com suas musas irlandesas Brendan Gleeson e Colin Farrell, após terem feito o filme “Na Mira do Chefe” juntos, na estreia de McDonagh na direção. Este era o filme que eu esperava que vencesse o Leão de Ouro no Festival de Veneza, prêmio que acabou indo para o elogiado documentário “All the Beauty and the Bloodshed”. Mas, felizmente, “The Banshees of Inisherin” (“As Almas Penadas de Inisherin”, em tradução livre) não saiu de mãos vazias, vencendo os prêmios de Melhor Ator (Colin Farrell) e Melhor Roteiro no Festival. Atualmente com 100% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes, a nova obra de Martin McDonagh promete retornar às raízes irlandesas de seu cineasta com um senso de humor deliciosamente ácido e sarcástico e uma química explosiva entre seus dois protagonistas, sendo plenamente capaz de repetir o feito do filme anterior de McDonagh (“Três Anúncios”) e ser um dos maiores indicados ao Oscar ano que vem. E tenho dito.

(“Conflict arises between two friends when one of them abruptly ends their friendship, with alarming consequences for both of them.” This is the synopsis released by Searchlight Pictures for the new film written and directed by Martin McDonagh (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”), who reunites with his Irish muses Brendan Gleeson and Colin Farrell, after working together in “In Bruges”, McDonagh’s directorial debut. This was the film I was expecting to win the Golden Lion at the Venice Film Festival, an award that went to the acclaimed documentary “All the Beauty and the Bloodshed”. But, fortunately, “The Banshees of Inisherin” didn’t leave empty-handed, winning the awards for Best Actor (Colin Farrell) and Best Screenplay in the Festival. Currently sitting at 100% of approval in the review aggregator Rotten Tomatoes, the new work by Martin McDonagh promises to return to its filmmaker’s Irish roots with a deliciously acid and sarcastic sense of humor and an explosive chemistry between its two protagonists, being perfectly able to repeat the feat of McDonagh’s previous film (“Three Billboards”) and being one of the biggest nominees at next year’s Oscars. And I have spoken.)

 Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ibz3rz7LsR4

 (Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=uRu3zLOJN2c)




- BÔNUS: “THE WHALE”, dirigido por Darren Aronofsky – Nos cinemas – Sem data definida

 (BONUS: “THE WHALE”, directed by Darren Aronofsky – In theaters – Releases on Dec. 9th)

Eu não ia sair daqui sem falar do novo filme de Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), especialmente porque a atuação transformadora de Brendan Fraser (“A Múmia”) no papel principal não só promete ser um obstáculo formidável para o Elvis de Austin Butler na corrida pelo Oscar de Melhor Ator, mas também por ter recebido 6 minutos de aplausos no Festival de Veneza, levando Fraser às lágrimas. E, por completa coincidência, é às lágrimas que o espectador vai estar após ver “The Whale” (“A Baleia”, em tradução livre). Baseado na peça de mesmo nome de Samuel D. Hunter, o filme acompanha Charlie (Fraser), um homem de meia-idade que, após a morte de seu companheiro, começa a comer de forma compulsiva por medo e culpa, até atingir um peso total de 272 quilos. Vendo a si mesmo comendo até seu último suspiro, Charlie aproveita seus últimos momentos para se reconectar com sua filha rebelde de 17 anos (interpretada por Sadie Sink, a Max de “Stranger Things”). Produzido pela A24, “The Whale” é o primeiro filme de Aronofsky em 5 anos, após o controverso “Mãe!”, e promete ser o veículo capaz de ressuscitar a carreira cinematográfica de Brendan Fraser, que, desde 2016, têm tido maiores aparições em filmes e séries após ter ficado longe das telas por vários anos. Ao que tudo indica, a performance de Fraser em “The Whale” providenciará um duelo muito acirrado pelo Oscar de Melhor Ator contra a performance arrebatadora de Austin Butler como o Rei do Rock em “Elvis”. Ansioso demais para esse filme.

(I wasn’t going to leave without talking about the new film by Darren Aronofsky (“Black Swan”), mainly because the transformative performance by Brendan Fraser (“The Mummy”) not only promises to be a formidable obstacle for Austin Butler’s Elvis in the race for the Oscar for Best Actor, but it also received a 6-standing ovation in the Venice Film Festival, bringing Fraser to tears. And, out of complete coincidence, the viewer will also (probably) be in tears after watching “The Whale”. Based on the play of the same name by Samuel D. Hunter, the film follows Charlie (Fraser), a middle-aged man who, after the death of his partner, starts to binge eat out of fear and guilt, until reaching a total weight of 600 pounds. Eating himself until his last breath, Charlie makes the best of his last moments in order to reconnect with his rebellious 17-year-old daughter (portrayed by Sadie Sink, aka Max from “Stranger Things”). Produced by A24, “The Whale” is Aronofsky’s first film in 5 years, after the polarizing “Mother!”, and promises to be the vehicle capable of resurrecting Brendan Fraser’s movie career, as he, since 2016, has been greatly appearing in movies and TV shows after staying away from the cameras for several years. All things considered, Fraser’s performance in “The Whale” will provide a very competitive duel for the Oscar for Best Actor against Austin Butler’s stellar performance as the King of Rock and Roll in “Elvis”. I’m super excited for this film.)

 



É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,

(That’s it, guys! I hope you liked it! See you next time,)

João Pedro

2 comentários: