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sábado, 22 de dezembro de 2018

The Last of Us: uma das melhores experiências que tive esse ano (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho falar para vocês sobre algo que não analiso muito, pois não é o foco do blog, mas que vale a pena, pelo seu aspecto inovador, tanto nos visuais, quanto no modo de contar histórias, os quais parecem muito similares ao cinema. Então, vamos falar sobre o game que poderia quebrar a maldição das adaptações cinematográficas de videogames, que também é uma das melhores experiências que tive esse ano. Vamos falar sobre The Last of Us. Vamos lá!
(What's up, film buffs! João Pedro here, and I come to discuss with you on something I don't analyze that much, as it is not what the blog is all about, but that it's worth it, due to its innovating aspect, both in the visuals and storytelling, which are quite similar to the way movies are made.
So, let's talk about the game that could break the curse of the videogame movie adaptations, which is also one of the best experiences I've had this year. Let's talk about The Last of Us. Let's go!)


The Last of Us é um videogame exclusivo para os sistemas Playstation desenvolvido pela Naughty Dog (conhecida pela franquia Uncharted) que se ambienta em 2033, aproximadamente, com uma infecção baseada no fungo Cordyceps se alastrando pelo mundo, transformando qualquer um que se conectar com o fungo em infectados altamente agressivos e brutais. Nesse mundo, controlamos Joel (interpretado por Troy Baker), um homem assombrado por um trauma em seu passado, que recebe a tarefa de transportar Ellie (interpretada por Ashley Johnson), uma garota imune à infecção, até o laboratório dos Vaga-lumes, uma milícia anti-governamental que se concentra em encontrar uma cura para a infecção, para que uma vacina possa ser extraída.
(The Last of Us is a Playstation exclusive videogame developed by Naughty Dog (known for the Uncharted franchise) set in 2033, approximately, with an infection based on the Cordyceps fungus spreading through the globe, turning anyone who bonds with it into highly brutal and aggressive infected creatures. In this world, we take control of Joel (played by Troy Baker), a man haunted by a trauma of his past, who receives the task of transporting Ellie (played by Ashley Johnson), a girl who's immune to the infection, to the lab of the Fireflies, an anti-government militia which focuses on finding a cure to the infection, so that a vaccine can be extracted.)


Só pra começar, eu nunca fui muito fã de videogames. Acho que o único game que zerei sem precisar de ajuda foi Life is Strange. Lembro da primeira vez que ouvi falar de The Last of Us. Foi quando Logan lançou, e vários dos fãs do jogo disseram que Logan é “o filme de The Last of Us que nós nunca tivemos”. E desde então, passei um ano com esse sonho de jogar o game. Um mês atrás, recebi de presente dos meus avós um PS4, junto com a versão remasterizada de The Last of Us. Eu, é claro, fiquei muito feliz, e comecei a jogar na primeira chance que tive. E fiquei altamente impressionado com o jogo. Mas para analisá-lo propriamente, vamos dividir essa resenha em segmentos:
  1. História e personagens
  2. Performances
  3. Gráficos
  4. Jogabilidade
Então, vamos começar.
(Just for starters, I was never a big videogame fan. I think that the only game I finished by myself was Life is Strange. I remember the first time I heard about The Last of Us. It was when Logan was released, and several of the game's fans said that Logan is “the Last of Us movie that we never got to see”. And, since then, I spent a year with the dream of, one day, playing the game. A month ago, I received, as a present from my grandparents, a PS4, along with the remastered version of The Last of Us. I, of course, got really happy, and started playing it in the first chance I got. And I became highly impressed with it. But, to analyze it properly, let's split this review in segments:
  1. Story and characters
  2. Performances
  3. Graphics
  4. Gameplay
So, let's begin.)



A começar pela história, a trama de “homem velho é atarefado de levar garota, que é a esperança para a humanidade, para um refúgio”, usada em filmes como “Filhos da Esperança”, do qual Neil Druckmann, roteirista e diretor criativo do jogo, usou como inspiração para bolar a história de The Last of Us, ganha uma nova versão aqui. É uma história que não foca no apocalipse que está acontecendo no mundo. É uma história que foca na evolução da conexão entre Joel e Ellie, e nisso o roteirista acertou em cheio. Nós vemos, primeiramente, Joel tratando Ellie como uma simples carga, com ela se sentindo insegura sobre tudo isso; depois Ellie mostra que consegue defender a si própria e a Joel, o que o leva a ensiná-la a como usar uma arma, e por aí vai. The Last of Us tem uma história que possui uma quantidade alta de tensão, mas são nos momentos de “calma antes da tempestade” em que o relacionamento entre os 2 protagonistas tem a chance de evoluir. São momentos singelos, poéticos e emocionantes que podem arrancar lágrimas de qualquer um. Além de Joel e Ellie, há vários outros personagens que os dois encontram ao longo da trama com arcos próprios, e todos tem um bom desenvolvimento, com destaque para Tess, Marlene, Bill e David, esses sendo alguns dos melhores personagens secundários que eu já vi em um videogame. Resumindo, The Last of Us é um jogo movido pela sua história, que por sua vez, é movida pelo relacionamento entre os 2 protagonistas.
(Beginning with the story, the plot of “old man tasked with taking young girl, who is the hope for mankind, to a safe haven”, used in movies like “Children of Men”, from which Neil Druckmann, writer and creative director of the game, took inspiration to come up with The Last of Us, gets a whole new version here. It's a story that does not focus on the apocalypse that's spreading in the world. It's a story that focuses in the evolution of the connection between Joel and Ellie, and in that aspect, the writer nailed it. We see, firstly, Joel treating Ellie like some kind of cargo, with her feeling insecure about all this; then Ellie shows she can defend herself and Joel, which leads him to teach her how to use a gun, and so it goes. The Last of Us has a story that possesses a high quantity of tension, but it's in the “calm before the storm” moments that the relationship between the 2 main characters has a chance to evolve. They are beautiful, poetic and emotional moments, which could make anyone shed a tear. Besides Joel and Ellie, there are several other characters the two meet throughout the plot with story arcs of their own, and they all have a good development, especially Tess, Marlene, Bill, and David, those being some of the finest secondary characters I've ever seen in a videogame. In a nutshell, The Last of Us is a game propelled by its story, which in turn, is propelled by the relationship between its 2 main characters.)



