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E aí, galerinha de
cinéfilos! Tendo retornado da minha viagem, vim aqui, por meio dessa
resenha, falar sobre um dos melhores filmes do ano. Fruto de um dos
melhores estúdios de animação em ativa hoje, é uma aventura
engraçada, comovente e visualmente linda adequada para todas as
idades. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Missing
Link”. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
I have returned from my trip, and I come here to review one of the
best movies of the year. The most recent feature from one of the best
animation studios working today, it is a funny, moving, visually
striking adventure that's fun for the whole family. So, without
further ado, let's talk about “Missing Link”. Let's go!)
Ambientado no século
19, o filme segue Sir Lionel Frost (voz original de Hugh Jackman), um
explorador destemido e egocêntrico que deseja entrar para uma
sociedade estimada de exploradores em Londres. Colocando sua carreira
em risco em uma aposta com seu rival (voz original de Stephen Fry),
ele parte em uma aventura para encontrar uma criatura mítica (voz
original de Zach Galifianakis), que pede a ajuda de Frost para
levá-lo ao Himalaia para conhecer sua família.
(Set in the 19th
century, the movie follows Sir Lionel Frost (voiced by Hugh Jackman),
a fearless, egocentric explorer who wished to enter a renowned
society of explorers in London. Putting his own career at risk in a
wager with his rival (voiced by Stephen Fry), he sets off on an
adventure to find a mythical creature (voiced by Zach Galifianakis),
who asks for Frost's help to take him to the Himalayas, so that he
can meet his family.)
Quando eu ouvi falar
desse filme, ele instantaneamente entrou para a minha lista de filmes
mais esperados do ano por uma única razão: ele é produzido pela
LAIKA, um dos melhores e mais criativos estúdios de animação
trabalhando hoje, que se especializa no stop-motion (massinha), uma
das melhores técnicas de animação, na minha opinião. Todos os
filmes produzidos pela LAIKA até agora foram sensacionais, e todos
são representações de extremos: “Coraline e o Mundo Secreto” é
o mais assustador; “ParaNorman” é o mais peculiar; “Os
Boxtrolls” é o mais excêntrico e “Kubo e as Cordas Mágicas”
é o mais épico, e impressionando ninguém, os 4 foram indicados ao
Oscar de Melhor Filme de Animação. Com esse pano de fundo, declaro
que “Missing Link” é o mais engraçado dos filmes da LAIKA. O
roteiro não oferece nada de realmente novo, a trama é mais ou menos
familiar, mas ele dá personalidade aos personagens, e isso nunca
falta em um filme da LAIKA. É um filme curto, mas a história tem um
bom passo, é bem frenética, às vezes, é envolvente, e consegue
cativar. Chris Butler, um dos diretores de “ParaNorman” e
roteirista e diretor de “Missing Link”, trabalha bem seus
personagens e cria uma história concisa e parcialmente original que
diverte (e muito) seus espectadores. Assim como todos os filmes da
LAIKA, ele não abre espaço para nenhuma continuação, o que eu,
pelo menos, acho muito bom, porque aí dá um espaço maior para o
estúdio trabalhar em mais histórias originais ou não adaptadas do
que esticar tramas que não precisam de um desenvolvimento profundo,
como “Coraline” e “Kubo”, por exemplo, que não precisaram de
sequências para desenvolverem bem suas histórias. O fato desse
filme não ter sido exibido no Brasil até hoje machuca bastante,
porque além de ser um filme maravilhoso, é um dos concorrentes mais
fortes ao Oscar 2020 de Melhor Filme de Animação, apenas perdendo
para “Toy Story 4”. “Missing Link” pode não ter a carga
emocional ou as técnicas avançadas de CGI que a Pixar conseguiu
alcançar em “Toy Story 4”, mas isso não diminui nenhum de seus
méritos, sendo um filme narrativamente conciso e restrito, que prova
que animação computadorizada não é sinônimo de qualidade.
(When I first heard
about this film, it instantly entered my list of most awaited films
of the year for one single reason: it was produced by LAIKA, one of
the best and most creative animated studios working today, and it's
specialized in stop-motion, one of the best animation techniques, in
my opinion. All of the movies produced by LAIKA so far are
sensational, and I see them all as representations of extremes:
“Coraline” is the scariest, “ParaNorman” is the most
peculiar, “The Boxtrolls” is the most eccentric and “Kubo and
the Two Strings” is the most epic, and, to the surprise of no one,
all 4 of them got nominated for the Oscar for Best Animated Feature.
