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sábado, 13 de julho de 2019

"Missing Link": mais um acerto cativante e hilário da LAIKA (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Tendo retornado da minha viagem, vim aqui, por meio dessa resenha, falar sobre um dos melhores filmes do ano. Fruto de um dos melhores estúdios de animação em ativa hoje, é uma aventura engraçada, comovente e visualmente linda adequada para todas as idades. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Missing Link”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I have returned from my trip, and I come here to review one of the best movies of the year. The most recent feature from one of the best animation studios working today, it is a funny, moving, visually striking adventure that's fun for the whole family. So, without further ado, let's talk about “Missing Link”. Let's go!)



Ambientado no século 19, o filme segue Sir Lionel Frost (voz original de Hugh Jackman), um explorador destemido e egocêntrico que deseja entrar para uma sociedade estimada de exploradores em Londres. Colocando sua carreira em risco em uma aposta com seu rival (voz original de Stephen Fry), ele parte em uma aventura para encontrar uma criatura mítica (voz original de Zach Galifianakis), que pede a ajuda de Frost para levá-lo ao Himalaia para conhecer sua família.
(Set in the 19th century, the movie follows Sir Lionel Frost (voiced by Hugh Jackman), a fearless, egocentric explorer who wished to enter a renowned society of explorers in London. Putting his own career at risk in a wager with his rival (voiced by Stephen Fry), he sets off on an adventure to find a mythical creature (voiced by Zach Galifianakis), who asks for Frost's help to take him to the Himalayas, so that he can meet his family.)



Quando eu ouvi falar desse filme, ele instantaneamente entrou para a minha lista de filmes mais esperados do ano por uma única razão: ele é produzido pela LAIKA, um dos melhores e mais criativos estúdios de animação trabalhando hoje, que se especializa no stop-motion (massinha), uma das melhores técnicas de animação, na minha opinião. Todos os filmes produzidos pela LAIKA até agora foram sensacionais, e todos são representações de extremos: “Coraline e o Mundo Secreto” é o mais assustador; “ParaNorman” é o mais peculiar; “Os Boxtrolls” é o mais excêntrico e “Kubo e as Cordas Mágicas” é o mais épico, e impressionando ninguém, os 4 foram indicados ao Oscar de Melhor Filme de Animação. Com esse pano de fundo, declaro que “Missing Link” é o mais engraçado dos filmes da LAIKA. O roteiro não oferece nada de realmente novo, a trama é mais ou menos familiar, mas ele dá personalidade aos personagens, e isso nunca falta em um filme da LAIKA. É um filme curto, mas a história tem um bom passo, é bem frenética, às vezes, é envolvente, e consegue cativar. Chris Butler, um dos diretores de “ParaNorman” e roteirista e diretor de “Missing Link”, trabalha bem seus personagens e cria uma história concisa e parcialmente original que diverte (e muito) seus espectadores. Assim como todos os filmes da LAIKA, ele não abre espaço para nenhuma continuação, o que eu, pelo menos, acho muito bom, porque aí dá um espaço maior para o estúdio trabalhar em mais histórias originais ou não adaptadas do que esticar tramas que não precisam de um desenvolvimento profundo, como “Coraline” e “Kubo”, por exemplo, que não precisaram de sequências para desenvolverem bem suas histórias. O fato desse filme não ter sido exibido no Brasil até hoje machuca bastante, porque além de ser um filme maravilhoso, é um dos concorrentes mais fortes ao Oscar 2020 de Melhor Filme de Animação, apenas perdendo para “Toy Story 4”. “Missing Link” pode não ter a carga emocional ou as técnicas avançadas de CGI que a Pixar conseguiu alcançar em “Toy Story 4”, mas isso não diminui nenhum de seus méritos, sendo um filme narrativamente conciso e restrito, que prova que animação computadorizada não é sinônimo de qualidade.
(When I first heard about this film, it instantly entered my list of most awaited films of the year for one single reason: it was produced by LAIKA, one of the best and most creative animated studios working today, and it's specialized in stop-motion, one of the best animation techniques, in my opinion. All of the movies produced by LAIKA so far are sensational, and I see them all as representations of extremes: “Coraline” is the scariest, “ParaNorman” is the most peculiar, “The Boxtrolls” is the most eccentric and “Kubo and the Two Strings” is the most epic, and, to the surprise of no one, all 4 of them got nominated for the Oscar for Best Animated Feature. With that background, I declare that “Missing Link” is the funniest LAIKA film. The script doesn't offer anything really new, the plot is sort of familiar, but it gives personality to its characters, and that never lacks in a LAIKA film. It's a shorter film than usual, but the story is well-paced, it's frenetic, at times, it's moving and captivating. Chris Butler, one of the directors of “ParaNorman” and writer and director of “Missing Link”, can develop his characters really well and creates a restricted, partially original story that (really) entertains its viewers. Just like every other LAIKA film, it doesn't open any space to sequels, which I, at least, think it's great, because that gives the studio a bigger space to work on more original or unadapted stories than stretching out plots that do not need a deeper development, like “Coraline” and “Kubo”, for example. These movies didn't need any sequels in order to tell a good story, and that's fine, by me. The fact that this movie didn't premiere in Brazil to this day hurts a lot, because besides being a wonderful film, it's one of the strongest contenders to the Best Animated Feature Oscar in 2020, losing only to “Toy Story 4”. “Missing Link” may not have the emotional baggage or the advanced CGI techniques that Pixar managed to achieve in “Toy Story 4”, but it doesn't diminish any of its merits, being a narratively restricted film, that proves that computer-generated animation is not a synonym of quality.)



