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domingo, 19 de janeiro de 2020

"1917": uma experiência cinematográfica imperdível e inesquecível (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, e vim aqui trazer a resenha de um dos filmes mais premiados e aclamados dessa temporada de premiações, e um dos principais concorrentes às duas estatuetas principais de Melhor Filme e Melhor Direção no Oscar desse ano. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “1917”, indicado a 10 Oscars. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, and I'm here to write about one of the most awarded and acclaimed movies in this award season, and one of the main contenders for the two main awards of Best Picture and Best Director in this year's Oscars. So, without further ado, let's talk about “1917”, which was nominated for 10 Oscars. Let's go!)



O filme é ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, e segue a jornada de dois soldados, os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), que são encarregados de uma missão aparentemente impossível. Nessa missão, os dois precisam atravessar território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem que pode salvar 1600 de seus colegas de batalhão, entre eles o irmão de Blake.
(The film is set during World War I, and follows the journey of two soldiers, Cpls. Schofield (George MacKay) and Blake (Dean-Charles Chapman), who are entitled to an apparently impossible mission. In this mission, they must cross through enemy territory, fighting against time, in order to deliver a message that may save 1600 of their battalion brothers, with Blake's brother amongst them.)



Antes de começar a falar do filme em si, devo falar que estava muito animado para esse filme desde que o primeiro trailer foi lançado. Inicialmente, o material promocional de “1917” me deu uma vibe de “Dunkirk” da Primeira Guerra Mundial, especialmente pelos aspectos técnicos, que contavam com planos-sequência na direção de fotografia e parecia ter um trabalho de som extraordinário. Depois da campanha de marketing, vieram as primeiras premiações, e a vitória de “1917” nas categorias de Melhor Filme – Drama e Melhor Direção nos Globos de Ouro me deixaram bem surpreso, e por consequência, mais animado ainda pra ver esse filme, que era o único que faltava para que eu terminasse de ver todos os indicados ao Oscar de Melhor Filme. E eu devo dizer que esse pode muito bem ser um dos melhores, se não for o melhor filme de guerra que eu já vi (não, eu ainda não vi “O Resgate do Soldado Ryan”, mas ainda irei ver, sem falta). O roteiro de “1917” é escrito pelo diretor Sam Mendes e pela Krysty Wilson-Cairns, baseado nas histórias que o avô de Mendes, veterano da Primeira Guerra, contou para o neto. Ao contrário de “Dunkirk”, que faz da Segunda Guerra a protagonista principal da trama, com pouco desenvolvimento de personagem, aqui temos uma trama quase que inteiramente focada em seus personagens e em todos os obstáculos que eles precisam superar para cumprirem sua missão. É um roteiro engajante, frenético, realista, e muito, muito tenso. Mas assim como “Dunkirk”, “1917” possui uma veia melancólica, dedicando alguns minutos de seu tempo de duração para refletir na tristeza e nas consequências da Guerra, e isso contribui para a construção de um vínculo emocional entre o espectador e os protagonistas. O roteiro de Mendes e Wilson-Cairns trata todo personagem na trama como importante, o que é bom, porque aí nenhum minuto do filme se sente desperdiçado. Como um filme de guerra, “1917” é bem violento, mas não de maneira exagerada ou estilizada, de uma maneira bem realista mesmo. Mesmo sendo um filme bem tenso, os roteiristas fazem um trabalho excepcional em criar momentos de calmaria entre dois momentos de tempestade. Os dois protagonistas são muito bem desenvolvidos, já nos primeiros minutos em tela, o espectador já torce para que eles consigam cumprir a missão deles, e assim como disse antes, todos os personagens que eles encontram no caminho também são tratados como importantes, sejam eles aliados ou inimigos, porque eles colaboram para o movimento da trama e fazem o espectador se importar com os protagonistas (e com a missão deles) ainda mais. Por esses motivos, achei mais do que justo o roteiro de Mendes e Wilson-Cairns ter sido indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, e se não fosse pelas ameaças de Tarantino, com “Era uma Vez em Hollywood”, e Bong Joon-Ho, com “Parasita”, “1917” teria grandes chances de levar o prêmio, e com justiça.
(Before I start talking about the film itself, I must say that I was really excited to watch it, ever since the first trailer was released. Initially, the marketing material of “1917” gave me some vibes that reminded me of a World War I “Dunkirk”, especially because of its technical aspects, which had continued shots in its cinematography and it seemed like it had an extraordinary sound work. After the marketing campaign, the first award ceremonies came along, and the victory of “1917” in the categories of Best Motion Picture – Drama and Best Director in the Golden Globes left me really surprised, and consequently, even more excited to watch this film, which was the only one left for me to have watched all the Oscar nominees for Best Picture. And I must say this movie may very well be one of the best, if not the best war film I've ever seen (no, I haven't watched “Saving Private Ryan” yet, but I absolutely will, sometime). The script for “1917” was written by director Sam Mendes and Krysty Wilson-Cairns, based on the stories that Mendes's grandfather, who was a veteran of WWI, told his grandson. Unlike “Dunkirk”, which made the Second World War its main protagonist, with very little character development, here we have a plot that is almost entirely focused on its characters and all the obstacles they must overcome in order to achieve their mission. It's an engaging, frenetic, realistic and really, really tense script. But, just like “Dunkirk”, “1917” has a melancholic vibe, dedicating some of its running time to reflect on the sadness and on the consequences of the War, which contributes for the construction of an emotional bond between the viewer and the protagonists. Mendes and Wilson-Cairns's script treats every character in the plot as important, which is good, 'cause then, no minute feels wasted here. As a war film, “1917” is pretty violent, but not in an exaggerated or stylized way, in an extremely realistic way, actually. Even though it's a really tense film, the screenwriters do an exceptional job in creating moments of serenity inbetween moments of tension. The two protagonists are really well developed, in their first minutes of screen time, the viewer is already hoping that they manage to reach their objective, and as I said before, every character they meet along the way is treated as important, ally or enemy, as they collaborate for the pacing of the plot and they make the viewer care about the protagonists (and their mission) even more. For those reasons, I thought it was more than fair that Mendes and Wilson-Cairns's script got nominated for Best Original Screenplay at the Oscars, and, if it wasn't for the threats of Tarantino with “Once Upon a Time in Hollywood”, and Bong Joon-Ho with “Parasite”, “1917” would have big chances of winning the award, and rightfully so.)



