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sábado, 24 de abril de 2021

"Falcão e o Soldado Invernal": uma abordagem básica, porém tematicamente relevante da fórmula da Marvel (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre a segunda série da Marvel Studios, feita exclusivamente para o Disney+! Fugindo da proposta única de “WandaVision”, a minissérie em questão repete a fórmula Marvel de contar histórias com sucesso, investindo em mais cenas de ação, mais desenvolvimento para seus personagens-título, e fazendo um aprofundamento surpreendente de temas relevantes para a atualidade. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Falcão e o Soldado Invernal”. Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about Marvel Studios's second TV show, made exclusively for Disney+! Running away from the unique proposal of “WandaVision”, the miniseries I'm about to analyze successfully repeats Marvel's storytelling formula, investing in more action scenes, more development for its title characters, and making a deeper approach on themes that are relevant for today's times. So, without further ado, let's talk about “The Falcon and the Winter Soldier”. Let's go!)



Ambientada após os eventos decisivos de “Vingadores: Ultimato”, a minissérie acompanha Sam Wilson/Falcão (Anthony Mackie) e Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan), que se unem com o objetivo de impedir uma organização terrorista de supersoldados, conhecida como os Apátridas, de matar pessoas inocentes. Para isso, eles contarão com a ajuda de um aliado improvável no vilão Helmut Zemo (Daniel Brühl), e com Sharon Carter (Emily VanCamp), uma agente renegada da SHIELD, enquanto tentam agir fora do alcance de um novo Capitão América (Wyatt Russell).

(Set after the decisive events of “Avengers: Endgame”, the miniseries follows Sam Wilson/Falcon (Anthony Mackie) and Bucky Barnes/Winter Soldier (Sebastian Stan), who team up with the objective of preventing a terrorist organization of supersoldiers, known as the Flag-Smashers, from killing innocent people. To do that, they'll rely on the aid of an unlikely ally in villain Helmut Zemo (Daniel Brühl), and on Sharon Carter (Emily VanCamp), a renegade SHIELD agent, while they try to take action outside the range of a new Captain America (Wyatt Russell).)



