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sexta-feira, 24 de maio de 2019

"Brightburn - Filho das Trevas": uma subversão simples, violenta e muito divertida do gênero de super-heróis (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou aqui para falar de um filme muito interessante. Ele não é de um diretor conhecido, possui apenas 6 milhões de dólares de orçamento (o que é pouco se comparado aos 350 milhões de “Vingadores: Ultimato”), e como não teve nenhum filme do Deadpool esse ano, é o filme que mais subverteu o gênero de super-heróis em 2019 até agora. Então, sem mais delongas, vamos falar de “Brightburn – Filho das Trevas”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm here to talk about a very interesting movie. It's not from a well-known director, it has only 6 million dollars worth of budget (which is little compared to “Avengers: Endgame”'s 350 million), and as there were no Deadpool movies this year, it is also the movie that most subverted the superhero genre in 2019 so far. So, without further ado, let's talk about “Brightburn”. Let's go!)



O filme conta a história de um casal (David Denman e Elizabeth Banks) que, na esperança de ter um filho, tem o seu pedido atendido quando uma nave alienígena contendo uma criança pousa numa floresta perto de sua casa no Kansas. Mas, 10 anos depois, quando o menino, Brandon (Jackson A. Dunn), começa a descobrir seus poderes, ao invés de querer se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde ele vive.
(The film tells the story of a couple (David Denman and Elizabeth Banks) who, hoping to have a child, has their wish granted when an alien ship containing a child crash-lands in a forest near their house in Kansas. But, 10 years later, when the boy, Brandon (Jackson A. Dunn), starts to discover his powers, instead of wanting to become a hero for mankind, he starts terrorizing the small town where he lives in.)



O que instantaneamente pegou minha atenção ao ver o primeiro trailer desse filme não foi as inúmeras semelhanças com a história de origem do Superman, mas sim o envolvimento de James Gunn com o projeto. Para aqueles que ainda não sabem, “Guardiões da Galáxia”, dirigido por Gunn, é o meu filme favorito do Universo Cinematográfico da Marvel até agora. E ele é muito bom com filmes violentos e sangrentos que subvertem gêneros, tendo dirigido “Seres Rastejantes” e “Super”, e escrito o remake de “Madrugada dos Mortos”. Mesmo com James não sendo o roteirista de “Brightburn”, dá pra notar a veia dos filmes pré-Marvel dele no roteiro de seus parentes, Mark e Brian Gunn. Apesar de ser um pouco curto, com 90 minutos de duração, Mark e Brian, conhecidos por filmes convencionais e rasos como “As Apimentadas: Mandando Ver” e “Viagem 2: A Ilha Misteriosa”, conseguem subverter alguns itens que aparecem em todo filme do Superman, e com isso, brincar até com o terror também. Poucos filmes conseguem pegar esses dois gêneros (super-herói e terror) e misturá-los tão bem, como “Hellboy” e “Blade II”, ambos dirigidos por Guillermo del Toro. O roteiro é bem simples, e essa simplicidade não machuca o filme, de maneira alguma, mas também não o levanta. Se os roteiristas tivessem esticado um pouquinho a duração, talvez com uma história de fundo sobre o Brandon ou com uma brecha para uma possível continuação, ele poderia ser um pouco melhor. Mas “Brightburn”, mesmo com um roteiro bem superficial, consegue entreter, porque além de ser bem divertido, a censura alta também permitiu cenas bem grotescas e violentas. Garanto que pelo menos duas delas me causaram uma agonia... (Risos) Resumindo, o roteiro de “Brightburn” não arrisca, em termos de reviravoltas ou jumpscares, mas consegue entreter com o que é dado à plateia.
(What instantaneously caught my eye when I first watched the trailer for this movie was not the load of references to Superman's origin story, but the involvement of James Gunn with the project. For those who still don't know, “Guardians of the Galaxy”, directed by Gunn, is my favorite movie in the Marvel Cinematic Universe so far. And he is really good at making violent, bloody, genre-subverting films, being the director of “Slither” and “Super”, and the screenwriter of the “Dawn of the Dead” remake. Even with James not being the screenwriter for “Brightburn”, his spark in the pre-Marvel movies he made can be felt in the script written by his relatives, Mark and Brian Gunn. Even though it's a little short, with only 90 minutes of running time, Mark and Brian, known for writing really superficial, shallow films like “Bring it On: Again” and “Journey 2: The Mysterious Island”, manage to subvert some items present in all of Superman's films, and, with that, even play a little bit with horror elements. Very few films manage to mix those two genres (superhero and horror) and make it work, like “Hellboy” and “Blade II”, both directed by Guillermo del Toro. The script is quite simple, and its simplicity doesn't hurt it, not at all, but it also doesn't lift it to new and greater heights. If the screenwriters stretched the running time just a little bit longer, maybe with a backstory for Brandon or with a gap for a possible sequel, it might have turned out better. But “Brightburn”, even with a superficial script, can entertain, because, besides being really fun, its high rating also allowed really violent, gory scenes to come to the screen. I guarantee that at least two of those scenes made me flinch... (LOL) In a nutshell, the script for “Brightburn” doesn't take any risks, in terms of plot twists or jumpscares, but it manages to entertain with what is given to the audience.)