Sobre o elenco, devo dizer que o pessoal do casting fez uma escolha incrível ao escalar atores que não são tão conhecidos para os papéis principais. O George MacKay, conhecido pelos seus papéis em “Capitão Fantástico” e “Sunshine on Leith”, dá sua melhor atuação nesse filme. Ele começa o filme sendo uma pessoa muito séria, e ao longo da trama, vão surgindo muitas emoções em seu personagem, e o jeito que o ator lida com essas emoções é maravilhoso. O Dean-Charles Chapman, conhecido pelo papel de Tommen Baratheon em “Game of Thrones”, nos cativa desde o primeiro minuto em tela. O desenvolvimento dele é mais ou menos o contrário do de MacKay, ele começa fazendo algumas piadinhas engraçadas, e o personagem dele vai ficando cada vez mais sério no andamento da trama. Temos pontas curtas, mas significativas de vários atores britânicos famosos, entre eles Colin Firth, Mark Strong, Andrew Scott, Richard Madden e Benedict Cumberbatch, e cada um deles tem seu momento, mesmo que pequeno, de brilhar. Uma menção especial fica para a Claire Duburcq, que é a única mulher presente no elenco. Ela faz um trabalho muito bom, e queria muito ter visto mais da personagem dela, que possui uma dinâmica cativante com o personagem de MacKay.
(About the cast, I must say that the casting people made an amazing choice by casting not-so-well-known actors for the main roles. George MacKay, who is known for his roles in “Captain Fantastic” and “Sunshine on Leith”, gives his best performance in this film. He starts off as a very serious person, and throughout the plot, a lot of emotions begin to blossom on his character, and the way that the actor deals with those emotions is just wonderful. Dean-Charles Chapman, who is known for his role of Tommen Baratheon in “Game of Thrones”, captivates us from the first minute of screen time. His development is sort of the opposite of MacKay's, he starts off with some funny jokes, and his character becomes more serious as the plot moves forward. We have short, but significant cameos from several famous British actors, like Colin Firth, Mark Strong, Andrew Scott, Richard Madden and Benedict Cumberbatch, and each one has their moment, even though it's a small one, to shine. A special mention goes to Claire Duburcq, who is the only woman in the cast. She does a really good job, and I wished I got to see more of her character, who has a captivating dynamic with MacKay's character.)



