E
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(And
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E
aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, me
desculpem pela demora! Acho que a maioria de vocês já viu, ou pelo
menos, ouviu falar de “It: A Coisa”. Sim, aquele filme onde um
palhaço metamorfo aterroriza um grupo de adolescentes.
Provavelmente, foi uma das melhores adaptações de Stephen King que
eu já vi, e o melhor “filme de terror” também. Então,
começando esse novo bloco no meu blog, vamos às razões de porque
“It: A Coisa” é o melhor “filme de terror” de todos os
tempos! Só avisando, esse post será cheio de SPOILERS, então se
você nunca viu “It”, veja o filme antes e depois leia esse post.
Se não, leia por sua própria conta e risco!
(What's
up, film buffs! JP here, apologizing for the delay! I think that most
of you have already seen or heard about “It”. Yes, that movie
where the shape-shifting clown terrifies a bunch of teens. It is
probably one of the best Stephen King adaptations I've ever seen, and
also the best “horror film”. So, starting this brand-new block on
the blog, let's go to the reasons of why “It” is the best “horror
film” of all time! Just a slight warning: this post is going to be
filled with SPOILERS, so if you have never seen “It”, watch the
movie first and then read this post. If not, read at your own risk!)
Vamos
começar com uma declaração polêmica: “IT: A COISA” NÃO É UM
FILME DE TERROR! Por isso coloquei as aspas na introdução. Por
incrível que pareça, o filme, na verdade, é um drama de
amadurecimento com elementos de terror, que se concentra em
desenvolver a amizade e camaradagem dos protagonistas, assim como
seus demônios interiores, do que mostrar um palhaço assassino
comedor de crianças. Claro, o filme tem seus momentos assustadores,
como a infame cena de abertura do bueiro, mas mesmo com o Pennywise,
o filme não deixa de ser uma versão de “Conta Comigo” (outra
brilhante adaptação de Stephen King) com elementos do gênero de
terror. Tanto que todas as cenas assustadoras exibidas nos trailers
são, praticamente, a quantidade de terror que o filme passa em suas
duas horas e quinze minutos de duração. Então, resumindo, mesmo se
o marketing promovia “It: A Coisa” como um filme de terror, o
filme é um drama sobre amadurecimento.
(Let's
start with a controversial declaration: “IT” IS NOT A HORROR
FILM! That's why I put the quotations in the intro. As hard as it may
seem, the film is, actually, a coming-of-age drama with elements from
the horror genre, which focuses on developing the friendship and
camaraderie of the main characters, and their inner demons, than
showing a kid-eating killer clown. Sure, the film has its scary
scenes, like the infamous opening sewer scene, but even with
Pennywise, the film never ceases to be a horror-spiced version of
“Stand By Me” (another brilliant King adaptation). Also, all the
scary scenes shown in the trailers are, basically, the exact quantity
of horror that the movie transmits in its 2-hour-and-15-minute
running time. So, in a nutshell, even if the marketing campaign
promoted “It” as a horror film, it is a coming-of-age drama.)
E
é por isso que esse filme é tão brilhante. Sendo um drama sobre
amadurecimento, acima de tudo, ele se importa com os personagens
antes de assustá-los com o Pennywise. A escolha do diretor certo foi
primordial nessa questão. E o Andy Muschietti, que fez uma coisa
parecida (importar antes de assustar) no seu filme de estreia “Mama”,
comandou a adaptação com maestria, transmitindo exatamente a mesma
coisa que fez de “Mama” um sucesso. Uma forma de captar isso é
que demora bastante para o Pennywise aparecer da cena do bueiro para
a morte de Patrick Hockstetter, o que dá tempo para desenvolver os
terrores reais dos protagonistas, principalmente o bullying agressivo
que eles sofrem pelas mãos de Henry Bowers e sua gangue e Gretta e
seu grupo, que atormentam Beverly no início do filme.
