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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer para vocês o meu ranking anual dos indicados ao Oscar de Melhor Filme! Desde 2018, marcado como o primeiro ano em que consegui assistir a todos os indicados à categoria principal da premiação mais importante do mercado cinematográfico, estive fazendo estes rankings, e este ano, temos um diferencial significativo, já que todos os filmes indicados têm sua própria resenha no blog! Então, sem mais delongas, vamos falar sobre os indicados a Melhor Filme no Oscar 2021! Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring you my annual ranking of the nominees for the Oscar for Best Picture! Since 2018, marked as the first year I've managed to watch every nominee to the main category in the most important award ceremony for the filmmaking market, I've been writing these rankings, and this year, we have a significant turning point, as every film nominated has its own review right here, in the blog! So, without further ado, let's talk about the nominees for Best Picture at the 93rd Academy Awards! Let's go!)
Bom, para começo de conversa, na minha opinião, todos os filmes indicados este ano são, no mínimo, bons. Não há nenhum que eu completamente descartaria aqui. O grande destaque nessa edição em particular é que a grande maioria dos indicados foi lançada em serviços de streaming nos EUA, como “Nomadland” (Hulu) e “Judas e o Messias Negro” (HBO Max), juntamente com os filmes já originais de serviços como Netflix e Amazon Prime Video. No geral, acho que foi uma categoria bem justa. Há algo pra todo mundo aqui. E, como cada filme indicado tem sua própria resenha no blog, deixarei o link abaixo de cada comentário que fizer. Claro, houveram grandes filmes esse ano que nem foram indicados à categoria principal. Então, após o ranking propriamente dito, farei uma seção de filmes que deveriam ter sido indicados, com o objetivo de preencher a cota máxima de 10 longas-metragens concorrendo à categoria de Melhor Filme. Então, vamos começar!
(Well, for starters, in my opinion, all the nominated films this year are, at least, good. There isn't any film here I'd completely discard. The big highlight in this particular edition is that the great majority of the nominees was released in streaming services in the US, such as “Nomadland” (Hulu) and “Judas and the Black Messiah” (HBO Max), along with the original programming films from services such as Netflix and Amazon Prime Video. Generally, I think it was a very fair category. There's something for everyone here. And, as every nominated film has its own review on the blog, I'll leave the link below every comment I make. Sure, there were great films this year that didn't even get nominated to the main category. So, after the ranking itself, I'll make an extra section containing films that should've been nominated, in order to fill the maximum quota of 10 features running against each other for the Best Picture category. So, let's begin!)
“MANK” (2020), dirigido por David Fincher – Original Netflix – Indicado a 10 Oscars
(“MANK” (2020), directed by David Fincher – Netflix Original Film – Nominated for 10 Oscars)
Não me entendam errado, eu adorei o novo filme de David Fincher. Há muito do que gostar aqui. O compromisso técnico que o cineasta mostrou para recriar a época que ele queria retratar é altamente admirável. As granulações na fotografia em preto-e-branco, a direção de arte extremamente fiel à Hollywood dos anos 1930, o design de som feito em mono ao invés de estéreo, a trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross usando apenas instrumentos disponíveis na época retratada. Já de cara, posso dizer com tranquilidade que “Mank” é o principal concorrente em grande parte das categorias técnicas, como Melhor Direção de Arte, Fotografia e Som. Foi uma indicação merecida à Melhor Direção para David Fincher. Esse compromisso é complementado por primorosas performances de Gary Oldman e Amanda Seyfried, ambos indicados a Melhor Ator e Atriz Coadjuvante, respectivamente. Com isso dito, “Mank” é o filme menos acessível indicado na categoria principal. O espectador precisa cumprir certos pré-requisitos para mergulhar fundo na odisseia que o cineasta criou, sendo o principal desses pré-requisitos um conhecimento ao menos básico de “Cidadão Kane”, filme de 1941 que é um ponto narrativo principal no enredo de “Mank”. É um filme bem lento para o espectador comum, e pode testar a sua paciência. Mas, para aqueles que adoraram a obra-prima de Orson Welles, há um estudo fascinante sobre a mente inspirada de um roteirista na composição de sua melhor obra aqui, complementada por comparações fantásticas entre eventos da vida real e o decorrer da narrativa de “Cidadão Kane”.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/mank-uma-viagem-fascinante-pela-mente.html
