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E aí, galerinha de
cinéfilos! A época do Oscar está chegando, mas antes de preencher
as próximas postagens com minhas apostas e opiniões sobre os
indicados, vim aqui falar de um filme que passou muito despercebido
pelo radar da maioria do público. Não é ambicioso, não é
inovador, não é uma obra-prima digna de Oscar, mas vale muito a
pena o seu tempo. É provavelmente, a mescla de gêneros mais
original e criativa que eu já vi nos últimos tempos. Então, vamos
falar da pérola escondida que é “Anna and the Apocalypse” (Anna
e o Apocalipse). Vamos lá!
(What's up, film buffs!
Oscar time is really near us, but before filling up the next posts
with my bets and opinions on the nominees, I come here to talk about
a film that went unnoticed by most of the public's radar. It's not
ambitious, it's not innovative, it's not an Oscar-worthy masterpiece,
but it is, surely, worth your precious time. It's probably the most
creative and original genre-hybrid film I've ever seen in recent
times. So, let's talk about a hidden gem named “Anna and the
Apocalypse”. Let's go!)
Essa comédia musical
natalina com zumbis conta a história de Anna (Ella Hunt), uma
adolescente que deseja se libertar do tédio de viver em sua cidade
pacata, mas seu mundo vira de cabeça para baixo quando um apocalipse
zumbi se ergue, forçando Anna e seus amigos John (Malcolm Cumming),
Steph (Sarah Swire), Chris (Christopher Leveaux), Lisa (Marli Siu) e
Nick (Ben Wiggins) a lutar contra os mortos-vivos para sobreviverem.
(This
Christmas-zombie-musical-comedy tells the story of Anna (Ella Hunt),
a teenager who wishes to break free of the boredom of living in her
quiet town, but her world turns upside down when a zombie apocalypse
emerges, forcing Anna and her friends John (Malcolm Cumming), Steph
(Sarah Swire), Chris (Christopher Leveaux), Lisa (Marli Siu) and Nick
(Ben Wiggins) to fight the living dead in order to survive.)
Ok, pra começar, eu
adoro filmes de Natal, musicais, e filmes de zumbis, então uma fusão
desses 3 gêneros parecia improvável de fazer sucesso, mas ainda
assim mantive expectativas grandes. Também gosto muito de filmes que
são entretenimento puro e ainda assim são ignorados pela maioria do
público (como “Better Watch Out” e “Summer of 84”, ambos
ótimos). E é exatamente isso que esse filme é: entretenimento
puro. Não tenta ser grandioso e não tem grandes ambições, somente
se preocupando em entreter o público. E “Anna and the Apocalypse”
faz isso de maneira perfeita. A começar pelo roteiro, co-escrito por
Ryan McHenry, que fez o curta “Zombie Musical” (que inspirou esse
filme) e a série de vines “Ryan Gosling Won't Eat His Cereal”, e
que infelizmente, faleceu antes de ver sua obra-prima nas telas. Eu
gosto bastante de roteiros nesse estilo, roteiros que esperamos que
sejam preenchidos de clichês e, em certo ponto, até são, mas que
nos surpreendem por completo no segundo ato. É inteligente,
engraçado, agridoce, energético, e de certa maneira, até
nostálgico. Os trailers descrevem o filme como “uma mistura de
Todo Mundo Quase Morto com La La Land”; eu misturaria Todo Mundo
Quase Morto com High School Musical para descrevê-lo, pois é bem
mais parecido com a franquia de sucesso da Disney do que com a
obra-prima de Damien Chazelle, contando com músicas mais grudentas e
reviravoltas inesperadas, o que combina perfeitamente como uma
mistura de ambos os filmes. Há um pouco aqui para todos: o filme é
muito engraçado para os fãs de comédia; os loucos pela Broadway
irão adorar a trilha sonora original; há sangue e cabeças rolando
para os fãs de zumbis, e o filme possui uma atmosfera melancólica
para os que gostam de drama. Resumindo, “Anna and the Apocalypse”
tem um roteiro inteligente, rápido, e que tem muito a oferecer para
vários nichos de seu público-alvo.
(Okay, for starters, I
love Christmas movies, musicals and zombie flicks, so, a fusion of
those 3 genres seemed unlikely to actually work, but I still kept
huge expectations. I also really like movies that are pure
entertainment, and still are ignored by most of the public (like
“Better Watch Out” and “Summer of 84”, both great flicks).
