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Para o meu pai, Silvano Ferreira
(To my father, Silvano Ferreira)
E aí, galerinha de
cinéfilos! Estou de volta, com a resenha do filme de animação mais
aguardado do ano. Foram 9 anos de distância entre o capítulo
anterior e esse mais recente, e fico feliz em dizer que o novo filme
é tão divertido quanto os anteriores, mas vamos aprofundar isso
mais pra frente. Então, vamos falar sobre “Toy Story 4”. Vamos
lá!
(What's up, film buffs!
I'm back, with the review of the most awaited animated film of the
year. There were 9 years between its predecessor and this most recent
installment, and I'm glad to say that this new movie is just as fun
as the previous ones, but we'll get to that later on. So, let's talk
about “Toy Story 4”. Let's go!)
2 anos depois dos
eventos de “Toy Story 3”, Woody (voz original de Tom Hanks) e
seus amigos estão felizes em suas novas vidas com Bonnie (voz
original de Madeleine McGraw). Certo dia, Bonnie faz um novo
brinquedo: Garfinho (voz original de Tony Hale), feito a partir de um
garfo de plástico. Ele não se agrada com sua nova função, mesmo
sendo agora o brinquedo favorito de Bonnie, e acaba fugindo de sua
nova família. Woody, então, parte para encontrá-lo, e acaba
reencontrando Betty (voz original de Annie Potts), que agora vive em
um parque de diversões.
(2 years after the
events of “Toy Story 3”, Woody (voiced by Tom Hanks) and his
friends are happy in their new lives with Bonnie (voiced by Madeleine
McGraw). One day, Bonnie makes a new toy: Forky (voiced by Tony
Hale), made from a plastic spork. He is not pleased with his new
function, even though he is now Bonnie's favorite toy, and ends up
running away from his new family. Woody sets off to find him, and on
the way, he reunites with Bo Peep (voiced by Annie Potts), who now
lives in an amusement park.)
Ok, deixem-me começar
dizendo que eu adoro a franquia “Toy Story”. Os 3 primeiros
filmes mantiveram uma qualidade incrível, e isso precisa ser
reconhecido. Nesse quarto filme, o roteiro não traz nada de novo,
mas ainda consegue divertir. Várias questões abordadas nos filmes
anteriores são reutilizadas aqui, como “O que faz de um brinquedo
um brinquedo?”, presente no primeiro Toy Story, e a questão dos
brinquedos perdidos e abandonados, presentes em Toy Story 2 e 3. É
um bom roteiro, mas sinceramente, não chega aos pés dos 3
anteriores. Isso pode ter sido um resultado da reescrita de três
quartos do roteiro original, que teve uma história elaborada por 4
das maiores mentes criativas da Pixar: John Lasseter (que dirigiu os
dois primeiros filmes), Pete Docter (que dirigiu Up e Divertida
Mente), Lee Unkrich (que dirigiu Toy Story 3 e Viva – A Vida é uma
Festa) e Andrew Stanton (que dirigiu WALL-E), que acabou ajudando no
roteiro final. É um roteiro bem simples, ele não tem dificuldades
pra se resolver, mas ainda assim, não é um roteiro ruim. Pelo
contrário, ele é cheio de humor, e momentos razoavelmente
memoráveis para seus personagens.
Um filme da Pixar
sempre tem o que eu gosto de chamar de “pico de emoção”, que é
aquela parte super sentimental que acaba fazendo o espectador chorar.
Os três filmes anteriores tiveram picos de emoção igualmente
impactantes, e outros filmes da Pixar tiveram cenas tão marcantes
que até possuem sua própria página na Wikipedia. Os picos de
emoção presentes em Toy Story 4 são impactantes, com certeza, mas
não chega ao mesmo nível do final de “Toy Story 3” ou àquela
parte de “Viva – A Vida é uma Festa”, onde o protagonista
canta uma música sentimental para sua avó. É completamente
significativo para o fechamento do arco de certos personagens, mas
deixa um pouquinho a desejar, comparado ao que os 3 filmes anteriores
nos fizeram passar. Resumindo, o roteiro de “Toy Story 4” é
divertido e consegue agradar à vários nichos de seu público-alvo,
porém, os roteiros dos 3 filmes anteriores possuíam uma
profundidade e carga emocional bem maiores, o que poderá deixar os
fãs de longa data um pouquinho frustrados.
