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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Doctor Who - 11a Temporada: um ponto de partida perfeito para Whovians em potencial (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, e como a temporada mais recente de Doctor Who, minha série favorita, acabou de ser transmitida, venho aqui fazer uma análise da temporada como um todo e como ela pode ter moldado essa nova era do histórico programa. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and as the most recent season of Doctor Who, my favorite show, just ended being broadcast, I come here to write an analysis on the season as a whole and how it may have shaped this new era of the groundbreaking show. Let's go!)



Então, recapitulando, Doctor Who conta a história do Doutor (interpretado nessa temporada por Jodie Whittaker), um alienígena conhecido como um Senhor do Tempo de um planeta chamado Gallifrey que viaja pelo tempo e espaço em uma máquina do tempo disfarçada de cabine telefônica policial, a TARDIS (Time and Relative Dimensions in Space), achando problemas e os resolvendo com a ajuda de seus fiéis acompanhantes, se regenerando quando está gravemente ferido ou perto de morrer, sendo capaz de mudar radicalmente seu visual.
(So, let's recap, Doctor Who tells the story of the Doctor (played in this season by Jodie Whittaker), an alien known as a Time Lord from a planet called Gallifrey, who travels through space and time in a time machine disguised as a police telephone box, the TARDIS (Time and Relative Dimensions in Space), finding problems and overcoming them with the aid of his (or her) faithful companions, regenerating him/herself when badly hurt or near death, being capable of radically changing his/her looks.)



Ok, vamos começar pelos prós. Quando Jodie Whittaker, uma mulher, foi anunciada como a próxima encarnação de um personagem que, até a época do anúncio, era interpretado por homens, me senti duvidoso sobre se iria dar certo ou não, pois querendo ou não, é uma grande mudança, e mudança é o tema principal da série em geral. Mas graças a Deus, eu estava errado. Whittaker, mais conhecida por seu papel dramático como uma mãe enlutada em “Broadchurch”, consegue transmitir, em sua versão do protagonista, uma energia bem similar à de David Tennant e Matt Smith, além de uma quantidade grande de confiança, trazendo um humor mais agradável a toda a família, ao oposto do humor sarcástico de Peter Capaldi, e uma personagem modelo na qual garotas fãs de Doctor Who podem se inspirar. Nessa temporada, temos 3 acompanhantes: Graham (Bradley Walsh), Ryan (Tosin Cole) e Yaz (Mandip Gill), e cada um possui um desenvolvimento diferente. Os personagens com um desenvolvimento mais profundo são Graham e Ryan, cuja conexão só vai crescendo devido à um evento no primeiro episódio da temporada. Yaz, infelizmente, não possui o mesmo desenvolvimento, dedicando apenas 2 episódios para sabermos mais um pouco de seu passado e de sua família. Mas as atuações dos 3 são fantásticas: Bradley Walsh entrega uma das performances mais emocionantes de acompanhantes de DW que eu já vi; Tosin Cole consegue transmitir confiança em seu personagem, que sofre de dispraxia; e Mandip Gill injeta mais uma dose de girl power nessa nova era do programa.
Além do quarteto principal, temos os atores convidados, os quais eu destaco Alan Cumming (do episódio “The Witchfinders”), Vinette Robinson (do episódio “Rosa”), Julie Hesmondhalgh (do episódio “Kerblam!”) e Mark Addy (do episódio “The Battle of Ranskoor Av Kolos), que conseguem, mesmo com seus personagens presentes apenas em um episódio, desenvolver um arco bem colocado com o roteiro que eles são dados.
(Okay, let's start with the pros. When Jodie Whittaker, a woman, was announced as the next incarnation of a character that, at the time of the announcement, was played by men, I felt doubtful in whether it would work or not, because it is a big change, and changing is what the show is mainly about. But, thank God, I was wrong. Whittaker, best known for her dramatic role as a grieving mother in “Broadchurch”, manages to transmit, in her version of the main character, an energy similar to the ones in David Tennant's and Matt Smith's versions, along with a great amount of confidence, delivering family friendly humor, in contrast to Peter Capaldi's sarcastic sense of humor, and a role model in which female Whovians can look up to. In this season, we have 3 companions: Graham (Bradley Walsh), Ryan (Tosin Cole) and Yaz (Mandip Gill), and each one has a different development. The ones with a deeper character development are Graham and Ryan, with their connection growing stronger due to an event in the first episode of the season. Yaz, unfortunately, does not have the same development, with only 2 episodes dedicated to explore her past and family. But the performances of the 3 are amazing: Bradley Walsh delivers one of the most emotional companion performances I've ever seen; Tosin Cole manages to transmit confidence into his character, who suffers from dyspraxia; and Mandip Gill succeeds in injecting an extra dose of girl power in this new era of the show.
Besides the main quartet, we have the guest actors, of which I'd like to highlight Alan Cumming (from the episode “The Witchfinders”), Vinette Robinson (from the episode “Rosa”), Julie Hesmondhalgh (from the episode “Kerblam!”) and Mark Addy (from the episode “The Battle of Ranskoor Av Kolos), who, even if their characters are only present for one episode, manage to develop a well-told story arc with the script they're given.)