(And
that's why this movie is so brilliant. Being, above all things, a
coming-of-age drama, it cares about the characters before scaring
them with Pennywise. The right director was a primordial choice in
this question. And Andy Muschietti, who did something similar (caring
before scaring) in his debut movie “Mama”, headlined the
adaptation wonderfully, transmitting exactly the same material that
made “Mama” a hit. A way to notice that is that it takes long for
Pennywise to appear from the sewer scene to Patrick Hockstetter's
death, long enough to develop the real horrors that the main
characters face, mainly the agressive bullying they suffer by the
hands of Henry Bowers and his gang and Gretta and her group, who
torment Beverly in the beginning of the film.)
Já
que estamos falando de terrores reais, vamos para outra declaração
polêmica: As cenas que causam mais angústia são aquelas onde os
personagens estão sendo atormentados por coisas ou pessoas reais,
não onde eles são atormentados pelo Pennywise. Se alguém falar pra
mim que não se sentiu preocupado com o Ben quando o Henry CORTOU UM
“H” GIGANTE NA BARRIGA DELE, ou morreu de medo do Henry quando
ele ASSASSINOU O PAI DELE A SANGUE-FRIO, ou quando o pai da Beverly
quase a ESTUPROU, eu simplesmente falarei “Vocês estão
mentindo.”.
Claro,
o Pennywise tem suas encarnações que assustam bem mais do que o
palhaço (o Leproso, e a Mulher da Pintura), mas sério, o Pennywise
não assusta ou causa angústia alguma no espectador perto dos
perigos do mundo real que os personagens enfrentaram no filme. De
novo, essa é minha opinião, e estou vendo o filme como um drama
sobre amadurecimento. Você pode concordar, ou discordar comigo, sem
nenhum problema.
(Talking
about real horrors, let's go to another controversial declaration:
The scenes that cause more anguish to the viewer are those where the
characters are being tormented by real things or people, not where
they're tormented by Pennywise. If anyone says to me that they didn't
feel worried for Ben when Henry CARVED A GIGANTIC “H” ON HIS
BELLY, or got scared to hell of Henry when he MURDERED HIS FATHER IN
COLD BLOOD, or when Beverly's dad almost RAPED her, I will simply say
“You are lying.”. Sure, Pennywise has its incarnations which
brings even more chills than the clown (the Leper, and the Woman in
the Painting), but really, Pennywise doesn't scare or cause any
anguish in the viewer near the real-world dangers that the characters
faced in the film. Again, this is my opinion, watching the movie as a
coming-of-age drama. You can agree or disagree with me, no problem.)
Eu
não sei se fui só eu que percebi, mas o Pennywise fica menos
assustador a cada vez que ele aparece. Mas acho que isso tem uma
razão para acontecer. “It: A Coisa” é uma história de
superação dos medos de uma pessoa, e fala sobre a importância da
coragem e a força da amizade verdadeira. Então, a cada medida que o
Pennywise aparece no filme, os protagonistas estão cada vez mais
perto de superar seus medos, tanto que no final, eles metem a porrada
no Pennywise sem piedade, mesmo com ele incorporando os maiores medos
que eles tinham (Bill = medo de o Georgie estar morto; Mike = medo de
viver com a culpa de não ter salvado seus pais; Richie = medo de
palhaços; Stan = medo da mulher da pintura; Eddie = medo de doenças;
Beverly = medo do pai dela; Ben = medo de múmias e do passado de
Derry), ou seja, eles não têm mais medo do que aterrorizava eles no
começo do filme. Se isso for verdade, foi uma jogada brilhante dos
roteiristas e dos diretores de fotografia!
(I
don't know if I was the only one who noticed this, but Pennywise gets
less scary each time he appears. But I think that has a reason to
happen. “It” is a story about overcoming one's fears, and talks
about the importance of bravery and the strength of true friendship.