(Don't get me wrong, I loved David Fincher's new film. There's a lot to like here. The technical commitment the filmmaker showed in order to recreate the time he wanted to portray is highly admirable. The little granulations in its black-and-white cinematography, the extremely faithful production design to 1930s Hollywood, the sound design made in mono instead of stereo, Trent Reznor and Atticus Ross's score using only instruments that were available at the time the film's set in. Right off the bat, I can safely say that “Mank” is the film to beat in a great part of the technical categories, such as Best Production Design, Cinematography and Sound. David Fincher earned a worthy nomination for Best Director. This commitment is complemented by wonderful performances by Gary Oldman and Amanda Seyfried, both nominated for Best Actor and Supporting Actress, respectively. With that said, “Mank” is the least accessible film nominated in the main category. The viewer needs to fulfill certain requirements to dive deeper into the odyssey the filmmaker has created, the main of them being a superficial, basic knowledge of “Citizen Kane”, a 1941 film that plays a major narrative part in the plot of “Mank”. It's a really slow-paced film for the average viewer, and it may test your patience. But, to those who adored Orson Welles's masterpiece, there's a fascinating study on the inspired mind of a screenwriter while composing his finest work here, complemented by fantastic comparisons between real-life events and the unraveling of the narrative of “Citizen Kane”.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/mank-uma-viagem-fascinante-pela-mente.html)
“OS 7 DE CHICAGO” (2020), dirigido por Aaron Sorkin – Original Netflix – Indicado a 6 Oscars
(“THE TRIAL OF THE CHICAGO 7” (2020), directed by Aaron Sorkin – Netflix Original Film – Nominated for 6 Oscars)
Não tem como: a Academia AMA Aaron Sorkin. E como não amar? Os diálogos surpreendentemente dinâmicos, afiados e cativantes, o desenvolvimento primoroso de seus personagens, o passo friamente calculado de suas histórias. Se não fosse por um filme que irei mencionar posteriormente, tranquilamente daria o Oscar de Melhor Roteiro Original para Sorkin. Liderado por um dos melhores elencos conjuntos dos últimos anos, o qual inclui nomes como Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Frank Langella, Michael Keaton e Eddie Redmayne, “Os 7 de Chicago” funciona perfeitamente como um “filme-protesto”, fazendo uso eficiente de eventos reais do passado para se comunicar com temas ainda presentes nos tempos atuais. Mesmo que não tenha a urgência de outro indicado a Melhor Filme, o roteiro de Sorkin resulta em um filme pesado, relevante e necessário para os dias atuais. Também acho que “Os 7 de Chicago” não irá sair de mãos vazias, sendo o principal concorrente à Melhor Montagem, a qual é absolutamente necessária para o filme funcionar, levando em conta o teor dinâmico do roteiro de Sorkin. Assistam ao filme. Garanto que não irão se decepcionar.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/os-7-de-chicago-usando-o-passado-para.html
(There's no excuse: the Academy LOVES Aaron Sorkin. And what's not to love? His surprisingly dynamic, razor-sharp, captivating dialogues, the wonderful development of his characters, the coldly calculated pacing of his stories. If it wasn't for a film I'll discuss a little further, I'd easily hand the Oscar for Best Original Screenplay to Sorkin. Led by one of the best ensemble casts in recent memory, which includes names such as Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Frank Langella, Michael Keaton and Eddie Redmayne, “The Trial of the Chicago 7” works perfectly as a “protest movie”, making an effective use of past real-life events to communicate with themes that are still present in our days. Even if it doesn't have the urgency of another Best Picture-nominee, Sorkin's screenplay results in a heavy, relevant and necessary film for today's times. I also think that “The Trial of the Chicago 7” won't leave the ceremony empty-handed, being the main contender for Best Film Editing, which is absolutely necessary for the film to work, due to the dynamic tone of Sorkin's screenplay. Watch this movie. I guarantee you won't be disappointed.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/os-7-de-chicago-usando-o-passado-para.html)
“BELA VINGANÇA” (2020), dirigido por Emerald Fennell – 09 de abril nos cinemas – Indicado a 5 Oscars
