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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

"K-12": um reflexo da evolução e do amadurecimento de Melanie Martinez (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Estou de volta, mais uma vez, para falar de um filme bem diferente. Para quem ainda não sabe, sou muito fã do trabalho da Melanie Martinez, e junto com o segundo álbum dela, ela lançou um filme como componente visual, substituindo os 13 videoclipes que seriam lançados, caso ela planejasse fazer igual ao “Cry Baby”, seu primeiro álbum. E é sobre esse filme que irei falar agora. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “K-12”. Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, once more, and I came here to talk about a very different film. For those who still don't know, I'm a big fan of Melanie Martinez's work, and along with her second album, she released a film as a visual component for it, replacing the 13 music videos that would be released, if she planned to do the same thing she did with “Cry Baby”, her first album. And that film is the subject of this post. So, without further ado, let's talk about “K-12”. Let's go!)



Ambientado após os acontecimentos de “Mad Hatter”, “K-12” acompanha as desventuras de Cry Baby (Melanie Martinez) na escola K-12, comandada por um diretor opressor (Toby Edington) e seu maligno corpo docente. Cry Baby e sua amiga Angelita (Emma Harvey) são as únicas que conseguem enxergar o controle da escola sobre os alunos, e com a ajuda de uma Guia Espiritual Angelical, Lilith (Kimesha Campbell), elas tentam encontrar a força necessária para derrubar o sistema opressor da escola.
(Set after the events of “Mad Hatter”, “K-12” follows the unfortunate events of Cry Baby (Melanie Martinez) in K-12 Sleepaway School, ruled by an opressive principal (Toby Edington) and his wicked staff. Cry Baby and her friend Angelita (Emma Harvey) are the only ones who can see the school's control over the students, and with the help of an Angelic Spirit Guide, Lilith (Kimesha Campbell), they try to find the strength they need to take down the school's opressive system.)



Primeiramente, gostaria de falar que eu não irei comparar “K-12” ao “Cry Baby”, por dois motivos. Um, os dois tem 4 anos de diferença no lançamento, e dois, eles tem propostas completamente diferentes. Enquanto o “Cry Baby” foca no alter-ego fictício de Martinez, “K-12” foca naqueles ao redor da personagem, com Cry Baby sendo apenas testemunha do que está sendo cantado nas músicas. Sendo melhor ou não do que seu primeiro álbum, uma coisa é inegável: “K-12” é uma evolução, um crescimento de Melanie Martinez, tanto como pessoa quanto artista. As letras aqui são bem mais pesadas, mas consequentemente, mais socialmente relevantes, lidando com temas sérios como bulimia, assédio sexual, opressão, relacionamentos extraconjugais e amizades falsas, sendo um trabalho bem mais profundo e desenvolvido do que “Cry Baby”. Algo que as músicas de “K-12” têm em particular é a ligação direta delas com o componente visual, no caso, o filme. No primeiro álbum, as músicas existem, independentes dos videoclipes, e elas funcionam. Nesse novo álbum, efeitos sonoros são tirados diretamente do filme e inseridos nas músicas, conectando assim os dois conteúdos. O roteiro, escrito pela própria artista, é bem simples, mas divertido, especialmente se o espectador for fã do trabalho dela. Foi tudo o que eu esperava que fosse, há muita fantasia, um pouco de comédia, suspense e até romance, o que estava muito presente nos videoclipes do “Cry Baby”. Os diálogos são bem curtos, mas ao mesmo tempo, afiados e sarcásticos, encaixando no senso de humor característico de Martinez. Tem algumas piadas que são bem engraçadas, há alguns diálogos sobre auto-aceitação, superação de medos, representatividade e tomada de decisões, espalhando uma onda de positividade, pela qual Melanie é muito conhecida.
(First of all, I'd like to say that I'm not here to compare “K-12” to “Cry Baby”, for two reasons. One, they are 4 years apart, and two, they have completely different propositions. While “Cry Baby” focuses on the fictional alter-ego of Martinez, “K-12” focuses on those around her character, with Cry Baby only being a witness of what is being sung in the songs. If it's better than “Cry Baby” or not, one thing's undeniable: “K-12” is an evolution, a reflection of Melanie Martinez's growth, both as a person and an artist. The lyrics here are way heavier-themed, and consequently, more socially relevant, dealing with serious themes, like bulimia, sexual harassment, opression, extramarital affairs and fake friendships, being a much more profound and developed work than “Cry Baby”. Something that the songs from “K-12” have, particularly, is the direct connection between them and the visual component, in this case, the movie. In the first album, the songs exist, independent from the music videos, and they work. In this new album, sound effects are extracted directly from the movie and inserted into the songs, therefore connecting the two contents. The script, written by Melanie herself, is quite simple, but fun, especially if the viewer is a fan of her work. It was everything I expected it to be, there's a lot of fantasy, a little bit of comedy, suspense and even romance, all of those being very present in the “Cry Baby” music videos. The dialogues are short, but at the same time, sharp and sarcastic, fitting perfectly into Martinez's characteristic sense of humor. There are some jokes which are quite funny, and there are some dialogues about self-acceptance, overcoming fears, representativeness, and decision-making, spreading a wave of positivity, something that Melanie is well-known for.)



