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segunda-feira, 18 de maio de 2020

"Scooby! - O Filme": uma previsível, porém divertida introdução ao universo da Hanna-Barbera (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, trazendo comigo a resenha de uma das animações mais esperadas do ano. Mesmo com uma estrutura bem padrão e previsível, o filme em questão é uma divertida introdução a um possível universo cinematográfico baseado nas propriedades da Hanna-Barbera. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Scooby! - O Filme”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, and I'm here to bring to you the review for one of the most anticipated animated films of the year. Even though it has a pretty standard, predictable structure, the film I'm about to review is a fun introduction to a potential cinematic universe based on the properties by Hanna-Barbera. So, without further ado, let's talk about “Scoob!”. Let's go!)



Se sentindo reprimidos pela equipe da Mistério S.A., Norville “Salsicha” Rogers (voz original de Will Forte) e Scooby-Doo (voz original de Frank Welker) são recrutados pelos super-heróis Falcão Azul (voz original de Mark Wahlberg) e Bionicão (voz original de Ken Jeong) para impedir os planos de Dick Vigarista (voz original de Jason Isaacs) de abrir os portões do Submundo e soltar o apocalipse na Terra.
(Feeling repressed by the Mystery Inc. team, Norville “Shaggy” Rogers (voiced by Will Forte) and Scooby-Doo (voiced by Frank Welker) are recruited by superheroes Blue Falcon (voiced by Mark Wahlberg) and Dynomutt (voiced by Ken Jeong) to stop Dick Dastardly's (voiced by Jason Isaacs) plans to open the gates of the Underworld and unleash apocalypse on Earth.)



