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E aí, galerinha de
cinéfilos! Estou de volta, mais cedo do que o esperado, para falar
da filmografia de um dos diretores mais conhecidos da atualidade,
cujo novo filme, “Era uma Vez em Hollywood”, estará estreando em
breve nos cinemas brasileiros. Sim, estou falando do inigualável
Quentin Tarantino. Um dos exemplos mais proeminentes do cinema
moderno, Tarantino realmente revolucionou o cinema como nós
conhecemos, dando origem à obras que conseguem equilibrar
perfeitamente os aspectos de arte e entretenimento. Então, sem mais
delongas, vamos falar da filmografia desse diretor único. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
I'm back, sooner than expected, to talk about the filmography of one
of the most known directors in recent times, whose new film, “Once
Upon A Time in Hollywood”, will be coming soon to Brazilian
theaters. Yes, I'm talking about the one and only Quentin Tarantino.
One of the most relevant examples of modern cinema, Tarantino
revolutioned movies as we know them, giving birth to films that
perfectly balance art and entertainment values. So, without further
ado, let's talk about the movies by this one-of-a-kind director.
Let's go!)
A primeira coisa que
vem à cabeça das pessoas quando se pensa nos filmes de Tarantino
provavelmente é o nível de violência que ele aplica em suas cenas
de ação, que possuem muito, muito sangue, e isso é verdade, o
Tarantino é mais conhecido pela grande maioria por conta da
violência explícita. Mas os filmes desse diretor vão muito além
da violência. Eles subvertem modelos tradicionais de roteiro,
criando tramas não-lineares; possuem diálogos muito inteligentes, e
discussões sobre coisas realmente banais; tem o apoio de elencos
maravilhosos, que ficam cada vez mais ambiciosos a cada filme que
Quentin faz; e são filmes com excepcionais aspectos técnicos, em
especial fotografia, edição e trilha sonora.
Irei, nessa postagem,
fazer um ranking dos filmes que o Tarantino dirigiu e escreveu
(excluindo os filmes em que ele é apenas roteirista, como “Amor à
Queima Roupa”, “Um Drink no Inferno” e “Assassinos por
Natureza”), dando a MINHA OPINIÃO sobre eles, o que, certamente,
pode discordar da sua opinião, caro leitor. Então, vamos começar!
(The first thing that
comes to people's minds when thinking about Tarantino's films is
probably the level of violence that he puts in his action scenes,
which have massive quantities of blood, and that's true, Tarantino is
generally known because of the explicit violence. But his movies go
way beyond violence. They subvert traditional ways to write a script,
creating non-linear plots; they have really clever dialogues, and
discussions on really meaningless things; they have the support of
wonderful casts, which get more and more ambitious at each film he
makes; and they are technically exceptional, especially when it comes
to cinematography, editing and soundtrack.
I will, in this post,
make a ranking of the movies Tarantino directed and wrote (excluding
the movies that he just wrote, like “True Romance”, “From Dusk
till Dawn” and “Natural Born Killers”), giving MY OWN OPINION
about them, which, certainly, might disagree from your opinion, dear
reader. So, let's begin!)
9 – À PROVA DE
MORTE (2007) (DEATH PROOF (2007))
Ok,
para falar desse filme, é melhor pegarmos um contexto histórico
primeiro. “À Prova de Morte” é uma metade de uma sessão dupla
chamada “Grindhouse”, onde Tarantino e Robert Rodriguez (que, por
sua vez, dirigiu “Planeta Terror”) criaram filmes para homenagear
os “filmes B”, que partem do termo exploitation,
que é tipo um cinema “apelativo”, que se recorre aos exageros
para entreter seu público, sendo alguns desses exageros violência,
sexo e profanidades. E é exatamente isso que Tarantino faz nesse
filme. Ele recorre à violência extrema e diálogos excessivamente
prolongados para entreter seu público. Pode-se até dizer que o
Tarantino fez esse filme dessa maneira propositalmente, para
justamente encaixar no gênero exploitation.