(“PROMISING YOUNG WOMAN” (2020), directed by Emerald Fennell – Available on VOD and Blu-ray – Nominated for 5 Oscars)
O mais próximo que teremos de um “filme de gênero” na categoria esse ano, “Bela Vingança” é um suspense tenso, realista e, principalmente, relevante para os dias atuais. Um trabalho autoral primoroso da diretora estreante Emerald Fennell, que fez história como uma das duas mulheres indicadas ao prêmio de Melhor Direção, o roteiro investe em uma veia mais original na fórmula dos thrillers de vingança, injetando uma dose ácida de humor negro e fazendo uma escolha crucial que diferencia o modus operandi de sua protagonista do resto das personagens principais de filmes que seguem o mesmo enredo. Por causa dessa escolha, Fennell consegue criar uma aura sufocante de tensão, fazendo o espectador roer as unhas e, ao mesmo tempo, refletir sobre a situação que motiva a protagonista. É um roteiro afiado, relevante, original e reflexivo, que certamente começará discussões necessárias, e por isso, acho que “Bela Vingança” é o principal concorrente ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Além da engenhosidade do roteiro, temos aqui a melhor performance da Carey Mulligan, que concorre com grandes nomes como Viola Davis e Frances McDormand ao prêmio de Melhor Atriz. Ela consegue misturar perfeitamente o aspecto vingativo e frio que a personalidade da personagem dela requer com uma sensibilidade fantástica, a qual permite que o espectador crie empatia com a protagonista. Foi uma das melhores performances do ano passado, e mesmo concorrendo com grandes nomes, não descartaria a vitória de Mulligan na categoria.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/01/bela-vinganca-um-suspense-tenso-e.html
(The closest we'll be of having a “genre film” being nominated this year, “Promising Young Woman” is a tense, realistic and, mainly, relevant thriller for today's times. A wonderful authoral work by debut writer-director Emerald Fennell, who made history as one of the two women nominated for Best Director, the screenplay invests in a more original twist in the revenge thriller formula, injecting an acid dose of dark humor and making a crucial choice that differs its protagonist's modus operandi from the rest of main characters of movies that follow the same script pages. Because of that choice, Fennell manages to create a suffocating aura of tension, making the viewer bite their nails and, at the same time, reflect on the situation that motivates the protagonist. It's a razor-sharp, relevant, original and thought-provoking screenplay, which will certainly spark some necessary discussions, and because of that, I think that “Promising Young Woman” is the main contender for the Oscar for Best Original Screenplay. Besides the screenplay's ingenious nature, we have the best performance from Carey Mulligan here, who competes with big names such as Viola Davis and Frances McDormand for the Best Actress award. She manages to perfectly mix the cold, vindictive aspect that her character's personality requires with a fantastic sensibility, which allows the viewer to create empathy for the protagonist. It was one of the best performances from last year, and even though she's running with big names, I wouldn't discard Mulligan's win in this category.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/01/bela-vinganca-um-suspense-tenso-e.html)
“O SOM DO SILÊNCIO” (2020), dirigido por Darius Marder – Original Amazon Prime Video – Indicado a 6 Oscars
(“SOUND OF METAL” (2020), directed by Darius Marder – Amazon Prime Video Original Film – Nominated for 6 Oscars)
Eu sinceramente me arrependi de não ter visto esse filme na época de lançamento. Provavelmente o melhor filme original do catálogo da Amazon Prime Video, “O Som do Silêncio” é um tremendo estudo de personagem. O roteirista e diretor Darius Marder consegue nos inserir dentro da cabeça de seu protagonista com primor, com o espectador vendo a história através dos olhos dele. Esse estudo é liderado por performances fantásticas de Riz Ahmed e Paul Raci, ambos merecedores de suas indicações à Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente. Mas o real destaque em “O Som do Silêncio” fica, ironicamente (ou não), no design de som, o qual é maravilhoso. Como o filme conta a história de um baterista que fica gradualmente surdo, o som interpreta um papel de grande importância no enredo de Marder. O contraste que é feito entre os primeiros minutos, que propositalmente são os mais barulhentos do longa, e o que vem depois é perfeito. É literalmente coisa de gênio. E a jornada de auto-aceitação e adaptação a essa nova realidade que seguimos juntamente com o protagonista é altamente cativante. Há uma troca de diálogos feita entre os personagens de Ahmed e Raci que diz muito sobre a situação que as pessoas com problemas auditivos enfrentam diariamente, enxergando sua surdez não como uma deficiência, mas um novo modo de ver o mundo. E eu amei isso. Com isso dito, acho que “O Som do Silêncio” certamente leva o Oscar de Melhor Som (unificando Edição e Mixagem de Som em uma só categoria), e que não descartaria as vitórias de Ahmed e Raci em suas respectivas categorias, mesmo com uma competição pesada.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/o-som-do-silencio-uma-experiencia.html