Em termos de elenco, os únicos realmente conhecidos aqui são Elizabeth Banks e David Denman, que interpretam Tori e Kyle Breyer, pais do protagonista. Eles trabalham muito bem, apesar que até um certo ponto do filme, eles são dois opostos: um acredita em algo, e o outro acredita em algo completamente diferente, e tanto Elizabeth quanto David desenvolvem bem essa dualidade moral que eles enfrentam. Jackson A. Dunn, que interpreta Brandon, consegue subverter alguns dos estereótipos de criança maligna. Ele é sério, não mostra nenhum tipo de emoção ao fazer os atos maléficos dele, e isso é compreensível, porque o Brandon não é daqui, então entendemos porque ele age assim. E é especialmente por causa dessa apatia com os atos malignos do seu personagem que a atuação de Dunn se eleva acima das demais. O elenco coadjuvante não prejudica o filme, ele é operante, com destaque para Matt Jones como o tio de Brandon, que é protagonista da cena mais grotesca do filme, além de ser um bom alívio cômico, mesmo em cenas que não eram para ser engraçadas.
(In terms of cast, the only ones who are really known here are Elizabeth Banks and David Denman, who portray Tori and Kyle Breyer, the main character's parents. They work really well, although that until a certain point in the movie, they are two opposites: one believes in something, the other believes in something completely different, and both Elizabeth and David develop that moral duality in a great way. Jackson A. Dunn, who portrays Brandon, manages to subvert some of the evil child stereotypes. He is serious, doesn't show any kind of emotion when doing his dark deeds, and that's comprehensible, because Brandon's not from here, so we understand why he would act that way. And it's especially because of this apathy with his character's evil work that Dunn's performance stands out above the rest. The supporting cast doesn't weaken the film, it is operative, with a special highlight to Matt Jones as Brandon's uncle, who is the main character in the goriest scene in the movie, and he also works as a good comic relief, even in scenes that aren't meant to be funny.)



Os aspectos técnicos são a parte mais impressionante do filme. Como mencionado na introdução, “Brightburn” teve apenas 6 milhões de dólares de orçamento, e a cada momento em que há um uso de efeitos especiais, tanto práticos quanto CGI, eu jurava que tinha custado bem mais. As cenas sangrentas e violentas funcionam, elas não são gratuitas de nenhuma maneira. Elas são bem feitas, bem gravadas e conseguem incomodar o espectador, seja pela proximidade da câmera ou pelos efeitos sonoros usados durante a cena. A direção de fotografia é muito boa, tem uma atmosfera sombria capturada que reforça o terror do enredo. A direção de arte é muito bem feita, tanto nos figurinos e adereços quanto nos cenários, que acentuam a similaridade com as cenas na casa dos Kent em filmes do Superman. O trabalho com som também é muito bom, porém, ele deixa os jumpscares, que já são esperados em filmes de terror, um pouquinho previsíveis. Mas mesmo assim, eles não deixam de assustar. Mesmo com um roteiro simples, mas impulsionado por atuações competentes do elenco, o verdadeiro destaque do filme fica com os aspectos técnicos, que mostram que pode se fazer muita coisa sem precisar de um orçamento estratosférico, como os filmes da Marvel e da DC.
(The technical aspects are the most impressive part of the film. As mentioned in the intro, “Brightburn” had only US$ 6 million dollars for a budget, and at each moment there's a use of special effects, both practical and CGI, I could've sworn it had cost more. The bloody, violent scenes work, they are not gratuitous at all. They are well made, well filmed and manage to disturb the viewer, because of the proximity of the camera or the sound effects used during the scene. The cinematography is really good, it captured a dark atmosphere that reinforces the horror in the plot. The art direction is very well done, especially in the costumes, props and scenarios, that emphasize the similarities with the scenes in the Kent's home in Superman movies. The sound work is also really good, although, it makes the jumpscares, which are already expected in horror films, a tiny bit predictable. But even though, they still pack a bunch of scares. Even with a simple script, but bolstered by competent performances of its cast, the true highlight of the film stays with the technical aspects, that show that a lot of stuff can be made without a gigantic budget, like the Marvel and DC movies.)



Resumindo, “Brightburn – Filho das Trevas” é bem divertido. Ele não arrisca ou aprofunda em termos de roteiro, mas compensa com atuações competentes de seu elenco e cenas bastante violentas. Uma continuação cairia bem, nesse caso, na minha opinião.

Nota: 8,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Brightburn” is really fun. It doesn't take risks or deepen its mythology in its script, but it compensates with competent performances by its cast and really violent scenes. A sequel would be good, in this case, in my opinion.

I give it a 8,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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