Com esse contexto dado, vamos ao filme. Ele é bem desequilibrado, em
termos de roteiro: a primeira metade é muita conversa e pouca
porradaria, e a segunda metade é pouca conversa e muita porradaria;
um equilíbrio entre esses dois extremos nunca é alcançado. O filme
tem um bom elenco, com Kurt Russell no papel principal, como o dono
do carro “à prova de morte”, e Rosario Dawson, Mary Elizabeth
Winstead, Zoë Bell, Rose McGowan e muitas outras atrizes como as
“vítimas” do protagonista. O filme tem cenas de ação
sensacionais e exageradas, com uma delas sendo uma das sequências
mais violentas que o diretor já criou, mas mesmo com o exagero, elas
nos divertem e nos mantém na beira do assento. Contando que “À
Prova de Morte” é um filme feito pra ser tosco, até que ele não
é ruim, mas ainda assim, é o filme mais fraquinho de Quentin
Tarantino.
(Ok,
in order to talk about this film, it's better if we get some context
first. “Death Proof” is one half of a double feature called
“Grindhouse”, where Tarantino and Robert Rodriguez (who directed
“Planet Terror” for this project) created films as a homage to “B
movies”, which come from the term exploitation,
which is a type of cinema that uses over-the-top resources, like
violence, sex and profanity, in order to entertain the audience. And
that's exactly what Tarantino does in this film. He makes use of
extreme violence and excessively long dialogues for him to entertain
his audience. One can even say that Tarantino made this film in this
way on purpose, so that it can fit in the exploitation
genre. With that context given, let's talk about the film itself. It
is pretty unbalanced, in terms of screenplay: the first half has a
lot of talking and less violence, and the second half has less
talking and a lot of violence; the film never achieves a balance
between these two extremes. It has a fine cast, with Kurt Russell in
the main role, as the owner of the “death proof” car, and Rosario
Dawson, Mary Elizabeth Winstead, Zoë Bell, Rose McGowan and many
other actresses as the main character's “victims”. It has
amazing, over-the-top action scenes, with one of them standing out as
one of the most violent sequences Tarantino ever created, but even
with the exaggerations, they entertain us and keep us on the edge of
our seats. With the fact that “Death Proof” is a movie made to be
cheesy in mind, it's not that bad after all, but still, it's the
weakest movie by Quentin Tarantino.)
8 – JACKIE BROWN (1997)
Antes
de “À Prova de Morte” ser lançado, esse era considerado o filme
mais fraco de Tarantino. Eu até entendo o porquê: o diretor já
tinha lançado “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction”, que foram
extremamente bem recebidos pela crítica, arrancando elogios e vários
prêmios. Esse é o único filme do Tarantino que não é original,
sendo baseado no romance “Rum Punch”, de Elmore Leonard. E assim
como “À Prova de Morte”, “Jackie Brown” também é uma
homenagem, dessa vez ao gênero blaxploitation,
que se popularizou nos anos 1970, que ganhou fama por apresentar
pessoas negras como os heróis dos filmes, em uma época que, nos
EUA, era bastante preconceituosa. A escalação de Pam Grier (símbolo
feminino do blaxploitation
nos EUA) foi uma jogada de mestre, pois além de ter uma atriz que já
trabalhou no gênero anteriormente, seu papel no filme também
revitalizou sua carreira, e ela é sensacional no papel principal. O
roteiro é bem escrito, a fotografia é muito bem feita, a edição é
muito boa, a trilha sonora é cheia de clássicos dos anos 1970, e o
elenco é um dos mais talentosos que Tarantino já reuniu: além de
Grier, temos Robert Forster, Samuel L. Jackson, Michael Keaton,
Robert De Niro e Bridget Fonda. O único problema, na minha opinião,
é o passo do filme: com quase 2 horas e 40 minutos de duração, ele
demora um pouco para engatar, mas graças às atuações do elenco e
a engenhosidade do roteiro, “Jackie Brown” consegue ser um dos
filmes mais diferentes de Quentin Tarantino, e eu falo isso como um
elogio.