Outro destaque dessa temporada em particular é o visual. Com a empresa de efeitos visuais mudando para a Double Negative (que fez os efeitos vencedores do Oscar de “Blade Runner 2049”), o visual de Doctor Who sofre uma mudança radical, trabalhando com lentes anamórficas, para deixar o programa com um toque cinematográfico, e com efeitos visuais de primeira linha, que dão uma surra nos efeitos das primeiras temporadas, em termos de qualidade. Outro aspecto que melhora o visual da série é a direção de arte, com figurinos muito bons, épocas maravilhosamente recriadas, uma nova abertura para o programa, e uma TARDIS mais minimalista, se comparada com a última de Matt Smith e a de Peter Capaldi, que são preenchidas por conteúdo.
(Another highlight of this particular season is the new look of it. With the special effects company switching over to Double Negative (that did the Oscar-winning visual effects of “Blade Runner 2049”), the visuals of Doctor Who suffer a radical change, working with anamorphic lenses, in order to give a cinematic touch to it, and with top-notch visual effects, which, in terms of quality, beat up the effects from the first seasons of it. Another aspect that enhances the visuals of the series is the art direction, with very good costume design, time periods wonderfully recreated, a new opening title to the show, and a more minimalist TARDIS, if compared to Matt Smith's last one and Peter Capaldi's one, which are filled with content.)



