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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

"Undone": a obra-prima cheia de imaginação da Amazon Prime Video (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, e vim aqui falar sobre uma série que prova que a Netflix não é o único serviço de streaming que traz bom conteúdo. Temos a Hulu, que nos trouxe “The Handmaid's Tale” e irá nos trazer a adaptação de “Quem é Você, Alasca?”; teremos o Disney+, que trará uma quantidade enorme de conteúdos interessantes; e por último, mas não menos importante, temos a Amazon Prime Video, que é o streaming da série que irei discorrer agora. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Undone”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I come here to talk about a TV show that proves that Netflix isn't the only streaming service that brings good content. We have Hulu, which brought us “The Handmaid's Tale” and will bring us the adaptation of “Looking for Alaska”; we'll have Disney+, which promises to bring a huge amount of interesting content; and at last, but not least, we have Amazon Prime Video, which streams the show I'm about to discuss. So, without further ado, let's talk about “Undone”. Let's go!)



A série conta a história de Alma (Rosa Salazar), uma mulher que está entediada com sua vida. Sua irmã (Angelique Cabral) está prestes a se casar, o que deixa a vida dela bem mais sem sentido. Certo dia, Alma sofre um acidente de carro que a deixa em coma, mas ela logo descobre que possui as habilidades de manipular o tempo. Então, ela decide usar essas habilidades para descobrir a verdade sobre a morte repentina de seu pai (Bob Odenkirk).
(The show tells the story of Alma (Rosa Salazar), a woman who is bored of living. Her sister (Angelique Cabral) gets engaged, which makes her life even more meaningless. One day, Alma suffers a car accident that leaves her in a coma, but she soon discovers that she has the abilities of manipulating time. So, she decides to use these abilities to discover the truth about her father's (Bob Odenkirk) sudden death.)



Ok, já irei começar dizendo que eu adorei a proposta dessa série desde quando ela foi anunciada. Por quê? Por causa do formato de animação em que ela é feita, chamada de rotoscoping. Para aqueles que não sabem, rotoscoping é um método de animação onde uma cena em live-action (ou seja, com pessoas de verdade) é filmada, e então, a cena é animada por cima da sequência live-action. É um método realmente fascinante, que foi usado em duas obras de Richard Linklater: “Waking Life” e “O Homem Duplo”. Ambos os filmes são complicados de se entender, não pelo método de animação, mas sim pelo estabelecimento da narrativa, na minha opinião. Aqui, não é tão complicado assim, porque tudo é exposto de forma compreensível pelos personagens. O roteiro é muito envolvente, apesar do primeiro episódio ser um pouco arrastado. Mesmo com só meia hora de duração, o primeiro episódio é quase que completamente introdutório, somente servindo para introduzir os personagens principais e o que está acontecendo em suas vidas. A partir do segundo episódio é que o negócio decola. Tem algumas partes de ação, algumas partes bem viajadas e reviravoltas impressionantes. Há três coisas que eu queria destacar no roteiro de “Undone”. Primeira, a repetição das mesmas cenas, só que sob diferentes pontos de vista. Por exemplo, há um episódio que é completamente ambientado em um hospital. Nele, Alma entra em um loop temporal, revivendo as mesmas cenas sob diferentes pontos de vista. Em algumas dessas vezes ela está menos consciente do que está acontecendo, mas essa consciência vai se tornando mais aparente ao passo do episódio. Segunda, a não-linearidade do enredo. Como uma obra sobre viagem no tempo, Undone não se preocupa em criar um roteiro linear e cronológico. Tanto que a cena inicial do episódio de estreia é o final do mesmo. Terceira, a habilidade dos roteiristas de fazer de Alma uma protagonista não-confiável. Por exemplo, há uma cena onde ela, de alguma forma, precisa mergulhar dentro de um espelho para chegar a um certo ponto de seu passado no final de um episódio. No início do episódio seguinte, vemos que ela conseguiu, mas também vemos o ocorrido sob o ponto de vista das pessoas ao seu redor, nos fazendo duvidar se o ponto de vista de Alma é realmente confiável ou não. Além de ser uma obra fantástica de ficção-científica, “Undone” também tem algo a dizer, principalmente sobre a psicologia dos sentimentos humanos e saúde mental, de uma maneira surreal e narrativamente complexa. Mesmo sendo uma obra regida completamente por imaginação, com cenas de sonho, fantasias, etc., a série também é uma história bem humana, bem relevante, e que precisa ser vista, discutida e interpretada. Sem falar que “Undone” deixa aquele cliffhanger (ou gancho) dos infernos, para promissoras futuras temporadas (as quais eu realmente espero que aconteçam).
(Ok, I'll start off by saying that I loved this show's premise ever since it was announced. Why? Because of the animation format it was made in, called rotoscoping. For those who don't know, rotoscoping is an animation technique in which a live-action scene is filmed, and then, animators animate the scene on top of the live-action sequence. It's a really fascinating method, which was used in two Richard Linklater movies: “Waking Life” and “A Scanner Darkly”. Both these movies are really complicated to comprehend, not because of the animation technique, but because of the narrative's establishment, in my opinion. Here, it's not that complicated, as everything is exposed by the characters in an understandable way. The script is really engaging, although the first episode can be a little dragged. Even with only half an hour, the premiere episode is an introduction for most of the time, presenting us with the characters and what is going on with their lives. Now, the second episode is where everything blasts off to incredible heights. There are a few action parts, some really trippy parts, and impressive plot twists. There are three things I'd like to highlight on “Undone”'s scripts. First, the repetition of the same scenes, under different points of view. For example, there's an episode set entirely inside a hospital. In it, Alma enters a time loop, living the same scenes over and over again, under different points of view. In some of those times, she is less conscious of what's happening to her, but her consciousness grows throughout the episode. Second, the non-linear plot. As a time-travel story, Undone does not worry in delivering a linear, chronological script. As a proof of that, we have the fact that the initial scene of the premiere episode is also the final scene of it. Third, the ability of the screenwriters in making Alma a non-reliable protagonist. For example, in the ending of an episode, Alma needs to, somehow, dive inside a mirror in order to get to a certain point of her past. In the beginning of the following episode, we see that she succeeds in doing that, but we also see what happened under the points of view of those around her, making us doubt if Alma's point of view is really reliable or not. Besides being a fantastic sci-fi story, “Undone” also has something to say, mainly about the psychology of human emotions and mental health, in a surreal, narratively complex way. Even if it's conducted purely by imagination, with dream sequences, fantasies, etc., it is also a really human, relevant story, which must be seen, talked about, and interpreted. Oh, yeah, I forgot to mention that “Undone” has one HELL of a cliffhanger for promising future seasons (which I really hope they end up happening).)



