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sábado, 19 de junho de 2021

"Luca": mais uma prova da superioridade da Pixar em relação à Disney (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre a mais nova animação da Pixar, disponível no catálogo original do Disney+! Apostando em uma veia mais nostálgica do que experimental, o filme em questão é mais uma prova da superioridade da Pixar em relação à Walt Disney Animation Studios, pela sua história comovente, aconchegante e tematicamente atemporal, e pela sua animação, que remete aos excelentes primeiros filmes do estúdio. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Luca”. Andiamo!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the most recent animated film by Pixar, which is available on Disney+'s original catalog! Betting on a more nostalgic vein than an experimental one, the film I'm about to analyze is further proof of Pixar's superiority in comparison to Walt Disney Animation Studios, for its touching, endearing and thematically timeless story, and for its animation, which takes us back to the studio's excellent first features. So, without further ado, let's talk about “Luca”. Andiamo!)



Ambientado na Riviera Italiana, o filme conta a história de Luca (voz original de Jacob Tremblay), um monstro marinho extremamente curioso que deseja subir à superfície e viver como os humanos, um sonho que é rejeitado fortemente por seus pais (vozes originais de Jim Gaffigan e Maya Rudolph). Certo dia, Luca conhece Alberto (voz original de Jack Dylan Grazer), outro monstro marinho que alimenta os sonhos de Luca e o convence a viver como humano na cidadezinha pesqueira de Portorosso, escondendo sua verdadeira natureza no processo.

(Set in the Italian Riviera, the film tells the story of Luca (voiced by Jacob Tremblay), an extremely curious sea monsters who wishes to go up to the surface and live like humans, a dream that's strongly rejected by his parents (voiced by Jim Gaffigan and Maya Rudolph). One day, Luca meets Alberto, another sea monster that supports Luca's dreams and convinces him to live as a human in the little fishing town of Portorosso, while hiding his true nature in the process.)



Antes de falar sobre o filme em si, vou dedicar algumas linhas para fortalecer o meu argumento de que os trabalhos da Pixar são bem melhores do que os filmes de sua proprietária, a Walt Disney Animation Studios. Primeiro, ao contrário da Disney, a Pixar sempre tenta investir em algo inovador em respeito às suas histórias, moldando as técnicas de animação de acordo com a visão estabelecida pelos realizadores. Às vezes, essas técnicas levam a animação para um lado mais experimental, ou investem numa veia mais vibrante e colorida, o que acaba despertando um sentimento de nostalgia no espectador. A melhor coisa sobre a Pixar é que a história pode ser a mais formulaica possível, que eles ainda encontram um jeito de fazer daquele filme uma obra-prima.

Segundo, a Pixar é o estúdio de animação com mais vitórias no Oscar de Melhor Filme de Animação, totalizando em onze vitórias contra quinze indicações, com duas vitórias consecutivas em 2020 (Toy Story 4) e 2021 (Soul). Terceiro, eu até fiz um teste com o meu irmão ontem. Pedi para ele me citar cinco filmes da Disney. Dos 5 que ele citou, 4 foram da Pixar, tamanha a memória que ele tem dos filmes do estúdio.

Com isso dito, eu estava bem animado para assistir “Luca”. Já sabia que não iria chegar no mesmo patamar que “Soul” chegou, mas fiquei apaixonado pelo visual vibrante e nostálgico divulgado pelo material promocional, despertando uma vontade dentro de mim de viajar para a Itália, quando tudo isso acabar (Risos). Os trailers me deram uma vibe incrível de filmes sobre amadurecimento (ou coming-of-age, um dos meus gêneros favoritos), o que aumentou minhas expectativas consideravelmente. E, ainda por cima, o diretor Enrico Casarosa falou que “Luca” é um projeto extremamente pessoal para ele, inspirado na sua própria infância, época onde ele conheceu seu melhor amigo. Quando soube disso, tinha certeza que “Luca” iria ser um ótimo filme. E, felizmente, estava certo.