Além de ter uma boa história pra contar, o filme também conta com um tremendo elenco de voz. Hugh Jackman é até visualmente parecido com o Sir Lionel Frost, e sua voz consegue refletir perfeitamente o senso de aventura e egoísmo que o personagem tem. Seu personagem é um dos mais desenvolvidos no filme e ele está sempre em constante mudança de atitude em relação ao Mr. Link, que é a criatura mítica, e essas mudanças são lindas de se ver na tela. A Zoe Saldana também está muito boa aqui como a ex-namorada de Frost, que o ajuda a levar a criatura para o Himalaia. A química entre sua personagem e o personagem de Jackman é muito, muito similar à química entre Indiana Jones e Marion Ravenwood em “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”. Ela é forte, durona, e disposta a alcançar o objetivo principal da trama. Mas quem realmente brilha aqui é Zach Galifianakis como Mr. Link. Ele é engraçado, é o personagem que tem mais personalidade na trama, o senso de humor dele nunca é bobinho, é sempre bem inteligente e descontraído, com algumas piadas até sendo direcionadas ao público adulto, o que quase sempre está presente em filmes da LAIKA, e eu achei isso muito bom. Além do trio principal, temos o hilário Stephen Fry como o rival de Frost na trama, e ele é visivelmente maluco; Timothy Olyphant como um caçador de recompensas que está no encalço do trio durante a trama inteira; Matt Lucas como o assistente do rival de Frost, e Emma Thompson como uma parente do Mr. Link, e todos eles trabalham muito bem seus personagens, apesar do desenvolvimento de alguns sendo maior do que o de outros.
(Besides having a good story to tell, the film also has a tremendous voice cast. Hugh Jackman is even visually alike Sir Lionel Frost, and his voice succeeds in perfectly reflecting his character's sense of adventure and selfishness. His character is one of the most developed ones in the film, and he's constantly changing his attitudes towards Mr. Link, the mythical creature, and these changes are beautiful to behold in the screen. Zoe Saldana is also really good here as Frost's ex-girlfriend, who assists him in taking the creature to the Himalayas. The chemistry between her character and Jackman's character is really, really similar to the chemistry between Indiana Jones and Marion Ravenwood in “Raiders of the Lost Ark”. She's strong, tough, and willing to reach the main goal of the plot. But who really shines here is Zach Galifianakis as Mr. Link. He's funny, he's the character with the biggest amount of personality in the film, his sense of humor is never silly, it's always really clever and laid-back, with some jokes being even directed to an adult audience, which is almost always present in a LAIKA film, and I loved that. Besides the main trio, we have the hilarious Stephen Fry as Frost's visibly bonkers rival; Timothy Olyphant as a bounty hunter who's chasing the trio during the entire plot; Matt Lucas as Frost's rival's assistant, and Emma Thompson as a relative of Mr. Link's, and they all work really well with their characters, even though some are more developed than others.)