É difícil falar do elenco, porque todos os personagens principais têm muitos segredos, e não desejo dar spoilers aqui, mas aí vai. Esse provavelmente é o melhor papel da carreira da Rosa Salazar. Não vai ser novidade se ela for indicada a uma enxurrada de prêmios ano que vem. O desenvolvimento da Alma é muito bom, nos levando a acreditar que o que ela fala é a verdade, mas por causa do roteiro, temos sérias dúvidas a respeito dela. O Bob Odenkirk interpreta o personagem que serve para explicar, tanto para Alma quanto para o espectador, o que diabos está acontecendo na tela. E graças ao roteiro e ao magnetismo de Odenkirk, tudo é muito bem explicado. A química dele com a Rosa Salazar é muito boa, sendo a principal dupla de atores em que o programa se concentra. A Angelique Cabral e a Constance Marie têm arcos interessantes, com uma das reviravoltas mais impressionantes envolvendo a personagem de Marie. E completando o elenco principal, temos Siddharth Dhananjay, como o namorado de Alma, cujo desenvolvimento é bem trabalhado durante a série; e Daveed Diggs, como o chefe da creche em que a protagonista trabalha, que serve para colocar Alma no mundo real e duvidar de seus pontos de vista. Os dois são muito bons com o que o roteiro os deu.
(It's hard to talk about the cast, because every main character has many secrets, and I don't want to spoil anything here, but here it goes. This is probably the best role in Rosa Salazar's career. I won't be surprised if she gets nominated for a ton of awards next year. Alma's development is really good, leading us to believe in what she says, but again, thanks to the script, we have some serious doubts about her. Bob Odenkirk plays the character whose function is to explain, to both Alma and the viewer, what the hell is going on in the screen. And thanks to the script and Odenkirk's magnetism, everything is very well explained. His chemistry with Rosa Salazar is really good, with the two of them being the most relevant duo in the show. Angelique Cabral and Constance Marie have some interesting story arcs, with one of the most impressive twists involving Marie's character. And to round up the main cast, we have Siddharth Dhananjay as Alma's boyfriend, whose development is really well done throughout the series; and Daveed Diggs, as the boss of the daycare where Alma works, who's there to put Alma in the real world and to doubt her points of view. The two of them work really well with what the script offers to their characters.)



Mas, se tem uma coisa completamente impressionante em “Undone”, é o visual. Novamente, pela capacidade de imaginação que o rotoscoping oferece. Graças ao visual (e isso inclui fotografia, direção de arte, maquiagem, penteado, e figurino), temos a sensação de que estamos vendo algo único, que nunca vimos antes, algo bem parecido com um sonho. Isso foi algo que a Netflix, que está no mercado por mais tempo do que a Amazon Prime Video, nunca foi capaz de fazer com suas obras originais. O uso de efeitos especiais também é muito bem feito, com algumas cenas sendo, ao mesmo tempo, completamente viajadas, mas visualmente impressionantes, capturando a nossa atenção somente com o que estamos vendo na tela. A montagem é muito eficiente. Como mencionei acima, a série transita entre linhas temporais e pontos de vista diferentes de uma maneira orgânica e criativa. A trilha sonora também é muito boa, sendo, na maioria das vezes, algo bem melancólico, para prender o enredo da série na parte humanizada da história.
(But, if there's something that's completely impressive about “Undone”, that something is the visual aspect of it. Again, because of the capacity of imagination rotoscoping offers. Thanks to the visuals (and that includes cinematography, art direction, makeup, hairstyling and costume design), we have this feeling that we're watching something unique, that we've never seen before, something that looks like a dream. This was something that Netflix, which has been in the market longer than Amazon Prime Video, was never capable of doing with its original content. The use of special effects is also really well done, with some scenes being, at the same time, completely trippy, yet visually astounding, capturing our attention only with what we're seeing on-screen. The editing is really efficient. As I've said before, the series moves through different timelines and points of view in an organic, creative way. The soundtrack is also really good, being, at most of the times, something pretty melancholic, to restrain the plot of the series to the human part of the story.)



Resumindo, “Undone” é a melhor série nova de 2019 até agora. É uma obra narrativamente complexa, mas profundamente humana. Ela possui um elenco talentoso, e um visual que encanta e captura a atenção do espectador. Uma série para ver, rever, comentar e interpretar.

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Undone” is the best new TV show of 2019 so far. It's a narratively complex, yet deeply human story. It makes use of a talented cast, and visuals that will enchant and capture the viewer's attention. A TV show that you can watch, rewatch, talk about, and interpret in many ways.

I give it a 10 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



sexta-feira, 6 de setembro de 2019

"K-12": um reflexo da evolução e do amadurecimento de Melanie Martinez (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, mais uma vez, para falar de um filme bem diferente. Para quem ainda não sabe, sou muito fã do trabalho da Melanie Martinez, e junto com o segundo álbum dela, ela lançou um filme como componente visual, substituindo os 13 videoclipes que seriam lançados, caso ela planejasse fazer igual ao “Cry Baby”, seu primeiro álbum. E é sobre esse filme que irei falar agora. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “K-12”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, once more, and I came here to talk about a very different film. For those who still don't know, I'm a big fan of Melanie Martinez's work, and along with her second album, she released a film as a visual component for it, replacing the 13 music videos that would be released, if she planned to do the same thing she did with “Cry Baby”, her first album. And that film is the subject of this post. So, without further ado, let's talk about “K-12”. Let's go!)



Ambientado após os acontecimentos de “Mad Hatter”, “K-12” acompanha as desventuras de Cry Baby (Melanie Martinez) na escola K-12, comandada por um diretor opressor (Toby Edington) e seu maligno corpo docente. Cry Baby e sua amiga Angelita (Emma Harvey) são as únicas que conseguem enxergar o controle da escola sobre os alunos, e com a ajuda de uma Guia Espiritual Angelical, Lilith (Kimesha Campbell), elas tentam encontrar a força necessária para derrubar o sistema opressor da escola.
(Set after the events of “Mad Hatter”, “K-12” follows the unfortunate events of Cry Baby (Melanie Martinez) in K-12 Sleepaway School, ruled by an opressive principal (Toby Edington) and his wicked staff. Cry Baby and her friend Angelita (Emma Harvey) are the only ones who can see the school's control over the students, and with the help of an Angelic Spirit Guide, Lilith (Kimesha Campbell), they try to find the strength they need to take down the school's opressive system.)



