Translate

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

"Anna and the Apocalypse": uma mescla de gêneros altamente criativa e original (Bilíngue)


E não se esqueçam de curtir e seguir o blog nas redes sociais:
(And don't forget to like and follow the blog in social medias:)
Twitter: @nocinemacomjp2
Instagram: @nocinemacomjp


E aí, galerinha de cinéfilos! A época do Oscar está chegando, mas antes de preencher as próximas postagens com minhas apostas e opiniões sobre os indicados, vim aqui falar de um filme que passou muito despercebido pelo radar da maioria do público. Não é ambicioso, não é inovador, não é uma obra-prima digna de Oscar, mas vale muito a pena o seu tempo. É provavelmente, a mescla de gêneros mais original e criativa que eu já vi nos últimos tempos. Então, vamos falar da pérola escondida que é “Anna and the Apocalypse” (Anna e o Apocalipse). Vamos lá!
(What's up, film buffs! Oscar time is really near us, but before filling up the next posts with my bets and opinions on the nominees, I come here to talk about a film that went unnoticed by most of the public's radar. It's not ambitious, it's not innovative, it's not an Oscar-worthy masterpiece, but it is, surely, worth your precious time. It's probably the most creative and original genre-hybrid film I've ever seen in recent times. So, let's talk about a hidden gem named “Anna and the Apocalypse”. Let's go!)




Essa comédia musical natalina com zumbis conta a história de Anna (Ella Hunt), uma adolescente que deseja se libertar do tédio de viver em sua cidade pacata, mas seu mundo vira de cabeça para baixo quando um apocalipse zumbi se ergue, forçando Anna e seus amigos John (Malcolm Cumming), Steph (Sarah Swire), Chris (Christopher Leveaux), Lisa (Marli Siu) e Nick (Ben Wiggins) a lutar contra os mortos-vivos para sobreviverem.
(This Christmas-zombie-musical-comedy tells the story of Anna (Ella Hunt), a teenager who wishes to break free of the boredom of living in her quiet town, but her world turns upside down when a zombie apocalypse emerges, forcing Anna and her friends John (Malcolm Cumming), Steph (Sarah Swire), Chris (Christopher Leveaux), Lisa (Marli Siu) and Nick (Ben Wiggins) to fight the living dead in order to survive.)




Ok, pra começar, eu adoro filmes de Natal, musicais, e filmes de zumbis, então uma fusão desses 3 gêneros parecia improvável de fazer sucesso, mas ainda assim mantive expectativas grandes. Também gosto muito de filmes que são entretenimento puro e ainda assim são ignorados pela maioria do público (como “Better Watch Out” e “Summer of 84”, ambos ótimos). E é exatamente isso que esse filme é: entretenimento puro. Não tenta ser grandioso e não tem grandes ambições, somente se preocupando em entreter o público. E “Anna and the Apocalypse” faz isso de maneira perfeita. A começar pelo roteiro, co-escrito por Ryan McHenry, que fez o curta “Zombie Musical” (que inspirou esse filme) e a série de vines “Ryan Gosling Won't Eat His Cereal”, e que infelizmente, faleceu antes de ver sua obra-prima nas telas. Eu gosto bastante de roteiros nesse estilo, roteiros que esperamos que sejam preenchidos de clichês e, em certo ponto, até são, mas que nos surpreendem por completo no segundo ato. É inteligente, engraçado, agridoce, energético, e de certa maneira, até nostálgico. Os trailers descrevem o filme como “uma mistura de Todo Mundo Quase Morto com La La Land”; eu misturaria Todo Mundo Quase Morto com High School Musical para descrevê-lo, pois é bem mais parecido com a franquia de sucesso da Disney do que com a obra-prima de Damien Chazelle, contando com músicas mais grudentas e reviravoltas inesperadas, o que combina perfeitamente como uma mistura de ambos os filmes. Há um pouco aqui para todos: o filme é muito engraçado para os fãs de comédia; os loucos pela Broadway irão adorar a trilha sonora original; há sangue e cabeças rolando para os fãs de zumbis, e o filme possui uma atmosfera melancólica para os que gostam de drama. Resumindo, “Anna and the Apocalypse” tem um roteiro inteligente, rápido, e que tem muito a oferecer para vários nichos de seu público-alvo.
(Okay, for starters, I love Christmas movies, musicals and zombie flicks, so, a fusion of those 3 genres seemed unlikely to actually work, but I still kept huge expectations. I also really like movies that are pure entertainment, and still are ignored by most of the public (like “Better Watch Out” and “Summer of 84”, both great flicks). And that's exactly what this film is: pure entertainment. It doesn't try to be majestic and it doesn't have great ambitions, only focusing on entertaining the audience. And “Anna and the Apocalypse” does that perfectly. Starting with the script, co-written by Ryan McHenry, who created the short film “Zombie Musical” (which inspired this movie) and the Vine series “Ryan Gosling Won't Eat His Cereal”, and who, unfortunately, passed away before he could see his masterpiece on the screens. I really like scripts in this style, in which you expect them to be filled with cliches, and to a certain point, they are, but they surprise us completely in the second act. It is clever, funny, bittersweet, energetic, and, in a way, nostalgic, even. The marketing describes it as “Shaun of the Dead meets La La Land”; I'd mix Shaun of the Dead with High School Musical in order to describe it, as it has so much more in common with Disney's successful franchise than with Damien Chazelle's masterpiece, counting with several earworm songs and unexpected plot twists, fitting perfectly as a mix of both films. There's a little here for everyone: it is really funny for comedy fans; Broadway maniacs will go crazy over the original soundtrack; there's a lot of blood and decapitated heads for zombie fans, and it has a melancholic atmosphere for those who like drama. In a nutshell, “Anna and the Apocalypse” has a clever, fast-paced script that has a lot to offer to several niches of its target audience.)