(Before
“Death Proof” was released, this was considered Tarantino's
weakest film. I can understand why: Quentin had already released
“Reservoir Dogs” and “Pulp Fiction” and both were critically
acclaimed, winning good reviews and several awards. And this is the
only Tarantino film which isn't an original one, being based off
Elmore Leonard's novel “Rum Punch”. Just like “Death Proof”,
“Jackie Brown” is also an homage, inspiring itself from the
blaxploitation genre,
which was pretty famous in the 1970s, for introducing black people as
the heroes of the story, at a time that was filled with prejudice in
the US. The casting of Pam Grier (the female symbol of
blaxploitation) was a
masterful move, because besides the fact that she already worked in
the genre before, her role in this film revitalized her career, and
she is amazing in the main role. The script is well-written, the
cinematography is really good, the editing is great, the soundtrack
is filled with classics from the 1970s, and the cast is one of the
most talented ones Tarantino ever assembled: besides Grier, we have
Robert Forster, Samuel L. Jackson, Michael Keaton, Robert De Niro and
Bridget Fonda. The only problem here, in my opinion, is the pacing:
with almost 2 hours and 40 minutes of running time, it takes a while
to finally blast off, but thanks to the performances from the cast
and the ingenuity of the script, “Jackie Brown” manages to be one
of Tarantino's most different films, and I mean that as a
compliment.)
7 – KILL BILL (2003 e 2004)
Ok,
vamos à primeira polêmica da postagem. Não, “Kill Bill” não é
um filme ruim, de maneira alguma. É um dos filmes mais tecnicamente
perfeitos do diretor, com cenas de ação extraordinárias, um
roteiro bem amarradinho e uma protagonista pra lá de icônica. Se
brincar, Beatrix Kiddo é a protagonista mais icônica que Tarantino
criou. Ele só não é melhor do que o top 6 desse post, na minha
opinião. Desde seu primeiro roteiro, “Amor à Queima-Roupa”,
sabemos que Tarantino é louco por filmes de samurai e artes
marciais, e em um ponto de vista ocidental, ele dá um verdadeiro
show aqui. É um dos filmes com mais ação e menos diálogos da
carreira do diretor, mas só porque tem menos diálogos, não
significa que não seja um filme do Tarantino. É bem violento,
diga-se de passagem. Tudo que pode se imaginar de violência acontece
aqui, de decapitação à picadas de cobra e extração de olhos com
as próprias mãos. E por incrível que pareça, não é chocante, é
muito, MUITO divertido. O elenco se entrega totalmente à premissa,
com Uma Thurman arrasando no papel principal, e nomes como Lucy Liu,
Daryl Hannah, Michael Madsen, Vivica A. Fox e David Carradine como
ótimos vilões. “Kill Bill” pode ser considerado um dos filmes
mais versáteis do diretor até agora: ele possui cenas em preto e
branco, uma sequência em anime, e tramas não-lineares, subvertendo
as tradições, como Tarantino fez em seus dois primeiros filmes.
Sendo um dos filmes mais violentos, e por consequência, mais
divertidos, de Quentin Tarantino, “Kill Bill” é um bom ponto de
partida para quem quer se adentrar pela mente genial desse diretor. É
bem feito, bem escrito, bem atuado, bem dirigido, e a primeira parte
tem um dos melhores cliffhangers (suspense para o que vem a seguir)
do cinema moderno.
(Ok,
let's talk about the first controversial spot in this post. No, “Kill
Bill” is not a bad movie, in any way. It's one of his most
technically perfect movies, with extraordinary action scenes, a
script that tightens up its plot and a hell of an iconic main
character. I honestly think that Beatrix Kiddo is the most iconic
protagonist Tarantino ever created. It is just not better than this
post's top 6, in my opinion. Since his first script, “True
Romance”, we know that Tarantino is a huge fan of samurai and
martial arts movies, and in a Western point of view, he freaking
rocks here. It's one of his movies with the highest amount of action
and a lesser amount of dialogue, but just because it doesn't have
that much dialogue, it doesn't make it less of a Tarantino film. It's
pretty violent, by the way. Everything violent you can possibly
imagine happens here, from decapitation to snake bites and extraction
of eyes with bare hands. And, amazingly so, it's not shocking, it's
really, REALLY fun to watch. The cast gives all of themselves to the
plot, with Uma Thurman being the absolute BOSS in the main role, and
names like Lucy Liu, Daryl Hannah, Michael Madsen, Vivica A. Fox and
David Carradine as great villains. “Kill Bill” may be considered
one of the most versatile movies Tarantino has made so far: it has
black-and-white scenes, an anime sequence, and non-linear plots,
subverting traditionality, as the director did in his first two
films. As one of the most violent, and consequently, most fun movies
by Tarantino, “Kill Bill” is a great starting point for those who
wish to know more about this director's genius mind. It's well
filmed, well written, well acted, well directed, and the first part
has one of the absolute best cliffhangers in modern cinema.)