(I honestly regretted not watching this film when it was released. Probably the greatest original film in Amazon Prime Video's catalog, “Sound of Metal” is a tremendous character study. Writer-director Darius Marder manages to successfully put us inside his protagonist's head, with the viewer seeing the entire story through his eyes. That study is led to greater heights by fantastic performances by Riz Ahmed and Paul Raci, both earning their nominations for Best Actor and Supporting Actor, respectively. But the real highlight in “Sound of Metal” relies, ironically (or not), in the sound design, which is wonderful. As the film tells the story of a drummer that gradually becomes deaf, sound plays a major, important role in Marder's plot. The contrast made between the first minutes, which are purposefully the most noisy ones in the film, and what comes next is perfect. It's literally genius stuff. And the journey of self-acceptance and adaptation to a new reality that we follow along with the protagonist is highly captivating. There's an exchange of dialogue between Ahmed and Raci's characters that says a lot about the situation that people with hearing issues face on a daily basis, seeing their deafness not as a disability, but as a new way to see the world. And I loved that. With that said, I think “Sound of Metal” will certainly take home the Oscar for Best Sound (which puts Sound Editing and Mixing in a single category), and that I wouldn't fully discard Ahmed and Raci's wins in their respective categories, even if they're facing heavy competition.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/o-som-do-silencio-uma-experiencia.html)
“MEU PAI” (2020), dirigido por Florian Zeller – Disponível em plataformas de aluguel e compra digital – Indicado a 6 Oscars
(“THE FATHER” (2020), directed by Florian Zeller – Available on VOD – Nominated for 6 Oscars)
A verdadeira surpresa entre os 8 indicados, “Meu Pai” é aquele filme que, à primeira vista, você pode pensar em vários filmes que poderiam ter entrado no lugar, mas que, quando você realmente assiste o filme, você não consegue imaginar ele fora da competição. Fui assistir ao filme com zero expectativas, e no final, o diretor Florian Zeller e companhia tiraram o meu fôlego com o que eles fizeram aqui. Temos nesse filme, assim como em “O Som do Silêncio”, um estudo de personagem. Mas Zeller e o co-roteirista Christopher Hampton pegam esse teor imersivo da história e o usam ao seu favor, nos inserindo na cabeça de um homem idoso, cuja mente se encontra em constante deterioração. Essas condições permitem que os roteiristas nos levem em uma viagem fascinante, surreal e propositalmente confusa pela mente desse personagem, e é bem provável que essa viagem faça você derramar uma lágrima ou duas. Todo o teor emocional do filme é centrado na performance magistral do Anthony Hopkins, já que nós, como espectadores, vemos o desenrolar da história inteiramente pelos olhos do personagem dele. Há partes mais leves, onde Hopkins injeta um senso de humor sarcástico no protagonista, e partes onde ele literalmente desaba a chorar. Nessas partes, nós não conseguimos nos segurar e acabamos chorando junto com ele, tamanho o carisma do ator e o nosso investimento emocional com o personagem dele. A performance de Hopkins é complementada por um dos melhores papéis da Olivia Colman, cuja personagem se encontra em um constante dilema, e a atriz lida com essa situação de maneira muito humana. E, por último, como o filme é uma adaptação de uma peça de teatro, há um trabalho maravilhoso de construção de cenários na direção de arte que, devido à limitação de ambientações do roteiro, injeta muita vida e personalidade em um apartamento. A atuação do Anthony Hopkins foi a minha favorita do ano passado, e mesmo com o Chadwick Boseman merecidamente vencendo muitos dos prêmios de Melhor Ator dessa temporada, estou torcendo muito pelo eterno Hannibal Lecter para vencer o Oscar. Também não descartaria possíveis vitórias em Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Direção de Arte!
