E não se esqueçam de
curtir e seguir o blog nas redes sociais:
(And don't forget to
like and follow the blog in social medias:)
Twitter:
@nocinemacomjp2
Instagram:
@nocinemacomjp
E aí, galerinha de
cinéfilos! Com as férias, infelizmente, chegando ao fim, venho aqui
falar de um filme de terror deveras interessante. Baseado em uma
série de contos de terror para crianças, e produzido por ninguém
menos que Guillermo del Toro, o filme em questão é um ponto de
partida perfeito (e sinistro) para os pré-adolescentes que desejam
se adentrar pelo gênero. Então, vamos falar sobre “Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro”. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
With my vacation, unfortunately, coming to an end, I come here to
talk about a rather interesting horror film. Based on a series of
children's horror tales, and produced by the one and only Guillermo
del Toro, this film is a perfect (and creepy) starting point for
tweens and pre-teens wishing to know more about this genre. So, let's
talk about “Scary Stories to Tell in the Dark”. Let's go!)
A história se ambienta
em 1968, na cidadezinha de Mill Valley. Stella (Zoe Colletti) é uma
adolescente que sofre pela falta de sua mãe, que, por motivos
desconhecidos, deixa ela e seu pai (Dean Norris). No Dia das Bruxas,
ela e seus amigos visitam uma casa abandonada que, um dia, pertenceu
a uma família com um passado sombrio, e encontram um livro cheio de
histórias assustadoras que se escrevem por conta própria,
aterrorizando o grupo de adolescentes.
(The story is set in
1968, in the small town of Mill Valley. Stella (Zoe Colletti) is a
teenager who suffers from the disappearance of her mother, who, for
unknown reasons, leaves her and her father (Dean Norris) alone. On
Halloween night, she and her friends visit an abandoned house that,
one day, belonged to a family with a dark past, and find a book
filled with time-transcending scary stories, which ends up terrifying
the group of teenagers.)
Antes desse filme ser
anunciado, nunca tinha ouvido falar da série de livros que o
inspirou. Escrita por Alvin Schwartz nas décadas de 1980 e 1990, ela
causou bastante polêmica por apresentar cenas consideradas violentas
demais para o seu público-alvo, e as ilustrações, tão
assustadoras quanto os próprios contos, não suavizam o conteúdo de
maneira alguma. Essas histórias aterrorizaram os estadunidenses que
viveram na época (o livro só chegou aqui no Brasil em 2011). E
agora, alguns anos depois, chega a adaptação cinematográfica de
alguns desses contos. Agora, raciocinem comigo: se o filme é baseado
numa antologia de contos não conectados, faria mais sentido se o
próprio filme fosse uma antologia, certo? Mas não, os 6 roteiristas
(isso mesmo, 6) escolhem criar uma história original que junte e
conecte os contos em questão. Os momentos onde os contos são
realmente adaptados são assustadores, eles têm potência de susto,
mas a história que temos que aguentar para que esses momentos
finalmente cheguem é muito pouco desenvolvida, para um filme de
quase 2 horas de duração. É, em partes, uma história boa, porque
ela tem uma ambientação, que é o final da década de 60, onde o
Nixon estava concorrendo à presidência, e a Guerra do Vietnã
estava ocorrendo. Esse contexto histórico ajuda a aguentarmos a
história até as partes assustadoras chegarem, mas os personagens
não são desenvolvidos o suficiente para nós realmente nos
importarmos com eles, o contrário do que acontece, por exemplo, com
“It: A Coisa”, onde 2 horas e 15 minutos são utilizados com
maestria para que esses personagens sejam bem desenvolvidos antes do
tempo de duração acabar, e ainda abrindo espaço para a sequência.
