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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

"Frozen 2": uma sequência que investe mais na história do que no departamento musical (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, e vim trazer a primeira resenha crítica de 2020! O filme que irei analisar nessa resenha demorou mais de meia década para ficar pronto, e como resultado, somos apresentados à uma história que expande a mitologia do universo criado no filme original, e à uma trilha sonora que não chega a ser tão memorável quanto à do primeiro filme. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Frozen 2”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring to you the very first review of the year! The film I'm about to discuss took more than half a decade to be released, and, as a result, we are introduced to a story that expands the mythology in the universe created in the original film, and to a soundtrack that isn't quite as memorable as the first one's. So, without further ado, let's talk about “Frozen 2”. Let's go!)



Ambientado 3 anos após os eventos do primeiro filme, a sequência acompanha Elsa (voz original de Idina Menzel), Anna (voz original de Kristen Bell), Kristoff (voz original de Jonathan Groff), Olaf (voz original de Josh Gad), e Sven, que embarcam em uma jornada além do reino de Arendelle para descobrir a origem dos poderes mágicos de Elsa e salvar o reino, após Elsa ouvir o chamado de uma voz misteriosa.
(Set 3 years after the events of the first film, the sequel follows Elsa (voiced by Idina Menzel), Anna (voiced by Kristen Bell), Kristoff (voiced by Jonathan Groff), Olaf (voiced by Josh Gad), and Sven, who embark on a journey beyond their kingdom of Arendelle in order to discover the origin of Elsa's magical powers and save the kingdom, after a mysterious voice calls out to Elsa.)



Quando esse filme foi anunciado, fiquei muito feliz, porque a maioria da equipe que fez o filme original ser um sucesso iria voltar para a sequência, em especial os diretores (Chris Buck e Jennifer Lee) e os compositores (Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez), então essa reunião, somada com o tempo de espera de 6 anos após o lançamento do primeiro, seria uma receita perfeita para algo que se equipare ou até supere o filme original. E essa receita parcialmente deu certo. Enquanto era claro que o roteiro do primeiro Frozen seguia uma fórmula pré-estabelecida, que até alguns chegaram a comparar com a estrutura narrativa de “O Rei Leão”, a sequência, como dito na introdução, é algo completamente original que expande a mitologia do universo fictício, estabelecido no filme de 2013. Enquanto a história do primeiro envolvia Anna em uma jornada para impedir que Elsa congele Arendelle para sempre, no segundo, vemos uma jornada de auto-descoberta de Elsa, que, convenhamos, foi a personagem mais interessante de Frozen, então já era hora dela ser o centro das atenções. Nós descobrimos mais sobre os poderes dela, mais sobre os pais das irmãs, que apareceram brevemente no início do primeiro filme, e muito mais sobre o universo ao redor deles. Personagens novos são introduzidos, e a forma que o roteiro liga esses personagens novos ao primeiro filme me deixou bem impressionado, e essa conexão só faz desse universo ainda mais interessante. Alguns personagens ditos como “principais” são reduzidos à um objetivo no arco dramático deles, outros expandem seu potencial além do que foi estabelecido no filme original. E o mais interessante dessa história é que ela coloca o espectador para pensar. É muito difícil ver um filme da Disney, especialmente um no estilo de Frozen, e esperar que ele te faça refletir em algo. Temas interessantes e relevantes são abordados aqui, especialmente o preconceito e a xenofobia, o que, involuntariamente, torna um dos subtextos da narrativa de “Frozen 2” muito mais significativo, pois ele conta a história de um dos feriados mais controversos comemorados nos EUA, o Dia de Ação de Graças, que também foi a data de estreia do filme no país de origem. Coincidência ou não, achei uma jogada brilhante. Eu não vejo um terceiro Frozen, baseado no final desse filme. É uma conclusão que deixa a história bem fechadinha, de um modo bem satisfatório e emocionante. Para não entrar em território de spoilers, é isso o que eu tenho a falar sobre o roteiro.
(When this movie was announced, I was very glad, because most of the team that made the original film a hit was coming back, especially the directors (Chris Buck and Jennifer Lee) and the composers (Robert Lopez and Kristen Anderson-Lopez), so this reunion, along with the 6-year wait for the sequel, would make a perfect recipe for something that stands equal or taller to the original film. And that recipe worked, partially. While it was clear that the first Frozen followed a pre-established formula, a formula that people compared to the narrative structure of “The Lion King”, the sequel, as stated in the intro, is something completely original that expands on the mythology of the fictional universe, established in the 2013 film. While the story of the first one involved Anna embarking on a journey to stop Elsa from freezing Arendelle for good, the sequel is a self-discovery journey for Elsa, who was the most interesting character from Frozen, so it was about time she became the center of attention. We learn more about her powers, more about the sisters' parents, who only made a brief appearance in the beginning of the first film, and so much more about the universe that surrounds the characters. New characters are introduced, and the way the script connects these new characters to the first film left me really impressed, and that connection only makes this universe more interesting. Some “main” characters are reduced in achieving a single goal here, others have their potential expanded beyond what was established in the original film. And the most interesting thing about the story is that it is thought-provoking. It's really rare to watch a Disney film, especially the ones in Frozen's style, and expect it to make you reflect about something. Interesting and relevant themes are dealt with here, especially prejudice and xenophobia, which, involuntarily, makes an important subtext in the narrative of “Frozen 2” way more significant, because it tells the story behind one of the most controversial American holidays, Thanksgiving Day, which was also the film's release date in the US. Coincidence or not, I thought this was a brilliant move. I honestly don't see a third Frozen, based on this film's ending. It's a conclusion that fully closes the story arc, in a very satisfying, emotional way. To avoid entering spoiler territory, that's what I have to say about the script.)