Ok, vamos falar do roteiro. Escrito por Casarosa, Jesse Andrews e Mike Jones (este último também responsável por co-escrever o roteiro de “Soul”), o enredo de “Luca” joga pela janela a vibe ambiciosa e experimental de filmes como “Wall-E”, “Divertida Mente” e “Soul”, e investe em algo mais descompromissado e “normal”, o que me fez lembrar muito das produções menos inovadoras do estúdio, lançadas entre filmes como os citados acima. Para fazer isso, os roteiristas inseriram seus personagens em uma fórmula bem conhecida para qualquer espectador: “Uma criança extremamente curiosa e apaixonada por um certo lugar, cultura ou objeto tem seu sonho fortemente rejeitado por sua família, que deseja encaixá-la na estrutura tradicional familiar, estabelecida há muito tempo.” Tenho certeza que você pensou nos mesmos filmes que eu: “Tá Chovendo Hambúrguer”; “Valente”; “Viva – A Vida é uma Festa”; “Zootopia”; “A Pequena Sereia”; “Moana”; “Os Croods”. Houveram vários outros exemplos dessa mesma fórmula, e “Luca” certamente não será o último.

Mas mesmo investindo em uma estrutura narrativa bastante utilizada, Casarosa e sua equipe conseguem conquistar o coração do espectador com a atmosfera contagiante e aconchegante de sua ambientação, e com o carisma inegável do elenco de personagens. O primeiro destaque que gostaria de fazer em relação ao roteiro é a maneira com que os roteiristas conseguem desenvolver o personagem-título. Nós, como espectadores, conseguimos sentir o mesmo fascínio que o Luca sente ao descobrir, pouco a pouco, coisas novas sobre um ambiente que ele nunca teve a chance de experimentar. Assim como essa técnica foi utilizada de forma extremamente eficiente com o Miguel, de “Viva – A Vida é uma Festa”, aqui, essa estrutura também funciona perfeitamente. Nós nos sentimos na pele do protagonista, e isso nos leva ao segundo destaque do roteiro: a atmosfera nostálgica da ambientação.

Tirando o subtexto dos monstros marinhos, temos aqui uma clássica história de amadurecimento e autodescoberta centrada em uma amizade duradoura iniciada em uma viagem, tornando possível a identificação do espectador com os personagens e as situações em que eles se encontram. Se eu tivesse que combinar “Luca” com um sentimento na vida humana, seria aquele onde você conhece uma pessoa durante uma viagem momentânea e, no final da viagem, você acaba guardando aquela pessoa para a vida toda, mantendo o contato e até viajando mais vezes para aquele mesmo lugar para encontrá-la de novo. Eu nunca tive esse sentimento na vida, mas quero muito ter essa experiência.

Terceiro (e talvez essa possa ser a principal razão do porquê a história funciona), temos o caráter pessoal que a narrativa tem para o diretor. Como disse anteriormente, o filme é baseado na infância de Enrico Casarosa, época onde ele conheceu seu melhor amigo na Itália, cujo nome é o mesmo do melhor amigo do personagem-título de “Luca”. “Eu conheci meu melhor amigo quando eu tinha 11 anos”, disse o diretor em uma entrevista. “Eu era muito tímido e encontrei esse garoto encrenqueiro que levava uma vida completamente diferente. Eu queria fazer um filme sobre esses tipos de amizade que te ajudam a crescer.” Acho que nem é preciso dizer que Casarosa e sua equipe acertaram em cheio ao fazer um filme do tipo. E talvez o mais interessante seja que, ao inserir esse núcleo em um subtexto fantasioso, a história tenha um caráter mais humano. Algo bem similar aconteceu no ótimo “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” (detalhe: também da Pixar), que inseriu temas sérios como perda e luto em um cenário extremamente fantasioso, resultando em uma narrativa bastante humana, e ainda por cima, pessoal para o diretor Dan Scanlon, que, assim como Casarosa, baseou o filme na sua própria infância.