(Okay, let me start off
by saying I love the “Toy Story” franchise. The previous 3 films
maintained an impressive level of quality, and that must be
recognized. In this fourth film, the script doesn't bring anything
properly new, but still manages to entertain. Several questions
brought in the previous films are brought up again here, like “What
makes a toy a toy?”, which was analyzed in the first Toy Story; and
the question regarding lost and abandoned toys, analyzed in both Toy
Story 2 and 3. It's a good script, but it doesn't reach the heights
of the previous 3 films. This may have been a result of the rewriting
of 75% of the original script, which had a story conceived by 4 of
the biggest creative minds in Pixar: John Lasseter (who directed the
first 2 films), Pete Docter (who directed Up and Inside Out), Lee
Unkrich (who directed Toy Story 3 and Coco) and Andrew Stanton (who
directed WALL-E), who ended up helping with the final version of the
script. It's a pretty simple one, it doesn't have to face any
difficulties for the plot to solve itself, but still, it's not a bad
script. On the contrary, it is loaded with humor, and reasonably
memorable moments for its characters.
A Pixar movie always
has what I like to call an “emotion peak”, which is that overly
sentimental part that leads the audience into tears. The 3 previous
movies in the franchise had equally impactful emotion peaks, and
other Pixar films had scenes so touching they ended up earning their
own Wikipedia page. The emotion peaks in Toy Story 4 are impactful,
for sure, but nowhere close to the ending of “Toy Story 3” or to
that part in “Coco” where the main character sings a touching
song to his grandmother. It's completely significant for the closure
of some character's arcs, but I wished it was a little more
impactful, because of what the previous films made me go through. In
a nutshell, the script for “Toy Story 4” is fun and can entertain
several groups in its target audience, although, the scripts for the
3 previous films had greater depths and emotional resonance, which
may leave die-hard fans a little bit frustrated.)
Ao falar do elenco,
acho injusto falar da performance dos atores originais, sendo que eu
não vi o filme legendado, então, acho melhor falar do
desenvolvimento de seus personagens. Da trindade principal (Woody,
Buzz e Jessie), o centro das atenções continua sendo o Woody, que é
o único que possui um desenvolvimento significativo, dentro do grupo
de brinquedos do Andy. O roteiro é concentrado nos relacionamentos
do Woody com a Betty e com o Garfinho, e essas duas interações são
um deleite de se ver na telona. O resto dos brinquedos dos filmes
anteriores, tanto os do Andy quanto os da Bonnie, são reduzidos à
coadjuvantes. A Jessie possui apenas uma cena significativa, não
temos aquele humor sarcástico do Sr. Cabeça-de-Batata, e
personagens engraçados, como o Rex e o Slinky, não são muito
utilizados aqui, o que tira um pouco da nostalgia. O Buzz possui algo
mais importante, se comparado com o resto. Ele possui uma química
incrível com dois personagens novos, interpretados pelo
Keegan-Michael Key e pelo Jordan Peele, que são hilários, devido ao
grau ácido de esperteza no senso de humor dos dois atores. Eu quero
muito ver mais desses personagens, depois desse filme. O Garfinho
possui uma piada recorrente nos primeiros minutos em cena, e em todas
as vezes essa piada funciona. Aí depois, ele sofre uma mudança
radical no seu comportamento, e para de ser unidimensional. A Betty,
que era reduzida à coadjuvante nos 2 primeiros filmes e não
apareceu no terceiro, voltou com tudo. Ela é forte, independente e
resistente, completamente diferente da Betty de Toy Story 1, por
exemplo, onde ela somente era usada durante as brincadeiras do Andy.
O rei da Internet, Keanu Reeves, também está aqui, fazendo um
personagem hilário, frustado por nunca concretizar o que ele era
feito pra fazer, e ele funciona de todas as maneiras possíveis.
Agora, uma personagem que me impressionou é a antagonista do filme,
Gabby Gabby, interpretada pela Christina Hendricks. Ela é uma vilã
com muitas camadas, muito igual ao Thanos, em “Vingadores: Guerra
Infinita”, e só digo isso, para não dar nenhum spoiler, mas acho
que ela pode ser a melhor personagem introduzida nesse novo filme.
(Speaking of the cast,
I think it's unfair to talk about the performances of the voice
actors, as I did not see the movie in its original language, so, I
think it's better to say something about their characters'
development. Out of the main trinity (Woody, Buzz and Jessie), who
remains in the spotlight is Woody, who is the only one with a
significant development, inside Andy's group of toys. The script is
focused on Woody's relationships with Bo Peep and Forky, and those
two interactions are a delight to see in the screen. The rest of the
toys from previous films, Andy's and Bonnie's, is reduced to a very
supporting cast. Jessie has only one significant scene, we don't get
that sarcastic sense of humor from Mr. Potato Head, and funny
characters, like Rex and Slinky, are not much used here, which makes
the film lose a little bit of its nostalgia. Buzz has something more
important to do, if compared to the rest. He has an amazing chemistry
with two new characters, portrayed by Keegan Michael-Key and Jordan
Peele, who are hilarious, due to the actors's acid wit in their sense
of humor. I really want to see more of these characters, after this
film. Forky has a recurring joke in his first minutes on screen, and
every time, that joke works. Then later, he suffers a radical change
in his behavior, and stops being one-sided. Bo Peep, who was reduced
to a supporting character in the first two films, is back and better.