With that background, I declare that “Missing Link” is the
funniest LAIKA film. The script doesn't offer anything really new,
the plot is sort of familiar, but it gives personality to its
characters, and that never lacks in a LAIKA film. It's a shorter film
than usual, but the story is well-paced, it's frenetic, at times,
it's moving and captivating. Chris Butler, one of the directors of
“ParaNorman” and writer and director of “Missing Link”, can
develop his characters really well and creates a restricted,
partially original story that (really) entertains its viewers. Just
like every other LAIKA film, it doesn't open any space to sequels,
which I, at least, think it's great, because that gives the studio a
bigger space to work on more original or unadapted stories than
stretching out plots that do not need a deeper development, like
“Coraline” and “Kubo”, for example. These movies didn't need
any sequels in order to tell a good story, and that's fine, by me.
The fact that this movie didn't premiere in Brazil to this day hurts
a lot, because besides being a wonderful film, it's one of the
strongest contenders to the Best Animated Feature Oscar in 2020,
losing only to “Toy Story 4”. “Missing Link” may not have the
emotional baggage or the advanced CGI techniques that Pixar managed
to achieve in “Toy Story 4”, but it doesn't diminish any of its
merits, being a narratively restricted film, that proves that
computer-generated animation is not a synonym of quality.)
Além de ter uma boa
história pra contar, o filme também conta com um tremendo elenco de
voz. Hugh Jackman é até visualmente parecido com o Sir Lionel
Frost, e sua voz consegue refletir perfeitamente o senso de aventura
e egoísmo que o personagem tem. Seu personagem é um dos mais
desenvolvidos no filme e ele está sempre em constante mudança de
atitude em relação ao Mr. Link, que é a criatura mítica, e essas
mudanças são lindas de se ver na tela. A Zoe Saldana também está
muito boa aqui como a ex-namorada de Frost, que o ajuda a levar a
criatura para o Himalaia. A química entre sua personagem e o
personagem de Jackman é muito, muito similar à química entre
Indiana Jones e Marion Ravenwood em “Indiana Jones e os Caçadores
da Arca Perdida”. Ela é forte, durona, e disposta a alcançar o
objetivo principal da trama. Mas quem realmente brilha aqui é Zach
Galifianakis como Mr. Link. Ele é engraçado, é o personagem que
tem mais personalidade na trama, o senso de humor dele nunca é
bobinho, é sempre bem inteligente e descontraído, com algumas
piadas até sendo direcionadas ao público adulto, o que quase sempre
está presente em filmes da LAIKA, e eu achei isso muito bom. Além
do trio principal, temos o hilário Stephen Fry como o rival de Frost
na trama, e ele é visivelmente maluco; Timothy Olyphant como um
caçador de recompensas que está no encalço do trio durante a trama
inteira; Matt Lucas como o assistente do rival de Frost, e Emma
Thompson como uma parente do Mr. Link, e todos eles trabalham muito
bem seus personagens, apesar do desenvolvimento de alguns sendo maior
do que o de outros.
(Besides having a good
story to tell, the film also has a tremendous voice cast. Hugh
Jackman is even visually alike Sir Lionel Frost, and his voice
succeeds in perfectly reflecting his character's sense of adventure
and selfishness. His character is one of the most developed ones in
the film, and he's constantly changing his attitudes towards Mr.
Link, the mythical creature, and these changes are beautiful to
behold in the screen. Zoe Saldana is also really good here as Frost's
ex-girlfriend, who assists him in taking the creature to the
Himalayas. The chemistry between her character and Jackman's
character is really, really similar to the chemistry between Indiana
Jones and Marion Ravenwood in “Raiders of the Lost Ark”. She's
strong, tough, and willing to reach the main goal of the plot. But
who really shines here is Zach Galifianakis as Mr. Link. He's funny,
he's the character with the biggest amount of personality in the
film, his sense of humor is never silly, it's always really clever
and laid-back, with some jokes being even directed to an adult
audience, which is almost always present in a LAIKA film, and I loved
that. Besides the main trio, we have the hilarious Stephen Fry as
Frost's visibly bonkers rival; Timothy Olyphant as a bounty hunter
who's chasing the trio during the entire plot; Matt Lucas as Frost's
rival's assistant, and Emma Thompson as a relative of Mr. Link's, and
they all work really well with their characters, even though some are
more developed than others.)