Mas, assim como “Dunkirk”, o destaque em “1917” fica com os aspectos técnicos. Os dois planos-sequência extremamente longos feitos pelo Roger Deakins na direção de fotografia nos mantêm grudados no assento, roendo as unhas de tensão, e por isso, o trabalho de Deakins, vencedor do Oscar por “Blade Runner 2049”, merece o Oscar de Melhor Fotografia. A direção de arte faz um belo trabalho recriando o cenário de guerra presente na época em que o filme é ambientado. A montagem é extraordinária, porque se houve algum corte no meio dos dois planos-sequência de Deakins, é quase imperceptível. A edição e a mixagem de som são alguns dos aspectos que mais funcionam no filme, pois eles acentuam a tensão e até rendem uns sustos inesperados, dignos de filmes de terror. A trilha sonora do Thomas Newman é atmosférica, épica e maravilhosa, batendo de frente com a trilha de “Coringa”, composta pela Hildur Gudnadóttir, como os principais concorrentes ao prêmio de Melhor Trilha Sonora Original no Oscar. Os efeitos especiais desse filme são sensacionais. A maioria das pessoas acha que essa categoria serve para dar prêmios pros blockbusters, mas os efeitos práticos (e uma pitadinha de CGI) presentes em “1917” fazem desse filme o principal indicado ao prêmio de Melhores Efeitos Visuais. Então, com esse potencial, “1917” tem enormes chances de fazer presença nas categorias técnicas. E, é claro, não poderia deixar de mencionar a direção fantástica do Sam Mendes, pois se não fosse pelo trabalho dele de direcionar os atores e a equipe pela visão que ele tinha para o filme, o resultado definitivamente não seria o mesmo. E pra mim, isso já coloca Mendes como um dos principais indicados a Melhor Direção.
(But, just like “Dunkirk”, the highlight in “1917” stays with the technical aspects. The two extremely long continued shots filmed by Roger Deakins in the cinematography department keep us glued to our seats, biting our nails with tension, and because of that, Deakins's work, which was already recognized with an Oscar because of “Blade Runner 2049”, deserves the Oscar for Best Cinematography. The production design does a beautiful job in recreating the war scenario in the time the film is set. The editing is extraordinary, because if there was a single cut in Deakins's two continued shots, it's almost unnoticeable. The sound editing and mixing are some of the aspects that work the best in the film, as they crank the tension up to 11, and even give us some unexpected scares, like horror movie scares. Thomas Newman's score is atmospheric, epic and wonderful, going head-to-head with Hildur Gudnadóttir's score for “Joker” as the main contenders for the Best Original Score award at the Oscars. The special effects of this film are marvelous. Most people think this category is for awarding blockbusters, but the practical effects (and a tiny bit of CGI) in “1917” make this film the main contender for the Best Visual Effects award. So, with this potential, “1917” has enormous chances of making a presence in the technical categories. And, of course, I couldn't forget to mention Sam Mendes's fantastic directing, because if it wasn't for his work of directioning the actors and the crew through his vision for the film, the results would definitely not be the same. And for me, this already cements Mendes as one of the main contenders for Best Director.)



Resumindo, “1917” é uma obra-prima. Dirigido de uma forma extraordinária por Sam Mendes, o filme conta com um roteiro extremamente realista e tenso, um elenco muito talentoso, e aspectos técnicos de tirar o fôlego, o que o consolida como um dos principais indicados a Melhor Filme e Melhor Direção no Oscar, além de muitas outras categorias técnicas. Vejam na maior tela possível, porque esse merece.

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “1917” is a masterpiece. Directed in an extraordinary way by Sam Mendes, the film has an extremely realistic and tense script, a very talented cast, and breathtaking technical aspects, and that cements it as one of the main contenders for Best Picture and Best Director at the Oscars, among many other technical categories. Watch it in the biggest screen you can afford, because this one deserves it.

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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