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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

"It: Capítulo Dois": a conclusão épica que esperávamos (e muito mais) (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, com a resenha do que eu considero ser o filme mais aguardado do ano. 2 anos atrás, Andy Muschietti nos brindou com a primeira parte de uma adaptação do livro gigantesco de Stephen King. Agora, os Otários voltaram, na conclusão decisiva de “It: A Coisa”. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “It: Capítulo Dois”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, in order to review the most awaited film of the year, in my opinion. 2 years ago, Andy Muschietti presented us with the first part of an adaptation of Stephen King's gigantic book. Now, the Losers are back, in the decisive conclusion to “It”. So, without further ado, let's talk about “It: Chapter Two”. Let's go!)



27 anos depois dos eventos de “It: Capítulo Um”, devido à uma série de assassinatos e desaparecimentos, Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Eddie (James Ransone), Ben (Jay Ryan) e Stan (Andy Bean) retornam à Derry, para derrotar Pennywise (Bill Skarsgard) de uma vez por todas, com o auxílio de Mike (Isaiah Mustafa), que permaneceu na cidade.
(27 years after the events of “It: Chapter One”, due to a series of murders and disappearances, Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Richie (Bill Hader), Eddie (James Ransone), Ben (Jay Ryan) and Stan (Andy Bean) return to Derry, in order to defeat Pennywise (Bill Skarsgard) once and for all, with the assistance of Mike (Isaiah Mustafa), who remained in Derry ever since.)



Antes de começar a resenha em si, queria esclarecer duas coisas: primeiro, eu particularmente não considero It como uma saga de dois filmes, e sim como duas partes de um filme só. Eu não acho justa essa comparação entre os dois capítulos, porque não é o caso de um ser melhor do que o outro. As duas partes se comunicam muito bem uma com a outra, reaproveitando cenas, e resgatando uma nostalgia bem recente do primeiro capítulo; segundo, ver It como um filme genérico de terror é um dos maiores erros que o espectador vai cometer, porque é muito mais do que isso. Tanto o primeiro filme quanto o segundo compartilham da mesma essência: é um drama sobre amadurecimento, superação de medos e os benefícios do trabalho em equipe. É um filme que, por mais fantasioso que seja, nos ensina uma lição, e isso, embora incomum no gênero, é muito lindo de se ver. Ok, vamos ao filme. O roteiro é muito bom, aproveitando bastante tempo para desenvolver os personagens, com e sem o auxílio de flashbacks, para depois, inserir um pouco de ação. Há algumas subtramas interessantes aqui que não foram exploradas no primeiro filme, e há algumas partes do livro que não acharam tempo para serem adaptadas, mas eu, sinceramente, não me incomodei com isso. Não se enganem: só porque o filme não é um terror em sua essência, não quer dizer que ele não é assustador. O Pennywise está de volta, retornando com suas formas assumidas no filme anterior, e com novas formas bem assustadoras. Mas sem spoilers aqui. Assim como o Capítulo 1, as cenas que causam mais angústia são aquelas onde há violência realista, em especial em uma cena no início, onde fiquei quase chocado pelo nível de violência utilizado nela. O filme tem 2 horas e 50 minutos de duração, que passam em um estalar de dedos, graças ao roteiro envolvente e ao elenco que realmente se identifica com seus personagens. As cenas de ação e terror são bem inquietantes, cheias de referências aos acontecimentos do primeiro filme, e também à filmes de terror antigos. Por exemplo, há uma cena perto do final onde a referência ao clássico “O Enigma de Outro Mundo”, do John Carpenter, é bem clara. Pelo o que eu ouvi falar do livro, um monte de gente critica bastante o final, parte porque não fazia sentido, e parte por causa daquela cena polêmica envolvendo uma orgia entre as crianças. Fico feliz em dizer que o final de “It: Capítulo Dois” é épico em todos os sentidos. Há ação, emoção e uma dose surpreendente de melancolia. Pode não ter sido uma adaptação 100% fiel ao final que o livro trazia, mas é uma conclusão adequada, para um filme de US$ 70 milhões de orçamento.
(Before starting the review itself, I'd like to make two things very clear: one, I consider It to be two parts of a single film rather than a two-film saga. I don't think the comparison between the two is very fair, not because one is better than the other, but because they communicate very well with each other. Scenes from the first chapter are re-used, bringing some very recent nostalgia with them; two, watching It as a regular horror film is one of the biggest mistakes the viewer will make, because it's so much more than that. Luckily, the two films share the same essence: it's a coming-of-age drama, that tells a story about overcoming fears and the benefits of working as a team. It's a film that, as trippy as it can be, teaches us a lesson, and that, even though it's uncommon in the genre, is a beautiful thing to see. Ok, let's go to the movie. The script is really good, spending a lot of time developing its characters, with and without the use of flashbacks, to then, put some action in it. There are some interesting subplots here that weren't explored in the first film, and there are some parts of the book that didn't find any time to be adapted, but, honestly, it didn't bother me. Do not be mistaken: just because it isn't a horror in its essence, it doesn't mean it isn't scary. Pennywise is back, assuming his old forms from the previous film, but also possessing new, terrifying forms in order to scare off the Losers. But no spoilers here. Just like Chapter 1, the scenes that scare you the most are the ones where there is actual, realistic violence in them, especially in a scene early in the film which nearly shocked me, because of its level of violence. The film has a running time of 2 hours and 50 minutes, but the script is so involving and the cast is so perfect, that you don't even notice that all that time just went by. The action and horror scenes are quite unsettling, filled with references to the first film, and to older horror films as well. For example, there's a scene near the end that instantly reminded me of John Carpenter's “The Thing”. According to what I heard from people who read the book, the ending was bad, partially because it didn't make any sense, and also because of that controversial scene involving an orgy between the kids. I'm glad to say that the ending to “It: Chapter Two” is epic in every single way. There's action, thrills and a surprising dose of melancholy. It may not have been a 100% faithful adaptation to the book's ending, but it is a fitting conclusion, for a film with US$ 70 million as budget.)