Indo para as performances, acho importante ressaltar que, além dos atores emprestarem suas vozes para os personagens, eles também fizeram a captura de movimento, algo muito presente nos filmes e videogames dessa geração, o que deu um tom mais realista e cinematográfico para as atuações do elenco. Troy Baker, que interpreta Joel, não parece, visualmente, com seu personagem, mas sua voz carrega uma tristeza e um pesar de dar dó, e esse é o destaque de sua atuação, para mim. Ashley Johnson, que interpreta Ellie, é bem mais velha que sua personagem, mas a atriz consegue trazer um impacto emocional grande, assim como um senso de humor sarcástico, para o tom do jogo, em sua atuação. O elenco coadjuvante é composto por Merle Dandridge (conhecida por seu papel como Alyx Vance em Half-Life 2), que está muito bem como Marlene; Annie Wersching (conhecida pela série 24 Horas), que subverte o papel de “mulher indefesa no apocalipse” como Tess; W. Earl Brown (conhecido pela série Deadwood), que está ameaçador como Bill; Jeffrey Pierce (conhecido pela série Castle Rock), que reforça o desenvolvimento de Joel como Tommy, seu irmão; e Nolan North (conhecido como Nathan Drake na série Uncharted), que encarna um verdadeiro psicopata como David.
(On our way to the performances, I think it's important to say that, besides the actors lending their voices to the characters, they also did the motion capture, something very present in this generation's movies and videogames, which gave a more realistic and cinematic tone to the cast's performances. Troy Baker, who plays Joel, does not, visually, look like his character, but his voice carries a heavy amount of sadness and grief, and that is the highlight of his performance for me. Ashley Johnson, who plays Ellie, is way older than her character, but the actress manages to bring a grand emotional impact, along with a sarcastic sense of humor, to the game's tone, in her performance. The supporting cast is composed by Merle Dandridge (known for her role as Alyx Vance in Half-Life 2), who is really good as Marlene; Annie Wersching (known for the TV show 24), who subverts the role of “helpless woman in the apocalypse” as Tess; W. Earl Brown (known for the TV show Deadwood), who is threatening as Bill; Jeffrey Pierce (known for the TV show Castle Rock), who reinforces Joel's development as Tommy, his brother; and Nolan North (known as Nathan Drake in the Uncharted series), who incarnates a true psychopath as David.)


Chegando aos gráficos, uma coisa é inegável, quando se fala do visual de The Last of Us: é muito realista, chegando ao ponto do jogador pensar que está vendo um filme jogável. Os personagens parecem muito com pessoas de verdade, o realismo nos traços faciais e corporais deles é bem notável, eles têm uma quantidade perceptível de textura, o que aguça o trabalho dos atores na captura de movimento. A mesma coisa pode ser dita sobre o ambiente: é vivo, desolado, realista, escasso, selvagem e distópico. Há certos momentos que encontramos lugares infectados pelo fungo, e além de serem bem assustadores, também possuem uma quantidade inegável de beleza. O visual dos infectados é de dar arrepios, já que possuem diferentes estágios de infecção, cada um mais sinistro e perigoso do que o outro. Mas já que uma imagem vale mais do que mil palavras, vou deixar aqui a cutscene inicial de The Last of Us:
(Coming up to the graphics, one thing is undeniable, when talking about the visuals of The Last of Us: it is really realistic, to the point of the player thinking he's watching a playable movie. The characters are much alike real people, the realism in their body and facial traces is quite noticeable, they have a perceptible quantity of texture, which heightens the work of the actors in the motion capture department. The same thing can be said about the environment: it's alive, wasted, realistic, empty, wild and dystopian. There are certain moments that we find places infected by the fungus, and besides being very scary, they also have an undeniable quantity of beauty. The looks of the infected are quite creepy, as they have different stages of infection, each one more sinister and dangerous than the other. But as an image is worth more than a thousand words, I'll leave here the initial cutscene of The Last of Us:)


E agora, chegamos ao último segmento de análise: a jogabilidade. Quando começamos o jogo, temos a chance de escolher em qual dificuldade queremos jogar. Eu, como não sou experiente em jogos de tiro, escolhi a dificuldade fácil, e ainda assim, é bem difícil de jogar, pra alguém que não tem experiência. Há uma grande quantidade de armas que você pode encontrar ao longo do jogo, que variam de armas bem barulhentas, como escopetas e espingardas, até as armas mais silenciosas como arco e flecha. Como o mundo de The Last of Us é bem escasso, não se encontra uma grande quantidade de suprimentos de uma vez, mas se acumulados o suficiente, podem dar origem a itens bem úteis, como kit de primeiros socorros, coquetéis molotov e bombas caseiras. O jogo também possui um aspecto bem legal do jogador ter a chance de aprimorar suas armas, por meio de ferramentas e engrenagens encontradas ao longo do jogo. Os infectados possuem suas peculiaridades e dificuldades de serem derrotados: os estaladores (segundo estágio da infecção) podem ser derrotados com armas brancas, como uma faca, ou armas de fogo grandes, como uma escopeta; os vermes (último estágio) são derrotados com fogo, e por aí vai. Mas por mais perigosos que sejam os infectados, os vilões mais difíceis de derrotar são os próprios seres humanos, que, diferente dos infectados, possuem um certo nível de inteligência, e armas bem potentes.
Bom, a jogabilidade de The Last of Us tem suas dificuldades, para quem não possui experiência, mas para aqueles que a tem, jogar esse tremendo jogo será um inegável prazer.
(And now, we come to the last segment of the analysis: the gameplay. When we start the game, we get the chance of choosing in which difficulty we'd like to play. I, as a non-expert in shooting games, chose Easy, and yet, it's quite hard to play, for someone without an experience. There's a large quantity of weapons you can find throughout the game, which vary from very noisy ones, like shotguns and assault rifles, to the very silent ones, like a bow and arrow. As the world, in The Last of Us, is empty, you can't find a large quantity of supplies at once, but if the player gathers a respectable amount of them, they can craft several helpful items, like a first aid kit, Molotov cocktails, and homemade bombs. The game also has a pretty cool aspect of the player getting the chance to enhance their weapons, using tools and gears found throughout the game. The infected have their own peculiarities and difficulties of being defeated: the Clickers (second stage in the infection) can be defeated with melee weapons, like a knife, or large guns, like a shotgun; the Bloaters (the final stage) are defeated with fire, and so it goes. But even if the infected are crazy dangerous, the most difficult baddies to defeat are human beings themselves, who, unlike the infected, have a certain amount of brains, and pretty powerful weapons.
Well, the gameplay of The Last of Us has its difficulties, to those who don't have any experience, but to those who have it, playing this tremendous game will be an undeniable pleasure.)



Resumindo, The Last of Us é uma obra-prima. Possui gráficos cinematográficos, atuações muito competentes de seu elenco, uma jogabilidade adequada para o conceito do jogo, e uma história digna de pertencer nas telonas. É o melhor videogame que já joguei, e uma das melhores experiências que tive esse ano. Um título obrigatório pra quem tem Playstation 3 ou 4!

Nota: 12 de 10!!

Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, The Last of Us is a masterpiece. It has cinematic graphics, very competent performances by its cast, gameplay that is adequate for the game's concept, and a story worthy of belonging to the big screen. It is the greatest videogame I've ever played, and one of the finest experiences I've had this year. It's a required title to those who have Playstation consoles (3 or 4)!

I give it a 12 out of 10!!

