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E aí, galerinha de
cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e estou aqui para falar
de uma série maravilhosa. Ela é curta, possuindo apenas duas
temporadas, é uma animação, mas subverte completamente as
expectativas do espectador, que não esquecerá dela tão cedo.
Então, sem mais delongas, vamos falar do mundo extraordinariamente
estranho de “Gravity Falls”. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
It's João Pedro, and I'm here to talk about a wonderful TV series.
It is short, only being 2 seasons long, it's an animated show, but it
completely subverts the expectations of the viewer, who will not
forget about it too soon. So, without further ado, let's talk about
the extraordinarily weird world of “Gravity Falls”. Let's go!)
A série toma o curso
de um período de férias de verão e acompanha Dipper (voz de Jason
Ritter) e Mabel Pines (voz de Kristen Schaal), irmãos gêmeos que
são forçados a passar suas férias de verão numa armadilha de
turistas comandada pelo seu tio-avô Stan (voz de Alex Hirsch), numa
cidadezinha pacata no interior do Oregon chamada Gravity Falls. Certo
dia, Dipper encontra um diário no meio da floresta, e munido dele,
ele começa a entender as estranhezas que percorrem aquela cidade.
(The series takes
course over a summer vacation period and follows Dipper (voiced by
Jason Ritter) and Mabel Pines (voiced by Kristen Schaal), twins who
are forced to spend their summer vacation in a tourist trap owned by
their great-uncle Stan (voiced by Alex Hirsch), in a quiet little
town inside Oregon, named Gravity Falls. One day, Dipper finds a
journal in the middle of the woods, and, with it in his hands, he
begins to understand the weirdnesses that run through that town.)
Ok, pra começar, já
falo que Alex Hirsch, criador da série, é um gênio, por fazer de
“Gravity Falls” uma série atraente tanto para o público
infantil quanto para o público adulto. (Meu pai e meu irmão
acompanharam toda a série comigo, e eles também acharam ela
maravilhosa.) A primeira concepção que vem às nossas cabeças é
que será “apenas um desenho”, com personagens bobinhos, tramas
previsíveis e piadinhas infantis. Mas não, vai muito além disso.
Vamos começar pela primeira temporada. Com 20 episódios, ela
estabelece os personagens, decide de qual lado cada personagem está
e dá personalidade a eles. Nenhum episódio é completamente
desperdiçado, ou reduzido à um “filler” (episódio feito para
“encher linguiça”), já que todos contribuem para a trama
principal. A segunda (e última) temporada é uma das melhores coisas
que eu já vi na história da televisão. Com os sub-mistérios da
primeira temporada resolvidos, novos antagonistas e mistérios
primitivos emergem à superfície, para culminar em um dos melhores
episódios finais da televisão moderna. Cada um dos 40 episódios de
“Gravity Falls” é uma tremenda obra-prima, subvertendo os
estereótipos infantis do Disney Channel e Disney XD, e entregando
algo universal, que todos podem aproveitar, independente de idade ou
gênero. E é bem divertido, porque os episódios percorrem vários
gêneros: tem alguns que possuem uma veia de fantasia, outros de
ficção-científica, e outros tem até elementos de terror, e todos
esses episódios funcionam. Os personagens são uma maravilha à
parte: Dipper é um dos melhores protagonistas de série que eu já
vi, ele possui uma determinação e personalidade cativantes; Mabel
dá a primeira impressão que será uma personagem irritante, mas
acaba sendo uma das mais importantes peças que fazem a série
funcionar; Stan começa como um personagem que não tem nada a
esconder, e nós nos surpreendemos completamente com seu
desenvolvimento ao longo da série, e por aí vai. Cada um dos
personagens tem camadas, e é muito interessante quando passamos a
explorar além da superfície das personalidades deles. Outra coisa
que faz essa série cair como uma luva no público adulto é o
sentimento de nostalgia que ela traz, seja pelo enredo, ou seja pelas
várias referências que ela põe ao longo dos episódios. Há várias
referências à “Arquivo X”, “Twin Peaks”, “Free Willy”,
“A Morte do Demônio”, “Jurassic Park”, “Tron”, “Street
Fighter”, e várias outras propriedades da cultura pop, e pra mim,
não foi fácil sentir essa nostalgia, por não ter vivido nessa
época dos anos 80-90, mas como já tinha conhecido essas franquias,
entender essas referências foi um tremendo deleite. Pra não dar
spoilers, só digo que “Gravity Falls” é maravilhosa. Ela
subverte todo e qualquer estereótipo de séries infantis da Disney,
e entrega algo que qualquer pessoa pode aproveitar.
