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E aí, galerinha de
cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho falar para vocês
sobre algo que não analiso muito, pois não é o foco do blog, mas
que vale a pena, pelo seu aspecto inovador, tanto nos visuais, quanto
no modo de contar histórias, os quais parecem muito similares ao
cinema. Então, vamos falar sobre o game que poderia quebrar a
maldição das adaptações cinematográficas de videogames, que
também é uma das melhores experiências que tive esse ano. Vamos
falar sobre The Last of Us. Vamos lá!
(What's up, film buffs!
João Pedro here, and I come to discuss with you on something I don't
analyze that much, as it is not what the blog is all about, but that
it's worth it, due to its innovating aspect, both in the visuals and
storytelling, which are quite similar to the way movies are made.
So, let's talk about
the game that could break the curse of the videogame movie
adaptations, which is also one of the best experiences I've had this
year. Let's talk about The Last of Us. Let's go!)
The Last of Us é um
videogame exclusivo para os sistemas Playstation desenvolvido pela
Naughty Dog (conhecida pela franquia Uncharted) que se ambienta em
2033, aproximadamente, com uma infecção baseada no fungo Cordyceps
se alastrando pelo mundo, transformando qualquer um que se conectar
com o fungo em infectados altamente agressivos e brutais. Nesse
mundo, controlamos Joel (interpretado por Troy Baker), um homem
assombrado por um trauma em seu passado, que recebe a tarefa de
transportar Ellie (interpretada por Ashley Johnson), uma garota imune
à infecção, até o laboratório dos Vaga-lumes, uma milícia
anti-governamental que se concentra em encontrar uma cura para a
infecção, para que uma vacina possa ser extraída.
(The Last of Us is a
Playstation exclusive videogame developed by Naughty Dog (known for
the Uncharted franchise) set in 2033, approximately, with an
infection based on the Cordyceps fungus spreading through the globe,
turning anyone who bonds with it into highly brutal and aggressive
infected creatures. In this world, we take control of Joel (played by
Troy Baker), a man haunted by a trauma of his past, who receives the
task of transporting Ellie (played by Ashley Johnson), a girl who's
immune to the infection, to the lab of the Fireflies, an
anti-government militia which focuses on finding a cure to the
infection, so that a vaccine can be extracted.)
Só pra começar, eu
nunca fui muito fã de videogames. Acho que o único game que zerei
sem precisar de ajuda foi Life is Strange. Lembro da primeira vez que
ouvi falar de The Last of Us. Foi quando Logan lançou, e vários dos
fãs do jogo disseram que Logan é “o filme de The Last of Us que
nós nunca tivemos”. E desde então, passei um ano com esse sonho
de jogar o game. Um mês atrás, recebi de presente dos meus avós um
PS4, junto com a versão remasterizada de The Last of Us. Eu, é
claro, fiquei muito feliz, e comecei a jogar na primeira chance que
tive. E fiquei altamente impressionado com o jogo. Mas para
analisá-lo propriamente, vamos dividir essa resenha em segmentos:
- História e personagens
- Performances
- Gráficos
- Jogabilidade
Então, vamos começar.
(Just for starters, I
was never a big videogame fan. I think that the only game I finished
by myself was Life is Strange. I remember the first time I heard
about The Last of Us. It was when Logan was released, and several of
the game's fans said that Logan is “the Last of Us movie that we
never got to see”. And, since then, I spent a year with the dream
of, one day, playing the game. A month ago, I received, as a present
from my grandparents, a PS4, along with the remastered version of The
Last of Us. I, of course, got really happy, and started playing it in
the first chance I got. And I became highly impressed with it. But,
to analyze it properly, let's split this review in segments:
- Story and characters
- Performances
- Graphics
- Gameplay
So, let's begin.)
A começar pela
história, a trama de “homem velho é atarefado de levar garota,
que é a esperança para a humanidade, para um refúgio”, usada em
filmes como “Filhos da Esperança”, do qual Neil Druckmann,
roteirista e diretor criativo do jogo, usou como inspiração para
bolar a história de The Last of Us, ganha uma nova versão aqui. É
uma história que não foca no apocalipse que está acontecendo no
mundo. É uma história que foca na evolução da conexão entre Joel
e Ellie, e nisso o roteirista acertou em cheio. Nós vemos,
primeiramente, Joel tratando Ellie como uma simples carga, com ela se
sentindo insegura sobre tudo isso; depois Ellie mostra que consegue
defender a si própria e a Joel, o que o leva a ensiná-la a como
usar uma arma, e por aí vai. The Last of Us tem uma história que
possui uma quantidade alta de tensão, mas são nos momentos de
“calma antes da tempestade” em que o relacionamento entre os 2
protagonistas tem a chance de evoluir. São momentos singelos,
poéticos e emocionantes que podem arrancar lágrimas de qualquer um.