So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



P.S.: Para quem se interessar em como esse game foi feito, da captura de movimento até a fantástica trilha sonora de Gustavo Santaolalla, recomendo o documentário Punitivo, disponível no YouTube em inglês sem legendas, e na galeria de animações do próprio game, com legendas:
(P.S.: To those interested in how this game was made, from the motion capture to the fantastic score from Gustavo Santaolalla, I recommend the documentary Grounded, available on YouTube and in the cinematics gallery inside the game:)



segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

"Roma": um retrato intimista e pessoal da vida em seu aspecto mais puro (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, para falar para vocês o que eu achei de uma das produções mais recentes da Netflix. Com Alfonso Cuarón, vencedor de 2 Oscars, como diretor, o filme em questão é um retrato, ao mesmo tempo, delicado e poderoso da vida como ela é. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza, e indicado a 3 Globos de Ouro, vamos falar sobre “Roma”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, in order to say what were my thoughts in one of Netflix's most recent productions. With Alfonso Cuarón, a 2-time Oscar winner, in the director's chair, the film I'll be discussing here is a delicate yet powerful portrait of life in its purest form. Winner of the Golden Lion in the Venice Film Festival, and nominee for 3 Golden Globes, let's talk about “Roma”. Let's go!)



O filme se ambienta na Cidade do México, durante a década de 1970, e segue Cleo (Yalitza Aparicio), uma empregada e babá que trabalha para uma família de classe média. No percurso de um ano, acontecimentos inesperados afetam as vidas de todos os moradores da casa, coletivamente e individualmente.
(The film is set in Mexico City, during the 1970s, and follows Cleo (Yalitza Aparicio), a housemaid and babysitter that works for a middle-class family. In the course of one year, unexpected things affect the lives of everyone who lives in the house, collectively and individually.)





Estive esperando por esse filme desde que Alfonso Cuarón postou um teaser minimalista de 1 minuto de duração em seu Twitter. E essa expectativa só aumentou quando o filme levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza (onde, no ano passado, o extraordinário “A Forma Da Água”, do também mexicano Guillermo del Toro, levou o mesmo prêmio). Pode-se dizer que “Roma” é um retorno à essência de Cuarón, sendo seu primeiro filme em espanhol desde o excelente “E Sua Mãe Também”, de 2001. Vamos começar pelo roteiro. Escrito pelo próprio Cuarón, o roteiro é bem profundo e realista, e se concentra em retratar a vida em seu aspecto mais puro, das coisas mais triviais, como fazer manobras pra estacionar o carro, aos aspectos mais importantes de uma vida, como o anúncio de uma gravidez. Nesse aspecto, de representar a vida como ela é, posso fazer conexões com 2 filmes bem recentes: o antológico “Boyhood”, de 2014, e o vencedor do Oscar de Melhor Filme, “Moonlight”, de 2016. A história do filme não possui um arco que tem início, meio e fim, é um roteiro que explora a rotina daquela família, bem no estilo de um documentário mesmo. Então, se você é mais ligado nos blockbusters, é bem provável que você ache “Roma” entediante. Mas se você gosta de filmes mais artísticos, no estilo de “Boyhood” e “Moonlight”, eu garanto que “Roma” não será um desperdício do seu precioso tempo. É poderoso, honesto, emocionante, e muito, muito realista.
(I've been waiting for this film since Alfonso Cuarón posted a minimalist 1-minute teaser in his Twitter page. And that hype only got higher when it took home the Golden Lion in the Venice Film Festival (where, last year, the extraordinary “The Shape of Water”, directed by the also Mexican Guillermo del Toro, won the same prize). It can be said that “Roma” is a return to Cuarón's essence, with this being his first film in Spanish since the excellent “Y Tú Mamá También”, in 2001. Let's start with the script. Written by Cuarón himself, the script is really profound and realistic, and focuses in portraying life in its purest form, from the most trivial things, like making maneuvers in order to park a car, to the most important aspects in a life, like the announcement of a pregnancy. In this aspect, of representing life as it is, I can make connections to 2 recent films: the historical “Boyhood”, from 2014, and the Best Picture Oscar-winner, “Moonlight”, from 2016. The story does not have an arc with a beginning, a middle and an ending, it's a script that explores the everyday routine of that family, as if there was a documentary team following their every move. So, if you're more of a blockbuster person, it's highly likely you'll find “Roma” to be boring. But if you enjoy more artistic films, in the vein of “Boyhood” and “Moonlight”, I guarantee that “Roma” will not be a waste of your precious time. It's powerful, honest, emotional, and very, very realistic.)



Indo para as atuações, temos algo bem legal aqui. Assim como acontece com o roteiro, todas as atuações parecem vir de pessoas reais, do dia-a-dia, e acredito que são essas atuações, combinadas com a história, que levaram o filme a levar o Leão de Ouro. Eu quero destacar aqui o elenco adulto, que, em sua maioria, tem um tempo de desenvolvimento apropriado para seus personagens, como as personagens de Marina de Tavira, Fernando Grediaga e Nancy García. O elenco infantil também trabalha muito bem para aumentar o impacto emocional que a protagonista tem com a família. Mas quem realmente é a estrela do filme é a maravilhosa Yalitza Aparicio, que interpreta Cleo. Em sua atuação de estreia, Aparicio entrega uma performance honesta, crua, emocionante, e que realmente reflete como seria a vida de uma empregada na ambientação do filme. Ela é a personagem com a qual os espectadores mais se importam, nós acompanhamos todo o cotidiano dela, em seus aspectos felizes e tristes, sem nos entediarmos. A atuação de Aparicio em “Roma” está empatada com a de Lady Gaga em “Nasce uma Estrela” como a melhor atuação feminina em um filme de 2018, e não me surpreenderia se ela fosse uma das indicadas ao Oscar de Melhor Atriz. Consigo prever um enorme e promissor futuro para Yalitza Aparicio no mundo do cinema de hoje.
(Onward to the performances, we've got something really cool here. Just like the script, all performances seem to be coming out of real, everyday people, and I believe that those performances, combined with the story, led the film to win the Golden Lion. I'd like to highlight the adult cast, which, in its majority, has an appropriate development time for their characters, as it happens with those portrayed by Marina de Tavira, Fernando Grediaga and Nancy García. The children cast also works really well in order to enhance the emotional impact the protagonist has with the family. But the real star of the film is the marvelous Yalitza Aparicio, who plays Cleo. In her feature film debut, Aparicio delivers an honest, raw and thrilling performance, which really reflects on how would be a maid's life in the film's setting. She is the character the viewers most care about, we follow all of her everyday routine, in its happy and sad aspects, without getting bored. Aparicio's performance in “Roma” is tied with Lady Gaga's in “A Star is Born” as the best female performance in a motion picture of 2018, and I wouldn't be surprised if she ends up being one of the nominees to the Oscar for Best Actress. I can predict a huge and promising future for Yalitza Aparicio in today's movie world.)