(Okay, for starters,
I'm just gonna say that Alex Hirsch, creator of the show, is a
genius, for making “Gravity Falls” attractive for both kids and
adults. (My dad and my brother watched it with me, and they both
think it's wonderful.) The first conception that comes to our minds
is that it will be “just a cartoon”, with silly characters,
predictable plots and childish jokes. But no, it goes way beyond
that. Let's start with season one. With 20 episodes, it establishes
the characters, decides which side they are in, and gives them
personality. None of these episodes are wasted or reduced to a
“filler” (an episode that “fills things up” before returning
to the main plot), as they all contribute to the main plotline. The
second (and final) season is probably one of the best things I've
seen on TV. With all the minor mysteries from season 1 solved, new
antagonists and ancient mysteries rise to the surface, in order to
culminate in one of the greatest final episodes in modern television.
Each one of the 40 episodes in “Gravity Falls” is a flat-out
masterpiece, subverting every childish stereotype that Disney Channel
or Disney XD may have, and delivering something universal, that
anyone can enjoy, no matter what age or gender. And it is really fun,
because the episodes run through different genres: some episodes rely
on fantasy, others, on science-fiction, and others have some elements
of horror, believe it, and all of those episodes work. The characters
are an individual wonder: Dipper is one of the best protagonists in a
TV show, his determination and personality are captivating; Mabel
makes us think that she will be very annoying, and then ends up being
one of the most important characters for the show to work; Stan
starts off as a character who has nothing to hide, and we are
completely surprised by his character development throughout the
show, and it goes further. Each one of these characters have layers,
and it is really interesting when we explore what's beyond the
surfaces of their personalities. Another thing that makes this show
enjoyable for adults is the feeling of nostalgia it brings, because
of the main plot, or because of the several references it drops in
each episode. There are references to “The X-Files”, “Twin
Peaks”, “Free Willy”, “Evil Dead”, “Jurassic Park”,
“Tron”, “Street Fighter”, and to many other properties in pop
culture, and to me, it wasn't easy to feel this nostalgia, as I
didn't live in the 80s or 90s, but understanding these references was
a true delight. So, in order to not give any spoilers, I'm just gonna
say that “Gravity Falls” is wonderful. It subverts every childish
stereotype that Disney shows may have, and delivers something anyone
can enjoy.)
O elenco de vozes dessa
série é uma das razões de seu sucesso. Jason Ritter, filho do
falecido ator John Ritter, cai como uma luva no papel de Dipper, que
é inspirado no criador da série, Alex Hirsch. Ele dá personalidade
ao personagem, ele é carismático, engraçado, inocente, e muito
corajoso. Eu não consigo encontrar ninguém melhor do que a Kristen
Schaal para interpretar a Mabel. A voz dela já é o suficiente para
estabelecer a personalidade da irmã gêmea de Dipper, inspirada em
Ariel, irmã gêmea de Alex Hirsch. Além dos dois principais, vários
atores famosos, tanto pelo cinema quanto pela TV, fazem participações
aqui, entre eles Linda Cardellini (Freaks and Geeks), J.K. Simmons
(Whiplash), T.J. Miller (Deadpool), Justin Roiland (Rick and Morty),
Neil deGrasse Tyson, Kyle MacLachlan (Twin Peaks), Nick Offerman
(Parks and Recreation), Will Forte (The Last Man on Earth), Chelsea
Peretti (Brooklyn Nine-Nine), Nathan Fillion (Castle), e Louis CK
(Louie), e todos esses atores trabalham muito bem, independente da
importância de seus personagens para a trama principal. Mas quem
rouba a cena no elenco, somente para reforçar sua genialidade, é o
criador da série, Alex Hirsch, que interpreta mais de 10 personagens
significativos aqui, com 4 desses personagens sendo cruciais para o
desfecho de “Gravity Falls”, e, assim como o trabalho de Seth
MacFarlane, que dubla Peter, Brian e Stewie em “Uma Família da
Pesada”, a flexibilidade de Hirsch ao fazer as vozes de seus
personagens aqui é impressionante.
(The voice cast of this
show is one of the reasons of its success. Jason Ritter, son of late
actor John Ritter, fits like a glove in the role of Dipper, who is
inspired on the show's creator, Alex Hirsch. He gives personality to
the character, he is charismatic, funny, naive, and really brave. I
couldn't find anyone better to play Mabel than Kristen Schaal. Her
voice is already enough to establish the personality of Dipper's twin
sister, who is inspired on Ariel, Alex Hirsch's twin sister. Besides
the main two, several famous actors, from movies or TV, make some
appearances here, like Linda Cardellini (Freaks and Geeks), J.K.