And that's exactly what this film is: pure entertainment. It doesn't
try to be majestic and it doesn't have great ambitions, only focusing
on entertaining the audience. And “Anna and the Apocalypse” does
that perfectly. Starting with the script, co-written by Ryan McHenry,
who created the short film “Zombie Musical” (which inspired this
movie) and the Vine series “Ryan Gosling Won't Eat His Cereal”,
and who, unfortunately, passed away before he could see his
masterpiece on the screens. I really like scripts in this style, in
which you expect them to be filled with cliches, and to a certain
point, they are, but they surprise us completely in the second act.
It is clever, funny, bittersweet, energetic, and, in a way,
nostalgic, even. The marketing describes it as “Shaun of the Dead
meets La La Land”; I'd mix Shaun of the Dead with High School
Musical in order to describe it, as it has so much more in common
with Disney's successful franchise than with Damien Chazelle's
masterpiece, counting with several earworm songs and unexpected plot
twists, fitting perfectly as a mix of both films. There's a little
here for everyone: it is really funny for comedy fans; Broadway
maniacs will go crazy over the original soundtrack; there's a lot of
blood and decapitated heads for zombie fans, and it has a melancholic
atmosphere for those who like drama. In a nutshell, “Anna and the
Apocalypse” has a clever, fast-paced script that has a lot to offer
to several niches of its target audience.)
Indo para as atuações,
temos um elenco bem promissor aqui. Há vários estereótipos
escolares contidos dentro dos personagens: tem o valentão, o melhor
amigo, os dois apaixonados, a desajustada, mas, graças às curvas
que o roteiro dá, as atuações de Hunt, Cumming, Swire, Leveaux,
Siu e Wiggins ganham um ponto a mais; elas ficam um pouco acima do
esperado, nós vemos mais neles do que adolescentes que tentam se
encaixar na escola ao final do filme, e isso é muito bom. Como dois
dos únicos adultos relevantes para a trama, temos Mark Benton como o
pai de Anna e Paul Kaye como o vice-diretor da escola, e eles
trabalham muito bem, em especial Kaye, que rouba a cena toda vez que
seu personagem aparece. E além de atuarem muito bem, eles cantam
muito bem. Claro, não no nível de Lady Gaga e Bradley Cooper em
“Nasce uma Estrela”, mas ainda assim, conseguimos ser
impressionados pela capacidade vocal dos atores, em especial Hunt,
Wiggins, Swire e Kaye. Resumindo, “Anna and the Apocalypse” pode
não ser cheio de grandes nomes, mas o elenco trabalha
maravilhosamente bem, nas atuações e no canto, graças à esperteza
do roteiro.
(On our way to the
performances, we have a very promising cast here. There are several
school stereotypes contained within the characters: there's the
bully, the best friend, the two sweethearts, the misfit, but, thanks
to the twists and turns of the script, the performances of Hunt,
Cumming, Swire, Leveaux, Siu and Wiggins get an extra point; they get
a little better than expected, we see more in them than just
teenagers trying to fit in school by the end of the film, and that's
pretty good. As two of the only relevant grown-ups in the plot, we
have Mark Benton as Anna's dad and Paul Kaye as the school's
vice-principal, and they are really good, especially Kaye, who steals
the scene every time his character appears. And besides acting very
well, they can also sing very well. Sure, not at Lady Gaga and
Bradley Cooper's level in “A Star is Born”, but still, we manage
to be impressed by the actors' vocal ability, particularly Hunt's,
Wiggins', Swire's and Kaye's. In a nutshell, “Anna and the
Apocalypse” may not be filled with big names, but the cast works
wonderfully well, dramatically and musically, thanks to the
cleverness of the script.)
Tecnicamente, o filme é
muito bom. Posso até dizer que os aspectos técnicos são uma das
muitas razões que fazem de “Anna and the Apocalypse” um filme
assistível. Foi, provavelmente, feito com um orçamento baixo, pois
estreou em poucos cinemas internacionalmente, fazendo com que o filme
contraísse uma veia de sucesso independente, pois é justamente isso
que o filme é. Poucas pessoas conhecem, mas os que conhecem, adoram.