Primeiramente, gostaria de falar que eu não irei comparar “K-12” ao “Cry Baby”, por dois motivos. Um, os dois tem 4 anos de diferença no lançamento, e dois, eles tem propostas completamente diferentes. Enquanto o “Cry Baby” foca no alter-ego fictício de Martinez, “K-12” foca naqueles ao redor da personagem, com Cry Baby sendo apenas testemunha do que está sendo cantado nas músicas. Sendo melhor ou não do que seu primeiro álbum, uma coisa é inegável: “K-12” é uma evolução, um crescimento de Melanie Martinez, tanto como pessoa quanto artista. As letras aqui são bem mais pesadas, mas consequentemente, mais socialmente relevantes, lidando com temas sérios como bulimia, assédio sexual, opressão, relacionamentos extraconjugais e amizades falsas, sendo um trabalho bem mais profundo e desenvolvido do que “Cry Baby”. Algo que as músicas de “K-12” têm em particular é a ligação direta delas com o componente visual, no caso, o filme. No primeiro álbum, as músicas existem, independentes dos videoclipes, e elas funcionam. Nesse novo álbum, efeitos sonoros são tirados diretamente do filme e inseridos nas músicas, conectando assim os dois conteúdos. O roteiro, escrito pela própria artista, é bem simples, mas divertido, especialmente se o espectador for fã do trabalho dela. Foi tudo o que eu esperava que fosse, há muita fantasia, um pouco de comédia, suspense e até romance, o que estava muito presente nos videoclipes do “Cry Baby”. Os diálogos são bem curtos, mas ao mesmo tempo, afiados e sarcásticos, encaixando no senso de humor característico de Martinez. Tem algumas piadas que são bem engraçadas, há alguns diálogos sobre auto-aceitação, superação de medos, representatividade e tomada de decisões, espalhando uma onda de positividade, pela qual Melanie é muito conhecida.
(First of all, I'd like to say that I'm not here to compare “K-12” to “Cry Baby”, for two reasons. One, they are 4 years apart, and two, they have completely different propositions. While “Cry Baby” focuses on the fictional alter-ego of Martinez, “K-12” focuses on those around her character, with Cry Baby only being a witness of what is being sung in the songs. If it's better than “Cry Baby” or not, one thing's undeniable: “K-12” is an evolution, a reflection of Melanie Martinez's growth, both as a person and an artist. The lyrics here are way heavier-themed, and consequently, more socially relevant, dealing with serious themes, like bulimia, sexual harassment, opression, extramarital affairs and fake friendships, being a much more profound and developed work than “Cry Baby”. Something that the songs from “K-12” have, particularly, is the direct connection between them and the visual component, in this case, the movie. In the first album, the songs exist, independent from the music videos, and they work. In this new album, sound effects are extracted directly from the movie and inserted into the songs, therefore connecting the two contents. The script, written by Melanie herself, is quite simple, but fun, especially if the viewer is a fan of her work. It was everything I expected it to be, there's a lot of fantasy, a little bit of comedy, suspense and even romance, all of those being very present in the “Cry Baby” music videos. The dialogues are short, but at the same time, sharp and sarcastic, fitting perfectly into Martinez's characteristic sense of humor. There are some jokes which are quite funny, and there are some dialogues about self-acceptance, overcoming fears, representativeness, and decision-making, spreading a wave of positivity, something that Melanie is well-known for.)



O elenco é bem operante, nada de grandioso. Todos eles trabalham muito bem com os diálogos que lhes são dados. A Melanie é melhor cantando do que atuando, mas ela tem muito carisma e personalidade, e isso auxilia o espectador a se importar com a Cry Baby. A Emma Harvey evoluiu bastante dos clipes de “Tag, You're It” e “Mad Hatter”, injetando uma faceta bad-ass na sua personagem, que é uma das mais bem-desenvolvidas no filme. Temos bons e eficientes alívios cômicos por meio das atrizes Megan Gage e Zinnett Hendrix, cujos diálogos ajudam a manter o senso de humor que Martinez deseja. Temos vilões ameaçadores, literalmente feitos para o espectador odiar, nas peles de Maggie Budzyna, Toby Edington, Anne Wittman e Jesy McKinney, que são bem unidimensionais, pra falar a verdade, só pra dar a ideia que eles são “do mal”. Assim como em “Cry Baby”, a personagem de Martinez tem interesses amorosos, por meio dos personagens de Vilmos Heim e Marsalis Wilson. A química de Martinez com os dois é bem evidente, mas ela é especificamente mais forte com o personagem de Wilson.
(The cast is really operative, although it's nothing impressive. All of them work really well with the dialogues they are given. Melanie is a better singer than an actress, but she has a lot of charisma and personality to spare, and that helps the viewer to care about Cry Baby. Emma Harvey has evolved a lot from the “Tag You're It” and “Mad Hatter” music videos, injecting a bad-ass quality to her character, who is one of the most well-developed ones in the film. We have good and efficient comic reliefs through Megan Gage and Zinnett Hendrix, whose dialogues help keeping the sense of humor Martinez desires. We have threatening villains, literally made for the viewer to hate them, through Maggie Budzyna, Toby Edington, Anne Wittman and Jesy McKinney, all of which are pretty one-dimensional, really, only to give the idea that they are evil. Just like in “Cry Baby”, Martinez's character has love interests, through the characters portrayed by Vilmos Heim and Marsalis Wilson. Martinez's chemistry with both of them is evident, but it is specifically stronger with Wilson's character.)



Agora, se nas músicas, a Melanie conseguiu evoluir, no visual do filme, a evolução foi bem maior e evidente. A combinação do trabalho de fotografia junto com a direção de arte (figurino, cenários, maquiagem, penteado) nos faz acreditar que estamos vendo uma mistura de Tim Burton com Wes Anderson, por meio da direção precisa de Martinez. É um filme bem vistoso, bem colorido, bem vibrante, com o visual sendo uma das melhores coisas sobre “K-12”. Graças à um maior orçamento, há um uso bem extensivo, mas bem eficiente de efeitos especiais em CGI, bem parecido com o trabalho maravilhoso feito no videoclipe de “Mad Hatter”, inspirado em “Alice no País das Maravilhas”. A coreografia é muito bem trabalhada nos momentos onde as músicas são tocadas, acentuando a essência de musical do filme. O trabalho de som é muito bom, especialmente nas canções do álbum. É um som bem mais animado e até consistente, se comparado com o “Cry Baby”, fazendo uso de efeitos sonoros lúdicos e até inovadores (quem diria que colocar tosse em uma música cairia tão bem?) para criar uma sonoridade mais amadurecida para o novo álbum, o que, na indústria musical, é sempre bem-vindo. A única coisa que eu não gostei 100% foi a montagem do filme, pois após cada número musical, há um segundo ou mais onde a tela fica preta, onde, em alguns casos, dificulta o estabelecimento da continuidade do filme. Mas tirando isso, o filme é tecnicamente impecável, algo que os Cry Babies já esperavam, pelos teasers e trailers liberados.
(Now, if musically, Melanie managed to evolve, in the movie's visuals, the evolution was way higher and evident. The combination of the cinematography work with the art direction (costumes, sets, make-up, hairstyling) makes us believe we're watching a mixture of Tim Burton and Wes Anderson, through Martinez's precise direction. It's a pretty gorgeous film, with a wonderful use of vibrant and pastel colors, making the visuals one of the best things about “K-12”. Thanks to a bigger budget, there's an extensive yet efficient use of CGI special effects, which are really similar to the wonderful work done in the music video for “Mad Hatter”, which was inspired by “Alice in Wonderland”.The choreography is really well done in the moments where the songs are played, emphasizing the musical essence of the film. The sound work is really good, especially on the album's songs. It's a more upbeat and consistent sound, if compared to “Cry Baby”, making use of playful and even innovative sound effects (who would've thought that putting coughing noises into a song would play out so well?) to create a more mature sonority for the new album, which, in the music industry, is always welcome. The only thing I didn't like 100% was the editing of the film, because after each musical number, there's a second or two of nothing, like a black screen, where, in some cases, creates difficulties in establishing the film's continuity. But apart from that, the movie is technically flawless, something Cry Babies were already expecting, because of the released teasers and trailers.)