6 – DJANGO LIVRE (2012) (DJANGO UNCHAINED (2012))
“Django”
foi o primeiro filme do Tarantino que vi, então já podem imaginar o
impacto que ele causou em mim, que, na época, não era acostumado a
esse tipo de filme. Mas eu lembro de ficar fascinado com a história,
com os personagens e com a forma que o diretor escolheu para contar
essa história. Se brincar, Django também foi um dos primeiros
faroestes que eu vi. Agora, vocês me perguntam: por quê você
coloca Django acima de “Kill Bill”? Bom, primeiramente, eu gosto
mais de faroestes do que de filmes de artes marciais. Em segundo
lugar, “Django Livre” é, indiscutivelmente, um trabalho bem mais
sofisticado, em todos os sentidos. A fotografia e a direção de arte
revitalizam o gênero de faroeste spaghetti, dando origem a um filme
surpreendentemente revisionista. O roteiro é muito bem escrito,
rendendo o segundo Oscar de Melhor Roteiro Original pro Tarantino com
justiça (embora eu ainda preferiria se “Moonrise Kingdom”
tivesse ganho). É uma história tão bem contada, que a gente nem
percebe a duração extraordinariamente longa de 2 horas e 45
minutos, um dos filmes mais longos do diretor. E o que falar desse
elenco maravilhoso? Django é, certamente, um dos melhores papéis da
carreira do Jamie Foxx; o estupendo Christoph Waltz, depois de ter
roubado a cena como o Coronel Hans Landa, em “Bastardos Inglórios”,
faz o mesmo aqui como o Dr. King Schultz, ganhando seu segundo Oscar
de Melhor Ator Coadjuvante merecidamente; o Samuel L. Jackson faz um
dos seus melhores personagens aqui, tanto no geral, quanto no
universo de Tarantino; e nem preciso falar da cena COMPLETAMENTE
IMPROVISADA envolvendo o personagem do Leonardo DiCaprio, né? O
filme tem um senso de humor bem sarcástico, bem ácido mesmo, e
cenas de ação e bangue-bangue que deixariam Sergio Leone orgulhoso.
Um dos meus filmes (e faroestes) prediletos, e outro ótimo ponto de
partida para aqueles que querem saber mais do diretor.
(“Django”
was the first Tarantino movie I ever saw, so you guys can imagine the
impact it caused in me, who, at the time, wasn't used to this type of
film. But I remember being fascinated with the story, with the
characters, and with the way that the director chose to tell that
story. I honestly think that Django was also one of the first Western
movies I've ever seen. Now, you ask me: why do you put Django over
“Kill Bill”? Well, first, I like Westerns more than I like
martial arts movies. And second, “Django Unchained” is,
undoubtedly, a way more sophisticated work, in every single way. The
cinematography and art direction revitalize the spaghetti western
genre, resulting in a surprisingly revisionist film. The script is
really well written, earning Tarantino his second Best Original
Screenplay Oscar with justice (although I would still have preferred
if “Moonrise Kingdom” had taken it). It's a story that is so well
told, we can't even realize the extraordinarily long running time of
2 hours and 45 minutes, one of the director's longest films. And
what's to say of the marvelous cast? Django is, certainly, one of the
best roles in Jamie Foxx's career; the stupendous Christoph Waltz,
after stealing the scene as Colonel Hans Landa in “Inglourious
Basterds”, does the absolute same here as Dr. King Schultz, winning
his second Best Supporting Actor Oscar deservedly; Samuel L. Jackson
plays one of his finest characters here, generally, and inside
Tarantino's universe; and I don't even have to say anything about the
FULLY IMPROVISED scene involving Leonardo DiCaprio's character,
right? The film has a sarcastic, acid sense of humor, and action
scenes that would make Sergio Leone proud. One of my favorite movies
(and Westerns), and another great starting point for those who wish
to know a bit more about this director.)