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/04/meu-pai-um-estudo-de-personagem.html
(The real surprise among the 8 nominees, “The Father” is that film that, at first, you can think of several films that could've taken its place, but that, when you actually watch it, you just can't imagine it being out of competition. I watched it with zero expectations, and in the end, director Florian Zeller and his crew took my breath away with what they've done here. We have in this film, as we do in “Sound of Metal”, a character study. But Zeller and co-writer Christopher Hampton take this immersive vein of the story and use it in their favor, putting us inside the head of an elderly man, whose mind finds itself in constant deterioration. These conditions allow the screenwriters to take us on a fascinating, surreal and purposefully confusing journey through this character's mind, and it's highly likely this journey will make you shed a tear or two. All of the film's emotional strength is centered around Anthony Hopkins's masterful performance, as we, as viewers, see the story unravel entirely through his character's eyes. There are some lighter parts, where Hopkins injects a sarcastic sense of humor into the protagonist, and also moments where he literally breaks down crying. During these parts, we can't help but cry together with him, due to the actor's enormous charisma and our emotional investment with his character. Hopkins's performance is complemented by one of Olivia Colman's finest roles. She plays someone who finds herself in a constant dilemma, and the actress is able to deal with this situation in a very human way. And, at last, as the film is a stage play adaptation, there's a wonderful work in set design in the art direction which, due to the screenplay's limited setting, injects lots of life and personality into an apartment. Anthony Hopkins's performance was the best one I've seen from last year, and although Chadwick Boseman is deservingly winning most of the Best Actor awards in this season, I'm really rooting for our eternal Hannibal Lecter to win the Oscar. I also wouldn't discard possible wins for Best Adapted Screenplay and Best Production Design!
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/04/meu-pai-um-estudo-de-personagem.html)
“JUDAS E O MESSIAS NEGRO” (2021), dirigido por Shaka King – Disponível nos cinemas – Indicado a 6 Oscars
(“JUDAS AND THE BLACK MESSIAH” (2021), directed by Shaka King – Now playing in theaters – Nominated for 6 Oscars)
Assim como “Os 7 de Chicago”, “Judas e o Messias Negro” é um “filme-protesto”. Mas aí vai o diferencial do filme de Shaka King: é dirigido, escrito, produzido e protagonizado inteiramente por pessoas negras. Assim como o filme de Aaron Sorkin, “Judas” faz um uso extremamente eficiente de eventos passados da vida real para falar sobre temas que ainda são relevantes nos tempos atuais. E, ao contrário do filme de Sorkin, King não coloca nenhum filtro no seu retrato das questões raciais nos EUA. É um filme visceral, pesado, que incomoda e provoca o espectador com as brutalidades mostradas em tela, mas King e sua equipe de roteiristas fazem isso para se manterem fiéis à realidade dos eventos retratados, ao mesmo tempo que injetam um efeito dramático crescente à trama. A história do assassinato repentino de Fred Hampton é uma que ainda perdura nos dias de hoje. Uma história de injustiça, de luta, de resistência. E, por causa de todos os temas abordados, creio que seja um dos principais indicados à Melhor Filme. O enredo é trazido à vida pelas duas performances maravilhosas de Lakeith Stanfield e Daniel Kaluuya, ambos indicados ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Na performance de Stanfield, temos uma demonstração primorosa do potencial que o ator tem de se mostrar incerto sem emitir uma só palavra. E Daniel Kaluuya incorpora Fred Hampton com fidelidade, vigor e respeito, exalando a vivacidade e a força de seu personagem ao fazer discursos em frente à protestantes. São duas performances incríveis de dois dos melhores atores da nossa geração, e olhando as estatísticas, é altamente provável que Kaluuya merecidamente leve a estatueta para casa.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/judas-e-o-messias-negro-um-chamado.html