Resumindo, “K-12” é tudo o que os fãs de Melanie Martinez estavam esperando. As músicas têm uma sonoridade mais evoluída e consistente, o filme é engraçado, mágico, bem escalado, e tecnicamente impecável. Mal posso esperar para o próximo álbum visual dela!

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “K-12” is everything Melanie Martinez fans were expecting. The songs have a more evolved and consistent sonority, the film is funny, magical, well-cast, and technically flawless. I can't wait for her next visual album!

I give it a 10 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



P.S.: O filme está disponível inteiramente no YouTube de graça! Assista aqui:
(P.S.: The film is entirely available on YouTube for free! Watch it here:)



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

"It: Capítulo Dois": a conclusão épica que esperávamos (e muito mais) (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, com a resenha do que eu considero ser o filme mais aguardado do ano. 2 anos atrás, Andy Muschietti nos brindou com a primeira parte de uma adaptação do livro gigantesco de Stephen King. Agora, os Otários voltaram, na conclusão decisiva de “It: A Coisa”. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “It: Capítulo Dois”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, in order to review the most awaited film of the year, in my opinion. 2 years ago, Andy Muschietti presented us with the first part of an adaptation of Stephen King's gigantic book. Now, the Losers are back, in the decisive conclusion to “It”. So, without further ado, let's talk about “It: Chapter Two”. Let's go!)



27 anos depois dos eventos de “It: Capítulo Um”, devido à uma série de assassinatos e desaparecimentos, Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Eddie (James Ransone), Ben (Jay Ryan) e Stan (Andy Bean) retornam à Derry, para derrotar Pennywise (Bill Skarsgard) de uma vez por todas, com o auxílio de Mike (Isaiah Mustafa), que permaneceu na cidade.
(27 years after the events of “It: Chapter One”, due to a series of murders and disappearances, Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Eddie (James Ransone), Ben (Jay Ryan) and Stan (Andy Bean) return to Derry, in order to defeat Pennywise (Bill Skarsgard) once and for all, with the assistance of Mike (Isaiah Mustafa), who remained in Derry ever since.)



Antes de começar a resenha em si, queria esclarecer duas coisas: primeiro, eu particularmente não considero It como uma saga de dois filmes, e sim como duas partes de um filme só. Eu não acho justa essa comparação entre os dois capítulos, porque não é o caso de um ser melhor do que o outro. As duas partes se comunicam muito bem uma com a outra, reaproveitando cenas, e resgatando uma nostalgia bem recente do primeiro capítulo; segundo, ver It como um filme genérico de terror é um dos maiores erros que o espectador vai cometer, porque é muito mais do que isso. Tanto o primeiro filme quanto o segundo compartilham da mesma essência: é um drama sobre amadurecimento, superação de medos e os benefícios do trabalho em equipe. É um filme que, por mais fantasioso que seja, nos ensina uma lição, e isso, embora incomum no gênero, é muito lindo de se ver. Ok, vamos ao filme. O roteiro é muito bom, aproveitando bastante tempo para desenvolver os personagens, com e sem o auxílio de flashbacks, para depois, inserir um pouco de ação. Há algumas subtramas interessantes aqui que não foram exploradas no primeiro filme, e há algumas partes do livro que não acharam tempo para serem adaptadas, mas eu, sinceramente, não me incomodei com isso. Não se enganem: só porque o filme não é um terror em sua essência, não quer dizer que ele não é assustador. O Pennywise está de volta, retornando com suas formas assumidas no filme anterior, e com novas formas bem assustadoras. Mas sem spoilers aqui. Assim como o Capítulo 1, as cenas que causam mais angústia são aquelas onde há violência realista, em especial em uma cena no início, onde fiquei quase chocado pelo nível de violência utilizado nela. O filme tem 2 horas e 50 minutos de duração, que passam em um estalar de dedos, graças ao roteiro envolvente e ao elenco que realmente se identifica com seus personagens. As cenas de ação e terror são bem inquietantes, cheias de referências aos acontecimentos do primeiro filme, e também à filmes de terror antigos. Por exemplo, há uma cena perto do final onde a referência ao clássico “O Enigma de Outro Mundo”, do John Carpenter, é bem clara. Pelo o que eu ouvi falar do livro, um monte de gente critica bastante o final, parte porque não fazia sentido, e parte por causa daquela cena polêmica envolvendo uma orgia entre as crianças. Fico feliz em dizer que o final de “It: Capítulo Dois” é épico em todos os sentidos. Há ação, emoção e uma dose surpreendente de melancolia. Pode não ter sido uma adaptação 100% fiel ao final que o livro trazia, mas é uma conclusão adequada, para um filme de US$ 70 milhões de orçamento.
(Before starting the review itself, I'd like to make two things very clear: one, I consider It to be two parts of a single film rather than a two-film saga. I don't think the comparison between the two is very fair, not because one is better than the other, but because they communicate very well with each other. Scenes from the first chapter are re-used, bringing some very recent nostalgia with them; two, watching It as a regular horror film is one of the biggest mistakes the viewer will make, because it's so much more than that. Luckily, the two films share the same essence: it's a coming-of-age drama, that tells a story about overcoming fears and the benefits of working as a team. It's a film that, as trippy as it can be, teaches us a lesson, and that, even though it's uncommon in the genre, is a beautiful thing to see. Ok, let's go to the movie. The script is really good, spending a lot of time developing its characters, with and without the use of flashbacks, to then, put some action in it. There are some interesting subplots here that weren't explored in the first film, and there are some parts of the book that didn't find any time to be adapted, but, honestly, it didn't bother me. Do not be mistaken: just because it isn't a horror in its essence, it doesn't mean it isn't scary. Pennywise is back, assuming his old forms from the previous film, but also possessing new, terrifying forms in order to scare off the Losers. But no spoilers here. Just like Chapter 1, the scenes that scare you the most are the ones where there is actual, realistic violence in them, especially in a scene early in the film which nearly shocked me, because of its level of violence. The film has a running time of 2 hours and 50 minutes, but the script is so involving and the cast is so perfect, that you don't even notice that all that time just went by. The action and horror scenes are quite unsettling, filled with references to the first film, and to older horror films as well. For example, there's a scene near the end that instantly reminded me of John Carpenter's “The Thing”. According to what I heard from people who read the book, the ending was bad, partially because it didn't make any sense, and also because of that controversial scene involving an orgy between the kids. I'm glad to say that the ending to “It: Chapter Two” is epic in every single way. There's action, thrills and a surprising dose of melancholy. It may not have been a 100% faithful adaptation to the book's ending, but it is a fitting conclusion, for a film with US$ 70 million as budget.)