Assim como em todo
filme da LAIKA, o visual é o destaque principal. Em tempos de
técnicas avançadas feitas por computador e remakes fotorrealistas
de animações de mais de 20 anos atrás, é incrível ver o que um
pouco de massinha pode fazer. Assim como ocorreu em filmes anteriores
do estúdio, como “Coraline” e “Kubo”, a construção de
mundo de “Missing Link” é simplesmente maravilhosa. Os cenários
são muito bem construídos, há um ótimo trabalho de cores aqui, o
que é bom para trabalhar o contraste entre a cidade grande, onde os
protagonistas humanos moram, que possuem mais tons escuros, como
cinza, e a floresta e o Himalaia, que são mais vibrantes e
coloridos. Os personagens também são muito bem construídos, eles
possuem uma textura singular, diferente, mas ainda assim similar aos
personagens de “Toy Story 4”; o figurino deles é muito bem
desenhado, bem colorido e é atraente aos olhos. Há um leve uso de
CGI durante algumas das cenas de ação, mas ele não estraga a magia
que o stop-motion dá ao filme. Uma única ressalva fica com as cenas
de luta entre o Sir Lionel e o caçador de recompensas, onde as ações
parecem um pouco lentas demais, mas nada que nós não vimos antes,
em produções anteriores de stop-motion, como “Wallace e Gromit”,
da Aardman, outro fantástico estúdio de animação. Eu já falei
isso nessa resenha, e falarei de novo: stop-motion é uma das
melhores técnicas de animação trabalhadas hoje, ela dá uma maior
criatividade, textura e até realismo para a construção de mundo
(como foi visto nos filmes “O Fantástico Sr. Raposo” e “Ilha
dos Cachorros”, de Wes Anderson), e “Missing Link” é mais uma
prova de que essa técnica ainda está viva e tem muito mais a
oferecer no futuro, graças a estúdios como a LAIKA e a Aardman.
(Just like in every
other LAIKA film, the visuals are the highlight. In times of advanced
computer-generated techniques and photorealistic remakes of animated
films which are 20 years old, it's amazing to see what a little bit
of clay can do. As it happened with previous films in the studio,
like “Coraline” and “Kubo”, the world-building of “Missing
Link” is simply wonderful. The sets are very well designed, there's
a great use of color here, which is good to work on the contrast
between the big city, where the human characters live, which
possesses darker tones, like gray, and the forest and the Himalayas,
which are more vibrant and colorful. The characters are also
astoundingly designed, they have a singular texture that's different,
but somehow, similar to the characters of “Toy Story 4”; their
costumes are gorgeous, colorful, and appealing to the eye. There's a
light use of CGI in some of the action scenes, but it doesn't ruin
the magic that stop-motion gives to the film. One single complaint
stays with the fighting scenes between Sir Lionel and the bounty
hunter, where the actions seem a bit too slow, but nothing that we
haven't seen before, in previous stop-motion movies, like “Wallace
and Gromit”, from Aardman, another fantastic animated studio. I've
said this in this review, and I'll say it again: stop-motion is one
of the best animation techniques active today, they give a bigger
creativity, texture and even realism to the world-building (as it was
seen in the films “Fantastic Mr Fox” and “Isle of Dogs”,
directed by Wes Anderson), and “Missing Link” is one more proof
that this technique is still alive and has a lot more to offer in the
future, thanks to studios like LAIKA and Aardman.)
Resumindo, “Missing
Link” é mais um filme visualmente lindo e narrativamente conciso
de um dos melhores estúdios de animação trabalhando hoje. É um
filme hilário, envolvente e cativante, que certamente irá divertir
toda a família!
Nota: 9,5 de 10!
É isso, pessoal!
Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell,
“Missing Link” is another visually gorgeous and narratively
concise film from one of the best animation studios working today.
It's a hilarious, involving and captivating film, that will surely
entertain the whole family!
I give it a 9,5 out of
10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
Gostei muito!!!!
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