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E aí, meus cinéfilos
queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, e vim trazer para
vocês a resenha de um dos melhores filmes dessa temporada de
prêmios. Sendo a sétima adaptação do mesmo material fonte (um
livro do século 19), o filme em questão é mais uma prova de que
certas histórias são atemporais, se colocadas para serem adaptadas
nas mãos certas. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre
“Adoráveis Mulheres”. Vamos lá!
(What's up, my dear
film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to write the
review of one of the best films in this award season. As the seventh
film adaptation of the same source material (a book from the 19th
century), the movie I'm about to review is proof that certain stories
can be timeless, if adapted by the right people. So, without further
ado, let's talk about “Little Women”. Let's go!)
Baseado no livro
“Mulherzinhas”, escrito por Louisa May Alcott, o filme é
ambientado no período da Guerra Civil Americana e explora o passado
e o presente da vida cotidiana e atribulada das irmãs March: Jo
(Saoirse Ronan), uma jovem dramaturga que sonha em ser escritora; Meg
(Emma Watson), a irmã mais velha; Amy (Florence Pugh), a caçula
aspirante a pintora; e Beth (Eliza Scanlen), que encontra conforto na
música.
(Based on the book of
the same name, written by Louisa May Alcott, the film is set during
the American Civil War and explores both the past and the present of
the daily yet troubled lives of the March sisters: Jo (Saoirse
Ronan), a young playwright who dreams of becoming a writer; Meg (Emma
Watson), the oldest sister; Amy (Florence Pugh), the youngest sister
who is an aspiring painter; and Beth (Eliza Scanlen), who finds
comfort in music.)
Ok, pra começar,
minhas expectativas para esse filme estavam enormes, por duas razões:
1) é escrito e dirigido pela Greta Gerwig, responsável por “Lady
Bird”, que é um dos meus filmes adolescentes favoritos; 2) ao me
preparar para assistir essa versão, vi duas outras adaptações do
livro (o filme de 1994 e a minissérie de 2017) e me apaixonei
completamente pela história. Essas duas razões, somando com a
quantidade de talento que o elenco desse filme tem, resultaria em uma
das melhores versões dessa história. E fico muito feliz em dizer
que essa foi a melhor das 3 adaptações que vi. Uma coisa que Gerwig
faz diferente das outras versões diz respeito à linearidade da
linha temporal do roteiro. Em vez de contar a história na ordem
cronológica, a roteirista e diretora escolheu começar a história
no presente e fazer o uso de flashbacks para contar as partes
ambientadas no passado. Para algumas pessoas, especialmente aquelas
que não são familiarizadas com o material fonte, isso pode parecer
um pouco confuso, porque as duas linhas temporais pelas quais o filme
transita têm 7 anos de distância e o elenco não muda, fisicamente.
Mas, através dos aspectos técnicos de cada linha temporal, como a
iluminação e até o uso de cores, é bem possível diferenciar uma
da outra. A história, pelo menos comparando com as outras duas
adaptações que vi, continua a mesma, com Gerwig tratando toda
trivialidade da vida das March como importante, fazendo uso de uma
ótima duração (2 horas e 15 minutos) para isso. O roteiro adapta o
material fonte de uma maneira bem fiel, que mantém a espinha dorsal
da trama e que, ao mesmo tempo, traz uma modernização de seus
temas, algo bem parecido com o que a série “Anne with an E”, da
Netflix, fez, o que apenas reforça a atemporalidade do livro de
Alcott. E não deixe o título enganar: “Adoráveis Mulheres” não
é um filme só para mulheres, é um filme para todo mundo. Todos tem
a capacidade de achar alguém na trama com quem possam se
identificar, e é isso que torna essa história auto-biográfica
(“Mulherzinhas” é uma autobiografia da autora do livro) tão
universal. O material fonte possui uma quantidade grande de
personagens, e, naturalmente, o filme concentra em um grupo
específico de “protagonistas”, enquanto outros são deixados
mais de lado, mas isso não me incomodou em nenhum momento. Todos os
personagens são desenvolvidos de acordo com a importância que eles
têm na trama do livro. O núcleo emocional da história é mantido,
é bem emocionante, mas ao mesmo tempo, realista e até inspirador
também. Pelas novidades narrativas que Gerwig trouxe à maneira de
contar essa história, de uma forma extremamente fiel, moderna e até
carinhosa, o roteiro de “Adoráveis Mulheres” tem grandes chances
na categoria de Melhor Roteiro Adaptado no Oscar, e com razão.