Devo admitir que não estava muito animado para ver esse filme. Devido ao fato de eu não ser tão familiar assim com o universo de Scooby-Doo (antes desse filme, só tinha visto os dois live-action escritos pelo James Gunn), e também por causa dos trailers, que promoveram um filme que parecia totalmente infantil. Mesmo com algumas ressalvas, fico feliz em estar enganado. Para os padrões da Warner Animation Group (mesma equipe responsável por “Uma Aventura LEGO” e “LEGO Batman: O Filme”), é um bom filme. Não ótimo, mas dá pra se divertir bastante assistindo-o com a família. Vamos começar com o roteiro. Começando pelos pontos fortes, o roteiro introduz de forma perfeita seus personagens nos primeiros 10 minutos do longa. O estilo clássico das narrativas do Scooby-Doo é resgatada e replicada de forma bem fiel nesse primeiro ato. Os problemas vêm com o que acontece depois dessa introdução, e no que eu considero os pontos fracos do roteiro, queria destacar 3 pontos principais: primeiro, quando se pensa em Scooby-Doo, o gênero mais óbvio associado ao personagem e sua mitologia é o mistério, o suspense, e até o terror, e esse filme transforma o que seria a história de origem da Mistério S.A. em uma trama típica de filmes de super-herói; segundo, “Scooby! - O Filme” teria sido feito para ser a introdução de um universo cinematográfico baseado nas propriedades da Hanna-Barbera, e eles perderam completamente a oportunidade de replicar o que a Marvel e a DC fizeram de forma bem-sucedida ao criar seus universos cinematográficos, que é dedicar os primeiros filmes para introduzir os personagens individualmente, para depois, juntá-los em um blockbuster épico. O filme erra nesse aspecto ao fazer uso de personagens como o Dick Vigarista e o Falcão Azul (que são personagens de outros programas da Hanna-Barbera) na trama, juntando esses personagens cedo demais, na minha opinião. Deviam ter feito esse crossover com a turma do Scooby-Doo depois de um filme da Corrida Maluca e do Bionicão, por exemplo. E terceiro, para uma mitologia cuja essência é o mistério, que tem a imprevisibilidade como um de seus maiores atributos, “Scooby!” é um filme bem previsível, o que já era de se esperar de uma animação para um público mais infantil. Outra coisa que me tirou do filme bastante foi o humor. Como aconteceu recentemente com uma produção da Warner Animation Group, “Uma Aventura Lego 2”, o humor é significativamente mais voltado para um público infantil, falhando em replicar os sucessos nostálgicos que “Uma Aventura LEGO” e “LEGO Batman: O Filme” foram para um público mais adulto. Resumindo, mesmo fugindo do gênero característico dos personagens, “Scooby!” tem um roteiro previsível, mas divertido e recomendado para toda a família.
(I must admit I wasn't so excited to watch this film. Due to the fact that I wasn't that familiar with the Scooby-Doo universe (before this movie, I had only watched the two live-action ones that had been written by James Gunn), and also because of the trailers, which promoted a film that looked totally childish. Even with a few caveats, I'm glad I was wrong. For the standards of Warner Animation Group (the same team that brought us “The LEGO Movie” and “The LEGO Batman Movie”), it's a good film. Not great, but you can have a good time watching it with your family. Let's start with the script. Starting with the strong points, the script perfectly introduces its characters in the film's first 10 minutes. The classic style of Scooby-Doo narratives is rescued and replicated in a very faithful way through this first act. The problems come with what happens after this introduction, and in what I consider to be the weak points, I'd like to highlight 3 main ones: first, when you think about Scooby-Doo, the first genre that comes into your mind is mystery, suspense and even horror, and this film transforms what would be the origin story of Mystery Inc. into a typical superhero film plot; second, “Scoob!” would've been made to be the introduction to a cinematic universe based on the properties by Hanna-Barbera, and they completely missed the opportunity of replicating what Marvel and DC successfully did to their own cinematic universes, that is, dedicating the first films to individually introduce the characters, to put them together afterwards in an epic blockbuster. The film misses that point in introducing Dick Dastardly and Blue Falcon (who belong to other Hanna-Barbera franchises) in the plot, putting these characters together way too early, in my opinion. They should've joined the Scooby-Doo gang after a Wacky Races film and a Dynomutt film, for example. And third, for a mythology that has mystery as an essence, which relies on unpredictability as one of its main attributes, “Scoob!” is a pretty predictable film, which you could already expect from an animated film targeted to children. Another thing that bothered me a lot was the humor. Much alike what happened with a recent production by Warner Animation Group, “The Lego Movie 2”, the humor is significantly turned to a younger audience, which fails in replicating the success that “The LEGO Movie” and “The LEGO Batman Movie” had with a more adult audience. In a nutshell, even though it runs away from its characteristic genre, “Scoob!” has a predictable, yet fun script, which the whole family can enjoy.)



Uma das maiores críticas a esse filme nos EUA foi a reescalação de novos nomes para a maioria do elenco de vozes ao invés de usar os dubladores originais e que já eram conhecidos por dublar os personagens de Scooby-Doo. Como eu só via coisas de Scooby-Doo dubladas, o elenco novo de vozes não me incomodou em nada. Eu gostei bastante do Zac Efron como o Fred, ele é bem engraçado, o que é algo que não esperava tanto do personagem. A voz da Amanda Seyfried combina perfeitamente com a Daphne, tendo aquele tom de doçura que faz dela uma personagem pela qual é impossível não se apaixonar. A Gina Rodriguez poderia ter tido um papel de mais destaque na trama como a Velma, mas a atriz faz um ótimo trabalho com o que a personagem tem a oferecer. A mina de ouro nesse elenco de vozes fica com o quarteto composto por Will Forte, Frank Welker, Mark Wahlberg e Jason Isaacs. O Will Forte consegue replicar de forma quase perfeita os maneirismos do Matthew Lillard, que interpretou o Salsicha nos filmes live-action escritos pelo James Gunn; o Frank Welker (sendo o único membro de elenco original da franquia Scooby-Doo desde 2002) faz um trabalho excepcional como o personagem-título; o Mark Wahlberg está hilário como um super-herói com um parafuso a menos; e o Jason Isaacs é exatamente como uma pessoa imaginaria que a voz do Dick Vigarista fosse.
(One of the biggest criticisms regarding this film in the US was the recasting of new names for most of the voice cast instead of using the original voice actors who were already known for voicing Scooby-Doo characters. As I only watched Scooby-Doo stuff dubbed in Portuguese, the new voice cast didn't bother me at all. I really liked Zac Efron as Fred, he's really funny, which is something I didn't expect from the character. Amanda Seyfried's voice perfectly fits Daphne, with that sweet tone in her voice that makes her impossible not to fall in love with. Gina Rodriguez could've had a larger role in the plot as Velma, but she does a great job with what the character has to offer. The gold mine in this voice cast is the quartet composed by Will Forte, Frank Welker, Mark Wahlberg and Jason Isaacs. Will Forte manages to replicate Matthew Lillard's (who played Shaggy in the live-action films written by James Gunn) mannerisms almost perfectly; Frank Welker (as the only original cast member from the Scooby-Doo franchise since 2002) does an exceptional job as the title character; Mark Wahlberg is hilarious as a superhero that has one cog less in their brain; and Jason Isaacs is exactly what a person would imagine the voice of Dick Dastardly sounded like.)