Pra começar, eu acho que o elenco de “It: Capítulo Dois” é simplesmente perfeito por dois motivos. Um, eles conseguiram encontrar atores fantásticos para fazerem a versão adulta dos Otários. Dois, alguns desses atores tem a fisionomia quase idêntica à versão mirim deles. O James McAvoy está ótimo aqui, ele consegue replicar os trejeitos do Bill estabelecidos pelo Jaeden Martell no primeiro filme. A Jessica Chastain foi a escolha óbvia e, ao mesmo tempo, perfeita para fazer a Beverly. Assim como a Sophia Lillis no filme anterior, a atriz é bem expressiva e trabalha muito bem com o que o roteiro a dá. O Bill Hader interpreta, de longe, o melhor personagem do filme inteiro. Ele é engraçado, descontraído, e possui a subtrama mais interessante presente no enredo, envolvendo algo que não foi explorado no Capítulo 1, o que dá ao personagem mais camadas, e, por consequência, uma carga emocional maior. O James Ransone e o Jay Ryan são quase idênticos às suas versões mirins, interpretadas por Jack Dylan Grazer e Jeremy Ray Taylor, respectivamente. Eles têm muita personalidade e muito desenvolvimento, em especial, pela parte do Jay, que interpreta o Ben. O Isaiah Mustafa colabora para uma parte importantíssima para a trama do filme, mas infelizmente, ele é reduzido à apenas relembrar os eventos do primeiro capítulo e falar de algo decisivo que causará um impacto na conclusão. O Teach Grant, que interpreta a versão adulta do Henry Bowers, é ao mesmo tempo, ameaçador e louco, o que era exatamente o que eu esperava dele. A Jess Weixler, cuja personagem faz um papel importante no livro, é quase que completamente desperdiçada aqui. E por último, mas não menos importante, temos o retorno de Bill Skarsgard como Pennywise. Ele é assustador, convincente e sarcástico, realmente incorporando a essência do personagem.
(For starters, I think that the cast for “It Chapter Two” is simply perfect for two reasons. One, they managed to find fantastic actors to play the adult version of the Losers. Two, some of these actors look a lot alike their child counterparts. James McAvoy is great here, he manages to replicate Bill's mannerisms established by Jaeden Martell in the first film. Jessica Chastain was, at the same time, the obvious and the perfect choice to play Beverly. Just like Sophia Lillis in the previous film, she has a lot of expressions and works really well with what the script gives her. Bill Hader is, by far, the MVP of the entire movie. He's funny, sarcastic, and he has the most interesting subplot in the script, which gives the character more layers, and, consequently, more emotional baggage. James Ransone and Jay Ryan are almost identical to their young counterparts, portrayed by Jack Dylan Grazer and Jeremy Ray Taylor, respectively. They have lots of personality, and development, especially with Jay, who portrays Ben. Isaiah Mustafa collaborates to a very important part in the plot, but unfortunately, he is reduced to a reminder of the previous film's events and talk about something decisive for the film's conclusion. Teach Grant, who plays an adult version of Henry Bowers, is, at the same time, threatening and insane, which was exactly what I expected of him. Jess Weixler, whose character plays an important part in the book, is almost completely wasted here. And at last, but not least, we have the return of Bill Skarsgard as Pennywise. He is scary, convincing, and sarcasting, really incorporating the essence of the character.)



Tecnicamente, o filme é bem mais refinado do que o Capítulo Um. A fotografia é bem mais sombria, para dar uma atmosfera mais sinistra; a direção de arte é muito bem feita, em especial no uso de cores; a equipe do som faz um ótimo trabalho em criar jumpscares com a trilha sonora; e a edição também é muito eficiente. Algo que pode causar polêmica é o uso de efeitos especiais em CGI, por parte do Pennywise e as formas que ele assume. Sinceramente, eu não achei que o CGI poluiu o filme, ou que foi muito exagerado. Porque, sério mesmo, não dá para criar aquelas criaturas sem usar efeitos por computação. Para que o filme consiga assustar, e, ao mesmo tempo, corresponder com aquilo que o Stephen King escreveu, o CGI foi necessário. E a equipe fez um uso maravilhoso desses efeitos aqui, que não ficam toscos de forma alguma. Alguns assustam, outros dão um arrepio na espinha, e surpreendentemente, alguns até servem como alívio cômico. Como o orçamento da sequência foi bem maior do que o do primeiro filme, é aceitável o fato de que eles aproveitaram grande parte desse dinheiro para fazer essas criaturas serem assustadoras.
(Technically, the film is way more refined than Chapter One. The cinematography is more somber, in order to create a sinister atmosphere; the art direction is really well done, especially when it comes to the use of colors; the sound crew does a great job in creating jumpscares with the soundtrack; and the editing is also really efficient. Something that might be controversial is the use of special effects in CGI, because of Pennywise and the forms he assumes. Honestly, I didn't think that the CGI polluted the film, or that it was too exaggerated. Because, seriously, you can't create those creatures without computer-generated effects. In order for the film to scare its audience, and, at the same time, correspond to what Stephen King wrote, CGI was necessary. And the crew made a wonderful use of it here, which doesn't get cheesy in any moment. Some are scary, some are chilling, and surprisingly, some are there for comic relief. As the budget for the sequel was much bigger than the first film's, I accept the fact that they spent a large part of that money to make these creatures look terrifying.)



Resumindo, “It: Capítulo Dois” é a conclusão épica que esperávamos e mais. É um fantástico complemento ao primeiro capítulo, com um ótimo desenvolvimento de seus personagens, uma duração adequada e uma maior dose de sustos. Ambicioso, emocionante e assustador, “It: Capítulo Dois” é o melhor filme do ano até agora (assim como eu esperava)!

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “It: Chapter Two” is the epic conclusion we were expecting and even more. It's a fantastic complement to the first chapter, with a great development of its characters, an adequate running time and a larger amount of scares. Ambitious, thrilling and scary, “It: Chapter Two” is the best movie of the year so far (just as I expected it to be)!

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




terça-feira, 3 de setembro de 2019

O Medo é Seu Melhor Companheiro: os melhores filmes baseados na obra de Stephen King (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Como vocês bem sabem, “It: Capítulo Dois” está chegando, e é o filme mais esperado do ano para mim. E caso vocês não saibam, há um monte de adaptações do Stephen King por aí, algumas até em gêneros inesperados. Então, como esse ano possui duas grandes adaptações de Stephen King (It Capítulo 2 e Doutor Sono), decidi separar esse post para falar dos melhores filmes baseados em sua obra. Sem mais delongas, vamos lá!
(What's up, film buffs! As you know, “It: Chapter Two” is just around the corner, and it's the most awaited movie of the year, for me. And if you don't know, there are a lot of Stephen King adaptations around, even in surprisingly unexpected genres. So, as 2019 has two major Stephen King adaptations scheduled (It Chapter Two and Doctor Sleep), I decided to write this post to talk about the best films based on his work. Without further ado, let's get to it!)