Se Yalitza Aparicio é a estrela, Alfonso Cuarón é o MVP (Jogador Mais Valioso) de “Roma”. Além de ser o roteirista e diretor, Cuarón também é o diretor de fotografia e o editor do filme. Com seu trabalho na fotografia, ele consegue acompanhar o cotidiano da família de modo bem intimista e pessoal, com a edição e a edição de som tornando tudo bem mais imersivo. Há tomadas contínuas em horizontal dignas de serem confundidas com as de Emmanuel Lubezki aqui. Por exemplo, tem uma cena que é ambientada em um lugar silencioso, e depois é mostrada uma manifestação pela janela desse lugar, e, do nada, esses dois mundos se encontram. Chega à esse nível de genialidade. Eu fiquei realmente frustrado porque “Roma” não parece ser um filme pertencente à Netflix, parece ser um filme no radar das cerimônias de premiação (e está), e que merecia ser exibido em uma tela apropriada. O filme é um triunfo artístico, esteticamente e narrativamente, e sinceramente acho que a Netflix deveria ter considerado em lançar “Roma” nos cinemas, simultaneamente com o streaming. É realmente frustrante quando você vê que o filme é apropriado para o cinema, mas não há nenhuma chance de vê-lo naquela telona enorme, o que foi a mesma coisa que aconteceu com “The Ballad of Buster Scruggs”, dos Irmãos Coen, também da Netflix.
(If Yalitza Aparicio is the star, Alfonso Cuarón is the MVP (Most Valuable Player) in “Roma”. Besides writing and directing, Cuarón also is the director of photograhy and the editor of the film. With his work in the cinematography department, he manages to follow the everyday routine of the family in an intimate and personal way, with the editing and sound editing making everything way more immersive. There are continuous horizontal shots here worth of being mistaken with Emmanuel Lubezki's work. For an example, there's a scene set in a quiet place, and then a protest is shown from the window of that place, and, suddenly, those two worlds meet. It comes to that level of genius. I got really frustrated because “Roma” doesn't look like a movie belonging to Netflix, it looks like a movie on the award shows radar (which it is), and that deserved to be shown on an appropriate screen. The film is an artistic triumph, aesthetically and narratively, and I honestly think that Netflix should've considered releasing “Roma” in theaters, simultaneously with the streaming service. It's really frustrating when you see that a movie is appropriate for a theater, but there's no chance you'll get to see it in that huge screen, which was the same thing that happened with “The Ballad of Buster Scruggs”, from the Coen brothers, also from Netflix.)



Resumindo, “Roma” é um retrato artístico da vida em seu aspecto mais puro, lidando de forma intimista e pessoal com o cotidiano de uma família em tempos de tormenta, e que merecia ter um tratamento melhor por parte da Netflix.

Nota: 9,5 de 10!!

Então, é isso pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Roma” is an artistic portrait of life in its purest form, dealing with a family's everyday routine during troubled times, in an intimate and personal way, and that deserved to have a better treatment from Netflix.

I give it a 9,5 out of 10!!

So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Doctor Who - 11a Temporada: um ponto de partida perfeito para Whovians em potencial (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, e como a temporada mais recente de Doctor Who, minha série favorita, acabou de ser transmitida, venho aqui fazer uma análise da temporada como um todo e como ela pode ter moldado essa nova era do histórico programa. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and as the most recent season of Doctor Who, my favorite show, just ended being broadcast, I come here to write an analysis on the season as a whole and how it may have shaped this new era of the groundbreaking show. Let's go!)



Então, recapitulando, Doctor Who conta a história do Doutor (interpretado nessa temporada por Jodie Whittaker), um alienígena conhecido como um Senhor do Tempo de um planeta chamado Gallifrey que viaja pelo tempo e espaço em uma máquina do tempo disfarçada de cabine telefônica policial, a TARDIS (Time and Relative Dimensions in Space), achando problemas e os resolvendo com a ajuda de seus fiéis acompanhantes, se regenerando quando está gravemente ferido ou perto de morrer, sendo capaz de mudar radicalmente seu visual.
(So, let's recap, Doctor Who tells the story of the Doctor (played in this season by Jodie Whittaker), an alien known as a Time Lord from a planet called Gallifrey, who travels through space and time in a time machine disguised as a police telephone box, the TARDIS (Time and Relative Dimensions in Space), finding problems and overcoming them with the aid of his (or her) faithful companions, regenerating him/herself when badly hurt or near death, being capable of radically changing his/her looks.)



Ok, vamos começar pelos prós. Quando Jodie Whittaker, uma mulher, foi anunciada como a próxima encarnação de um personagem que, até a época do anúncio, era interpretado por homens, me senti duvidoso sobre se iria dar certo ou não, pois querendo ou não, é uma grande mudança, e mudança é o tema principal da série em geral. Mas graças a Deus, eu estava errado. Whittaker, mais conhecida por seu papel dramático como uma mãe enlutada em “Broadchurch”, consegue transmitir, em sua versão do protagonista, uma energia bem similar à de David Tennant e Matt Smith, além de uma quantidade grande de confiança, trazendo um humor mais agradável a toda a família, ao oposto do humor sarcástico de Peter Capaldi, e uma personagem modelo na qual garotas fãs de Doctor Who podem se inspirar. Nessa temporada, temos 3 acompanhantes: Graham (Bradley Walsh), Ryan (Tosin Cole) e Yaz (Mandip Gill), e cada um possui um desenvolvimento diferente. Os personagens com um desenvolvimento mais profundo são Graham e Ryan, cuja conexão só vai crescendo devido à um evento no primeiro episódio da temporada. Yaz, infelizmente, não possui o mesmo desenvolvimento, dedicando apenas 2 episódios para sabermos mais um pouco de seu passado e de sua família. Mas as atuações dos 3 são fantásticas: Bradley Walsh entrega uma das performances mais emocionantes de acompanhantes de DW que eu já vi; Tosin Cole consegue transmitir confiança em seu personagem, que sofre de dispraxia; e Mandip Gill injeta mais uma dose de girl power nessa nova era do programa.
Além do quarteto principal, temos os atores convidados, os quais eu destaco Alan Cumming (do episódio “The Witchfinders”), Vinette Robinson (do episódio “Rosa”), Julie Hesmondhalgh (do episódio “Kerblam!”) e Mark Addy (do episódio “The Battle of Ranskoor Av Kolos), que conseguem, mesmo com seus personagens presentes apenas em um episódio, desenvolver um arco bem colocado com o roteiro que eles são dados.
(Okay, let's start with the pros. When Jodie Whittaker, a woman, was announced as the next incarnation of a character that, at the time of the announcement, was played by men, I felt doubtful in whether it would work or not, because it is a big change, and changing is what the show is mainly about. But, thank God, I was wrong. Whittaker, best known for her dramatic role as a grieving mother in “Broadchurch”, manages to transmit, in her version of the main character, an energy similar to the ones in David Tennant's and Matt Smith's versions, along with a great amount of confidence, delivering family friendly humor, in contrast to Peter Capaldi's sarcastic sense of humor, and a role model in which female Whovians can look up to. In this season, we have 3 companions: Graham (Bradley Walsh), Ryan (Tosin Cole) and Yaz (Mandip Gill), and each one has a different development. The ones with a deeper character development are Graham and Ryan, with their connection growing stronger due to an event in the first episode of the season. Yaz, unfortunately, does not have the same development, with only 2 episodes dedicated to explore her past and family. But the performances of the 3 are amazing: Bradley Walsh delivers one of the most emotional companion performances I've ever seen; Tosin Cole manages to transmit confidence into his character, who suffers from dyspraxia; and Mandip Gill succeeds in injecting an extra dose of girl power in this new era of the show.
Besides the main quartet, we have the guest actors, of which I'd like to highlight Alan Cumming (from the episode “The Witchfinders”), Vinette Robinson (from the episode “Rosa”), Julie Hesmondhalgh (from the episode “Kerblam!”) and Mark Addy (from the episode “The Battle of Ranskoor Av Kolos), who, even if their characters are only present for one episode, manage to develop a well-told story arc with the script they're given.)