5 – CÃES DE ALUGUEL (1992) (RESERVOIR DOGS (1992))
Antes
de “Cães de Aluguel” ter sido lançado, Quentin Tarantino apenas
tinha escrito alguns roteiros, embora nenhum deles tinha sido
filmado ainda. Como era o seu primeiro filme, Tarantino começou
pequeno, com um orçamento de apenas 1,5 milhão de dólares, o que é
bem pouco comparado aos 90 milhões de seu filme mais recente, “Era
uma Vez em Hollywood”. Com “Cães de Aluguel”, Tarantino
começou parcerias que iriam durar por quase toda a sua carreira,
incluindo Lawrence Bender como produtor, Sally Menke como editora, e
vários atores que participaram de projetos futuros, como Michael
Madsen, Harvey Keitel e Tim Roth. E é um filme que impressiona pela
sua simplicidade. Sendo o filme mais curto do diretor até agora,
beirando 1 hora e 40 minutos, o filme se passa quase que inteiramente
em um depósito, com o auxílio de flashbacks para nos ajudar a saber
mais sobre os protagonistas. A cena inicial, onde os protagonistas
discutem o significado de “Like a Virgin”, da Madonna, é
antológica e hilária. Os personagens são muito bem desenvolvidos,
e todos os atores atuam muito bem, em especial Tim Roth, Harvey
Keitel, Steve Buscemi e Michael Madsen. A trama se desenvolve de
maneira orgânica, aproveitando cada segundo de seu tempo de duração,
para resultar em uma série de reviravoltas em seus momentos finais.
Um
dos melhores filmes dos anos 1990, um dos melhores filmes
independentes do cinema moderno, e um baita começo para a carreira
de Quentin Tarantino, cuja fama só iria aumentar 2 anos depois, com
“Pulp Fiction”.
(Before
“Reservoir Dogs” was released, Quentin Tarantino had only written
a few scripts, although none of them was filmed yet. As this was his
first film, Tarantino started on a small scale, with a budget of
US$1,5 million, which is very little compared to the US$90 million
from his most recent film, “Once Upon a Time in Hollywood”. With
“Reservoir Dogs”, Tarantino started partnerships that would last
throughout most of his career, including Lawrence Bender as producer,
Sally Menke as editor, and several actors who would work in his
future projects, like Michael Madsen, Harvey Keitel and Tim Roth. And
this is a movie that astounds because of its simplicity. As the
shortest Tarantino movie so far, barely 100 minutes long, it is set
almost entirely in a warehouse, with the help of flashbacks to aid us
in knowing more about the characters. The initial sequence, where the
protagonists discuss the meaning of Madonna's “Like a Virgin”, is
iconic and hilarious. The characters are really well-developed, and
all the actors do a great job, especially Tim Roth, Harvey Keitel,
Steve Buscemi and Michael Madsen. The plot is paced in an organic
way, making every second of its running time count, resulting in a
series of plot twists in its final moments.
One
of the best movies of the 1990s, one of the best independent movies
in modern cinema, and one hell of a start for Quentin Tarantino's
career, whose fame would only get higher 2 years later, with “Pulp
Fiction”.)
https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2019/08/era-uma-vez-em-hollywood-carta-de-amor.html
3
– PULP FICTION: TEMPO DE VIOLÊNCIA (1994) (PULP FICTION (1994))
Chegando
perto do final, temos o filme que lançou o Tarantino no ouvido do
público geral. Com “Cães de Aluguel” sendo estreado no Festival
de Sundance, perfeito para diretores iniciantes, o diretor apostou
alto em “Pulp Fiction”, estreando o filme no prestigiado Festival
de Cannes, e surpreendendo ninguém, ganhando a Palma de Ouro, prêmio
principal do Festival, no processo. Acho que é adequado dizer que
“Pulp Fiction” é um filme revolucionário: ele possui uma
estrutura não-convencional de contar histórias, ou seja, a história
acontece em uma ordem não-cronológica, e funciona perfeitamente;
possui algumas das cenas mais icônicas no cinema moderno; e serviu
para revitalizar e lançar atores esquecidos, ou até então,
desconhecidos, como John Travolta, Uma Thurman e Samuel L. Jackson. E
realmente, é um tremendo filme. Colocando mais 50 minutos na
duração, se comparado à “Cães de Aluguel”, Tarantino
aproveita cada precioso segundo para fazer de “Pulp Fiction”,
acima de tudo, um filme divertido. E ele acerta em tudo, desde a
engenhosidade das histórias, ao elenco mega-talentoso (John
Travolta, Uma Thurman, Samuel L. Jackson, Ving Rhames, Bruce Willis,
Christopher Walken, Tim Roth, Amanda Plummer, Harvey Keitel, Eric
Stoltz, e até o próprio Tarantino), à maneira que ele usa para
conectar essas histórias.