Antes de começar a falar sobre a série em si, gostaria de falar um pouco sobre os planos originais da Disney de lançamento das séries da Marvel, e minhas expectativas para o projeto. Bem, originalmente, antes da pandemia acontecer, “Falcão e o Soldado Invernal” seria a primeira produção da Marvel lançada exclusivamente para o Disney+, e, comparando o estilo dessa série com o de “WandaVision”, essa estratégia faz bastante sentido. Principalmente pelo fato de “Falcão” ter um enredo e uma atmosfera com as quais já viemos a nos acostumar com obras do estúdio. Com o lançamento original em mente, poderia-se dizer que a Marvel só iria inovar em termos de originalidade, levando em conta “WandaVision” e “Loki”, que promete ser até mais original do que a série da Feiticeira Escarlate. Mas o COVID-19 aconteceu, as filmagens de “Falcão” foram paralisadas, e “WandaVision” ficou pronta antes. Eu, sinceramente, acho que essa estratégia atual foi meio falha, porque, considerando o escopo e a originalidade de “WandaVision”, a minissérie em questão seria um passo para trás, em termos de inovação na fórmula da Marvel, ao ser lançada depois. Com isso dito, minhas expectativas estavam altas para assistir “Falcão e o Soldado Invernal”. Não tão altas, como no nível de “WandaVision”, mas ainda assim, bem altas. Pelos trailers, dava pra ver que era uma proposta bem “pé-no-chão”, se comparado com a “viajada” da série anterior da Marvel, com muitas cenas de ação, e até uma vibe de espionagem e conflitos sociopolíticos, como em “Capitão América: O Soldado Invernal”. Eu realmente queria saber para onde estes dois personagens iriam, porque em todas as aparições que eles fizeram no Universo Cinematográfico da Marvel, eles só viviam na sombra do Capitão América de Steve Rogers. Então, para mim, essa série representaria a criação de uma identidade própria para estes personagens, fora da relação dos dois com o Capitão. E foi exatamente isso que aconteceu. Supervisionada pelo Malcolm Spellman, conhecido por roteirizar projetos sobre relações raciais nos EUA, “Falcão e o Soldado Invernal” faz um trabalho maravilhoso ao aprofundar no desenvolvimento de seus personagens título, ao mesmo tempo que lida com temas surpreendentemente relevantes para os dias de hoje. Acima de tudo, o roteiro se preocupa em criar uma identidade para o personagem do Falcão, que se mostra incerto quanto à decisão de assumir o manto de Capitão América, dado a ele no final de “Vingadores: Ultimato”. Dentro desta perspectiva, os roteiristas conseguem abordar com sucesso temas raciais que, até então, não eram tão presentes neste universo cinematográfico. A injustiça social, o racismo institucional, a incerteza do herói em respeito à possível reação da população ao se revelar como o Capitão América. Tudo isso é abordado na parte narrativa dedicada ao Falcão, que ganha um impacto extra graças à presença de um personagem surpresa, interpretado pelo Carl Lumbly. Há também uma comparação interessante a ser feita entre o personagem-título de Anthony Mackie e o John Walker de Wyatt Russell, em respeito ao modus operandi de cada um deles. Enquanto o Falcão, que antes de se tornar um Vingador, era um consultor para veteranos de guerra traumatizados, tenta resolver as coisas através do diálogo; Walker, membro condecorado do exército americano, resolve as coisas através da violência. Através dessa comparação, o espectador consegue entender o porquê de Steve Rogers ter escolhido o personagem-título para assumir o manto de Capitão América. Eu também gostei bastante da parte narrativa dedicada ao Soldado Invernal. Desde o desenvolvimento mais aprofundado dele em “Capitão América: Guerra Civil”, eu considero ele como um dos personagens que mais sofreram nesse Universo Cinematográfico, junto com Wanda Maximoff. Assim como em “WandaVision”, há um episódio em particular que aborda o trauma que assombra o personagem de uma forma mais direta, mas mesmo através dos pequenos fragmentos nos outros episódios, o espectador consegue ver que ele está tentando corrigir os erros que ele cometeu enquanto sofria lavagem cerebral como o Soldado Invernal. Eu, particularmente, gosto muito quando obras convencionais abordam um tema tão delicado como a saúde mental, e tanto “WandaVision” quanto “Falcão” fazem isso de maneira extremamente cativante. Uma coisa que também me impressionou bastante foi como os roteiristas abordaram os vilões da minissérie, os Apátridas. Olhando pelo ponto de vista do governo dos EUA, eles não passam de terroristas que querem desestabilizar a estrutura sociopolítica mundial. Mas há muitos momentos em que vemos tudo pelo ponto de vista dos próprios Apátridas, o que permite que possamos entender as motivações dessas pessoas em fazer o que elas fazem. E, especialmente através da personagem da Erin Kellyman, o roteiro nos faz simpatizar com eles. Eles são imigrantes, em sua maioria, que encontraram seus lares durante a janela temporal de 5 anos entre o estalar do Thanos e o ato final de “Vingadores: Ultimato”. Durante esse tempo, os Apátridas foram capazes de obter suprimentos e sustentar a si mesmos. Com a volta de 50% da população, essas pessoas foram retiradas de seus lares, e levadas a lugares com condições horríveis. Resumindo, o objetivo dos Apátridas é obter a igualdade social. E o roteiro, ao mesmo tempo que nos faz simpatizar com estas pessoas, nos choca ao ver o nível em que eles chegam para obter essa igualdade. Eu gostei do fato dos roteiristas manterem estes personagens em uma área cinza gigantesca, de modo que eles não são necessariamente vilões e têm boas motivações, mas a maneira que eles usam para lidar com os seus problemas beira ao extremo. Eu adorei o aprofundamento que os roteiristas fizeram em todos estes personagens, que está perfeitamente equilibrado com as cenas de ação presentes na série. Contando com 2 episódios escritos pelo roteirista de “John Wick”, “Falcão e o Soldado Invernal” compensa a quase completa falta de ação em “WandaVision” com sequências de luta de tirar o fôlego. O equilíbrio entre o frenesi da ação e a seriedade dos temas abordados é perfeito. O passo da história é muito bem calculado. Temos aqui 6 episódios de 50 minutos cada, e cada bloco de 2 episódios é uma representação quase exata de um dos três atos da trama. Eu realmente gostei do final, e do terreno que ele prepara. Não vou dar spoilers aqui, mas estou bem animado para o já confirmado quarto filme do Capitão América.