Indo para as atuações, temos um elenco bem promissor aqui. Há vários estereótipos escolares contidos dentro dos personagens: tem o valentão, o melhor amigo, os dois apaixonados, a desajustada, mas, graças às curvas que o roteiro dá, as atuações de Hunt, Cumming, Swire, Leveaux, Siu e Wiggins ganham um ponto a mais; elas ficam um pouco acima do esperado, nós vemos mais neles do que adolescentes que tentam se encaixar na escola ao final do filme, e isso é muito bom. Como dois dos únicos adultos relevantes para a trama, temos Mark Benton como o pai de Anna e Paul Kaye como o vice-diretor da escola, e eles trabalham muito bem, em especial Kaye, que rouba a cena toda vez que seu personagem aparece. E além de atuarem muito bem, eles cantam muito bem. Claro, não no nível de Lady Gaga e Bradley Cooper em “Nasce uma Estrela”, mas ainda assim, conseguimos ser impressionados pela capacidade vocal dos atores, em especial Hunt, Wiggins, Swire e Kaye. Resumindo, “Anna and the Apocalypse” pode não ser cheio de grandes nomes, mas o elenco trabalha maravilhosamente bem, nas atuações e no canto, graças à esperteza do roteiro.
(On our way to the performances, we have a very promising cast here. There are several school stereotypes contained within the characters: there's the bully, the best friend, the two sweethearts, the misfit, but, thanks to the twists and turns of the script, the performances of Hunt, Cumming, Swire, Leveaux, Siu and Wiggins get an extra point; they get a little better than expected, we see more in them than just teenagers trying to fit in school by the end of the film, and that's pretty good. As two of the only relevant grown-ups in the plot, we have Mark Benton as Anna's dad and Paul Kaye as the school's vice-principal, and they are really good, especially Kaye, who steals the scene every time his character appears. And besides acting very well, they can also sing very well. Sure, not at Lady Gaga and Bradley Cooper's level in “A Star is Born”, but still, we manage to be impressed by the actors' vocal ability, particularly Hunt's, Wiggins', Swire's and Kaye's. In a nutshell, “Anna and the Apocalypse” may not be filled with big names, but the cast works wonderfully well, dramatically and musically, thanks to the cleverness of the script.)