Por estes e outros motivos é que considero os filmes da Pixar bem melhores do que os da Disney. Algumas de suas narrativas podem não alcançar o mesmo nível de ambição e originalidade, mas devido ao sentimentalismo envolvente e ao caráter pessoal que alguns de seus realizadores injetam no projeto, estes filmes acabam conquistando o coração do espectador. Por isso achei “Luca” bem melhor do que “Raya e o Último Dragão”, lançado este ano pela Disney. Claro, a construção de mundo de “Luca” é bem mais intimista do que a de “Raya”, mas novamente, o filme de Casarosa compensa isso com o caráter nostálgico, humano e pessoal de sua história.

(Before I start talking about the film itself, I'll dedicate some lines to strengthen my point of view that Pixar's work in animation is miles better than the ones from its parent company, Walt Disney Animation Studios. Firstly, unlike Disney, Pixar always tries to invest in more innovative ways of storytelling, shaping the animation techniques according to the directors' established vision. Sometimes, these techniques lead the animation through a more experimental path, or through a more vibrant and colorful vibe, which ends up making the viewer feel nostalgic. The best thing about Pixar is that the story could be formulaic as hell, and they would still find a way to make it a masterpiece.

Secondly, Pixar is the animation studio that has the largest amount of Oscar wins for Best Animated Feature, with a total of eleven wins and fifteen nominations, with two consecutive wins in 2020 (Toy Story 4) and 2021 (Soul). Thirdly, I even did a test with my brother yesterday. I asked him to tell me the names of 5 Disney movies. From the five movies mentioned, four of them were Pixar's, due to his memory of the studio's films.

With that said, I was really excited to watch “Luca”. I already knew it wasn't going to try and reach the same heights as “Soul”, but I fell completely in love with the vibrant and nostalgic visuals released by the promotional material, seriously convincing me of making a trip to Italy when all this blows over (LOL). The trailers gave me this amazing coming-of-age (which is one of my favorite movie genres) vibes, which enhanced my expectations considerably. And, to top it off, director Enrico Casarosa stated that “Luca” is an extremely personal project to him, which was inspired by his own childhood, a time when he ended up meeting his best friend. When I became aware of that, I knew “Luca” was going to be a great film. And, fortunately, I was right.

Okay, let's talk about the screenplay. Written by Casarosa, Jesse Andrews and Mike Jones (the latter also being responsible for co-writing “Soul”), the plot for “Luca” throws the ambitious and experimental vibe of films like “Wall-E”, “Inside Out” and “Soul” out the window, and invests in something more uncompromised and “normal”, which reminded me a lot of the studio's less innovative productions, which were released inbetween films like the ones mentioned above. In order to do that, the screenwriters inserted their characters in a formula that's very well-known to any viewer: “An extremely curious child who's passionate for a certain place, culture or object has their dream being strongly rejected by their family, who wishes to fit them into the traditional family structure, which in turn was established years ago.” I'm sure you were thinking of the same films I did: “Cloudy with a Chance of Meatballs”, “Brave”, “Coco”, “Zootopia”, “The Little Mermaid”, “Moana”, “The Croods”. There are several other examples regarding this formula, and “Luca” certainly won't be the last.

But even though it invests in a widely known narrative structure, Casarosa and his crew manage to tug into the viewer's heartstrings with the setting's contagious and inviting atmosphere and the undeniable charisma from its cast of characters. The first thing I'd like to highlight about the screenplay is how the writers manage to develop the title character. We, as viewers, manage to feel the same fascination that Luca feels when finding out, bit by bit, new things about an environment he never had the chance to experience. Just as that technique was effectively used with Miguel, from “Coco”, here, that structure also works perfectly. We feel ourselves in the protagonist's skin, which leads us to our second screenplay highlight: the setting's nostalgic atmosphere.