Como não vi o filme no idioma original, acho injusto julgar a performance dos dubladores, que foi ótima, assim como a do primeiro, então, irei analisar o desenvolvimento de cada personagem. Como antagonista secundária do filme original, Elsa é analisada sob um ponto de vista completamente diferente aqui. Ao contrário do primeiro Frozen, ela é a protagonista desse filme. Como dito no parágrafo anterior, aprendemos muito mais sobre ela, sobre sua descendência, e sobre a verdadeira origem de seus poderes. Protagonista do primeiro filme, a irmã caçula Anna tem um papel importante a cumprir na sequência, e é uma peça crucial para o terceiro ato da história, mas ela tem menos tempo de tela, se comparado ao filme de 2013. Eu, sinceramente, não gostei do desenvolvimento do Kristoff, que tinha muito mais pra fazer em “Frozen”. Aqui, ele é reduzido a um objetivo só, e eu achei meio decepcionante. O Olaf continua sendo aquele alívio cômico hilário, mas ele tem um impressionante desenvolvimento além disso, e a cena mais engraçada da sequência envolve ele. Eu achei o desenvolvimento dos pais de Anna e Elsa bem apropriado, não é muito aprofundado, mas também não é tão raso, é o suficiente para entendermos o arco dramático da Elsa.
(As I didn't watch the film in its original language, I think it's unfair to judge the performances of the voice dub actors, which was great, just like the first one, so, I'll analyze the development of each character. As a secondary antagonist in the original film, Elsa is analyzed under a completely different point of view here. Instead of what happened in the first Frozen film, she's the protagonist of the sequel. As said in the previous paragraph, we learn a lot more about her, about her descendants, and about the true origin of her powers. Protagonist of the first film, little sister Anna has a very important role to play in the sequel, and is an essential piece to the third act of the story, but she has less screen time, if compared to the 2013 film. I, honestly, didn't like Kristoff's development, as he had lots of things to do in “Frozen”. Here, he's reduced to a single objective, and I thought it was kinda disappointing. Olaf continues to be that hilarious comic relief, but he has an impressive development that goes beyond that, and the funniest scene in the sequel involves him. I found the development of Anna and Elsa's parents to be quite appropriate, it's not too deep, and it's not shallow either, it's enough to help us understand Elsa's character arc.)



Ao falar dos aspectos técnicos, é preciso levar em conta os 6 anos que se passaram desde o lançamento do primeiro filme. E a evolução no visual da animação é visível. Os personagens, especialmente os não-humanos, como Olaf e Sven, têm muito mais textura, eles são muito mais palpáveis. As expressões nos rostos dos personagens humanos estão cada vez mais próximas de expressões faciais reais. Ao contrário da paleta de cores fria de “Frozen”, a sequência investe em um visual de outono centrado no vermelho e no laranja, o que serve como o contraste perfeito com a estação do primeiro filme, onde o azul predominava. O trabalho de efeitos especiais aqui é muito bom, teve até algumas partes que evocaram uma veia de suspense. Mas, infelizmente, a trilha sonora de “Frozen 2” falhou em tentar replicar o sucesso da primeira. Além de ter menos músicas (7 canções originais, contra 10 do primeiro Frozen), quase nenhuma delas conseguiu atingir o nível de icônico que “Let it Go” atingiu, pelo menos para mim. Mas na minha opinião, uma música conseguiu se equiparar à trilha sonora do primeiro (ela está presa na minha cabeça até agora), e digamos que eu mal posso esperar para ver a Idina Menzel apresentar essa música no Oscar desse ano.
(To talk about the technical aspects of this, it's gotta be said that it's been 6 years since the first film was released. And the evolution in the animation's visuals is visible. The characters, especially the non-human ones, like Olaf and Sven, have a lot more texture, they are much more realistic. The expressions on the faces of the human characters are getting closer and closer to actual human facial expressions. Instead of the cold color palette from “Frozen”, the sequel invests in an Autumn visual, centered around red and orange, which serves as the perfect contrast with the season of the first film, where blue was the predominant color. The special effects work here is really good, we even had a few parts that had a horror-ish vibe. But, unfortunately, the soundtrack for “Frozen 2” fails in replicating the success of the first one. Besides having less songs (7 original songs, against 10 from the first Frozen film), almost none of them managed to hit that level of iconic that “Let it Go” did, at least, for me. But, in my opinion, one song managed to stand on the same level as the first one's soundtrack (as it's still stuck in my head to this moment), and let's say I can't wait to see Idina Menzel perform it at the Oscars this year.)



Resumindo, “Frozen 2” é uma sequência que investe mais na história e no desenvolvimento de seus personagens do que no departamento musical, entregando algo que conclui o arco dramático da trama de forma bem satisfatória, emocionante, e por incrível que pareça, relevante.

Nota: 9,0 de 10!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Frozen 2” is a sequel that invests a lot more on its story and on the development of its characters than in the musical department, delivering something that concludes the plot's story arc in a very satisfying, emotional, and as odd as it may seem, relevant way.

I give it a 9,0 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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