Outro destaque dessa temporada em particular é o visual. Com a empresa de efeitos visuais mudando para a Double Negative (que fez os efeitos vencedores do Oscar de “Blade Runner 2049”), o visual de Doctor Who sofre uma mudança radical, trabalhando com lentes anamórficas, para deixar o programa com um toque cinematográfico, e com efeitos visuais de primeira linha, que dão uma surra nos efeitos das primeiras temporadas, em termos de qualidade. Outro aspecto que melhora o visual da série é a direção de arte, com figurinos muito bons, épocas maravilhosamente recriadas, uma nova abertura para o programa, e uma TARDIS mais minimalista, se comparada com a última de Matt Smith e a de Peter Capaldi, que são preenchidas por conteúdo.
(Another highlight of this particular season is the new look of it. With the special effects company switching over to Double Negative (that did the Oscar-winning visual effects of “Blade Runner 2049”), the visuals of Doctor Who suffer a radical change, working with anamorphic lenses, in order to give a cinematic touch to it, and with top-notch visual effects, which, in terms of quality, beat up the effects from the first seasons of it. Another aspect that enhances the visuals of the series is the art direction, with very good costume design, time periods wonderfully recreated, a new opening title to the show, and a more minimalist TARDIS, if compared to Matt Smith's last one and Peter Capaldi's one, which are filled with content.)



Agora, vamos ao único ponto fraco da temporada: alguns de seus roteiros, em especial, os escritos por Chris Chibnall, novo showrunner de Doctor Who. Devo dizer que os episódios roteirizados por roteiristas convidados, como “Rosa” (escrito por Malorie Blackman), “Demons of the Punjab” (escrito por Vinay Patel) e “The Witchfinders” (escrito por Joy Wilkinson) ficaram bem melhores do que “Arachnids in the UK” e “The Tsuranga Conundrum”, ambos escritos por Chibnall, que pra mim, são os dois episódios mais fracos dessa temporada. Fãs de longa data de Doctor Who podem ter se sentido incomodados pela simplicidade de seus roteiros, pelo tom introdutório que Chibnall deseja dar à temporada, com o objetivo de atrair Whovians em potencial. Eu mesmo senti falta de um arco que se prolonga pela temporada, no estilo das temporadas de Peter Capaldi, pois esse tipo de dispositivo permite ao programa ter um senso de continuidade, e essa temporada parece ter um elo de conexão apenas, que é mencionado em todos os 10 episódios. Outro aspecto em que os roteiros dessa temporada de Doctor Who não trabalham muito bem são os vilões, e o maior problema é que quase todos são promovidos como “as criaturas mais perigosas” que o Doutor irá enfrentar, sendo que no final, os problemas que eles causaram são facilmente resolvidos. Pode até ser outra ação para manter esse tom introdutório para atrair aspirantes a Whovians, mas os fãs de longa data não conseguem sentir nada além de saudade de vilões clássicos como os Daleks e os Cybermen. Uma coisa boa dessa temporada é que não é preciso ter um conhecimento específico de temporadas anteriores para entender os episódios, dando ainda mais facilidade para quem deseja assistir, mas os roteiros ainda guardam breves, mas memoráveis referências à encarnações anteriores do Doutor, e nostalgia em uma série sobre viagem no tempo é sempre uma coisa boa.
Mas também há bons roteiros nessa temporada, em especial “Rosa” e “Demons of the Punjab”, que fazem algo que eu nunca vi em Doctor Who: eles, brevemente, te fazem esquecer que você está assistindo à um programa de ficção-científica, devido ao realismo e ao aspecto histórico dado ao episódio. Esses dois episódios são, de longe, os melhores da temporada, e espero que Malorie Blackman e Vinay Patel tenham chances de roteirizar episódios futuros da série.
Resumindo, Chris Chibnall não é um Steven Moffat na arte de roteirizar Doctor Who, mas ele tem potencial para melhorar, e muito.
(Now, let's get to the only weak thing about the season: some of its scripts, especially those written by Chris Chibnall, the new showrunner of Doctor Who. I must say that the episodes written by guest writers, like “Rosa” (written by Malorie Blackman), “Demons of the Punjab” (written by Vinay Patel) and “The Witchfinders” (written by Joy Wilkinson) were way better than “Arachnids in the UK” and “The Tsuranga Conundrum”, both written by Chibnall, which, to me, were this season's weakest episodes. Long-term fans of Doctor Who may have felt bothered by the simplicity of its scripts, due to the introductory tone Chibnall established this season with, in order to lure potential Whovians into watching the show. I, myself, missed a prolonged season story arc, in the style of Peter Capaldi's seasons, as this device gives the show a sense of continuity, and this season seems to be connected by only one event mentioned in all 10 episodes. Another aspect in which this season's scripts does not work well is with its villains, and the bigger problem is they're promoted as the “most dangerous creatures” the Doctor will ever face, and in the end, the troubles they made are easily solved. It might be another action to maintain that introductory tone, but long-term fans can' help but miss classic Who villains like the Daleks and the Cybermen. One good thing about this season is that the viewer is not obliged to have specific knowledge of previous seasons in order to understand these episodes, making it even more easy for those who wish to start watching it, but the scripts manage to make brief, yet memorable references to previous incarnations of the Doctor, and nostalgia in a show about time travel is always good.
But, don't get me wrong, there are some good scripts in this season, especially “Rosa” and “Demons of the Punjab”, which manage to do something I've never seen on Doctor Who: they, briefly, make us forget we're watching a sci-fi show, due to the realism and historical aspect given to the episode. These two episodes are, by far, the best ones in the season, and I hope Malorie Blackman and Vinay Patel have chances to write future episodes in the series.
In a nutshell, Chris Chibnall is no Steven Moffat in the art of writing Doctor Who, but he has potential to get better, lots of it.)