Pra começar, eu acho que o elenco de “It: Capítulo Dois” é simplesmente perfeito por dois motivos. Um, eles conseguiram encontrar atores fantásticos para fazerem a versão adulta dos Otários. Dois, alguns desses atores tem a fisionomia quase idêntica à versão mirim deles. O James McAvoy está ótimo aqui, ele consegue replicar os trejeitos do Bill estabelecidos pelo Jaeden Martell no primeiro filme. A Jessica Chastain foi a escolha óbvia e, ao mesmo tempo, perfeita para fazer a Beverly. Assim como a Sophia Lillis no filme anterior, a atriz é bem expressiva e trabalha muito bem com o que o roteiro a dá. O Bill Hader interpreta, de longe, o melhor personagem do filme inteiro. Ele é engraçado, descontraído, e possui a subtrama mais interessante presente no enredo, envolvendo algo que não foi explorado no Capítulo 1, o que dá ao personagem mais camadas, e, por consequência, uma carga emocional maior. O James Ransone e o Jay Ryan são quase idênticos às suas versões mirins, interpretadas por Jack Dylan Grazer e Jeremy Ray Taylor, respectivamente. Eles têm muita personalidade e muito desenvolvimento, em especial, pela parte do Jay, que interpreta o Ben. O Isaiah Mustafa colabora para uma parte importantíssima para a trama do filme, mas infelizmente, ele é reduzido à apenas relembrar os eventos do primeiro capítulo e falar de algo decisivo que causará um impacto na conclusão. O Teach Grant, que interpreta a versão adulta do Henry Bowers, é ao mesmo tempo, ameaçador e louco, o que era exatamente o que eu esperava dele. A Jess Weixler, cuja personagem faz um papel importante no livro, é quase que completamente desperdiçada aqui. E por último, mas não menos importante, temos o retorno de Bill Skarsgard como Pennywise. Ele é assustador, convincente e sarcástico, realmente incorporando a essência do personagem.
(For starters, I think that the cast for “It Chapter Two” is simply perfect for two reasons. One, they managed to find fantastic actors to play the adult version of the Losers. Two, some of these actors look a lot alike their child counterparts. James McAvoy is great here, he manages to replicate Bill's mannerisms established by Jaeden Martell in the first film. Jessica Chastain was, at the same time, the obvious and the perfect choice to play Beverly. Just like Sophia Lillis in the previous film, she has a lot of expressions and works really well with what the script gives her. Bill Hader is, by far, the MVP of the entire movie. He's funny, sarcastic, and he has the most interesting subplot in the script, which gives the character more layers, and, consequently, more emotional baggage. James Ransone and Jay Ryan are almost identical to their young counterparts, portrayed by Jack Dylan Grazer and Jeremy Ray Taylor, respectively. They have lots of personality, and development, especially with Jay, who portrays Ben. Isaiah Mustafa collaborates to a very important part in the plot, but unfortunately, he is reduced to a reminder of the previous film's events and talk about something decisive for the film's conclusion. Teach Grant, who plays an adult version of Henry Bowers, is, at the same time, threatening and insane, which was exactly what I expected of him. Jess Weixler, whose character plays an important part in the book, is almost completely wasted here. And at last, but not least, we have the return of Bill Skarsgard as Pennywise. He is scary, convincing, and sarcasting, really incorporating the essence of the character.)