So, each time Pennywise appears to the Losers in the film, they are
one step closer to overcoming their fears, because in the end, they
beat the crap out of Pennywise, with him shape-shifting into their
biggest fears at the time (Bill = scared of Georgie being dead; Mike
= scared of living with the guilt of not saving his parents; Richie =
scared of clowns; Stan = scared of the woman in the painting; Eddie =
scared of diseases; Beverly = scared of her dad; Ben = scared of
mummies and Derry's past), meaning, they aren't scared of what
terrified them at the beginning of the film anymore. If that's true,
it was a brilliant move by the screenwriters and directors of
photography!)
E,
para finalizar essa análise-teoria da conspiração, percebi quando
(re)vi o filme ontem, que, se olharmos pelo ponto de vista de Bill,
podemos ver que ele pode estar enfrentando as 5 etapas do luto de
Elisabeth Kubler-Ross, mesmo que não seja na ordem cronológica no
filme. Elas são:
- Negação (Bill, até atirar em um Pennywise fantasiado de Georgie, sempre negou que seu irmãozinho estava morto, chegando até a construir um equipamento feito de tubos de hamster para explicar o percurso de Georgie pelo esgoto)
- Raiva (Ao ouvir Richie dizer que Georgie estava morto, Bill dá um soco na cara dele, ainda acreditando que ele estava apenas desaparecido)
- Barganha (O que chegaria mais perto disso seria quando o Bill encontra o “Georgie” tanto no porão quanto no esgoto, quando o “Georgie” tenta convencer o Bill que ele realmente é o irmãozinho desaparecido)
- Depressão (Uma representação dessa parte seria o discurso do Bill para levar os outros à entrar na casa da rua Neibolt, para encontrar seu irmão supostamente desaparecido; outra parte seria quando o Bill estava sozinho na cozinha, comendo cereal e olhando em direção à uma fotografia de Georgie)
- Aceitação (Depois do embate final contra o Palhaço Dançarino, Bill encontra a capa de chuva que Georgie vestia quando encontrou Pennywise no bueiro, e, sendo confortado pelos seus amigos, chora, aceitando que seu irmão morreu.)
Pois
é, seria isso, eu acho. Então, da próxima vez que você ver “It:
A Coisa”, uma obra-prima aberta a interpretações, como vocês
podem ver (risos), tente ver sob esses pontos de vista. É
simplesmente revigorante como um filme feito para as massas possa ter
vários significados ocultos. E é por isso que eu adoro “It: A
Coisa”!
Abraços
quentinhos para todos vocês,
João
Pedro
(And,
to close this analysis-conspiracy theory, I noticed when (re)watching
the film last night that, if we look through Bill's point of view, we
can see that he might have been facing Elisabeth Kubler-Ross' 5
stages of grief throughout the film, even if it's not in
chronological order. And they are:
- Denial (Bill, until he shot Pennywise disguised as Georgie, always denied that his little brother was dead, getting to the point of building an equipment made of hamster tubes to describe Georgie's journey through the sewers)
- Anger (By hearing Richie say that Georgie was dead, Bill punches him in the face, still believing that he was just missing)
- Bargain (What would come the closest to that would be Bill's encounters with “Georgie” both in the basement and in the sewers, when “Georgie” tries to convince Bill that he's really his missing brother)
- Depression (A representation of this part would be Bill's speech to lead the others to enter the house on Neibolt St. with him, in order to find his missing brother; other part would be when Bill was sitting alone in the kitchen, eating cereal and looking towards a picture of Georgie)
- Acceptance (After the final showdown against the Dancing Clown, Bill finds the raincoat Georgie was wearing when he found Pennywise in the sewers, and, being conforted by his friends, he cries, accepting that his brother is gone.)
Yeah,
that would be it, I guess. So, the next time you see “It”, a
masterpiece open to interpretations, as you can see (LOL), try to see
it under these points of view. It's simply reinvigorating how a movie
made to the big public can have several hidden meanings. And that's
why I love “It”!!
Warm
hugs for all of you,
João
Pedro)
Fantástico!!!! Amei!!!
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