Há até alguns aspectos que podem gerar comparações com outros
filmes de zumbis, como a maquiagem e a direção de arte dos próprios
mortos-vivos, dando origem a criaturas extremamente realistas e
similares aos de “Zumbilândia”, “Todo Mundo Quase Morto” e
aos filmes de George A. Romero. O filme é explicitamente gráfico,
mostrando decapitações de zumbis em close-up, intestinos saindo das
vítimas dos mortos-vivos, e muito, muito, mas muito sangue, o que
será um verdadeiro deleite para quem gosta de filmes de terror B ou
filmes de zumbis em geral. Então, “Anna and the Apocalypse”, com
seu baixo orçamento e litros de sangue falso, tem em seus aspectos
técnicos um trunfo irresistível para os fãs do gênero.
(Technically, the film
is really good. I can even say that the technical aspects are one of
the many reasons that make “Anna and the Apocalypse” a watchable
movie. It was, probably, made with a low budget, as it premiered in a
smaller number of theaters worldwide, giving the movie an indie hit
vibe, which is exactly what it is. Few people know it, but those who
do love it. There are even some aspects that may spark comparisons
with other zombie films, like the make-up work and art direction of
the undead themselves, giving birth to extremely realistic creatures,
similar to those in “Zombieland”, “Shaun of the Dead” and the
movies by George A. Romero. The film is explicitely graphic, showing
zombie decapitations closely, guts coming out of the living dead's
victims, and a big, wide, enormous amount of blood, which will be an
absolute delight to those who enjoy B horror movies or zombie flicks
in general. So, “Anna and the Apocalypse”, with its shoestring
budget and gallons of fake blood, has in its technical aspects an
irresistible trump for genre fans.)
E por último, mas não
menos importante, vamos falar da trilha sonora, que já ganha um
ponto a mais por ser completamente original. Há uma variação de
temas nas canções aqui: tem uma canção sobre liberdade, outra com
significado duplo, uma fazendo crítica ao uso constante e quase
dependente da tecnologia pelos adolescentes, o que é bem
interessante, e tem aquelas que só servem para entrar na sua cabeça
e nunca mais sair. Das 13 músicas, queria destacar aqui “Hollywood
Ending”, por dar um ar de High School Musical à trilha sonora,
“Turning My Life Around”, pelo contexto da cena onde ela é
cantada e por mostrar a capacidade vocal de Hunt e Cumming, “Human
Voice”, pela crítica que ela expõe e pelo trabalho vocal dos
envolvidos, “Soldier at War”, por expor o timbre impressionante
de Ben Wiggins, e “Nothing's Gonna Stop Me Now”, por ser uma das
músicas mais tragicamente engraçadas do filme. Na minha opinião,
“Anna and the Apocalypse”, com uma trilha sonora dessas, já
deveria ter sido escolhido como o próximo filme a ser adaptado em um
espetáculo na Broadway, o que daria mais luz ao filme que o
originou. É uma trilha sonora gostosa de ouvir, envolvente e
altamente viciante!
(And at last, but not
least, let's talk about the soundtrack, which already gets an extra
point for being completely original. There's a variety of themes in
the songs here: there's one about freedom, one with a double meaning,
one criticizing teenagers's constant and almost dependent use of
technology, which is quite interesting, and there are those written
to get inside your head and never leave. Out of the 13 songs, I'd
like to highlight “Hollywood Ending”, for giving it a High School
Musical vibe, “Turning My Life Around”, for the context of the
scene in which it is sung and for showing the vocal capacity of Hunt
and Cumming, “Human Voice”, for the thematical aspects of it and
for the voice work of all involved, “Soldier at War”, for
exposing Ben Wiggins's impressive vocal range, and “Nothing's Gonna
Stop Me Now”, for being one of the most tragically funny songs in
the film. In my opinion, “Anna and the Apocalypse”, with a
soundtrack of this level, should've already been considered for
adaptation into a Broadway musical, which would bring more light into
the film that originated it. It is a really nice, involving and
highly addictive soundtrack!)
Resumindo, “Anna and
the Apocalypse” é um filme sem grandes ambições, mas é puro
entretenimento, misturando gêneros de forma criativa e original, e
contando com um elenco que esbanja talento e uma trilha sonora
original viciante.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal!
Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Anna
and the Apocalypse” is a movie with no great ambitions, but it is
pure entertainment, mixing genres in a creative, original way, and
counting with a cast overflowing with talent and an addictive
original soundtrack.
I give it a 10 out of
10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)