Além de Joel e Ellie, há vários outros personagens que os dois
encontram ao longo da trama com arcos próprios, e todos tem um bom
desenvolvimento, com destaque para Tess, Marlene, Bill e David, esses
sendo alguns dos melhores personagens secundários que eu já vi em
um videogame. Resumindo, The Last of Us é um jogo movido pela sua
história, que por sua vez, é movida pelo relacionamento entre os 2
protagonistas.
(Beginning with the
story, the plot of “old man tasked with taking young girl, who is
the hope for mankind, to a safe haven”, used in movies like
“Children of Men”, from which Neil Druckmann, writer and creative
director of the game, took inspiration to come up with The Last of
Us, gets a whole new version here. It's a story that does not focus
on the apocalypse that's spreading in the world. It's a story that
focuses in the evolution of the connection between Joel and Ellie,
and in that aspect, the writer nailed it. We see, firstly, Joel
treating Ellie like some kind of cargo, with her feeling insecure
about all this; then Ellie shows she can defend herself and Joel,
which leads him to teach her how to use a gun, and so it goes. The
Last of Us has a story that possesses a high quantity of tension, but
it's in the “calm before the storm” moments that the relationship
between the 2 main characters has a chance to evolve. They are
beautiful, poetic and emotional moments, which could make anyone shed
a tear. Besides Joel and Ellie, there are several other characters
the two meet throughout the plot with story arcs of their own, and
they all have a good development, especially Tess, Marlene, Bill, and
David, those being some of the finest secondary characters I've ever
seen in a videogame. In a nutshell, The Last of Us is a game
propelled by its story, which in turn, is propelled by the
relationship between its 2 main characters.)
Indo para as
performances, acho importante ressaltar que, além dos atores
emprestarem suas vozes para os personagens, eles também fizeram a
captura de movimento, algo muito presente nos filmes e videogames
dessa geração, o que deu um tom mais realista e cinematográfico
para as atuações do elenco. Troy Baker, que interpreta Joel, não
parece, visualmente, com seu personagem, mas sua voz carrega uma
tristeza e um pesar de dar dó, e esse é o destaque de sua atuação,
para mim. Ashley Johnson, que interpreta Ellie, é bem mais velha que
sua personagem, mas a atriz consegue trazer um impacto emocional
grande, assim como um senso de humor sarcástico, para o tom do jogo,
em sua atuação. O elenco coadjuvante é composto por Merle
Dandridge (conhecida por seu papel como Alyx Vance em Half-Life 2),
que está muito bem como Marlene; Annie Wersching (conhecida pela
série 24 Horas), que subverte o papel de “mulher indefesa no
apocalipse” como Tess; W. Earl Brown (conhecido pela série
Deadwood), que está ameaçador como Bill; Jeffrey Pierce (conhecido
pela série Castle Rock), que reforça o desenvolvimento de Joel como
Tommy, seu irmão; e Nolan North (conhecido como Nathan Drake na
série Uncharted), que encarna um verdadeiro psicopata como David.
(On our way to the
performances, I think it's important to say that, besides the actors
lending their voices to the characters, they also did the motion
capture, something very present in this generation's movies and
videogames, which gave a more realistic and cinematic tone to the
cast's performances. Troy Baker, who plays Joel, does not, visually,
look like his character, but his voice carries a heavy amount of
sadness and grief, and that is the highlight of his performance for
me. Ashley Johnson, who plays Ellie, is way older than her character,
but the actress manages to bring a grand emotional impact, along with
a sarcastic sense of humor, to the game's tone, in her performance.
The supporting cast is composed by Merle Dandridge (known for her
role as Alyx Vance in Half-Life 2), who is really good as Marlene;
Annie Wersching (known for the TV show 24), who subverts the role of
“helpless woman in the apocalypse” as Tess; W. Earl Brown (known
for the TV show Deadwood), who is threatening as Bill; Jeffrey Pierce
(known for the TV show Castle Rock), who reinforces Joel's
development as Tommy, his brother; and Nolan North (known as Nathan
Drake in the Uncharted series), who incarnates a true psychopath as
David.)
Chegando aos gráficos,
uma coisa é inegável, quando se fala do visual de The Last of Us: é
muito realista, chegando ao ponto do jogador pensar que está vendo
um filme jogável. Os personagens parecem muito com pessoas de
verdade, o realismo nos traços faciais e corporais deles é bem
notável, eles têm uma quantidade perceptível de textura, o que
aguça o trabalho dos atores na captura de movimento. A mesma coisa
pode ser dita sobre o ambiente: é vivo, desolado, realista, escasso,
selvagem e distópico. Há certos momentos que encontramos lugares
infectados pelo fungo, e além de serem bem assustadores, também
possuem uma quantidade inegável de beleza. O visual dos infectados é
de dar arrepios, já que possuem diferentes estágios de infecção,
cada um mais sinistro e perigoso do que o outro. Mas já que uma
imagem vale mais do que mil palavras, vou deixar aqui a cutscene
inicial de The Last of Us:
(Coming up to the
graphics, one thing is undeniable, when talking about the visuals of
The Last of Us: it is really realistic, to the point of the player
thinking he's watching a playable movie. The characters are much
alike real people, the realism in their body and facial traces is
quite noticeable, they have a perceptible quantity of texture, which
heightens the work of the actors in the motion capture department.