(Ok, for starters, my
expectations for this film were huge, for two reasons: 1) it is
written and directed by Greta Gerwig, who wrote and directed “Lady
Bird”, which is one of my favorite coming-of-age films; and 2) in
preparation for this version, I watched two previous adaptations of
the book (the 1994 film and the 2017 miniseries) and completely fell
in love with the story. These two reasons, along with the absurd
amount of talent that the cast of this film has, would result in one
of the best versions of this story. And I am very glad to say that
this was the best adaptation, out of the 3 I've seen. One thing that
Gerwig does differently, comparing with other versions, is the
non-linear way of storytelling. Instead of telling the story in a
chronological order, as other adaptations did, the writer and
director chose to start the plot in the present, and to use
flashbacks to portray the scenes set in the past. To some people,
especially those who aren't familiar with the source material, this
could sound a little confusing, as the two timelines the film is set
in are 7 years apart, and the cast doesn't suffer any physical
change. But, through the technical aspects of every setting, as
lighting and even the use of color, it's very possible to notice the
differences between them. The story, at least comparing with
adaptations I've seen, remains the same, with Gerwig treating every
one of the March's trivialities as important, making use of a great
running time (2 hours and 15 minutes) to do so. The script adapts the
source material in a very faithful way, which maintains the essence
of the plot, and that, at the same time, brings a modernization of
its themes, which is pretty similar to what the Netflix series “Anne
with an E” did, which only reinforces the timelessness of Alcott's
novel. And don't let the title deceive you: “Little Women” is not
a film just for women, it's a film for everyone. Everyone has the
capacity of finding someone they can identify with here, and that's
what makes this autobiographical story (“Little Women” is an
autobiography of the book's author) so universal. The source material
has a large quantity of characters, and, naturally, the movie focuses
on a specific group of “protagonists”, while not giving that much
attention to other characters, but that didn't bother me at all. All
the characters are developed according to their importance in the
book's plot. The story's emotional core is maintained, it's very
touching, but at the same time, it's realistic and even inspiring
too. Because of Gerwig's new structure to tell this story, in a
modern, extremely faithful and caring way, the script for “Little
Women” has big chances in the Best Adapted Screenplay category in
the Oscars, and rightfully so.)
Devo dizer que esse
deve ser o elenco mais perfeito pra essa história desde o filme de
1994. A Saoirse Ronan está perfeita como a Jo, em um empate
acirradíssimo com a Winona Ryder como a melhor intérprete da
personagem. Ela é engraçada, tem uma personalidade cativante, e o
desenvolvimento dela ao longo da trama é muito interessante de se
ver. Assim como Ryder foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua
performance como Jo em 1995, o mesmo deve acontecer com Ronan, que,
se indicada, terá 4 indicações à estatueta dourada. Outra atriz
que brilha demais nesse filme é a Florence Pugh como Amy. Já sabia
que ela era ótima atriz desde “Midsommar”, onde ela literalmente
salvou o filme pra mim, mas aqui, vemos um desenvolvimento bem maduro
de sua personagem, que não é tão infantil quanto nas outras
adaptações, mesmo sendo a irmã mais nova, e tudo graças à
atuação de Pugh, o que pode render uma indicação a Melhor Atriz
Coadjuvante a ela. A Emma Watson e a Eliza Scanlen são deixadas mais
de escanteio, mas a atuação delas e o desenvolvimento de suas
personagens, especialmente o de Beth, personagem de Scanlen, são o
suficiente para fazer com que nos importemos com elas. Eu gostei
bastante do Timothée Chalamet como Laurie. Ele tem uma química
visível com todas as quatro irmãs, eu achei impressionante. Nos
personagens mais adultos, temos Laura Dern, Bob Odenkirk, Chris
Cooper, Louis Garrel, Tracy Letts e James Norton, e todos trabalham
muito bem com o material que é dado a cada um. A Meryl Streep tem um
dos seus papéis mais engraçados aqui como a tia March, ela é uma
pessoa bem sarcástica, hilária e realista, o que, somando com a
performance de Streep, faz dela uma das melhores personagens do
filme.
(I must say that this
may be the most perfect cast for this story since the 1994 film.