(Before I start talking about the show itself, I'd like to say a few words on Disney's original release plan for its Marvel shows, as well as my expectations towards it. Well, before the pandemic happened, “The Falcon and the Winter Soldier” was supposed to be the first Marvel production to be exclusively released on Disney+, and, if we compare the style of this show with that of “WandaVision”, this strategy makes a lot of sense. Mainly because “Falcon” has both a plot and an atmosphere that we've come to expect from something Marvel-like. With this original release plan in mind, it could be said that Marvel would only improve in terms of originality, considering “WandaVision” and “Loki”, which promises to be even more original than the Scarlet Witch-led show. But COVID-19 stepped in, the shooting for “Falcon” was paralyzed, and “WandaVision” finished up production first. I honestly think that this current strategy was kind of flawed, because, considering the scope and originality of “WandaVision”, the miniseries analyzed here would be a step back, in terms of innovation in Marvel's storytelling formula, as it was released afterwards. With that said, I had high expectations to watch “The Falcon and the Winter Soldier”. Not as “WandaVision” high, but still. From the trailers and promotional material, it seemed like a more grounded approach, if compared to the previous show's trippy vibe, with action scenes aplenty, and even a espionage, sociopolitical conflicts vibe, like in “Captain America: The Winter Soldier”. I really wanted to know where were these two characters going, because in every appearance they made in the Marvel Cinematic Universe, they only lived in the shadow of Steve Rogers's Captain America. So, for me, this show would represent the creation of a proper identity for both these characters, regardless of their relationship with Cap. And that was exactly what happened. Led by Malcolm Spellman, who's known for writing works about race relations in America, “The Falcon and the Winter Soldier” does a wonderful job in taking its title characters' development on a deeper level, at the same time it deals with surprisingly relevant themes for today's times. Above everything, the screenplay concerns itself on creating an identity for the Falcon, who feels uncertain about taking on the mantle for Captain America, which was given to him in the ending for “Avengers: Endgame”. Inside that perspective, the screenwriters manage to explore racial themes that, until then, weren't as present in this cinematic universe. Social injustice, institutional racism, the hero's uncertainty about the public's reaction to his reveal as Captain America. All of that is dealt with in the narrative part dedicated to the Falcon, which gains an extra impact thanks to the presence of a surprise character, portrayed by Carl Lumbly. There's also an interesting comparison to be made between Anthony Mackie's title character and Wyatt Russell's John Walker, regarding the modus operandi used by each of them. While Falcon, who was a trauma counselor for war veterans before he became an Avenger, tries to sort things out through dialogue; Walker, a decorated member of the U.S. Army, finds a solution through violent conflict. Through this comparison, the viewer is able to understand why Steve Rogers chose the title character to take on the mantle for Captain America. I also really enjoyed the narrative part dedicated to the Winter Soldier. Ever since his further development in “Captain America: Civil War”, I consider him to be one of the characters who suffered the most in this cinematic universe, along with Wanda Maximoff. As it happens in “WandaVision”, there's a particular episode that deals directly with the trauma that haunts the character, but even through the small moments sprinkled in each episode, the viewer is able to see that he's trying to right the wrongs he caused while being brainwashed as the Winter Soldier. I, particularly, really enjoy when conventional works of fiction deal with such a delicate theme as mental health, and both “WandaVision” and “Falcon” do that in an extremely captivating way. One thing that also really impressed me was the screenwriters' approach to the miniseries's villains, the Flag-Smashers. Looking through the perspective of the US government, they're nothing but terrorists who wish to destabilize the world's sociopolitical structure. But there are several moments where we see everything through their point of view, which allows us to understand their motivations for why they do what they do. And, especially through Erin Kellyman's character, the screenplay makes us sympathize with them. They're (mostly) immigrants, who have found their home in the 5-year gap between Thanos's snap and the final act of “Avengers: Endgame”. During that time, they were able to find supplies and sustain themselves. With the return of 50% of the population, these people were taken from their homes, and put inside places with horrible conditions. To sum it up, the goal of the Flag-Smashers is to obtain social equality. And the screenplay, at the same time it makes us sympathize with them, also shocks us because of their means to obtain that goal. I liked how the screenwriters put these characters inside a gigantic grey area, in a way that they aren't necessarily villains and have good motivations, but the means they use to deal with their problems reach an extreme level. I loved the depth the screenwriters showed with these characters, which is perfectly balanced with the action scenes in the show. With 2 episodes written by the guy that wrote “John Wick”, “The Falcon and the Winter Soldier” compensates the almost complete lack of action in “WandaVision” with breathtaking fight sequences. The balance between the action's fast pace and the themes' seriousness is perfect. The story's pacing is very well calculated. We have here 6 50-minute episodes, and every 2-episode block is an almost exact representation of each of the story's three acts. I really enjoyed the ending, and the ground it sets up. I won't spoil anything here, but I'm really excited for the already-confirmed fourth Captain America movie.)