Como essa análise é da temporada como um todo, acho que é justo fazer um ranking de seus episódios. O meu seria:
  1. “Rosa” (episódio 3)
  2. “Demons of the Punjab” (episódio 6)
  3. “The Witchfinders” (episódio 8)
  4. “The Ghost Monument” (episódio 2)
  5. “It Takes You Away” (episódio 9)
  6. “The Woman Who Fell To Earth” (episódio 1)
  7. “Kerblam!” (episódio 7)
  8. “The Battle of Ranskoor Av Kolos” (episódio 10)
  9. “Arachnids in the UK” (episódio 4)
  10. “The Tsuranga Conundrum” (episódio 5)

(As this analysis is about the season as a whole, I think it's fair to rank its episodes. My ranking would be:
  1. “Rosa” (episode 3)
  2. “Demons of the Punjab” (episode 6)
  3. “The Witchfinders” (episode 8)
  4. “The Ghost Monument” (episode 2)
  5. “It Takes You Away” (episode 9)
  6. “The Woman Who Fell To Earth” (episode 1)
  7. “Kerblam!” (episode 7)
  8. “The Battle of Ranskoor Av Kolos” (episode 10)
  9. “Arachnids in the UK” (episode 4)
  10. “The Tsuranga Conundrum” (episode 5))


Resumindo, a décima-primeira temporada de Doctor Who tem um elenco fantástico, um visual de tirar o fôlego e os roteiros podem parecer simples para os Whovians de longa-data, mas é um ponto de partida perfeito para quem quer adentrar nessa obra magnífica de ficção-científica!

Nota: 9,0 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, the eleventh season of Doctor Who has a fantastic cast, breathtaking visuals and its scripts may seem simple to long term Whovians, but it is a perfect starting point to those wishing to dive into this magnificent work in science fiction!

I give it a 9 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A Trilogia Musical de John Carney: uma série de filmes pra assistir e se sentir bem com a vida (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, e venho aqui falar para vocês de uma trilogia de filmes não-oficial pouco conhecida pelo público em geral. Há trilogias cujos filmes são conectados pelo enredo, como “O Senhor dos Anéis” e “Toy Story”, mas também há trilogias com filmes conectados pelo tema, como a Trilogia da Vingança de Park Chan-wook, e a trilogia em questão aqui. Então sem mais delongas, vamos falar sobre a maravilhosa “Trilogia Musical de John Carney”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I am back, and I come here to tell you about a non-official film trilogy which is lesser known by the general public. There are trilogies containing films connected by their plot, like “The Lord of the Rings” and “Toy Story”, but there are also trilogies containing films connected by their theme, like Park Chan-wook's Vengeance Trilogy, and the trilogy I'm going to discuss here. So, without further ado, let's talk about the wonderful “John Carney's Musical Trilogy”. Let's go!)



Pra quem não sabe, o John Carney é um diretor irlandês, especializado em fazer filmes independentes de orçamento baixo. Os 3 filmes que compõem a trilogia são os mais famosos dele. Eles são:
  • Apenas uma Vez (2006) (Vencedor do Oscar de Melhor Canção Original)
  • Mesmo Se Nada Der Certo (2013) (Indicado ao Oscar de Melhor Canção Original)
  • Sing Street: Música e Sonho (2016) (Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical)
A conexão entre eles? Todos os 3 são musicais originais que focam em aspirantes a músicos com ambições grandes. Se não fosse por um detalhezinho em Mesmo Se Nada Der Certo, todos os filmes teriam mais uma conexão: a de serem ambientados em Dublin, a cidade-natal do diretor (Mesmo Se Nada Der Certo é ambientado em Nova York).
Nessa postagem, irei fazer um ranking analisando cada um dos filmes em 4 aspectos:
  • Enredo
  • Atuações
  • Aspectos Técnicos
  • Trilha Sonora
Então, vamos lá!
(To those who don't know, John Carney is an Irish director, who has a knack for making low-budget indie films. The 3 films that compose the trilogy are his most famous ones. They are:
  • Once (2006) (Won the Oscar for Best Original Song)
  • Begin Again (2013) (Nominated for the Oscar for Best Original Song)
  • Sing Street (2016) (Nominated for the Golden Globe for Best Motion Picture – Musical or Comedy)
Their connection? All three are original musicals that focus on aspiring musicians with big ambitions. If it wasn't for one tiny detail in Begin Again, all the films would have another connection: being set in Dublin, the director's hometown (Begin Again is set in New York City).
In this post, I'll be ranking the trilogy and analyzing the films in 4 aspects:
  • Plot
  • Performances
  • Technical Aspects
  • Soundtrack
So, let's go!)



3 – MESMO SE NADA DER CERTO (2013)
(3 – BEGIN AGAIN (2013))
O segundo filme da trilogia não é só o que possui o maior orçamento entre os 3, mas também é o único que não é ambientado em Dublin. Vamos por partes:
  • Enredo: Pode-se dizer que o enredo desse filme é o mais maduro da trilogia, e concentra em uma aspirante a musicista, incorporada em Gretta (Keira Knightley), mas também põe o foco na relação entre músico e produtor, nesse caso, entre Gretta e Dan (Mark Ruffalo), o que o roteiro de Carney consegue fazer de uma forma convincente. Outra coisa que o filme também consegue fazer muito bem é interpretar a mesma cena sobre outro ponto de vista, o que é, pra mim, um recurso brilhante, especialmente nesse gênero. Há alguns personagens bem forçados nesse filme, mas necessários para o enredo se desenvolver, e eu consideraria isso como um pequeno deslize, mas nada que estrague a história como um todo.
  • Atuações: Mesmo Se Nada Der Certo pode ser o último filme nessa lista, mas o seu elenco possui nomes renomados pela crítica e pelas cerimônias de premiação. Mark Ruffalo, Keira Knightley, Hailee Steinfeld e Catherine Keener compõem o elenco principal, com James Corden, Mos Def, Cee Lo Green e Adam Levine interpretando papéis coadjuvantes. Os membros do elenco principal (em especial Ruffalo e Knightley) possuem mais tempo de tela, e, por consequência, brilham mais, mas os coadjuvantes, em especial Corden e Levine, possuem um tempo generoso no holofote. Lembram dos personagens forçados mas necessários? O personagem de Adam Levine é o perfeito exemplo disso. Ele é necessário para o desenvolvimento do enredo, mas nós, como espectadores, não damos a mínima para o personagem dele, e mesmo para um coadjuvante, isso não é considerado uma coisa boa.
  • Aspectos técnicos: O fato do orçamento ser mais alto também reflete na qualidade técnica do filme. A fotografia é muito bem trabalhada, há um uso de edição bem eficiente e preciso, e tem até uma cena crível usando computação gráfica, o que é muito legal.
  • Trilha sonora: O verdadeiro destaque do filme, a trilha sonora conta com canções originais de John Carney, Glen Hansard, Gregg Alexander e Alexander Lashley, e é cada uma melhor do que a outra. E quem brilha cantando aqui é Keira Knightley, cuja voz decola em canções como “Coming Up Roses” e “A Step You Can't Take Back”. A indicada ao Oscar “Lost Stars” possui duas versões: uma cantada por Knightley e outra por Adam Levine. Eu considero a de Knightley melhor, pelo fato de ser acústica e pela naturalidade da voz da atriz, o que pra mim, é tudo em uma música. Outros destaques ficam com “Like a Fool” e “Tell Me When You Wanna Go Home”, que são altamente cativantes.
Resumindo, “Mesmo Se Nada Der Certo” difere um pouco da essência da trilogia, mas é um ótimo filme com atuações competentes de seu elenco estelar e com uma trilha sonora pra lá de viciante.
(The second film in the trilogy is not just the one that has the largest budget, but it's also the only one not set in Dublin. Let's do this by parts:
  • Plot: It can be said that this film's plot is the most mature one in the trilogy, and it focuses on an aspiring musician, embodied in Gretta (Keira Knightley), but it also shines the spotlight in the relationship between musician and producer, in this case, between Gretta and Dan (Mark Ruffalo), and Carney's script succeeds in doing that in a convincing way. Another thing in which the movie manages to accomplish is interpreting the same scene under a different point of view, which, for me, is a brilliant resource, especially in this genre. There are some forced but necessary characters in the plot development, and I'd consider that as a minor misstep, but nothing that ruins the story as a whole.
  • Performances: Begin Again may be the third film on this ranking, but its cast is composed by names which are renowned by critics and award ceremonies. Mark Ruffalo, Keira Knightley, Hailee Steinfeld and Catherine Keener are the main cast members, while James Corden, Mos Def, Cee Lo Green and Adam Levine play supporting roles. The main cast (especially Ruffalo and Knightley) get the largest amount of screen time, and consequently, shine more, but the supporting ones, mainly Corden and Levine, get some generous screen time as well. Remember the forced but necessary characters? Adam Levine's character is the perfect example of that. He's necessary for the plot to develop, yet we, as viewers, don't give a damn about him, and even for a supporting character, that's not considered to be a good thing.
  • Technical aspects: The fact that this film has the bigger budget of all three reflects in the technical qualities of it. The cinematography is well done, there's an efficient and precise editing use, and a believable CGI scene, which is really cool.
  • Soundtrack: The real highlight of the film, the soundtrack is composed by original songs written by John Carney, Glen Hansard, Gregg Alexander and Alexander Lashley, and each one is better than the last. And who shines in these songs is Keira Knightley, whose voice soars in tracks like “Coming Up Roses” and “A Step You Can't Take Back”. The Oscar-nominated “Lost Stars” has two versions: one sung by Knightley and the other one sung by Adam Levine. I consider Knightley's version to be the best, because of its acoustic tone and the natural range of the actress's voice, and that, for me, is everything in a song. Other highlights are “Like a Fool” and “Tell Me When You Wanna Go Home”, which are highly captivating.
In a nutshell, “Begin Again” differs a little from the trilogy's essence, but it's a great film with competent performances by its stellar cast and with a hell of an addictive soundtrack.)