Em tempos de “Stranger Things”, é difícil achar alguém que ainda não tenha nem ouvido falar de Stephen King, o Rei da Literatura de Horror. A série da Netflix, com suas influências na obra de King, conseguiu atrair uma nova geração de leitores (e espectadores) para o trabalho do autor. Ele é conhecido pela maioria dos leitores por obras como “Carrie – A Estranha”, “O Iluminado” e “It: A Coisa”, todas pertencentes ao gênero terror. Mas King é surpreendentemente versátil, estendendo sua criatividade em histórias de drama tão cativantes quanto as de horror. Nesse ponto de vista, listarei aqui os 5 melhores filmes baseados na obra de Stephen King. Na minha opinião, é claro.
P.S.: Só esclarecendo, não irei tratar os filmes como adaptações, pois não li nenhuma das obras em que eles são baseados. Irei tratá-los como filmes, avaliando o roteiro, o elenco e os aspectos técnicos.
(Because of “Stranger Things”, it's hard to find someone who hasn't even heard of Stephen King, the King of Horror Literature. The Netflix show, being influenced by King's work, has managed to attract a new generation of readers (and viewers) to the author's massive bibliography. He's known by most people for books like “Carrie”, “The Shining” and “It”, all belonging in the horror genre. But King is surprisingly versatile, extending his creativity in dramatic stories, which are just as captivating as the scary ones. In that point of view, I'll list here the 5 best movies based on Stephen King's work. In my opinion, of course.
P.S.: Just to clarify something, I'll not treat the films as adaptations, because I did not read any of the works they are based on. I'll treat them as regular movies, evaluating the script, the performances and the technical aspects.)



Começando com:
(Starting with:)

5 – LOUCA OBSESSÃO (1990), dirigido por Rob Reiner
(MISERY (1990), directed by Rob Reiner)

Um fato que não é difícil de aceitar é que Rob Reiner é um dos melhores diretores de adaptações de King. Em “Louca Obsessão”, não é diferente. Eu adorei o conceito da história quando pesquisei sobre o filme: uma fã psicopata mantém seu autor favorito em cativeiro e força ele a escrever novas histórias para ela. É um conceito muito bom, que é trabalhado de maneira perfeita no roteiro do falecido William Goldman, que trabalhou junto com Reiner no fantástico “A Princesa Prometida”, de 1987. O roteiro tem um passo ótimo, com uma duração consistente de 1 hora e 50 minutos. É um filme muito, muito, muito tenso, e essa tensão é ampliada pela maior parte do filme ser ambientada em um local só. Há muitas cenas perturbadoras aqui, e tudo é bem realista, fora das realidades cósmicas que obras como “It: A Coisa” sugerem. No elenco principal, temos os dois grandes nomes de James Caan, interpretando o autor sequestrado, e Kathy Bates, como a fã número 1 do personagem de Caan, e os dois são simplesmente sublimes. Nós torcemos pelo autor, e sentimos um arrepio na espinha toda hora que a Kathy Bates aparece. Não é a toa que a atriz ganhou o Oscar de Melhor Atriz pelo seu papel como a psicopata Annie Wilkes, uma das vilãs mais maldosas que King já criou. A fotografia é muito boa, assim como a direção de arte e a edição, que em alguns momentos, aumenta a tensão do filme.
Resumindo, “Louca Obsessão” junta uma parceria perfeita entre diretor e roteirista e um elenco muito bem escalado, para criar uma obra tensa e realmente assustadora.
(A fact that is not that difficult to accept is that Rob Reiner is one of the best directors of King adaptations. In “Misery”, there is no exception. I loved the story's concept when I first heard about it: a psycho fan holds her favorite author captive and forces him to write her new stories. It's a really good concept, which is worked on perfectly in the script written by the late William Goldman, who worked with Reiner in the fantastic “The Princess Bride”, in 1987. The script's pace is great, containing a consistent running time of 1 hour and 50 minutes. It's a really, really, really tense movie, and that tension is heightened because most of the film is set in one place. There are a lot of disturbing scenes here, and everything is really realistic, outside the cosmic realities that books like “It” suggest. In the main cast, we have the two major names of James Caan, as the kidnapped author, and Kathy Bates, as the number one fan of Caan's character, and the two of them are sublime. We root for the author, and feel goosebumps whenever Kathy Bates is onscreen. Surprising no one at all, she won the Oscar for Best Actress because of her role as psychopath Annie Wilkes, one of the most evil villains King has ever created. The cinematography is really good, along with the art direction and the editing, which, in some moments, increases the film's tension.
In a nutshell, “Misery” puts together a perfect director-screenwriter partnership and a well-cast ensemble, to create a tense and really scary piece of film.)



4 – O ILUMINADO (1980), dirigido por Stanley Kubrick
(THE SHINING (1980), directed by Stanley Kubrick)

Todo mundo sabe da polêmica envolvendo a adaptação de Stanley Kubrick da obra de King. O autor ODIOU o resultado final, que, em algumas partes, difere completamente do material fonte. Como não li o livro, não poderei tratá-lo como uma boa adaptação, mas uma coisa é inegável: “O Iluminado” é um tremendo filme. Posso citar várias cenas icônicas dele que entraram para a história do cinema de tão bom que esse filme é. A abertura com a câmera no ar seguindo o carro na estrada, a cena do elevador, a cena do Danny encontrando as duas irmãs Grady, a cena do “Here's Johnny”... É um filme fascinante. Assim como “Louca Obsessão”, grande parte de “O Iluminado” é ambientada em um só lugar, no caso, o Hotel Overlook, o que dá bastante espaço para os atores trabalharem. Jack Nicholson está completamente insano como um aspirante a autor que começa a perder a sanidade ao longo de sua estadia no hotel. A Shelley Duvall está genuinamente assustada aqui, em uma atuação que marcou a sua carreira, e por consequência, danificou sua auto-estima. O Danny Lloyd faz uma boa interpretação, com seu personagem tendo uma das decisões mais inteligentes em um filme de terror. E o Scatman Crothers tem um ótimo papel coadjuvante, cujo destino aqui é bem diferente do que aconteceu no livro. Tecnicamente, pode-se dizer que “O Iluminado” é impecável. Os movimentos da câmera, os enquadramentos friamente calculados, a edição, a direção de arte, tudo é muito perfeito, o que deixa a trama muito mais tensa.
Tenso, assustador, e tecnicamente impecável, “O Iluminado” é um daqueles raros filmes de terror antigos que não ficam toscos com a passagem do tempo. É bem dirigido, bem atuado, e possui uma atmosfera muito sinistra. Que venha “Doutor Sono”!
(Everybody knows about the controversy surrounding Stanley Kubrick's adaptation of King's book. The author HATED the final results, which, in some parts, differed completely from the source material. As I didn't read the book, I won't be able to treat it as a good adaptation, but one thing is undeniable: “The Shining” is a tremendous film. I can list a lot of iconic scenes from it that stand as some of the greatest scenes in cinema. The opening with the aerial camera following the car on the road, the elevator scene, Danny's encounter with the Grady sisters, the “Here's Johnny” scene... It's a fascinating movie. Just like “Misery”, a large part of “The Shining” is set in only one place, in this case, the Overlook Hotel, which gives plenty of space for the actors to stand out. Jack Nicholson is completely insane as an aspiring author who starts to lose his sanity during his stay at the hotel. Shelley Duvall is genuinely scared here, in a performance that marked her career, but consequently, damaged her self-esteem. Danny Lloyd is good here, with his character making one of the smartest choices in horror movies. And Scatman Crothers is a great supporting character, whose fate here is totally different from the book. Technically, it can be said that “The Shining” is a flawless film. The camera movements, the geometrical framing, the editing, the art direction, everything is so perfect, which makes the plot even more tense.
Tense, scary, and technically flawless, “The Shining” is one of those rare old horror movies that don't get cheesy with time. It's well-directed, well-acted, and has a really sinister atmosphere. Can't wait for “Doctor Sleep”!)