Assim como em “WandaVision”, alguns personagens do Universo Cinematográfico da Marvel retornam, ao mesmo tempo que novas faces são introduzidas. Ao contrário das outras aparições do Falcão, eu gostei muito da performance do Anthony Mackie aqui, especialmente porque essa série é a história do personagem dele, principalmente. Podemos ver um pouco da vida pessoal dele, e de um pouco de seus antecedentes, o que permite que o espectador crie uma conexão emocional mais profunda com ele. Uma vantagem das séries do Disney+ é que elas permitem que os atores tenham mais capacidade de expandir suas habilidades de atuação. Isso aconteceu com a Elizabeth Olsen e com o Paul Bettany em “WandaVision”, e acontece o mesmo aqui com os dois protagonistas. No caso de Mackie, há um discurso que o personagem dele faz no último episódio que pode até ser interpretado como um depoimento do próprio ator, em relação à reação do público à passagem do escudo de Capitão América em “Vingadores: Ultimato”. Esse momento foi absolutamente sensacional. Mackie também tem uma química cativante com a Adepero Oduye, que interpreta a irmã de seu personagem, que serve como uma espécie de exposição para a história do Falcão. Pode-se dizer que a atuação do Sebastian Stan nessa minissérie é o retrato com mais nuances do Soldado Invernal desde “Guerra Civil”. Ele consegue ser engraçado para descontrair um pouco, mas não tem medo de entrar em um território mais sério. Há uma cena no quarto episódio que é muito impactante e triste, levando em conta os antecedentes do personagem, sendo o equivalente emocional à uma cena crucial na reta final de “WandaVision”. E é claro, assim como em todas as aparições dos dois em tela, a química entre Mackie e Stan tem carisma de sobra. Desde “Guerra Civil”, o Falcão e o Soldado Invernal têm uma relação de amor e ódio hilária, roubando algumas das melhores cenas do longa. E essa relação é levada a outro nível aqui. Mesmo que ainda tenha alguns momentos engraçados, os roteiristas aproveitam para mergulhar os personagens em discussões sobre luto, perda, trauma, e as lembranças do amigo que eles tinham em comum. Eu amei o personagem do Wyatt Russell, especialmente pelo fato dele ser tão fisicamente parecido com o Chris Evans, mas ainda assim sendo o oposto moral do Capitão América de Steve Rogers. Há uma cena em particular no quarto episódio envolvendo o personagem de Russell que faz um paralelo chocante com os tempos atuais nos EUA. O Barão Zemo de Daniel Brühl é um dos meus vilões favoritos da Marvel, principalmente por ele ter sido um dos únicos que realmente alcançaram seu objetivo na trama. Então, quando soube que ele estava de volta, fiquei bastante animado. Brühl rouba literalmente toda cena em que ele aparece, seja falando sobre álbuns de hip-hop ou dançando em uma boate. Eu realmente espero que ele apareça em projetos futuros da Marvel. A Emily VanCamp entrega uma vibe totalmente diferente de sua personagem, mas que funciona tão bem quanto. Ela protagoniza uma das melhores cenas de ação da série, e promete ser uma personagem central no vindouro quarto filme do Capitão América. E, por último, temos a Erin Kellyman, que interpreta a líder dos Apátridas. Ela consegue equilibrar perfeitamente a força física e a brutalidade de sua personagem com a sensibilidade e o peso de quem já passou por muita coisa. É muito interessante ver as atitudes da personagem dela se tornando cada vez mais intensas e extremas a cada episódio. Já em um papel mais coadjuvante, mas que domina toda cena em que ele está presente, temos o Carl Lumbly, cujo personagem abre os olhos do Falcão para a realidade em que eles se encontram. Há pelo menos duas cenas envolvendo os dois personagens que eu considero como algumas das melhores da série. Eu veria tranquilamente um projeto solo do personagem de Lumbly no estilo de “Watchmen”. E, por fim, fazendo aparições competentes que desenvolvem os personagens mais centrais, temos performances de Danny Ramirez, Don Cheadle, Florence Kasumba (que protagoniza a melhor cena de ação da série), Clé Bennett e Julia Louis-Dreyfus.