If we take out the sea monster subtext, we have here a classic coming-of-age and self-discovery story centered on a long-lasting friendship which was started during a trip, making it possible for the viewer to relate to the characters and the situations which they find themselves in. If I had to match “Luca” with a feeling in human life, it would be that one where you meet someone during a temporary trip and, by the end of it, you end up remembering that person for life, keeping contact with them and even making subsequent trips to that exact same place in order to see them again. I never had that feeling in my life, but I long to have that experience.

Thirdly (and this might be the main reason why the story works), we have the personal touch that the narrative has to its director. As previously stated, the film is based on Enrico Casarosa's childhood, a time where he met his best friend in Italy, whose name is the same as the title character's best friend in “Luca”. “I met my best friend when I was 11 years old”, the director said in an interview. “I was really shy and I found this troublemaker of a kid who had a completely different life. I wanted to make a movie about those kinds of friendships that help you grow up.” I guess I don't even have to say that Casarosa and his crew hit the right spot when making a film like that. And maybe the most interesting thing is that, by inserting this core into a fantasy-like subtext, the story ends up having a more human side to it. Something really similar happened in the amazing “Onward” (detail: also a Pixar movie), which put serious themes like grief and loss in an extremely fantastical background, resulting in a very human and, above all, personal narrative for director Dan Scanlon, who, just like Casarosa, based his film on his own childhood.

It's because of these reasons and many more, that I consider Pixar's films to be far better than Disney's. Some of their narratives might not reach the same level of ambition and originality, but due to their endearing sentimentality and personal side some filmmakers inject in their work, these films end up capturing the viewer's heart. That's why I found “Luca” to be much better than “Raya and the Last Dragon”, a film released this year, by Disney. Sure, the worldbuilding in “Luca” is far more intimate than the one in “Raya”, but once again, Casarosa's film makes up for that with the nostalgic, human and personal side to its story.)



Uma das melhores coisas que a Pixar sabe fazer é criar personagens extremamente carismáticos que, ao final do filme, despertam uma vontade no espectador de vê-los novamente em um projeto futuro, e “Luca” não é uma exceção. Aqui, o desenvolvimento de personagens é especialmente bem feito, porque, diferente de filmes maiores como “Toy Story 4” e “Soul”, “Luca” foi feito em menor escala, permitindo que os poucos personagens do longa sejam muito bem trabalhados no tempo de duração extremamente conciso de 1 hora e 35 minutos. O fio condutor do filme é, sem dúvidas, a dinâmica entre o Luca e o Alberto, e as personalidades contrastantes dos dois personagens rendem boas risadas para o espectador. Enquanto o Luca é tímido, inseguro, e não sabe de quase nada da superfície; o Alberto é mais confiante, corajoso e tem certos conhecimentos sobre a superfície, a maioria deles equivocados. A amizade entre os dois é muito comovente, tocante e bem humana, mesmo com todo o subtexto de monstros marinhos.

Temos também uma protagonista feminina, chamada Giulia, que me lembrou bastante da Ellie criança em “Up: Altas Aventuras”. Ela é determinada, cheia de energia, atlética, e a dinâmica dela com o Luca e o Alberto é uma das principais formas que os roteiristas usam para criar um conflito na trama, especialmente através da competição entre ela e o principal antagonista do filme. Como todos os outros filmes feitos com a mesma fórmula narrativa citada no bloco anterior, temos aqui os dois pais “tradicionais”, que reprimem os sonhos do protagonista, ameaçando-o com um certo castigo se ele quebrasse as regras. E é claro, há a avó, que é a única familiar que apoia o personagem principal em sua jornada, assim como aconteceu em filmes como “O Lórax” e “Moana”.