Simmons (Whiplash), T.J. Miller (Deadpool), Justin Roiland (Rick and
Morty), Neil deGrasse Tyson, Kyle MacLachlan (Twin Peaks), Nick
Offerman (Parks and Recreation), Will Forte (The Last Man on Earth),
Chelsea Peretti (Brooklyn Nine-Nine), Nathan Fillion (Castle), and
Louis CK (Louie), and all of those actors work really well, no matter
the importance of their characters to the main plotline. But the
scene stealer in the cast, only to reinforce his genius, is series
creator Alex Hirsch, who portrays more than 10 significant characters
here, with 4 of those characters being crucial to the ending of
“Gravity Falls”, and, just like Seth MacFarlane, who voices
Peter, Brian and Stewie in “Family Guy”, Hirsch's flexibility in
voicing his characters here is impressive.)
Uma das melhores coisas
sobre “Gravity Falls” é o mistério. Há vários deles ao longo
da série: “Quem é o Autor dos diários?”, “Qual é a origem
de Bill Cipher?”, “Qual o significado dos suéteres da Mabel?”,
e por aí vai. Todos esses mistérios principais são resolvidos até
o final da série, graças aos excelentes roteiros e às explicações
de Hirsch no especial “Between the Pines”, onde ele discute
curiosidades e teorias sobre a série. Mas há mistérios que a
equipe do programa deixa para o espectador resolver. Por exemplo, em
cada episódio, no final dos créditos, há uma cifra, um código,
com letras embaralhadas. Isso tem a capacidade de despertar o
interesse do espectador em decifrar aquele código. Outro exemplo
disso é como, no final de cada episódio da segunda temporada, há
uma parte de uma imagem composta por 21 partes de um todo. Esse tipo
de coisa, sabem? Além desses mistérios, tem também os easter eggs,
aqueles segredos bem escondidos que as pessoas só prestam atenção
neles ao ver pela segunda vez. Existem participações secretas de
Alex Hirsch em alguns dos episódios, aparições-relâmpago de
personagens importantes antes de sua introdução oficial, há várias
alusões ao número 618 (6/18 – 18 de Junho, aniversário de
Hirsch), e por aí vai. Essa é a magia de assistir a “Gravity
Falls” mais de uma vez, você descobre coisas novas e vai
enriquecendo seu conhecimento sobre a mitologia da série, o que
somente te faz achá-la mais brilhante ainda.
(One of the best things
about “Gravity Falls” is the mystery. There are several of them
throughout the show: “Who is the Author of the Journals?”,
“What's the origin of Bill Cipher?”, “What's the meaning of
Mabel's sweaters?”, and so it goes. All of these main mysteries are
solved by the end of the series, thanks to excellent scripts and
Hirsch's explanations in the special “Between the Pines”, where
he discusses curiosities and theories about it. But there are
mysteries that the show's team leaves for the viewer to solve. For
example, in each episode, by the end of the credits, there's a
cipher, a code, with shuffled letters. That has the capacity of
raising the interest of the viewer on deciphering that code. Another
example of this is like, in the end of each episode in season 2,
there's a part of an image composed by 21 parts of a whole. This kind
of thing, you know? Besides these mysteries, there are also easter
eggs, those well-hidden secrets that people only pay attention to
when watching it for the second time. There are secret Alex Hirsch
cameos in some of the episodes, quick appearances of important
characters before their official introduction, there are several
allusions to the number 618 (6/18 – June 18, Hirsch's birthday),
and it goes further. That is the magic of watching “Gravity Falls”
more than one time, you get to find out new things and you grow on
your knowledge of the show's mythology, which will only make you
think it's even more brilliant than it already is.)
Então, para resumir
essa verdadeira carta de amor que fiz a uma das minhas séries
favoritas de todos os tempos, irei modificar a narração de Dipper
nos momentos finais da série, o que encaixa perfeitamente com o que
quero dizer:
“Se você uma vez já
pesquisou sobre animações, você pode ter descoberto algo sobre um
programa chamado Gravity Falls. Não é uma série de renome como Os
Simpsons, e a maioria das pessoas pode não ter ouvido falar dela.
Alguns pensam que só por ser da Disney, é “só um desenho”.
Mas, se de alguma maneira, eu despertei seu interesse nessa série
através dessa resenha, o que você está esperando? Dê uma chance,
assista. Está lá, bem escondida no seu catálogo da Netflix,
esperando.”
Nota: (Infinito) de 10!
É isso, pessoal!
Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(So, in order to resume
this true love letter I made to one of my favorite shows of all time,
I'll change some words in Dipper's narration in the final moments of
the show, which fits perfectly with what I want to say:
“If you ever made
some research on animations, you may have stumbled upon a show called
Gravity Falls. It's not a renowned show like The Simpsons, and most
people may not even have heard of it. Some think that only because
it's Disney, it's “just a cartoon”. But, if in some way, I
awakened your interest in this show through this review, what are you
waiting for? Give it a shot, watch it. It's there, hidden on some
streaming service catalogs and DVD stores, waiting.”
I give it an (Infinity)
out of 10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)