She is strong, independent and resistent, very different from the Bo
Peep from before, where she was only used for Andy's playtimes. The
king of the Internet, Keanu Reeves, is also here, portraying an
hilarious character, who is frustrated for not achieving what he was
made to do, and he works in every way possible. Now, one character
that really impressed me was the movie's antagonist, Gabby Gabby,
portrayed by Christina Hendricks. She's a villain with so many
layers, much alike Thanos in “Avengers: Infinity War”, and that's
all I'm gonna say, in order to keep the spoilers away, but I think
she might be the best character introduced in this new movie.)
Agora, se tem algo que
não tem erros nesse filme, são os aspectos técnicos. O visual
desse filme está de tirar o fôlego, sendo até mais realista do que
“Os Incríveis 2”. É incrível a quantidade de detalhes nos
aspectos faciais dos personagens, ver como eles brilham quando
refletidos à luz do sol, é tudo muito maravilhoso. Duas coisas
novas ocorreram aqui: finalmente vemos um jovem Andy em um CGI mais
trabalhado, que fica bem diferente do Andy de 1995; e o design da
Betty mudou completamente, e para o melhor. Como uma boneca de
porcelana, os aspectos faciais dela foram melhorados, ela tem muito
mais textura e convence mais como personagem recorrente da trama,
graças ao roteiro. O filme não possui muitos efeitos especiais,
então pode ser que o 3D não seja a melhor opção, mas é bem
vistoso e trabalhado, e merece ser visto na maior tela possível. Eu
gostei bastante das pequenas referências que a equipe colocou ao
longo do filme, que vão dos primeiros curtas da Pixar à “Up:
Altas Aventuras”. Alguns personagens dos 2 curtas de Toy Story
lançados após “Toy Story 3” (“Toy Story de Terror” e “Toy
Story: Esquecidos pelo Tempo”) são vistos aqui, e eu fiquei muito
feliz em ver que eles não esqueceram desses curtas. O design dos
personagens novos é muito bom, com alguns personagens remetendo ao
nível de medo que vilões anteriores, como o Bebezão, causavam, e
isso merece reconhecimento nos prêmios. Eu fiquei impressionado em
como “Os Incríveis 2” não foi reconhecido pela inovação
técnica na animação depois de tanto tempo, mas acredito que “Toy
Story 4” não sofrerá da mesma falha.
(Now, if there's
something that's completely flawless here, it's the technical
aspects. The visuals of this film are breathtaking, being even more
realistic than “Incredibles 2”. It's astounding to see the
quantity of details in the characters's facial aspects, how they
shine when reflected against the sunlight, it's so beautiful. Two new
things happened here: we finally see a young Andy in a more evolved
CGI, which ends up being very different from 1995 Andy; and Bo Peep's
design was completely changed and for the best. As a porcelain doll,
her facial aspects were further improved, she has so much more
texture and she is way more convincing as a recurring character in
the plot, thanks to the script. The film doesn't have a high quantity
of special effects, so 3D might not be the best option, but it's very
well done, visually, and deserves to be seen in the biggest screen
possible. I really liked the little references the team put
throughout the film, which go from old-school Pixar shorts to “Up”.
Some characters from the 2 Toy Story shorts released after “Toy
Story 3” (“Toy Story of Terror” and “Toy Story that Time
Forgot”) are seen here, and I'm so glad they didn't forget about
these characters. The design for the new characters is very good,
with some of them reminding of the level of fear that previous
villains, like Big Baby, caused, and that deserves award recognition.
I was impressed when I heard that “Incredibles 2” wasn't
recognized by its technical innovations in its animation after all
this time, but I believe that “Toy Story 4” won't suffer from the
same flaw.)
Resumindo, “Toy Story
4” não inova em termos de roteiro, mas um pouco de emoção,
personagens novos bem desenvolvidos e um visual de tirar o fôlego
são o suficiente para dar uma conclusão digna ao arco de alguns
personagens e um empolgante início para o arco de outros.
Nota: 9 de 10!
É isso, pessoal!
Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Toy
Story 4” is not groundbreaking in terms of script, but a little bit
of emotion, well-developed new characters and breathtaking visuals
are more than enough to deliver a worthy conclusion to some
characters' story arcs and an exciting start for other characters'
arcs.
I give it a 9 out of
10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
Topas, ver comigo???
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