3 - “IT: A COISA - CAPÍTULO 1” (2017), dirigido por Andy Muschietti
(“IT: CHAPTER ONE” (2017), directed by Andy Muschietti)

Baseado em um livro de mais de 1000 páginas, foi sensata a decisão de Andy Muschietti de dividir a sua adaptação de “It: A Coisa” em dois filmes. Focando no Clube dos Otários adolescente, a primeira parte de It vai na onda que “Stranger Things” criou um ano atrás, e o resultado é simplesmente lindo. Por quê eu digo “lindo” e não “assustador”? Porque o filme vai além dos conceitos de um filme de terror genérico e entrega um drama sobre amadurecimento extremamente cativante. Claro, o filme tem seus momentos assustadores, na forma do Pennywise, interpretado de maneira sublime pelo Bill Skarsgard, mas It é muito mais do que só um palhaço assassino de crianças. É uma história de amadurecimento, superação de medos e os benefícios do trabalho em equipe. E é por isso que o filme é bom. Se o filme fosse 2 horas e 20 minutos só do Pennywise matando gente, não seria tão bom quanto realmente foi. É um filme que toma um tempo para desenvolver de forma eficiente seus personagens para depois jogá-los para a ação. E nisso, o diretor arrasa. O roteiro é muito bem escrito, com várias referências a década de 1980, o elenco de adolescentes também é muito bom, com destaque para o Jaeden Martell, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer e a Sophia Lillis, e o filme é bem vistoso. Há um bom uso de cores aqui, a cidade de Derry é uma das mais visualmente aconchegantes que eu já vi na tela, e tem algumas partes onde CGI é usado, mas não fica cansativo ou tosco.
Bem escrito, subjetivo, e cativante, “It – Capítulo 1” foca mais nos personagens do que no terror, entregando uma linda história de amadurecimento com uma atmosfera sinistra. E é o melhor filme de terror que eu já vi. Que venha o Capítulo 2!
(Based on a book that has over 1000 pages, Andy Muschietti's decision of splitting his adaptation of “It” into two movies was wise. Focusing on a teenage Losers Club, the first part of It borrows the atmosphere that “Stranger Things” built one year prior to it, and the result is simply beautiful. Why do I say “beautiful” and not “scary”? Because it goes beyond the concepts of a regular horror movie and delivers an extremely captivating coming-of-age drama in the process. Of course, the film does have its scary moments, in the form of Pennywise, portrayed wonderfully by Bill Skarsgard, but It is so much more than a child-murdering clown. It's a story about growing up, overcoming your fears and the benefits of working together. And that's why it's good. If it was 2 hours and 20 minutes of Pennywise just killing people, it wouldn't be as good as it really was. It's a movie that takes its time to introduce and develop its characters properly to throw them into action later. And in that, the director nails it. The script is really well-written, the teenage cast is also really good, especially Jaeden Martell, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer and Sophia Lillis, and it's a pretty gorgeous film visually. There's a good use of color here, the town of Derry is one of the most cozy ones I've seen on screen, and there are some parts where CGI is used, but it doesn't get tiring or cheesy.
Well-written, subjective and captivating, “It – Chapter One” focuses more on its characters than it does on horror, delivering a beautiful coming-of-age story with a sinister atmosphere. And it's the best horror movie I've ever seen. Bring on Chapter Two!)



2 – UM SONHO DE LIBERDADE (1994), dirigido por Frank Darabont
(THE SHAWSHANK REDEMPTION (1994), directed by Frank Darabont)

Para muitos, essa é a melhor adaptação do Stephen King que existe. E com razão. Saindo um pouco do gênero terror, “Um Sonho de Liberdade” é um drama muito emocionante, e por consequência, muito triste. Assim como o Rob Reiner, o Frank Darabont também é um dos melhores diretores de adaptações de King, e aqui, ele faz um filme de 2h30min que não fica cansativo em nenhum momento, por causa da engenhosidade de seu roteiro e do carisma de seu elenco extremamente talentoso. Tim Robbins e Morgan Freeman interpretam aqui um dos melhores pares de amigos da história do cinema, dá pra sentir que os dois têm uma ligação. Além dos dois, temos performances memoráveis de Bob Gunton, Clancy Brown e James Whitmore, que tem uma das subtramas mais tristes do filme. É um filme tão bom, mas tão bom, que eu sou incapaz de achar uma falha nele. Não é surpresa que ele é o filme com a maior nota no IMDb. Assim como It, o roteiro faz bem em desenvolver, de forma lenta e eficiente, seus personagens, para depois, nos levar para a trama principal. E cada parte que o roteiro aborda nos deixa cada vez mais interessados no filme. Algo que não tinha percebido na primeira vez que vi “Um Sonho de Liberdade” é que a fotografia é do lendário Roger Deakins, responsável pelo visual maravilhoso de “Blade Runner 2049”, e ele faz um excelente trabalho aqui. A parte ruim é que o filme foi vítima de uma das principais injustiças do Oscar, sendo indicado a 7 categorias, incluindo Melhor Filme, e não ganhou nenhuma, devido à popularidade de filmes que lançaram no mesmo ano, como “Forrest Gump”, “Pulp Fiction” e “O Rei Leão”. Ainda assim, “Um Sonho de Liberdade” continua sendo um clássico, e um dos melhores filmes baseados na obra de Stephen King.
Com um roteiro engenhoso e um elenco talentoso, “Um Sonho de Liberdade” é um drama muito emocionante que merece seu lugar nas melhores adaptações de Stephen King.
(To many, this is the best Stephen King adaptation ever. And rightfully so. Away from the horror genre, “The Shawshank Redemption” is a really emotional drama film, and consequently, a very sad one too. Just like Rob Reiner, Frank Darabont is also one of the best directors of King adaptations, and here, he gives us a 2-hour-and-30-minute film that doesn't get tiring or boring at any moment, because of the ingenuity of its script and the charisma of its extremely talented cast. Tim Robbins and Morgan Freeman portray here one of the best pairs of friends in the history of cinema, you can feel the bond between them. Besides the two, we have memorable performances from Bob Gunton, Clancy Brown and James Whitmore, who has one of the saddest subplots in the film. It's such a good movie that I'm unable to find a flaw in it. It's not surprising at all that it's the highest-rated film on IMDb so far. Just like It, the script succeeds in developing, in a slow and efficient way, its characters, in order to take us to the main plot. And every bit the script follows makes us more interested in the movie. Something I did not notice when watching it for the first time is that the cinematography work was Roger Deakins's, who was responsible for the astounding visuals of “Blade Runner 2049”, and he does an excellent job here. The bad part is that “The Shawshank Redemption” was a victim of one of the greatest injustices of the Oscars, with it being nominated for 7 categories, including Best Picture, and not winning any, due to the popularity of films released in the same year, like “Forrest Gump”, “Pulp Fiction” and “The Lion King”. Still, it remains a classic, and one of the best films based on Stephen King's work.
With an ingenious script and a talented cast, “The Shawshank Redemption” is a really emotional drama film that earns its spot between the best King adaptations.)