(Just like “The Trial of the Chicago 7”, “Judas and the Black Messiah” is a “protest movie”. But there goes the different thing about Shaka King's movie: it is directed, written, produced and portrayed almost entirely by Black people. As it happens with Aaron Sorkin's film, “Judas” makes an extremely efficient use of past real-life events to talk about themes that are still relevant in today's times. And, unlike Sorkin's film, King doesn't put any filter over his portrayal of racial issues in America. It is a visceral, hard-hitting film, that bothers and provokes the viewer with the brutalities shown onscreen, but King and his writing crew do that to keep themselves faithful to the reality of the events portrayed here, at the same time they inject a growing dramatic effect to the plot. The story of Fred Hampton's sudden murder is one that still endures to this day. A story of injustice, of struggles, of resistance. And, because of all the themes it deals with, I believe it is one of the main nominees for Best Picture. The plot is brought to life by the two wonderful performances by Lakeith Stanfield and Daniel Kaluuya, with both of them being nominated for the Oscar for Best Supporting Actor. In Stanfield's performance, we have a tremendous demonstration of the actor's potential of showing uncertainty without saying a single word. And Daniel Kaluuya embodies Fred Hampton with faithfulness, vigor and respect, exhaling the liveliness and strength of his character while making speeches in front of a crowd of protesters. These are two amazing performances by two of the best actors in our generation, and by looking at the statistics, it's highly likely that Kaluuya deservingly takes this one home.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/judas-e-o-messias-negro-um-chamado.html)
“MINARI – EM BUSCA DA FELICIDADE” (2020), dirigido por Lee Isaac Chung – 22 de abril nos cinemas – Indicado a 6 Oscars
(“MINARI” (2020), directed by Lee Isaac Chung – Available on VOD – Nominated for 6 Oscars)
As campanhas que a A24 fez para a promoção de “Minari” na presente temporada de premiações destacavam o teor universal da história, caracterizando-o como “um filme para todo mundo”. E realmente é. Eu sei que na resenha individual que fiz do filme, eu dei uma nota menor do que muitos dos que estão citados aqui. Mas, ao aprender mais sobre a história por trás da inspiração do roteirista e diretor Lee Isaac Chung para o filme, vi ele novamente, o que acabou despertando em mim uma admiração pelo retrato que o diretor fez da própria família aqui. É um filme sobre pessoas que, inicialmente, se encontram com problemas de aceitação de sua nova realidade, e que, ao longo do enredo, conseguem encontrar soluções para esses problemas. Se alguém te pedir um filme que defina o que a maioria das pessoas considera como o “sonho americano”, recomende “Minari” para essa pessoa. É um filme onde pessoas lutam por seus sonhos, e enfrentam todo tipo de adversidade e obstáculo que tenta impedi-los de alcançarem seus destinos. Uma coisa que me cativou, particularmente, foi o retrato do cristianismo. Como cristão, fico bem feliz que alguém teve a iniciativa de retratar a igreja de uma forma que não seja crítica, debochada ou satírica. Temos aqui performances muito competentes de um elenco muito talentoso, o qual inclui o indicado ao Oscar de Melhor Ator Steven Yeun, o ator mirim Alan S. Kim (que rouba toda cena onde ele está presente) e a Yuh-jung Youn, que é a minha favorita para o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. “Minari” realmente é um filme para todo mundo. É um filme sobre família, sobre os dias bons e difíceis que ela enfrenta, equilibrando perfeitamente momentos leves e aconchegantes com cenas mais dramáticas, que acabam desenvolvendo os personagens e levando-os à conclusão de seus arcos narrativos. Não irei me surpreender nem me decepcionar se esse filme tirar a estatueta do favorito, que se encontra em primeiro lugar nessa lista.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/minari-uma-historia-universal-sobre.html