2 – APENAS UMA VEZ (2006)
(2 – ONCE (2006))
Em segundo lugar, está o filme que começou tudo.
  • Enredo: O enredo de Apenas uma Vez é o mais minimalista dos 3, com uma história bem contida em um cenário bem limitado. Ele se concentra na conexão nada romântica entre dois músicos (Glen Hansard e Markéta Irglová) e na paixão dos dois pela música que eles compõem. O roteiro de menos de 70 páginas não sofre de exageros e coisas desnecessárias, e consegue entregar uma história cativante movida pela emocionante trilha sonora composta por Hansard e Irglová.
  • Atuações: Glen Hansard e Markéta Irglová brilham como dois músicos sem nome, e, mesmo não sendo experientes no quesito atuação, entregam performances honestas e dignas de prêmios, pois eles estão fazendo o que eles fazem de melhor, que é compor e performar músicas, e isso precisa ser reconhecido.
  • Aspectos técnicos: Com um orçamento minúsculo de 150 mil dólares, o normal é pensar que Apenas Uma Vez é tecnicamente tosco. É aí que o espectador se engana. Usando duas câmeras de mão, Carney faz enquadramentos e cenas bem parecidas com as de um documentário, o que dá um tom bem mais visceral e realista ao que está acontecendo na tela. Todo zoom, corte e tomada contínua é friamente calculada para atingir esse tom, e eu achei essa técnica brilhante por parte do diretor e do diretor de fotografia.
  • Trilha sonora: Se a trilha de “Mesmo Se Nada Der Certo” é considerada viciante, a trilha de “Apenas uma Vez” deve ser considerada emocionante. Com praticamente todas as músicas sendo compostas por Hansard e Irglová, a trilha sonora movimenta o enredo de maneira magistral, com cada cena musical derramando e levando à tona os sentimentos e emoções passando pela cabeça de quem está cantando. Canções que provam isso são “When Your Mind's Made Up”, “The Hill”, “Say it to Me Now” e a vencedora do Oscar “Falling Slowly”, que pode muito bem ser a música mais emocionante que eu já ouvi, e que dispensa apresentações. Ou seja, a trilha sonora de “Apenas uma Vez” é o enredo resumido em canções, e é totalmente fantástica.
Resumindo, “Apenas Uma Vez” começa a trilogia em escala pequena, mas compensa com uma trilha sonora grandiosa composta por dois artistas que deveriam receber mais da sua atenção.
(In second place, we've got the film that started it all.
  • Plot: The plot of “Once” is the most minimalist of all 3, with a very contained story set in a very limited scenario. It focuses in the not at all romantic connection between two musicians (Glen Hansard and Markéta Irglová) and in the passion shared by the two in the songs they write. The script composed by less than 70 pages doesn't suffer from exaggerations or unnecessary things, and manages to deliver a captivating story propelled by the thrilling soundtrack written and performed by Hansard and Irglová.
  • Performances: Glen Hansard and Markéta Irglová shine as two nameless musicians, and, even if they don't have much experience in acting, they manage to deliver honest and award-worthy performances, as they are doing what they do best, writing and performing songs, and that has to be recognized.
  • Technical aspects: With a microbudget of US$ 150,000, the normal thing to do is think that “Once” is a technically cheesy film. That's where the viewer makes a mistake. Using two handicams, Carney frames scenes and makes them look like they belong in a documentary, giving a much more visceral and realistic tone to what's happening on the screen. Every zoom, cut and prolonged take is coldly calculated in order to achieve that tone, and I found that to be brilliant on part of the director and the director of photography.
  • Soundtrack: If the soundtrack for “Begin Again” is considered addictive, the soundtrack for “Once” must be considered thrilling. With practically every song being composed by Hansard and Irglová, the soundtrack keeps the script going in a masterful way, with every musical scene overflowing with heart and bringing the feelings of the singer into the spotlight. Songs that prove that are “When Your Mind's Made Up”, “The Hill”, “Say It To Me Now” and the Oscar-winning “Falling Slowly”, which may very well be the most emotional song I've ever heard, and it does not need any introduction. Meaning, the soundtrack for “Once” is the plot resumed in song, and it's totally fantastic.
In a nutshell, “Once” starts off the trilogy in a small scale, but it compensates with a great soundtrack composed by two artists that deserve more of your attention.)