Outra coisa que me impressionou bastante no filme foram os aspectos técnicos, em especial a animação. Eu geralmente fico com um pé atrás quando algo que é tradicionalmente animado é transformado em CGI, mas no caso de “Scooby!”, a transição foi muito bem sucedida. O design dos personagens originais mudou muito pouco, e é uma animação bem fluida, energética e vibrante, o que inevitavelmente atrairá os olhos do espectador. Outro ponto forte dos aspectos técnicos é a manutenção da identidade visual sonora das propriedades do Scooby-Doo, ou seja, aqueles efeitos sonoros, como os do Salsicha e do Scooby correndo dos fantasmas, aquelas clássicas sequências de perseguição feitas para efeito cômico, e por aí vai. Outra coisa que pode servir de influência para um público mais adulto são as referências a outras propriedades tanto dentro quanto fora do universo de Scooby-Doo, que são bem legais e relativamente fáceis de encontrar. Se os outros filmes do possível universo cinematográfico da Hanna-Barbera (por favor, que tenha um filme da Corrida Maluca no estilo Mad Max) forem feitos com os mesmos traços usados nesse filme, pelo menos, temos uma certeza: a animação, ao mesmo tempo, introduzirá uma nova geração de espectadores a esses clássicos personagens e trará aquele irresistível sentimento de nostalgia para aqueles que cresceram assistindo os programas de televisão.
(Another thing that impressed me a lot in the film were the technical aspects, especially the animation. I usually take a step back when something that is traditionally animated is transformed into CGI, but in “Scoob!”'s case, that transition was really well-made. The design of the original characters changed very little, and its a fluid, energetic and vibrant type of animation, which will inevitably attract the eyes of the viewer. Another strong point in the technical aspects is the maintaining of the visual and sound identity of Scooby-Doo properties, meaning, those sound effects, like when Shaggy and Scooby run away from the ghosts, those classic chase sequences made for comic effect, and it goes further. Another thing that may serve as an influence for a more adult audience are the references to other properties that are both inside and outside the Scooby-Doo universe, which are really fun and relatively easy to find. If the other films in this potential Hanna-Barbera cinematic universe (please, let there be a Mad Max-styled Wacky Races film) were made in the same style as this one, at least, one thing's for sure: the animation, at the same time, will introduce a new generation of viewers to these classic characters and will bring that irresistible feeling of nostalgia to those who grew up watching these TV shows.)



Resumindo, “Scooby! - O Filme” tem uma estrutura formulaica e previsível, mas o elenco de vozes muito talentoso e o estilo de animação vibrante e energético, que resgata a essência desses personagens, agradará tanto o público-alvo quanto aqueles que cresceram vendo os programas originais.

Nota: 8,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Scoob!” has a formulaic and predictable structure, but the very talented voice cast and the vibrant and energetic animation style, which rescues the essence of these characters, will please both the audience this is targeted for and those who grew up watching the original shows.

I give it a 8,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



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