The same thing can be said about the environment: it's alive, wasted,
realistic, empty, wild and dystopian. There are certain moments that
we find places infected by the fungus, and besides being very scary,
they also have an undeniable quantity of beauty. The looks of the
infected are quite creepy, as they have different stages of
infection, each one more sinister and dangerous than the other. But
as an image is worth more than a thousand words, I'll leave here the
initial cutscene of The Last of Us:)
E agora, chegamos ao
último segmento de análise: a jogabilidade. Quando começamos o
jogo, temos a chance de escolher em qual dificuldade queremos jogar.
Eu, como não sou experiente em jogos de tiro, escolhi a dificuldade
fácil, e ainda assim, é bem difícil de jogar, pra alguém que não
tem experiência. Há uma grande quantidade de armas que você pode
encontrar ao longo do jogo, que variam de armas bem barulhentas, como
escopetas e espingardas, até as armas mais silenciosas como arco e
flecha. Como o mundo de The Last of Us é bem escasso, não se
encontra uma grande quantidade de suprimentos de uma vez, mas se
acumulados o suficiente, podem dar origem a itens bem úteis, como
kit de primeiros socorros, coquetéis molotov e bombas caseiras. O
jogo também possui um aspecto bem legal do jogador ter a chance de
aprimorar suas armas, por meio de ferramentas e engrenagens
encontradas ao longo do jogo. Os infectados possuem suas
peculiaridades e dificuldades de serem derrotados: os estaladores
(segundo estágio da infecção) podem ser derrotados com armas
brancas, como uma faca, ou armas de fogo grandes, como uma escopeta;
os vermes (último estágio) são derrotados com fogo, e por aí vai.
Mas por mais perigosos que sejam os infectados, os vilões mais
difíceis de derrotar são os próprios seres humanos, que, diferente
dos infectados, possuem um certo nível de inteligência, e armas bem
potentes.
Bom, a jogabilidade de
The Last of Us tem suas dificuldades, para quem não possui
experiência, mas para aqueles que a tem, jogar esse tremendo jogo
será um inegável prazer.
(And now, we come to
the last segment of the analysis: the gameplay. When we start the
game, we get the chance of choosing in which difficulty we'd like to
play. I, as a non-expert in shooting games, chose Easy, and yet, it's
quite hard to play, for someone without an experience. There's a
large quantity of weapons you can find throughout the game, which
vary from very noisy ones, like shotguns and assault rifles, to the
very silent ones, like a bow and arrow. As the world, in The Last of
Us, is empty, you can't find a large quantity of supplies at once,
but if the player gathers a respectable amount of them, they can
craft several helpful items, like a first aid kit, Molotov cocktails,
and homemade bombs. The game also has a pretty cool aspect of the
player getting the chance to enhance their weapons, using tools and
gears found throughout the game. The infected have their own
peculiarities and difficulties of being defeated: the Clickers
(second stage in the infection) can be defeated with melee weapons,
like a knife, or large guns, like a shotgun; the Bloaters (the final
stage) are defeated with fire, and so it goes. But even if the
infected are crazy dangerous, the most difficult baddies to defeat
are human beings themselves, who, unlike the infected, have a certain
amount of brains, and pretty powerful weapons.
Well, the gameplay of
The Last of Us has its difficulties, to those who don't have any
experience, but to those who have it, playing this tremendous game
will be an undeniable pleasure.)
Resumindo, The Last of
Us é uma obra-prima. Possui gráficos cinematográficos, atuações
muito competentes de seu elenco, uma jogabilidade adequada para o
conceito do jogo, e uma história digna de pertencer nas telonas. É
o melhor videogame que já joguei, e uma das melhores experiências
que tive esse ano. Um título obrigatório pra quem tem Playstation 3
ou 4!
Nota: 12 de 10!!
Então, é isso,
pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, The
Last of Us is a masterpiece. It has cinematic graphics, very
competent performances by its cast, gameplay that is adequate for the
game's concept, and a story worthy of belonging to the big screen. It
is the greatest videogame I've ever played, and one of the finest
experiences I've had this year. It's a required title to those who
have Playstation consoles (3 or 4)!
I give it a 12 out of
10!!
So, that's it, guys! I
hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
P.S.: Para quem se
interessar em como esse game foi feito, da captura de movimento até
a fantástica trilha sonora de Gustavo Santaolalla, recomendo o
documentário Punitivo, disponível no YouTube em inglês sem
legendas, e na galeria de animações do próprio game, com legendas:
(P.S.: To those
interested in how this game was made, from the motion capture to the
fantastic score from Gustavo Santaolalla, I recommend the documentary
Grounded, available on YouTube and in the cinematics gallery inside
the game:)
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