Um dos melhores personagens do filme, se não for o melhor, é o pai da Giulia. Ele me lembrou MUITO do pai do Flint em “Tá Chovendo Hambúrguer”, através de características físicas, como o fato dos olhos dos dois estarem escondidos sob as grandes sobrancelhas, e também pelo arquétipo de ser alguém endurecido por fora, mas mole de coração. Eu amei o desenvolvimento dele ao longo da trama. Ele é o personagem que mais sofre mudanças desde sua primeira aparição à última, e a transformação foi feita de forma bastante gradativa, o que é ótimo. E, obrigatoriamente, temos o acompanhante animal da vez, representado pelo gato de Giulia e de seu pai, cujo nome diz muito sobre a personalidade do personagem, e rende ótimas risadas.

(One of the best things Pixar knows how to do is that they know how to create extremely charismatic characters who, by the end of the film, make the viewer desperately want to see them again in a future project, and “Luca” is no exception. Here, the character development is especially well done, because, unlike bigger films such as “Toy Story 4” and “Soul”, “Luca” was made on a smaller scale, allowing the film's few characters to be very well developed throughout its extremely concise running time of 1 hour and 35 minutes. The main conductive force of the film is, without a doubt, the dynamics between Luca and Alberto, and their contrasting personalities are a main source of laughs for the viewer. While Luca is shy, insecure, and knows nothing about the surface; Alberto is more confident, more courageous, and has certain amounts of knowledge about the surface, getting most of it wrong. The friendship between the two of them is very touching, endearing and human, even with all the sea monster subtext.

We also have a female protagonist, called Giulia, who reminded me a lot of Ellie as a kid in “Up”. She's determined, filled with energy, athletic, and her dynamics with Luca and Alberto are one of the main ways the screenwriters find of creating some conflict in the plot, especially in her relationship with the film's main antagonist. As in any other film made in the same narrative formula, mentioned in the previous paragraphs, we have the two “traditional” parents, who strongly reject the protagonist's dreams, threatening him with some sort of punishment, if he ever broke the rules. And of course, there's the grandmother, who's the only relative that's supportive of the main character's journey, as it happened in films like “The Lorax” and “Moana”.

One of the film's best characters, if not the best one, is Giulia's father. He reminded me A LOT of Flint's father in “Cloudy with a Chance of Meatballs”, through physical features, such as the fact that both characters' eyes are concealed by their eyebrows, and also through the archetype of being someone hardened on the outside, but actually has a soft spot inside. I loved his development throughout the plot. He was the character that changed the most from his first appearance to the last, and the transformation happened very gradually, which is excellent. And, obviously, we have the animal sidekick, represented here by Giulia and her father's cat, whose name says a lot about his personality, and ends up being a good source of comic relief.)



Como disse anteriormente, as técnicas de animação de projetos da Pixar são moldadas a partir da visão estabelecida pelos realizadores. Enquanto filmes como “Toy Story 4”, “Os Incríveis 2” e “Soul” quiseram inovar nesse aspecto, investindo em algo mais experimental e fotorrealista, “Luca” investiu em um visual extremamente nostálgico, marcado pelo uso intenso da luz solar, que destaca vários detalhes do design dos personagens, e acaba por dar um tom bem refrescante de filme de verão. Eu gostei bastante da identidade visual que os animadores deram à Riviera Italiana, a ponto de terem me convencido a viajar para lá quando tudo isso acabar.

O melhor é que, como o próprio diretor é italiano, ele encontra na animação (e na trilha sonora) um jeito de homenagear sua própria cultura. As comidas são extremamente atraentes, nos deixando com água na boca. As cores das casas de Portorosso são típicas da Riviera Italiana. As Vespas!! EU PRECISO DE UMA VESPA! De preferência, vermelha! (Risos) É tudo muito colorido, vibrante, e me lembrou bastante do visual dos filmes do Studio Ghibli, em especial “A Viagem de Chihiro” e “O Castelo Animado”. Os movimentos dos personagens também me lembraram muito dos primórdios da animação, que foram homenageados de forma brilhante no jogo “Cuphead”.