Tecnicamente, o filme é muito bom. Posso até dizer que os aspectos técnicos são uma das muitas razões que fazem de “Anna and the Apocalypse” um filme assistível. Foi, provavelmente, feito com um orçamento baixo, pois estreou em poucos cinemas internacionalmente, fazendo com que o filme contraísse uma veia de sucesso independente, pois é justamente isso que o filme é. Poucas pessoas conhecem, mas os que conhecem, adoram. Há até alguns aspectos que podem gerar comparações com outros filmes de zumbis, como a maquiagem e a direção de arte dos próprios mortos-vivos, dando origem a criaturas extremamente realistas e similares aos de “Zumbilândia”, “Todo Mundo Quase Morto” e aos filmes de George A. Romero. O filme é explicitamente gráfico, mostrando decapitações de zumbis em close-up, intestinos saindo das vítimas dos mortos-vivos, e muito, muito, mas muito sangue, o que será um verdadeiro deleite para quem gosta de filmes de terror B ou filmes de zumbis em geral. Então, “Anna and the Apocalypse”, com seu baixo orçamento e litros de sangue falso, tem em seus aspectos técnicos um trunfo irresistível para os fãs do gênero.
(Technically, the film is really good. I can even say that the technical aspects are one of the many reasons that make “Anna and the Apocalypse” a watchable movie. It was, probably, made with a low budget, as it premiered in a smaller number of theaters worldwide, giving the movie an indie hit vibe, which is exactly what it is. Few people know it, but those who do love it. There are even some aspects that may spark comparisons with other zombie films, like the make-up work and art direction of the undead themselves, giving birth to extremely realistic creatures, similar to those in “Zombieland”, “Shaun of the Dead” and the movies by George A. Romero. The film is explicitely graphic, showing zombie decapitations closely, guts coming out of the living dead's victims, and a big, wide, enormous amount of blood, which will be an absolute delight to those who enjoy B horror movies or zombie flicks in general. So, “Anna and the Apocalypse”, with its shoestring budget and gallons of fake blood, has in its technical aspects an irresistible trump for genre fans.)




E por último, mas não menos importante, vamos falar da trilha sonora, que já ganha um ponto a mais por ser completamente original. Há uma variação de temas nas canções aqui: tem uma canção sobre liberdade, outra com significado duplo, uma fazendo crítica ao uso constante e quase dependente da tecnologia pelos adolescentes, o que é bem interessante, e tem aquelas que só servem para entrar na sua cabeça e nunca mais sair. Das 13 músicas, queria destacar aqui “Hollywood Ending”, por dar um ar de High School Musical à trilha sonora, “Turning My Life Around”, pelo contexto da cena onde ela é cantada e por mostrar a capacidade vocal de Hunt e Cumming, “Human Voice”, pela crítica que ela expõe e pelo trabalho vocal dos envolvidos, “Soldier at War”, por expor o timbre impressionante de Ben Wiggins, e “Nothing's Gonna Stop Me Now”, por ser uma das músicas mais tragicamente engraçadas do filme. Na minha opinião, “Anna and the Apocalypse”, com uma trilha sonora dessas, já deveria ter sido escolhido como o próximo filme a ser adaptado em um espetáculo na Broadway, o que daria mais luz ao filme que o originou. É uma trilha sonora gostosa de ouvir, envolvente e altamente viciante!
(And at last, but not least, let's talk about the soundtrack, which already gets an extra point for being completely original. There's a variety of themes in the songs here: there's one about freedom, one with a double meaning, one criticizing teenagers's constant and almost dependent use of technology, which is quite interesting, and there are those written to get inside your head and never leave. Out of the 13 songs, I'd like to highlight “Hollywood Ending”, for giving it a High School Musical vibe, “Turning My Life Around”, for the context of the scene in which it is sung and for showing the vocal capacity of Hunt and Cumming, “Human Voice”, for the thematical aspects of it and for the voice work of all involved, “Soldier at War”, for exposing Ben Wiggins's impressive vocal range, and “Nothing's Gonna Stop Me Now”, for being one of the most tragically funny songs in the film. In my opinion, “Anna and the Apocalypse”, with a soundtrack of this level, should've already been considered for adaptation into a Broadway musical, which would bring more light into the film that originated it. It is a really nice, involving and highly addictive soundtrack!)



Resumindo, “Anna and the Apocalypse” é um filme sem grandes ambições, mas é puro entretenimento, misturando gêneros de forma criativa e original, e contando com um elenco que esbanja talento e uma trilha sonora original viciante.
Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Anna and the Apocalypse” is a movie with no great ambitions, but it is pure entertainment, mixing genres in a creative, original way, and counting with a cast overflowing with talent and an addictive original soundtrack.

I give it a 10 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




Nenhum comentário:

Postar um comentário