“Pulp
Fiction” é tão icônico que, quando você pensa no filme, você
instantaneamente visualiza uma dessas 4 cenas na sua cabeça:
- O twist no Jack Rabbit Slim's;
- Ezequiel 25:17
- “Aw, man! I shot Marvin in the face.”
- “They call it a Royale with Cheese.”
É
simplesmente incrível a capacidade que esse filme tem de ficar
gravado na cabeça dos espectadores. Você, que já viu Pulp Fiction,
tente lembrar do filme, sem pensar em uma das 4 cenas acima. E você,
que ainda não viu Pulp Fiction, por favor, veja. Garanto que você
não irá se arrepender.
(As
we get closer to the end, we arrive at the movie that had everyone
talking about Tarantino. As “Reservoir Dogs” premiered at the
Sundance Film Festival, perfect for first-time directors, Quentin put
a high bet in “Pulp Fiction” and premiered it in the prestigious
Cannes Film Festival, and, surprising no one, winning the Palme d'Or
(the main award in the Festival) in the process. I think it's safe to
say that “Pulp Fiction” is revolutionary: it has an
unconventional structure in storytelling, meaning that the story
doesn't take place in a chronological order, and it works perfectly;
it has some of the most iconic scenes in modern cinema; and it
revitalized and boosted the careers of actors, who, at the time, were
forgotten or unknown, like John Travolta, Uma Thurman and Samuel L.
Jackson. And truly, it's a tremendous film. With an extra 50 minutes
in its running time, if compared to “Reservoir Dogs”, Tarantino
makes every second count in order to make “Pulp Fiction” a fun
film, above everything. And it hits every single target, from the
ingenuity of the stories, to the ultra-talented cast (John Travolta,
Uma Thurman, Samuel L. Jackson, Ving Rhames, Bruce Willis,
Christopher Walken, Tim Roth, Amanda Plummer, Harvey Keitel, Eric
Stoltz, and even Tarantino himself) and the way the director uses to
connect these stories.
“Pulp
Fiction” is so iconic that, when you think about it, you instantly
visualize at least one of these 4 scenes in your head:
- The twist at Jack Rabbit Slim's;
- Ezekiel 25:17
- “Aw, man! I shot Marvin in the face.”
- “They call it a Royale with Cheese.”
The
capacity this film has of sticking to its viewer's mind is simply
fantastic. You, who has already seen Pulp Fiction, try to remember
the film, without thinking of one of the 4 scenes above. Go ahead, I
dare you. And you, who didn't watch Pulp Fiction yet, please watch
it. You'll not regret it, I promise you.)