Saoirse Ronan is perfect as Jo, she is tied with Winona Ryder for me,
as the best portrayal of the character. She is funny, her personality
is captivating, and her development throughout the plot is really
interesting to see. Just like Ryder was nominated for Best Actress at
the Oscars in 1995 for her performance as Jo, the same could happen
to Ronan, who, if nominated, will gather 4 nominations to the golden
statue. Another actress that shines even brighter in this film is
Florence Pugh as Amy. I already knew she was a great actress since
“Midsommar”, where she literally saved the movie, for me, but
here, we see a really mature development of her character, who isn't
as stubborn as she was in previous adaptations, even though she's the
youngest sister, all that thanks to Pugh's performance, which may be
nominated for Best Supporting Actress. Emma Watson and Eliza Scanlen
don't make that much of a presence, but their performances and the
development of their characters, especially Beth, portrayed by
Scanlen, are more than enough to make us care about them. I really
liked Timothée Chalamet as Laurie. He has a noticeable chemistry
with all the sisters, I thought it was impressive. In the more adult
cast, we have Laura Dern, Bob Odenkirk, Chris Cooper, Louis Garrel,
Tracy Letts and James Norton, and everyone works really well with the
material that's given to each one of them. Meryl Streep has one of
her funniest roles here as Aunt March, she's a really sarcastic,
hilarious and realistic person, which, along with Streep's
performance, makes her one of the film's best characters.)
Nos aspectos técnicos,
temos um dos maiores destaques do filme. Como a trama é ambientada
em duas linhas temporais com 7 anos de distância, a fotografia e a
direção de arte fazem um trabalho extraordinário em estabelecer a
diferença entre essas duas épocas. No passado, a iluminação é
bem mais clara, o visual do filme é bem vibrante, com cores em tons
pastel fazendo um contraste sensacional com o cenário repleto de
neve, como se o passado fosse um conto de fadas. Já no presente, a
iluminação é bem mais natural, as cores são mais uniformes e o
visual não é tão vibrante, mas não se enganem, isso não é uma
coisa ruim, isso apenas reforça a realidade da situação pela qual
os personagens estão passando. O figurino faz um papel muito
importante na trama, pois como Jo é uma dramaturga, uma peça
precisa de figurinos, e a Jacqueline Durran, conhecida pelo design de
figurino do remake de “A Bela e A Fera” e de vários filmes de
época, como “Orgulho e Preconceito”, faz um trabalho impecável
e digno de Oscar aqui. A trilha sonora do Alexandre Desplat, que
venceu 2 Oscars pelas trilhas de “O Grande Hotel Budapeste” e “A
Forma da Água”, prova que o compositor pode muito bem faturar sua
terceira estatueta, pois novamente, ele faz um trabalho inigualável,
que também colabora para estabelecer a diferença entre as duas
ambientações da trama, ao mesmo tempo que é uma das coisas mais
inspiradoras do filme.
(In the technical
aspects, we find some of the film's greatest highlights. As the plot
is set in two timelines that are 7 years apart, the cinematography
and the production design do an extraordinary work in establishing
the difference between these two times. In the past, the lighting is
pretty much clearer, the visuals are more vibrant, with
pastel-coloured tones making a wonderful contrast with the
snow-filled sets, as if the past was a fairy tale. In the present,
the lighting is much more natural, the colors are more homogeneous,
and the visuals are not that vibrant, but don't get me wrong, that's
not a bad thing, it only reinforces the realness of the situation the
characters are going through. The costumes have a really important
role in the plot, because as Jo is a playwright, a play needs
costumes, and Jacqueline Durran, known for the costume design of the
“Beauty and the Beast” remake, and for several period films, like
“Pride and Prejudice”, does a flawless, Oscar-worthy job here.
The score composed by Alexandre Desplat, who won 2 Oscars for the
scores of “The Grand Budapest Hotel” and “The Shape of Water”,
is proof that he could win his third Oscar, because once again, he
does a splendid job, which collaborates in establishing the
differences between the two timelines, and at the same time, the
score is one of the most inspiring things in the film.)
Resumindo, “Adoráveis
Mulheres” é uma ótima adaptação do material fonte, comandada
por uma das melhores diretoras dessa geração, que faz uso de um
fantástico elenco e um trabalho técnico impecável para tratar essa
história querida com carinho, o que reforça a atemporalidade e a
universalidade do romance de Louisa May Alcott.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal!
Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Little
Women” is a great adaptation of its source material, led by one of
the best directors of this generation, who makes use of a fantastic
cast and flawless technical work to treat this treasured story with
care, which reinforces the timelessness and the universality of
Louisa May Alcott's novel.
I give it a 10 out of
10!!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
👏👏👏👏😁 Gde João Pedro! Vc é fera
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