Tecnicamente, o filme é bem mais refinado do que o Capítulo Um. A fotografia é bem mais sombria, para dar uma atmosfera mais sinistra; a direção de arte é muito bem feita, em especial no uso de cores; a equipe do som faz um ótimo trabalho em criar jumpscares com a trilha sonora; e a edição também é muito eficiente. Algo que pode causar polêmica é o uso de efeitos especiais em CGI, por parte do Pennywise e as formas que ele assume. Sinceramente, eu não achei que o CGI poluiu o filme, ou que foi muito exagerado. Porque, sério mesmo, não dá para criar aquelas criaturas sem usar efeitos por computação. Para que o filme consiga assustar, e, ao mesmo tempo, corresponder com aquilo que o Stephen King escreveu, o CGI foi necessário. E a equipe fez um uso maravilhoso desses efeitos aqui, que não ficam toscos de forma alguma. Alguns assustam, outros dão um arrepio na espinha, e surpreendentemente, alguns até servem como alívio cômico. Como o orçamento da sequência foi bem maior do que o do primeiro filme, é aceitável o fato de que eles aproveitaram grande parte desse dinheiro para fazer essas criaturas serem assustadoras.
(Technically, the film is way more refined than Chapter One. The cinematography is more somber, in order to create a sinister atmosphere; the art direction is really well done, especially when it comes to the use of colors; the sound crew does a great job in creating jumpscares with the soundtrack; and the editing is also really efficient. Something that might be controversial is the use of special effects in CGI, because of Pennywise and the forms he assumes. Honestly, I didn't think that the CGI polluted the film, or that it was too exaggerated. Because, seriously, you can't create those creatures without computer-generated effects. In order for the film to scare its audience, and, at the same time, correspond to what Stephen King wrote, CGI was necessary. And the crew made a wonderful use of it here, which doesn't get cheesy in any moment. Some are scary, some are chilling, and surprisingly, some are there for comic relief. As the budget for the sequel was much bigger than the first film's, I accept the fact that they spent a large part of that money to make these creatures look terrifying.)



Resumindo, “It: Capítulo Dois” é a conclusão épica que esperávamos e mais. É um fantástico complemento ao primeiro capítulo, com um ótimo desenvolvimento de seus personagens, uma duração adequada e uma maior dose de sustos. Ambicioso, emocionante e assustador, “It: Capítulo Dois” é o melhor filme do ano até agora (assim como eu esperava)!

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “It: Chapter Two” is the epic conclusion we were expecting and even more. It's a fantastic complement to the first chapter, with a great development of its characters, an adequate running time and a larger amount of scares. Ambitious, thrilling and scary, “It: Chapter Two” is the best movie of the year so far (just as I expected it to be)!

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




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