2
– OS OITO ODIADOS (2015) (THE HATEFUL EIGHT (2015))
Eu
sei o que vocês estão pensando: O
QUÊ? COMO VOCÊ SE ATREVE A COLOCAR “OS OITO ODIADOS” NA FRENTE
DE PULP FICTION? Calma,
eu posso explicar. Não é que eu ache todo filme do Tarantino que
está atrás deste superestimado, mas é que “Os Oito Odiados” é
bem subestimado, perto desses outros filmes. Claro, é um filme
diferente: lançado depois da obra-prima sanguinolenta que é “Django
Livre”, os espectadores esperando um espetáculo violento com
sangue e tripas voando pra todo lado se decepcionaram (e muito)
quando viram 8 pessoas discutindo em uma cabana nevada por quase 3
horas de duração. Mas confiem em mim: é um filme que melhora a
cada vez que ele é assistido. É o mais próximo que teremos de uma
peça escrita e dirigida por Tarantino. É um roteiro longo, lento,
mas muito tenso e muito inteligente. Se vocês pararem pra pensar,
“Os Oito Odiados” é uma versão de faroeste de “O Enigma de
Outro Mundo”, de John Carpenter, onde várias pessoas são
confinadas em um aposento e não há ninguém em quem eles podem
confiar. Como o roteiro é ambientado, em sua maioria, em um só
lugar, dá bastante espaço para os atores brilharem. Temos aqui um
elenco maravilhoso que trabalha muito bem com o que lhes é dado. Os
personagens de Kurt Russell, Samuel L. Jackson, Jennifer Jason Leigh,
Bruce Dern, Michael Madsen, Tim Roth, Demián Bichir e Walton Goggins
são surpreendentemente bem escritos, com nenhum deles sendo
unidimensional. As cenas de confronto, tanto físico quanto
psicológico, entre os personagens são incrivelmente bem feitas e
bem escritas, em especial uma cena envolvendo o Maj. Warren (Samuel
L. Jackson) e o Gen. Smithers (Bruce Dern), que é tensa ao mesmo
tempo que ela é hilária. A trilha sonora do lendário Ennio
Morricone, responsável pela trilha sonora antológica de “Três
Homens em Conflito”, é hipnotizante, e finalmente rendeu um Oscar
para o compositor.
Um
filme tenso, violento, e muito, muito subestimado, “Os Oito
Odiados” vai ficar grudado na sua cabeça bem depois de você
terminar de assistir ao filme. (Eu mencionei que o Kurt Russell
quebrou um violão autêntico de 1870 em uma cena?)
(I
know what you're thinking: WHAT?
HOW DARE YOU PUT “THE HATEFUL EIGHT” ABOVE “PULP FICTION”?
Calm down, I can explain.
It's not that I think that every other Tarantino movie below this one
is overrated, but it's that “The Hateful Eight” is very
underrated, next to these other films. Sure, it's a different movie:
released after the bloody masterpiece that was “Django Unchained”,
the viewers expecting a bloodbath of a spectacle with blood and guts
flying everywhere got (really) disappointed when they saw 8 people
discuss in a snowy cabin for almost 3 hours. But trust me: it gets
better every time you take time to watch it. It's the closest we'll
ever be to a play written and directed by Tarantino. It's a long,
slow-moving script, but it's also tense and really clever. If you
think about it, “The Hateful Eight” is a Western version of John
Carpenter's “The Thing”, as both films have several people
confined to a room, and no one can be trusted. As the script is set,
mostly, in just one place, there's plenty of room for the actors to
shine. We have a wonderful cast here that works stupendously with
what it's given to them. The characters portrayed by Kurt Russell,
Samuel L. Jackson, Jennifer Jason Leigh, Bruce Dern, Michael Madsen,
Tim Roth, Demián Bichir and Walton Goggins are surprisingly
well-written, with all of them having several layers. The
confrontation scenes, both physical and psychological, between the
characters are incredibly well done and well written, especially one
scene involving Maj. Warren (Samuel L. Jackson) and Gen. Smithers
(Bruce Dern), which is tense as it is hilarious. The score by the
legendary Ennio Morricone, responsible for the iconic soundtrack of
“The Good, the Bad and the Ugly”, is hypnotizing, and finally won
him an Oscar.
A tense, violent,
and really, really underrated film, “The Hateful Eight” will
stick to your head long after you finish watching it. (Did I mention
that Kurt Russell broke an authentic 1870s guitar during a scene?))
E
em primeiríssimo lugar:
(And
in the first place:)
1 –
BASTARDOS INGLÓRIOS (2009) (INGLOURIOUS BASTERDS (2009))
Acho
que nem “Era uma Vez em Hollywood” pode tirar esse filme do topo
(Risos). Sendo o primeiro filme que Tarantino usa figuras históricas
como personagens junto com os protagonistas (fictícios), “Bastardos
Inglórios” impressiona desde a tensa cena inicial, onde temos um
vislumbre do que o maravilhoso Christoph Waltz é capaz de fazer.