Agora, vamos ao único ponto fraco da temporada: alguns de seus roteiros, em especial, os escritos por Chris Chibnall, novo showrunner de Doctor Who. Devo dizer que os episódios roteirizados por roteiristas convidados, como “Rosa” (escrito por Malorie Blackman), “Demons of the Punjab” (escrito por Vinay Patel) e “The Witchfinders” (escrito por Joy Wilkinson) ficaram bem melhores do que “Arachnids in the UK” e “The Tsuranga Conundrum”, ambos escritos por Chibnall, que pra mim, são os dois episódios mais fracos dessa temporada. Fãs de longa data de Doctor Who podem ter se sentido incomodados pela simplicidade de seus roteiros, pelo tom introdutório que Chibnall deseja dar à temporada, com o objetivo de atrair Whovians em potencial. Eu mesmo senti falta de um arco que se prolonga pela temporada, no estilo das temporadas de Peter Capaldi, pois esse tipo de dispositivo permite ao programa ter um senso de continuidade, e essa temporada parece ter um elo de conexão apenas, que é mencionado em todos os 10 episódios. Outro aspecto em que os roteiros dessa temporada de Doctor Who não trabalham muito bem são os vilões, e o maior problema é que quase todos são promovidos como “as criaturas mais perigosas” que o Doutor irá enfrentar, sendo que no final, os problemas que eles causaram são facilmente resolvidos. Pode até ser outra ação para manter esse tom introdutório para atrair aspirantes a Whovians, mas os fãs de longa data não conseguem sentir nada além de saudade de vilões clássicos como os Daleks e os Cybermen. Uma coisa boa dessa temporada é que não é preciso ter um conhecimento específico de temporadas anteriores para entender os episódios, dando ainda mais facilidade para quem deseja assistir, mas os roteiros ainda guardam breves, mas memoráveis referências à encarnações anteriores do Doutor, e nostalgia em uma série sobre viagem no tempo é sempre uma coisa boa.
Mas também há bons roteiros nessa temporada, em especial “Rosa” e “Demons of the Punjab”, que fazem algo que eu nunca vi em Doctor Who: eles, brevemente, te fazem esquecer que você está assistindo à um programa de ficção-científica, devido ao realismo e ao aspecto histórico dado ao episódio. Esses dois episódios são, de longe, os melhores da temporada, e espero que Malorie Blackman e Vinay Patel tenham chances de roteirizar episódios futuros da série.
Resumindo, Chris Chibnall não é um Steven Moffat na arte de roteirizar Doctor Who, mas ele tem potencial para melhorar, e muito.
(Now, let's get to the only weak thing about the season: some of its scripts, especially those written by Chris Chibnall, the new showrunner of Doctor Who. I must say that the episodes written by guest writers, like “Rosa” (written by Malorie Blackman), “Demons of the Punjab” (written by Vinay Patel) and “The Witchfinders” (written by Joy Wilkinson) were way better than “Arachnids in the UK” and “The Tsuranga Conundrum”, both written by Chibnall, which, to me, were this season's weakest episodes. Long-term fans of Doctor Who may have felt bothered by the simplicity of its scripts, due to the introductory tone Chibnall established this season with, in order to lure potential Whovians into watching the show. I, myself, missed a prolonged season story arc, in the style of Peter Capaldi's seasons, as this device gives the show a sense of continuity, and this season seems to be connected by only one event mentioned in all 10 episodes. Another aspect in which this season's scripts does not work well is with its villains, and the bigger problem is they're promoted as the “most dangerous creatures” the Doctor will ever face, and in the end, the troubles they made are easily solved. It might be another action to maintain that introductory tone, but long-term fans can' help but miss classic Who villains like the Daleks and the Cybermen. One good thing about this season is that the viewer is not obliged to have specific knowledge of previous seasons in order to understand these episodes, making it even more easy for those who wish to start watching it, but the scripts manage to make brief, yet memorable references to previous incarnations of the Doctor, and nostalgia in a show about time travel is always good.
But, don't get me wrong, there are some good scripts in this season, especially “Rosa” and “Demons of the Punjab”, which manage to do something I've never seen on Doctor Who: they, briefly, make us forget we're watching a sci-fi show, due to the realism and historical aspect given to the episode. These two episodes are, by far, the best ones in the season, and I hope Malorie Blackman and Vinay Patel have chances to write future episodes in the series.
In a nutshell, Chris Chibnall is no Steven Moffat in the art of writing Doctor Who, but he has potential to get better, lots of it.)



Como essa análise é da temporada como um todo, acho que é justo fazer um ranking de seus episódios. O meu seria:
  1. “Rosa” (episódio 3)
  2. “Demons of the Punjab” (episódio 6)
  3. “The Witchfinders” (episódio 8)
  4. “The Ghost Monument” (episódio 2)
  5. “It Takes You Away” (episódio 9)
  6. “The Woman Who Fell To Earth” (episódio 1)
  7. “Kerblam!” (episódio 7)
  8. “The Battle of Ranskoor Av Kolos” (episódio 10)
  9. “Arachnids in the UK” (episódio 4)
  10. “The Tsuranga Conundrum” (episódio 5)

(As this analysis is about the season as a whole, I think it's fair to rank its episodes. My ranking would be:
  1. “Rosa” (episode 3)
  2. “Demons of the Punjab” (episode 6)
  3. “The Witchfinders” (episode 8)
  4. “The Ghost Monument” (episode 2)
  5. “It Takes You Away” (episode 9)
  6. “The Woman Who Fell To Earth” (episode 1)
  7. “Kerblam!” (episode 7)
  8. “The Battle of Ranskoor Av Kolos” (episode 10)
  9. “Arachnids in the UK” (episode 4)
  10. “The Tsuranga Conundrum” (episode 5))


Resumindo, a décima-primeira temporada de Doctor Who tem um elenco fantástico, um visual de tirar o fôlego e os roteiros podem parecer simples para os Whovians de longa-data, mas é um ponto de partida perfeito para quem quer adentrar nessa obra magnífica de ficção-científica!

Nota: 9,0 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, the eleventh season of Doctor Who has a fantastic cast, breathtaking visuals and its scripts may seem simple to long term Whovians, but it is a perfect starting point to those wishing to dive into this magnificent work in science fiction!

I give it a 9 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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