O elenco é bem operante, nada de grandioso. Todos eles trabalham muito bem com os diálogos que lhes são dados. A Melanie é melhor cantando do que atuando, mas ela tem muito carisma e personalidade, e isso auxilia o espectador a se importar com a Cry Baby. A Emma Harvey evoluiu bastante dos clipes de “Tag, You're It” e “Mad Hatter”, injetando uma faceta bad-ass na sua personagem, que é uma das mais bem-desenvolvidas no filme. Temos bons e eficientes alívios cômicos por meio das atrizes Megan Gage e Zinnett Hendrix, cujos diálogos ajudam a manter o senso de humor que Martinez deseja. Temos vilões ameaçadores, literalmente feitos para o espectador odiar, nas peles de Maggie Budzyna, Toby Edington, Anne Wittman e Jesy McKinney, que são bem unidimensionais, pra falar a verdade, só pra dar a ideia que eles são “do mal”. Assim como em “Cry Baby”, a personagem de Martinez tem interesses amorosos, por meio dos personagens de Vilmos Heim e Marsalis Wilson. A química de Martinez com os dois é bem evidente, mas ela é especificamente mais forte com o personagem de Wilson.
(The cast is really operative, although it's nothing impressive. All of them work really well with the dialogues they are given. Melanie is a better singer than an actress, but she has a lot of charisma and personality to spare, and that helps the viewer to care about Cry Baby. Emma Harvey has evolved a lot from the “Tag You're It” and “Mad Hatter” music videos, injecting a bad-ass quality to her character, who is one of the most well-developed ones in the film. We have good and efficient comic reliefs through Megan Gage and Zinnett Hendrix, whose dialogues help keeping the sense of humor Martinez desires. We have threatening villains, literally made for the viewer to hate them, through Maggie Budzyna, Toby Edington, Anne Wittman and Jesy McKinney, all of which are pretty one-dimensional, really, only to give the idea that they are evil. Just like in “Cry Baby”, Martinez's character has love interests, through the characters portrayed by Vilmos Heim and Marsalis Wilson. Martinez's chemistry with both of them is evident, but it is specifically stronger with Wilson's character.)



Agora, se nas músicas, a Melanie conseguiu evoluir, no visual do filme, a evolução foi bem maior e evidente. A combinação do trabalho de fotografia junto com a direção de arte (figurino, cenários, maquiagem, penteado) nos faz acreditar que estamos vendo uma mistura de Tim Burton com Wes Anderson, por meio da direção precisa de Martinez. É um filme bem vistoso, bem colorido, bem vibrante, com o visual sendo uma das melhores coisas sobre “K-12”. Graças à um maior orçamento, há um uso bem extensivo, mas bem eficiente de efeitos especiais em CGI, bem parecido com o trabalho maravilhoso feito no videoclipe de “Mad Hatter”, inspirado em “Alice no País das Maravilhas”. A coreografia é muito bem trabalhada nos momentos onde as músicas são tocadas, acentuando a essência de musical do filme. O trabalho de som é muito bom, especialmente nas canções do álbum. É um som bem mais animado e até consistente, se comparado com o “Cry Baby”, fazendo uso de efeitos sonoros lúdicos e até inovadores (quem diria que colocar tosse em uma música cairia tão bem?) para criar uma sonoridade mais amadurecida para o novo álbum, o que, na indústria musical, é sempre bem-vindo. A única coisa que eu não gostei 100% foi a montagem do filme, pois após cada número musical, há um segundo ou mais onde a tela fica preta, onde, em alguns casos, dificulta o estabelecimento da continuidade do filme. Mas tirando isso, o filme é tecnicamente impecável, algo que os Cry Babies já esperavam, pelos teasers e trailers liberados.
(Now, if musically, Melanie managed to evolve, in the movie's visuals, the evolution was way higher and evident. The combination of the cinematography work with the art direction (costumes, sets, make-up, hairstyling) makes us believe we're watching a mixture of Tim Burton and Wes Anderson, through Martinez's precise direction. It's a pretty gorgeous film, with a wonderful use of vibrant and pastel colors, making the visuals one of the best things about “K-12”. Thanks to a bigger budget, there's an extensive yet efficient use of CGI special effects, which are really similar to the wonderful work done in the music video for “Mad Hatter”, which was inspired by “Alice in Wonderland”.The choreography is really well done in the moments where the songs are played, emphasizing the musical essence of the film. The sound work is really good, especially on the album's songs. It's a more upbeat and consistent sound, if compared to “Cry Baby”, making use of playful and even innovative sound effects (who would've thought that putting coughing noises into a song would play out so well?) to create a more mature sonority for the new album, which, in the music industry, is always welcome. The only thing I didn't like 100% was the editing of the film, because after each musical number, there's a second or two of nothing, like a black screen, where, in some cases, creates difficulties in establishing the film's continuity. But apart from that, the movie is technically flawless, something Cry Babies were already expecting, because of the released teasers and trailers.)



Resumindo, “K-12” é tudo o que os fãs de Melanie Martinez estavam esperando. As músicas têm uma sonoridade mais evoluída e consistente, o filme é engraçado, mágico, bem escalado, e tecnicamente impecável. Mal posso esperar para o próximo álbum visual dela!

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “K-12” is everything Melanie Martinez fans were expecting. The songs have a more evolved and consistent sonority, the film is funny, magical, well-cast, and technically flawless. I can't wait for her next visual album!

I give it a 10 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



P.S.: O filme está disponível inteiramente no YouTube de graça! Assista aqui:
(P.S.: The film is entirely available on YouTube for free! Watch it here:)



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