(The campaigns that A24 made to promote “Minari” during this award season highlighted the universal tone of the story, calling it “a film for everyone”. And it actually is. I know that in my individual review of the film, I gave it a lower grade than many of the films I've mentioned here. But, when I learned a bit more about the story behind writer-director Lee Isaac Chung's inspiration for the film, I watched it again, which ended up sparking in me an admiration for the portrait the director made of his own family here. It's a film about people who, initially, find themselves having difficulties to accept their new reality, and who, throughout the story, manage to find solutions for these problems. If anyone asks you for a film that defines what most people consider to be the “American dream”, recommend “Minari” to that person. It's a film where people fight for their dreams, and face every kind of difficulty and obstacle that's preventing them of achieving their goals. One thing that, particularly, captivated me was its portrayal of Christianity. As a Christian, I'm really happy to see that someone had the inspiration to portray the Christian church in a way that isn't critical, satirical or debauched. We have here very competent performances from a very talented cast, which includes Best Actor-nominee Steven Yeun, child actor Alan S. Kim (who steals every scene he's in), and Yuh-jung Youn, who is my favorite nominee in the Best Supporting Actress category. “Minari” really is a film for everyone. It's a film about family, about the good and the hard days they face, perfectly balancing light and cozy moments with more dramatic scenes, which end up developing its chaacters and bringing them closer to the conclusion of their respective narrative arcs. I won't be surprised nor disappointed if this film steals the award from the season's favorite, which finds itself in first place in this list.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/minari-uma-historia-universal-sobre.html)
“NOMADLAND” (2020), dirigido por Chloé Zhao – 15 de abril nos cinemas – Indicado a 6 Oscars
(“NOMADLAND” (2020), directed by Chloé Zhao – Available on Hulu – Nominated for 6 Oscars)
Alguém esperava que qualquer outro filme ocupasse o primeiro lugar na minha lista a não ser o favorito da temporada, que já acumula mais de 130 vitórias em múltiplas categorias, fazendo de sua roteirista e diretora, a chinesa Chloé Zhao, a cineasta mais premiada em uma única temporada de premiações? Eu também não. Vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza e do Prêmio do Público do Festival de Toronto, “Nomadland” serve como um holofote fascinante, que ilumina um estilo de vida muito presente, mas pouco retratado na cultura americana. Liderado por uma performance impactante e eletrizante de Frances McDormand, que se encontra cada vez mais perto de ganhar seu terceiro Oscar de Melhor Atriz, o novo filme de Chloé Zhao está destinado a fazer história no dia 25 de abril. Uma exploração sobre as consequências e efeitos colaterais que o luto e a perda têm sobre a vida de uma pessoa, a diretora utiliza a protagonista como a interlocutora entre o espectador e os vários nômades da vida real aqui retratados. Cada pequeno momento, diálogo e interação nesse filme são de extrema importância. Nenhuma cena aqui é descartável, tamanho o domínio que Zhao teve sobre seu filme, assumindo os papéis de direção, roteiro e montagem da obra, com a cineasta sendo indicada a 4 prêmios por todo o seu desempenho na produção do longa. E eu não vou ficar surpreso se ela acabar levando todos os quatro, porque realmente dá pra ver o controle que ela teve sobre “Nomadland”. Cada depoimento emitido por cada um dos nômades que contracenam com McDormand é injetado com uma dose de honestidade, humanidade e realismo que realmente permitem que nós, como espectadores, possamos saber as razões do porquê essas pessoas levam este estilo de vida em particular. É um filme tão cru, tão lindo e tão tecnicamente natural (inclusive, que trabalho de fotografia LINDO!), que se não fosse uma história de ficção, poderia ser classificado como um documentário. É um jeito da cineasta dizer: “Essa é a realidade como ela é”, e Zhao consegue fazer isso com primor. “Nomadland” é o cinema em sua forma mais pura e natural, mostrando uma cineasta sob total controle de sua obra, e por isso, é o principal concorrente (e meu favorito) ao Oscar de Melhor Filme.