(Just like in “WandaVision”, some characters from the Marvel Cinematic Universe make their return, at the same time as new faces are introduced. Unlike other Falcon appearances, I really liked Anthony Mackie's performance here, especially because this show is mainly his character's story. We're able to see more of his personal life, and a little more about the character's past history before he became an Avenger, and those moments allow us to create a deeper emotional connection with him. One advantage that Disney+ shows have is that they allow the actors to have a larger capacity to expand their acting abilities. That happened with Elizabeth Olsen and Paul Bettany in “WandaVision”, and the same happens here with the two main characters. In Mackie's case, there's a speech his character makes in the last episode that could be interpreted as a statement by the actor himself, regarding the audience's reaction to the passing of the Captain America shield in “Endgame”. That moment was absolutely amazing. Mackie also has a captivating chemistry with Adepero Oduye, who plays his character's sister, who serves as a kind of exposition for the Falcon's backstory. It can be said that Sebastian Stan's performance here is the most nuanced portrayal of the Winter Soldier since “Civil War”. He manages to be funny to loosen things up a bit, but isn't afraid to delve into deeper territory. There's a particular scene in the fourth episode that is really impactful and sad, considering the character's backstory, being the emotional equivalent to one crucial scene in the final episodes of “WandaVision”. And of course, as it happened with every film they've been in together, Mackie and Stan's chemistry overflows with charisma. Since “Civil War”, the Falcon and the Winter Soldier have a hilarious love-hate relationship, stealing some of the film's best scenes. And here, they take this relationship to another level. Even if they do have some funny moments, the screenwriters take a chance to take these characters on discussions about grief, loss, trauma, and memories from their friend in common. I loved Wyatt Russell's character, mainly because he's so physically similar to Chris Evans, but still his character is the moral opposite to Steve Rogers. There's a particular scene in the fourth episode that makes a shocking parallel connection with America today. Daniel Brühl's Baron Zemo is one of my favorite Marvel villains, especially because he's one of the only villains who actually reached their goal in the plot. So, when I knew he was back, I got really excited. Brühl literally steals every scene he's in, whether if he's talking about hip-hop albums or dancing in a nightclub. I really hope he shows up in future Marvel projects. Emily VanCamp delivers a completely different vibe from her character, but it works in an equally efficient way. She's a main figure in one of the show's best action scenes, and promises to be a central character in the upcoming fourth Cap movie. And, at last, we have Erin Kellyman, who portrays the leader of the Flag-Smashers. She manages to balance her character's physical strength and brutality with the sensibility and burden of someone who's been through a lot perfectly. It's really interesting to see her character's attitudes get more intense at each episode. In a more supporting role, but that steals every scene he's in, we have Carl Lumbly, whose character opens up Falcon's eyes to the reality they're living in. There are at least two scenes involving their characters that I consider to be some of the series's best. I'd gladly watch a solo project starring Lumbly's character in a “Watchmen” vibe. And, lastly, making competent appearances that develop the more central characters, we have performances by Danny Ramirez, Don Cheadle, Florence Kasumba (who's a central figure in the best action scene in the show), Clé Bennett and Julia Louis-Dreyfus.)