Assim como em todo filme da LAIKA, o visual é o destaque principal. Em tempos de técnicas avançadas feitas por computador e remakes fotorrealistas de animações de mais de 20 anos atrás, é incrível ver o que um pouco de massinha pode fazer. Assim como ocorreu em filmes anteriores do estúdio, como “Coraline” e “Kubo”, a construção de mundo de “Missing Link” é simplesmente maravilhosa. Os cenários são muito bem construídos, há um ótimo trabalho de cores aqui, o que é bom para trabalhar o contraste entre a cidade grande, onde os protagonistas humanos moram, que possuem mais tons escuros, como cinza, e a floresta e o Himalaia, que são mais vibrantes e coloridos. Os personagens também são muito bem construídos, eles possuem uma textura singular, diferente, mas ainda assim similar aos personagens de “Toy Story 4”; o figurino deles é muito bem desenhado, bem colorido e é atraente aos olhos. Há um leve uso de CGI durante algumas das cenas de ação, mas ele não estraga a magia que o stop-motion dá ao filme. Uma única ressalva fica com as cenas de luta entre o Sir Lionel e o caçador de recompensas, onde as ações parecem um pouco lentas demais, mas nada que nós não vimos antes, em produções anteriores de stop-motion, como “Wallace e Gromit”, da Aardman, outro fantástico estúdio de animação. Eu já falei isso nessa resenha, e falarei de novo: stop-motion é uma das melhores técnicas de animação trabalhadas hoje, ela dá uma maior criatividade, textura e até realismo para a construção de mundo (como foi visto nos filmes “O Fantástico Sr. Raposo” e “Ilha dos Cachorros”, de Wes Anderson), e “Missing Link” é mais uma prova de que essa técnica ainda está viva e tem muito mais a oferecer no futuro, graças a estúdios como a LAIKA e a Aardman.
(Just like in every other LAIKA film, the visuals are the highlight. In times of advanced computer-generated techniques and photorealistic remakes of animated films which are 20 years old, it's amazing to see what a little bit of clay can do. As it happened with previous films in the studio, like “Coraline” and “Kubo”, the world-building of “Missing Link” is simply wonderful. The sets are very well designed, there's a great use of color here, which is good to work on the contrast between the big city, where the human characters live, which possesses darker tones, like gray, and the forest and the Himalayas, which are more vibrant and colorful. The characters are also astoundingly designed, they have a singular texture that's different, but somehow, similar to the characters of “Toy Story 4”; their costumes are gorgeous, colorful, and appealing to the eye. There's a light use of CGI in some of the action scenes, but it doesn't ruin the magic that stop-motion gives to the film. One single complaint stays with the fighting scenes between Sir Lionel and the bounty hunter, where the actions seem a bit too slow, but nothing that we haven't seen before, in previous stop-motion movies, like “Wallace and Gromit”, from Aardman, another fantastic animated studio. I've said this in this review, and I'll say it again: stop-motion is one of the best animation techniques active today, they give a bigger creativity, texture and even realism to the world-building (as it was seen in the films “Fantastic Mr Fox” and “Isle of Dogs”, directed by Wes Anderson), and “Missing Link” is one more proof that this technique is still alive and has a lot more to offer in the future, thanks to studios like LAIKA and Aardman.)



Resumindo, “Missing Link” é mais um filme visualmente lindo e narrativamente conciso de um dos melhores estúdios de animação trabalhando hoje. É um filme hilário, envolvente e cativante, que certamente irá divertir toda a família!

Nota: 9,5 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Missing Link” is another visually gorgeous and narratively concise film from one of the best animation studios working today. It's a hilarious, involving and captivating film, that will surely entertain the whole family!

I give it a 9,5 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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