E em primeiríssimo lugar:
(And in first place:)

1 – SING STREET: MÚSICA E SONHO (2016)
(1 – SING STREET (2016))
Agora, chegamos ao filme que chamou a minha atenção para o trabalho de John Carney, ou seja, se não fosse por Sing Street, eu não teria conhecido os outros dois filmes.
  • Enredo: Pode-se dizer que o enredo de Sing Street é o mais profundo e poético dos três, já que é um projeto bem pessoal do diretor, quase autobiográfico, que conta a história de um menino irlandês (Ferdia Walsh-Peelo) que forma uma banda para chamar a atenção de uma bela (e mais velha) garota (Lucy Boynton). O roteiro é bem desenvolvido, há uma narrativa grande a ser contada, com várias histórias de fundo por parte de alguns dos personagens, dando ao espectador a capacidade de se identificar com a trama ou com os próprios personagens. Por isso que coloquei Sing Street em primeiro lugar. Pra mim, que ainda sou jovem, os membros da banda são pessoas as quais eu posso me identificar no lugar delas, o que é um tremendo feito por parte do John Carney.
  • Atuações: Eu adoro filmes protagonizados por adolescentes, e Sing Street não é exceção. Temos um elenco juvenil fantástico aqui: Ferdia Walsh-Peelo, Mark McKenna, Lucy Boynton, Ian Kenny, Ben Carolan, Percy Chamburuka, e muito mais, e todos eles brilham no filme. Membros adultos incluem Kelly Thornton, Maria Doyle-Kennedy, Aidan Gillen e Marcella Plunkett, mas quem realmente rouba a cena é Jack Reynor como o irmão do protagonista, entregando uma atuação crua, honesta e digna de prêmios. O elenco de Sing Street pode não ter muitos nomes famosos, mas esbanja talento, simplesmente arrasando em cada cena do filme.
  • Aspectos técnicos: Sing Street é o mais recente dos 3, e é o único ambientado no passado, mais especificamente, na década de 1980. E as qualidades técnicas do filme conseguem refletir essa época, em especial nos cenários, nos figurinos e na maquiagem. É um filme que, mesmo sendo mais recente, e mais tecnologicamente avançado, consegue manter a veia característica de John Carney pelos filmes independentes, e isso é muito legal.
  • Trilha sonora: Já vou logo dizendo que a trilha sonora de Sing Street não é inteiramente original como as de “Apenas uma Vez” e “Mesmo Se Nada Der Certo”, mas que é tão boa quanto. Acredito que a estratégia de Carney ao bolar essa trilha sonora em específico foi colocar as músicas que serviriam de inspiração para as músicas originais antes, para que o ouvinte pudesse fazer a ligação entre as duas músicas. As canções originais de Sing Street são simplesmente sensacionais, e tem tanto melodias animadas (“Drive It Like You Stole It”) quanto melodias mais lentas (“To Find You”). Há músicas que esbanjam rebeldia (“Brown Shoes”), que homenageiam clássicos dos anos 80 (“The Riddle of the Model”) e baladas apaixonantes (“Up” e “A Beautiful Sea”). Seria injusto escolher uma favorita, mas acredito que a minha seria “A Beautiful Sea”, que serviu como inspiração “Inbetween Days”, do The Cure, e eu adoro The Cure, então, é. A única injustiça é que Sing Street foi o único filme da trilogia a não ser indicado ao Oscar de Melhor Canção Original e é triste, pois vejo várias músicas aqui que poderiam ser facilmente indicadas. Mesmo sem a indicação, a trilha sonora de Sing Street é simplesmente sensacional, contando com clássicos da época e músicas originais dignas de estarem nas playlists dos ouvintes.
Resumindo, Sing Street é um filme feel-good (pra se sentir bem com a vida) com um enredo altamente identificável, um elenco que esbanja talento e uma trilha sonora que homenageia os clássicos da época.
(Now, we get to the movie that caught my attention to John Carney's work, meaning, if it wasn't for Sing Street, I wouldn't have known anything about the other two films.
  • Plot: It can be said that the plot for Sing Street is the most profound and poetic of all 3, as it is a more personal, almost autobiographical project to the director, which tells the story of an Irish boy (Ferdia Walsh-Peelo) who puts a band together in order to impress a beautiful (older) girl (Lucy Boynton). The script is well-developed, there's a big narrative to be told, with several backstories for some of the characters, giving the viewer the capacity for himself to identify with the plot or with the characters. That's why I put Sing Street in first place. To me, as I'm still young, the band members are people I'd easily identify myself with, which is a tremendous fulfillment for John Carney.
  • Performances: I love movies whose main characters are teenagers, and Sing Street is no exception. We have a wonderful young cast here: Ferdia Walsh-Peelo, Mark McKenna, Lucy Boynton, Ian Kenny, Ben Carolan, Percy Chamburuka, and so much more, and they all shine in the movie. Adult cast members include Kelly Thornton, Maria Doyle-Kennedy, Aidan Gillen and Marcella Plunkett, but who really steals the scene is Jack Reynor as the protagonist's older brother, delivering a raw, honest, award-worthy performance. The cast of Sing Street may not include very famous names, but it overflows with talent, simply astonishing the viewer in every scene.
  • Technical aspects: Sing Street is the most recent one of all 3, and it is the only one set in the past, most specifically, in the 1980s. And the film's technical qualities manage to reflect the time in which it is set, especially in its scenarios, costumes and make-up. It's a movie that, even though it's the most recent, and technologically advanced, succeeds in maintaining John Carney's characteristic independent vein, which is really cool.
  • Soundtrack: I'll begin this by saying that the soundtrack for Sing Street is not entirely original like the ones for “Once” and “Begin Again”, but it's just as good as those. I believe that Carney's strategy in making this soundtrack was that he put songs that served as an inspiration to the original songs before them, for the listener to connect the two songs. The original songs in “Sing Street” are simply sensational, and there are pumped-up tracks (Drive It Like You Stole It) and slower tracks (To Find You). There are songs that overflow a rebellious spirit (Brown Shoes), that serve as an homage to the 80s classics (The Riddle of the Model), and there are thrilling love songs (“Up” and “A Beautiful Sea”). It would be unfair to pick a favorite, but I believe mine would be “A Beautiful Sea”, which was inspired by “Inbetween Days”, by The Cure, and I love The Cure, so, yeah. The only unfair thing about it is that Sing Street is the only film in the trilogy that wasn't nominated for the Oscar for Best Original Song, which is sad, because I could easily see some of these songs being nominated. Even without the nomination, the soundtrack for Sing Street is simply sensational, counting with classics of that time and original songs worthy of being in the listeners' playlists.
In a nutshell, “Sing Street” is a feel-good movie with a highly identifiable script, a cast overflowing with talent, and a soundtrack that homages the classics of the time in which it's set.)






Resumindo, a “Trilogia Musical de John Carney” é uma série de filmes feel-good com escalas pequenas e ambições grandes, que conquistam os corações dos espectadores com seus enredos emocionantes e trilhas sonoras maravilhosas!

Nota: 10 de 10!!

Então, é isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “John Carney's Musical Trilogy” is a series of feel-good movies with small scales and big ambitions, which conquer the viewers' hearts with their thrilling plots and wonderful soundtracks!

I give it a 10 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)