Em respeito aos aspectos técnicos, tudo aqui cumpre os mesmos pré-requisitos de qualquer projeto que seguisse a fórmula básica da Marvel, ou seja, tecnicamente, “Falcão e o Soldado Invernal” é uma série impecável. A direção de fotografia do P.J. Dillon é muito dinâmica, especialmente durante as cenas de ação, que são bem frenéticas. É uma série muito bem montada, com a edição em si ajudando bastante na composição de algumas das sequências mais bem elaboradas da trama, ocultando partes mais explícitas, mas acompanhando toda a ação de perto. A trilha sonora do Henry Jackman consegue evocar aquela aura épica das faixas que o Alan Silvestri fez para “Vingadores: Guerra Infinita” e “Ultimato”, e do seu próprio trabalho para “Capitão América: O Soldado Invernal” e “Guerra Civil”. Eu gostei do esforço que as equipes de efeitos visuais fizeram para fazer com que as lutas pareçam legítimas e fincadas na realidade. Há pouco uso realmente visível de CGI aqui, já que nenhum desses personagens tem um superpoder mágico ou místico. São sequências baseadas primeiramente em força física bruta, o que leva a equipe a lidar com vários efeitos práticos, o que me agradou bastante. Falando em lutas, há aqui uma coreografia física muito bem elaborada nas cenas de ação, que me fez lembrar bastante de filmes como “John Wick” e “Atômica”.

(Regarding the technical aspects, everything here fulfills the same requirements we've come to expect from any project that follows Marvel's basic formula of storytelling, meaning that, technically, “The Falcon and the Winter Soldier” is a flawless show. P.J. Dillon's cinematography is very dynamic, especially during the action scenes, which are really fast-paced. It's a show that is really well put together, with the editing itself helping a lot in composing some of the most elaborate sequences in the plot, occulting more explicit parts, but following the action up close. Henry Jackman's score manages to evoke that epic aura from the tracks Alan Silvestri made for “Avengers: Infinity War” and “Endgame”, and from his own work for “Captain America: The Winter Soldier” and “Civil War”. I enjoyed the effort that the visual effects teams made to make the fights seem legit and grounded in reality. There's a really small visible use of CGI here, as none of these characters has a magical or mystical superpower. These are sequences based primarily in brute physical force, which leads the team into dealing with several practical effects, which pleased me a lot. Speaking of fights, there's also a very well elaborate physical coreography in the action scenes, which reminded me a lot of films like “John Wick” and “Atomic Blonde”.)



Resumindo, “Falcão e o Soldado Invernal” faz uma abordagem “de volta ao básico” após a originalidade de “WandaVision”, mas a equipe de roteiristas liderada por Malcolm Spellman consegue aprofundar o desenvolvimento de seus dois personagens-título, ao mesmo tempo que lida com temas surpreendentemente relevantes que, até então, não eram tão presentes no Universo Cinematográfico da Marvel. A minissérie conta com as melhores performances de seus dois protagonistas, um elenco principal e secundário extremamente competente, e aspectos técnicos que conseguem fincar as várias cenas de ação nos limites da realidade. Mal posso esperar pra ver o que Spellman tem guardado para nós no quarto filme do Capitão América!

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “The Falcon and the Winter Soldier” makes a back to basics approach after the originality displayed in “WandaVision”, but the writers' team led by Malcolm Spellman manages to deepen the development of its two title characters, at the same time they deal with surprisingly relevant themes that, until then, weren't as present in the Marvel Cinematic Universe. The miniseries has the finest portrayals of its two protagonist, an extremely competent central and secondary cast, and technical aspects that manage to ground its various action scenes into the boundaries of reality. I can't wait to see what Spellman has in store for us in the fourth Captain America movie!

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)

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