E em primeiríssimo lugar:
(And in first place:)

1 – CONTA COMIGO (1986), dirigido por Rob Reiner
(STAND BY ME (1986), directed by Rob Reiner)

“Vocês querem ir ver um cadáver?” Assim começa a trama cativante, emocionante e inesquecível da melhor história de Stephen King, onde 4 meninos viajam a pé com o objetivo de achar o corpo de um garoto da mesma idade e trazê-lo de volta para a cidadezinha de Castle Rock. Quem me conhece, sabe que eu ADORO o estilo de filme que “Conta Comigo” aborda. E, por sorte, foi dirigido por um dos melhores diretores dos anos 80, Rob Reiner, que também foi responsável por “Louca Obsessão”. É o melhor filme sobre amadurecimento que eu já vi. É cativante, engraçado na medida certa, e surpreendentemente emocionante, graças ao roteiro e aos 4 protagonistas. Wil Wheaton, conhecido pela série “Star Trek: A Nova Geração”, está extraordinário em um dos seus primeiros papéis aqui, possuindo uma subtrama bem triste no andamento do enredo. River Phoenix, que sofreu de uma morte trágica cedo demais, interpreta um garoto que se faz de durão, mas que possui uma sensibilidade impressionante. Corey Feldman, conhecido pelos “Goonies”, é um ótimo alívio cômico, fazendo uso de palavrões e gestos obscenos para construir seu senso de humor, que conquista o espectador. E por último, mas não menos importante, temos Jerry O'Connell, o gordinho do grupo, como mais um ótimo alívio cômico. Além dos 4, temos aqui uma performance memorável de um jovem Kiefer Sutherland, que está ameaçador e assustador como um perigoso valentão que atormenta os protagonistas ao longo da trama. O filme é tecnicamente muito eficiente, com uma fotografia quase que natural, nem dá pra notar iluminação artificial, uma direção de arte ótima, e um bom trabalho de edição. Além de ter um roteiro muito bem escrito e um elenco extremamente talentoso, o filme também faz uso de uma maravilhosa trilha sonora composta de clássicos dos anos 50 e 60, entre elas, a icônica “Stand by Me”, do lendário Ben E. King. E o que falar daquele final?
Lindo, cativante e emocionante, “Conta Comigo” é um drama de amadurecimento envolvente que funciona por causa de seu roteiro fantástico e seu elenco talentoso. É um dos melhores filmes dos anos 80 e, para mim, é o melhor filme baseado na obra de Stephen King.
(“Do you guys want to go see a dead body?” And so it begins, the captivating, thrilling, unforgettable plot of the best Stephen King story, where 4 boys travel on foot with the objective of finding the body of a kid that had the same age as them and bring it back to the small town of Castle Rock. Who knows me, knows that I LOVE the style of cinema that “Stand By Me” represents. And, luckily, it was directed by one of the best directors of '80s movies, Rob Reiner, who was also responsible for “Misery”. It is the best coming-of-age film I've ever seen. It's captivating, funny in the right measure, and surprisingly emotional, thanks to the script and to the 4 main actors. Wil Wheaton, who is known for the series “Star Trek: The Next Generation”, is extraordinary in one of his first roles here, having a very sad subplot in the plot's walkthrough. River Phoenix, who suffered from a tragic death way too soon, plays a boy who looks tough, but has an astounding sensibility. Corey Feldman, known for “The Goonies”, is a great comic relief, making use of profanities and obscene gestures in order to build his sense of humor, which wins the viewer over. And at last, but not least, we have Jerry O'Connell, the fat one in the group, as another great comic relief. Besides the 4, we have here a memorable performance by a young Kiefer Sutherland, who is threatening and frightening as a dangerous bully that torments the protagonists throughout the plot. The film is technically efficient, with an almost natural cinematography, making the artificial lighting almost unnoticeable, a great work in art direction and fine editing. Besides having a really well-written script and an extremely talented cast, the film also makes use of a wonderful soundtrack composed by classics from the 1950s and 1960s, among them, the iconic “Stand by Me”, from the legendary Ben E. King. And what about that ending?
Beautiful, captivating and thrilling, “Stand By Me” is an involving coming of age drama that works because of its fantastic script and talented cast. It's one of the best films from the 1980s, and, in my opinion, it's also the best movie based on Stephen King's work.)



MENÇÕES HONROSAS:
(HONORABLE MENTIONS:)

  • JOGO PERIGOSO (2017), dirigido por Mike Flanagan
    (GERALD'S GAME (2017), directed by Mike Flanagan)

  • CARRIE, A ESTRANHA (1976), dirigido por Brian De Palma
    (CARRIE (1976), directed by Brian De Palma)

  • CARRIE, A ESTRANHA (2013), dirigido por Kimberly Peirce
    (CARRIE (2013), directed by Kimberly Peirce)

  • À ESPERA DE UM MILAGRE (1999), dirigido por Frank Darabont
    (THE GREEN MILE (1999), directed by Frank Darabont)

  • IT: UMA OBRA-PRIMA DO MEDO (1990), dirigido por Tommy Lee Wallace
    (IT (1990), directed by Tommy Lee Wallace)

  • NA HORA DA ZONA MORTA (1983), dirigido por David Cronenberg
    (THE DEAD ZONE (1983), directed by David Cronenberg)


É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)