Há um fato bem interessante sobre a trilha sonora instrumental de “Luca”: originalmente, era para ter sido composta pelo inigualável Ennio Morricone, compositor italiano responsável pelas melhores trilhas sonoras de faroeste de todos os tempos. Mas, infelizmente, Morricone faleceu antes de ter sido convidado a trabalhar no filme. Mas não se preocupem: Dan Romer deu conta do recado. Composta de faixas dominadas por dedilhados no violão e orquestras em constante harmonia, a trilha sonora instrumental de “Luca” consegue remeter à cultura italiana e, ainda por cima, servir como homenagem ao falecido compositor que a teria composto. A trilha sonora compilada é composta de verdadeiros clássicos italianos da década de 1960, que variam de óperas muito conhecidas até ícones do rock italiano. Uma verdadeira homenagem à música do país.

(As previously stated, the animation techniques in Pixar's project shape themselves from the vision established by their filmmakers. While films like “Toy Story 4”, “Incredibles 2” and “Soul” wanted to innovate in that aspect, pushing into something more experimental and photorealistic, “Luca” invested in an extremely nostalgic visual, marked by the intense use of sunlight, which highlights several details in the character design, and ends up giving the film a refreshing summer event feel. I really liked the visual identity that the animators gave to the Italian Riviera, to the point they've convinced me to go there once all of this blows over.

The best thing is, as the director himself is Italian, he finds in the animation (and in the soundtrack) a way of paying homage to his own culture. The food is very visually pleasing, succeeding in making the viewer hungry to eat it. The colors of the houses in Portorosso are typical of the Italian Riviera. The Vespas!! I NEED A VESPA!! If I had to choose one color, it would definitely be red! (LOL) It's all very colorful, vibrant, and it really reminded me of the visuals from some of Studio Ghibli's films, specifically “Spirited Away” and “Howl's Moving Castle”. The characters' movements also reminded me a lot of the early stages of animation, which were recreated brilliantly in the videogame “Cuphead”.

There's a very interesting fact regarding the original score for “Luca”: originally, it was going to be composed by the one and only Ennio Morricone, an Italian composer who's responsible for giving us the greatest Western film scores of all time. But, unfortunately, Morricone passed away before being invited to work on the film. But rest assured: Dan Romer knocks it out of the park. Composed by tracks dominated by guitar playing and orchestras in perfect harmony, the original score for “Luca” manages to feel like Italian music, and, on top of it, serve as an homage to the late composer that was supposed to write it. The compiled soundtrack is composed of true Italian classics from the 1960s, which vary from well-known operas to Italian rock icons. A true homage to the country's music.)



Resumindo, “Luca” é mais uma prova da superioridade da Pixar em relação à Disney. Armado com uma história tocante, tematicamente atemporal e pessoal para seu realizador; personagens extremamente carismáticos e humanos; e técnicas de animação que nos remetem às primeiras produções do estúdio, o filme de estreia de Enrico Casarosa é uma verdadeira homenagem à cultura italiana. E, ao mesmo tempo, prova que, mesmo sendo feito em menor escala, a capacidade da Pixar em contar histórias com as quais o espectador possa se identificar continua impecável.

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Luca” is further proof of Pixar's superiority in comparison to Disney. Armed with a touching, thematically timeless and personal story for its filmmaker; extremely charismatic and human characters; and animation techniques that take us back to the studio's first productions, Enrico Casarosa's feature-length directorial debut is a true homage to Italian culture. And, at the same time, it proves that, even if it's being made in a smaller scale, Pixar remains flawless in their capacity of telling stories that can be relatable to the viewer.

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)


3 comentários:

  1. J.P. vc é legal e é fera tbm 👏👏👏👏👏😃👍

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  2. Assisti no sábado passado, valeu muito, alegria de estar novamente com nossos filhos foi ainda uma excelente surpresa a história e qualidade do filme,,,Santa mozzarella 😋

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