Não se enganem, o filme não é ruim, de modo algum. Ele só poderia
ter sido melhor. Sem brincadeira, se seguisse o modelo de antologia,
ele poderia ser o novo “Creepshow” ou o novo “Contos do Dia das
Bruxas”, porque tem bastante potencial e um material-base com uma
legião de fãs afora. E o legal desse filme em particular é que ele
é adequado até para públicos mais jovens. Não chega a ser tão
assustador como um “Invocação do Mal”, mas também não é
completamente desprovido de verdadeiro terror. O melhor jeito de
descrever esse filme é: “Goosebumps” para adolescentes que não
sabem onde começar no gênero de terror. Eu não me lembro de ter
visto um pingo de sangue nas cenas de terror desse filme, pra falar a
verdade, de tão leve que ele é. Mas o tipo de terror que os
roteiristas queriam evocar não precisava de sangue jorrando pra
funcionar, e graças à direção precisa do André Ovredal, essas
cenas funcionam. Com sorte, teremos uma sequência para esse filme no
futuro, e os personagens poderão ser mais desenvolvidos, pois há
muito espaço para melhoras.
(Before this movie was
announced, I never heard about the series of books that inspired it.
Written by Alvin Schwartz in the 1980s and 1990s, it was quite
controversial because some of its scenes were considered too
disturbing for its target audience, and the illustrations, which are
just as scary as the tales themselves, did not help at all. These
stories terrified those who lived at the time of its release. And
now, a few years later, comes the movie adaptation of some of these
tales. Now, level with me: if the film is based on an anthology of
disconnected short stories, it would make more sense if the movie
itself was an anthology, right? But no, the six screenwriters (that's
right, 6) choose to create an original story that connects the
adapted stories. The moments where the stories are loosely adapted
are truly scary, but the story we've got to put up with until such
moments finally arrive lacks in development, for a film with almost 2
hours of running time. It's, partially, a good story, because it has
a setting, which is the late 1960s, where Nixon was running for
President and the Vietnam War was happening. This historical context
helps us tolerate the story until the scary moments come, but the
characters aren't well developed enough for us to really care about
them, which is the opposite of what happens with “It”, for
example, where 2 hours and 15 minutes are masterfully used to develop
its characters before the film ends, with an open space for Chapter
Two. Don't be mistaken. The film isn't bad, at all. It just could've
been better. Honestly, if it followed the anthology format, it
could've been the new “Creepshow” or the new “Trick 'r' Treat”,
because it has tons of potential and a source material with lots of
fans. And what's cool about this film in particular is that it's
adequate for younger viewers. It's not as scary as a Conjuring film,
but it doesn't lack in real horror. The best way to describe this
film is: “Goosebumps” for pre-teens who don't know where to start
off with the genre. I don't remember seeing one drop of blood in the
scary scenes, actually, just to prove how light it is. But the kind
of horror that the screenwriters wish to evoke doesn't need fountains
of blood in order to work, and thanks to André Ovredal's precise
direction, those scenes work. Luckily, we'll have a sequel to this
movie in the near future, and the characters may be better developed,
because there's plenty of space for improvement.)
É difícil falar dos
personagens, porque como disse acima, o roteiro não os desenvolve
muito bem, mas o elenco trabalha bem com o que é dado a eles. A Zoe
Colletti é uma boa protagonista, ela é interessante, movimenta a
trama do filme, o desenvolvimento dela é o mais aprofundado, se
comparado com o restante dos personagens; e ela é uma das razões
para que esse filme tenha e precise de uma continuação. O Michael
Garza faz um personagem misterioso, cujo desenvolvimento é mais
avançado, se comparado com os coadjuvantes, mas ainda assim, é um
pouco frustrante. Nem toda piada que o personagem do Austin Zajur faz
cola, mas isso não é culpa do ator, e sim do roteiro. Temos dois
talentos desperdiçados aqui: Gabriel Rush, que participou de
“Moonrise Kingdom” e “O Grande Hotel Budapeste”, que aqui, só
serve para estar em perigo; e Austin Abrams, que roubou a cena em
“Cidades de Papel”, que aqui, é reduzido a um bully
completamente unidimensional. Temos alguns veteranos também, entre
eles, Dean Norris, o Hank de “Breaking Bad”, que também é uma
das razões para que haja uma continuação, pois eu quero saber mais
sobre o personagem dele. Fazendo as criaturas assustadoras, temos o
sempre ótimo Javier Botet (o Leproso de “It: A Coisa” e a
personagem-título de “Mama”), Troy James e Mark Steger, e os
três são merecidamente sinistros, graças às performances e ao
trabalho de maquiagem e efeitos especiais, mas falaremos disso mais
tarde.