(Curiosidade: a cena inicial desse filme é considerada, pelo próprio
Tarantino, a melhor cena que ele já escreveu, e com razão.) Eu acho
que nem tenho as palavras para descrever o quão genial é esse
filme. Os personagens, tanto fictícios quanto reais, são muito bem
escritos. (Por incrível que pareça, o Hitler é muito engraçado
nesse filme.) A história, dividida em capítulos, é muito bem
contada, e aproveita bem sua longa duração. É um dos melhores
filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial já feitos, e um dos
mais divertidos também. Tarantino conseguiu juntar um elenco
potente, encabeçado por um ótimo Brad Pitt, que aqui faz o líder
dos Bastardos. Mas por incrível que pareça, o filme não é
concentrado nele, e sim no triângulo entre Shosanna Dreyfus (Melanie
Laurent), Fredrick Zoller (Daniel Brühl) e o Cel. Hans Landa
(Christoph Waltz). A química de Laurent com os dois é eletrizante,
em cada cena que eles estão em tela juntos. Temos alguns nomes muito
conhecidos aqui também, entre eles Eli Roth, que está muito
engraçado como um dos Bastardos mais violentos; Diane Kruger, que
faz uma agente disfarçada como atriz; e Michael Fassbender e August
Diehl, que compartilham uma das cenas mais tensas do filme. Mas quem
brilha mesmo é o Christoph Waltz como o sádico Cel. Hans Landa. Ele
captura a atenção do espectador em toda cena que ele está
presente, é impressionante. Se brincar, ele é o melhor vilão desde
o Coringa em “Batman: O Cavaleiro das Trevas”. É um vilão que
atrai os espectadores bem mais do que o mocinho, e por isso, ele
ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante com justiça.
Violento,
divertido, e impressionante, “Bastardos Inglórios” consegue
achar o equilíbrio perfeito entre arte e entretenimento, graças à
um roteiro envolvente, à uma brilhante reescrita da História e às
performances de seu talentoso elenco.
(I
think that “Once Upon a Time in Hollywood” isn't going to take
this film's spot. (LOL) As the first film where Tarantino uses
historical figures as characters along with his (fictional)
protagonists, “Inglourious Basterds” amazes from the tense
initial scene, where we get a glimpse of what the wonderful Christoph
Waltz is capable of. (Fun fact: the initial scene of this movie is
considered, by Tarantino himself, to be the greatest scene he has
ever written, rightfully so.) I don't think I have the words to
describe how genius this movie is. The characters (both fictional and
historical) are really well-written. (Hitler is actually really funny
in this film.) The story, divided in chapters, is really well told,
and it enjoys every second in its long running time. It's one of the
best World War II movies ever made, and one of the most fun ones too.
Tarantino managed to assemble a powerful cast, led by a great Brad
Pitt, who plays the leader of the Basterds here. But, amazingly, the
film isn't focused on him, but on the triangle between Shosanna
Dreyfus (Melanie Laurent), Fredrick Zoller (Daniel Brühl), and
Colonel Hans Landa (Christoph Waltz). Laurent's chemistry with both
of them is electrifying, in each scene they are together. We also
have some well-known names here, including Eli Roth, who is really
funny here as one of the most violent Basterds; Diane Kruger, who
plays an agent disguised as an actress; and Michael Fassbender and
August Diehl, who share one of the most tense scenes in the movie.
But who's standing in the spotlight here is Christoph Waltz as the
sadistic Colonel Hans Landa. He captures the viewer's attention every
time he appears onscreen, it's impressive. I really think that he's
the best movie villain since the Joker from “The Dark Knight”.
He's a villain that's more likeable than the good guy, and because of
that, he rightfully took home the Oscar for Best Supporting Actor.
Violent,
fun, and impressive, “Inglourious Basterds” manages to find the
perfect balance between art and entertainment, thanks to an involving
script, a brilliant rewriting of History and the performances of its
talented cast.)
É
isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João
Pedro
(And
that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João
Pedro)
Fantástico!!
ResponderExcluirMas um belo trabalho que deixaria o próprio Tarantino satisfeito!!
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