Link para a resenha: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/nomadland-um-retrato-cultural.html
(Did anyone expect any other film to occupy first place in my list, if not the season's favorite, which is already stacking up a total of over 130 awards in several categories, making its writer and director, Chinese filmmaker Chloé Zhao, the most-awarded filmmaker in a single award season? Me neither. Winner of the Venice Film Festival's Golden Lion and the Toronto Film Festival's People's Choice Award, “Nomadland” serves as a fascinating spotlight, which shines a light upon a lifestyle that's very present, but isn't portrayed enough in American culture. Led by an impactful, electrifying performance by Frances McDormand, who finds herself closer to winning her third Oscar for Best Actress, Chloé Zhao's new film is destined to make history in April 25th. An exploration on the consequences and side effects that grief and loss have on a person's life, the director uses the main character as an interlocutor between the viewer and the several real-life nomads portrayed here. Every small moment, dialogue and interaction in this film is absolutely important. There isn't a single disposable scene here, due to the immense domination Zhao had over her work, taking over the duties of directing, writing and editing, with the filmmaker earning four nominations for all her work in the film's production. And I won't be surprised if she ends up winning all four of them, as you can really see the control she had over “Nomadland”. Every statement made by each one of the nomads that share the screen with McDormand is injected with a dose of honesty, humanity and realism that really allow us, as viewers, to know the reasons why these people live in this particular lifestyle. It's a film that's so raw, so beautiful and so technically natural (by the way, what a GORGEOUS cinematography work!), that if it wasn't a fictional story, it could be classified as a documentary. It's a way the filmmaker finds of saying: “This is reality as it is”, and Zhao manages to do that masterfully. “Nomadland” is cinema in its most pure and natural way, showcasing a filmmaker in complete control of her craft, and therefore, it is the main contender (and my personal favorite) to the Oscar for Best Picture.
Link for the review: https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/02/nomadland-um-retrato-cultural.html)
FILMES QUE PODERIAM TER SIDO INDICADOS PARA PREENCHER AS DUAS VAGAS RESTANTES NA CATEGORIA:
(FILMS THAT COULD'VE BEEN NOMINATED IN ORDER TO FILL OUT THE TWO REMAINING SPOTS IN THE CATEGORY:)
“A VOZ SUPREMA DO BLUES” (2020), dirigido por George C. Wolfe – Original Netflix – Indicado a 5 Oscars
(“MA RAINEY'S BLACK BOTTOM” (2020), directed by George C. Wolfe – Netflix Original Film – Nominated for 5 Oscars)
Link para a resenha (Link for the review): https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/a-voz-suprema-do-blues-uma-celebracao.html
“UMA NOITE EM MIAMI” (2020), dirigido por Regina King – Original Amazon Prime Video – Indicado a 3 Oscars
(“ONE NIGHT IN MIAMI” (2020), directed by Regina King – Amazon Prime Video Original Film – Nominated for 3 Oscars)
Link para a resenha (Link for the review): https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2021/01/uma-noite-em-miami-um-chamado-mudanca.html
“SOUL” (2020), dirigido por Pete Docter e Kemp Powers – Original Disney+ - Indicado a 3 Oscars
(“SOUL” (2020), directed by Pete Docter and Kemp Powers – Disney+ Original Film – Nominated for 3 Oscars)
Link para a resenha (Link for the review): https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/soul-o-filme-mais-ambicioso-e-reflexivo.html
“THE FORTY-YEAR-OLD VERSION” (2020), dirigido por Radha Blank – Original Netflix
(“THE FORTY-YEAR-OLD VERSION” (2020), directed by Radha Blank – Netflix Original Film)
Link para a resenha (Link for the review): https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/the-forty-year-old-version-um-honesto.html
“ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM TUDO” (2020), dirigido por Charlie Kaufman – Original Netflix
(“I'M THINKING OF ENDING THINGS” (2020), directed by Charlie Kaufman – Netflix Original Film)
Link para a resenha (Link for the review): https://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/estou-pensando-em-acabar-com-tudo-o.html
É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Meus favoritos: Minari e o som do silêncio...
ResponderExcluirSuas opiniões estão se cruzando com as minhas.Mas todos sabemos que Nomadland e Promising Young Woman São Os Melhores!
ResponderExcluirMinha lista: Father, Judas e o Messias Negro, Nomadland, Minari, Promising Young Woman, Os 7 de Chicago, O Som do Silêncio e Mank!
ResponderExcluir👏👏👏👏😃 ótimas resenhas
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