(It's hard to talk
about the characters, because as said above, the script doesn't
develop them well enough, but the cast manages to work it out with
what it's given to them. Zoe Colletti is a good protagonist, she's
interesting, she moves the film forward, her development is the most
well-done one, if compared to the rest of the characters; and she is
one of the reasons why this film needs a sequel. Michael Garza plays
a mysterious character, whose development is more advanced than the
rest, but still, it's a bit frustrating. Not every joke that Austin
Zajur's character does sticks, but that's not the actor's fault, it's
the script. We have two wasted talents here: Gabriel Rush, who was in
“Moonrise Kingdom” and “The Grand Budapest Hotel”, but he's
just here to be in danger; and Austin Abrams, who stole the scene in
“Paper Towns”, but here, he's reduced to a one-dimensional bully.
We also have some veteran actors here, with Dean Norris, Hank from
“Breaking Bad”, among them, who is also one of the reasons why
this film needs to have a sequel, because I really want to know more
about his character. As the scary creatures, we have the always great
Javier Botet (the Leper from “It” and the title character from
“Mama”), Troy James and Mark Steger, and the three are truly
creepy, thanks to the actors's performances and to the make-up and
special effects team, but we'll talk about that later on.)
Agora, vamos à melhor
parte do filme: os aspectos técnicos. O visual do filme é muito bem
feito, recriando de forma fiel a década em que o filme é
ambientado. Os cenários e a fotografia noturna são típicas dos
trabalhos anteriores do del Toro, em especial “O Labirinto do
Fauno”. Há algumas cenas que lembram muito “A Maldição da
Residência Hill”, pela atmosfera e pelo jogo de câmera. O visual
das criaturas ficou extremamente fiel às controversas ilustrações
de Stephen Gammell dos anos 80 e 90, e o mais impressionante é que
foi usado muito pouco CGI (computação gráfica) para que esses
personagens sejam feitos. A equipe de maquiagem e efeitos especiais
(composta por pessoas que já trabalharam com o Guillermo del Toro em
“Hellboy” e o vencedor do Oscar “A Forma da Água”) fez um
sublime trabalho, transformando essas criaturas em combustível de
pesadelos para uma nova geração de amantes do gênero. O design das
criaturas me deixou muito interessado e muito animado para ver mais
adaptações dessa série de livros. Não há nada de novo na trilha
sonora, mas é operante, assim como o trabalho de som, que segue toda
regra possível em filmes de terror.
(Now, let's talk about
the best part of the film: the technical aspects. The visuals are
really well done, faithfully recreating the decade it is set in. The
sets and the nocturnal cinematography are typical of previous del
Toro works, especially “Pan's Labyrinth”. There are some scenes
here that reminded me of “The Haunting of Hill House”, because of
its atmosphere and camera work. The visuals of the creatures are
extremely faithful to Stephen Gammell's controversial illustrations
from the 80s and 90s, and the most impressive thing is that very
little CGI was used in order to create those creatures. The make-up
and special effects team (composed by people that already worked with
Guillermo del Toro in “Hellboy” and the Oscar-winning “The
Shape of Water) did a sublime job, transforming these creatures into
nightmare fuel for a whole new generation of genre lovers. The design
of the creatures left me really interested and really excited to see
more adaptations of this series of books. There's nothing new about
the score, but it's operative, and so is the sound design, that
follows every possible rule in the horror movie book.)
Resumindo, “Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro” é um filme mais leve, se
comparado aos filmes de “Invocação do Mal”, por exemplo, mas
ainda assim, graças à um elenco competente, um ótimo material-base
e um fantástico trabalho técnico, serve como um bom entretenimento
de terror, e como um bom ponto de partida para os mais jovens que
desejam se adentrar no gênero!
Nota: 8,5 de 10!
É isso, pessoal!
Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Scary
Stories to Tell in the Dark” is a lighter movie, if compared to the
Conjuring movies, for example, but still, thanks to a competent cast,
a great source material and a fantastic technical work, it serves as
fine horror entertainment, and as a good starting point for the
younger ones who wish to dive into the genre!
I give it a 8,5 out of
10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
Fantástico!!!
ResponderExcluir