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E aí, meus cinéfilos
queridos! Tudo bem com vocês? Eu estou de volta, mais cedo que o
esperado, porque hoje é meu aniversário!!! E, nessa data especial,
decidi dar um presente a vocês, meus leitores. Nesse ano, tivemos
muitos filmes. Alguns tiveram resenhas postadas no blog, outros não.
Então, minha proposta é fazer um ranking dos 5 melhores filmes de
2019. Após o top 5, farei uma seção de menções honrosas (ou
seja, aqueles que chegaram bem perto de estar nos 5 melhores) e
depois, uma parte lembrando todas as temporadas de séries que eu
gostei mais nesse ano. Então, sem mais delongas, vamos começar!
(What's up, my dear
film buffs! How are you guys doing? I'm back, and sooner than
expected, because today is my birthday! And, on this special day, I
decided to give you, my readers, a gift. This year, we had a lot of
films. Some of them got reviewed here, others didn't. So, my proposal
is to make a ranking of the 5 best films of 2019. After the top 5,
I'll make a section on honorable mentions (meaning, those who came
close to being in the top 5), and after that, a small part
remembering every TV show season I enjoyed the most this year. So,
without further ado, let's start this!)
- HISTÓRIA DE UM CASAMENTO, dirigido por Noah Baumbach
(MARRIAGE STORY,
directed by Noah Baumbach)
Um
filme sensível, íntimo e emocionante. Tá aí algo que eu nunca
imaginava que a Netflix seria capaz de fazer. Já sabendo o que
esperar, fui ver esse filme com uma expectativa mediana, e acabei me
surpreendendo bastante. O roteiro possui um teor dolorosamente
realista, o que ajuda muito na carga emocional do filme. Os atores se
entregam de corpo e alma aos papéis e aos diálogos que lhes são
dados. Como dito na resenha do filme, o Adam Driver e a Scarlett
Johansson dão um show, praticamente garantindo a indicação ao
Oscar dos dois no processo. A Laura Dern interpreta um excelente
papel coadjuvante, possuindo alguns dos diálogos mais inteligentes
contidos no roteiro. A trilha sonora do Randy Newman faz um contraste
perfeito com a atmosfera melancólica que o enredo propõe.
Definitivamente, é um dos melhores filmes originais da Netflix, e
“História de um Casamento”, com toda certeza, marcará presença
no Oscar ano que vem, especialmente nas 5 categorias principais
(Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz e Roteiro Original).
(A
sensitive, intimate, highly emotional film. Now, there's something I
never imagined that Netflix was able to make. Already knowing what to
expect, I watched this film with mild expectations, and I ended up
being pleasantly surprised. The script has a painfully realistic
tone, which helps a lot when it comes to emotionally charge the
movie. The actors dedicate every inch of themselves to the roles and
the dialogues that are given to them. As I stated in the review of
the film, Adam Driver and Scarlett Johansson are utterly amazing,
practically guaranteeing their Oscar nomination in the process. Laura
Dern plays an excellent supporting role, possessing some of the
smartest dialogues contained in the script. Randy Newman's score
makes a perfect contrast with the melancholic atmosphere inserted in
the plot. It's definitely one of the best Netflix original films
ever, and “Marriage Story”, without a doubt, will make a presence
in the Oscars next year, especially in the main 5 categories (Best
Picture, Director, Actor, Actress, and Original Screenplay).)
- ROCKETMAN, dirigido por Dexter Fletcher(ROCKETMAN, directed by Dexter Fletcher)
Confesso
que minha expectativa para esse filme não estava lá no alto,
especialmente pelo fato de “Bohemian Rhapsody”, que foi
finalizado pelo diretor desse filme, ter sido tão mediano. Mas,
felizmente, Dexter Fletcher pega tudo que deu errado em “Bohemian”
e acerta tudo em “Rocketman”. A começar pela verdadeira veia de
musical que o filme possui. Ele não é uma biografia com algumas
partes de show e talz, é um musical DE VERDADE, com coreografias bem
trabalhadas, um teor de fantasia cativante e movimentos de câmera
bem fluidos. Depois, a classificação etária. “Rocketman” tem
um tom bem mais adulto, ele não suaviza nada da vida cheia de drogas
e sexo que o Elton John teve nos anos iniciais de sua carreira, ao
contrário do que “Bohemian” fez. E por último, mas não menos
importante, temos a atuação do protagonista. O Taron Egerton
incorpora o Elton John de uma maneira extraordinária. A fisionomia,
os maneirismos, e ele realmente canta no papel, e canta muito bem, a
propósito. Gostaria muito que esse filme fosse indicado à várias
categorias no Oscar, como prova de que é muito mais digno de
estatuetas do que “Bohemian”, mas parte de mim tem quase certeza
que ele será ofuscado por filmes que farão mais presença ano que
vem.
(I
confess that my expectations for this film weren't sky high,
especially because of the fact that “Bohemian Rhapsody”, which
was finished by the director of “Rocketman”, was only kinda good.
But, fortunately, Dexter Fletcher takes everything that went wrong in
“Bohemian” and gets everything right in this film. Starting with
the true musical vein the film has. It's not a biopic with some
concert parts, it's a FULL-ON musical, with well-rehearsed
coreography, a captivating fantasy tone, and very fluid camera
movements. Then, we have the rating. “Rocketman” has a much more
mature tone, it doesn't tone down anything from the
sex-and-drugs-filled life that Elton John had in the initial years of
his career. And, at last, but not least, we have the performance of
the protagonist. Taron Egerton embodies Elton John in an
extraordinary way. His physicalities, his mannerisms, and he actually
sings in this, and he sings beautifully, by the way. I would really
like this film to be nominated to several categories at the Oscars,
as a proof that it's way more worthy of these awards than “Bohemian”,
but part of me is almost sure that the spotlight will shine upon
other films next year.)
- CORINGA, dirigido por Todd Phillips(JOKER, directed by Todd Phillips)
Se
os vencedores futuros do Leão de Ouro forem tão bons quanto esse,
os filmes exibidos no Festival de Veneza farão uma presença
constante nas próximas listas de melhores do ano. A mudança de tom,
se comparado aos filmes anteriores da DC, foi muito bem vinda. Um
estudo de personagem sobre um dos vilões mais conhecidos do universo
dos quadrinhos foi o approach certo para esse projeto. O roteiro é
bem mais realista, sendo ambientado em uma Gotham City que parece ser
real. O desenvolvimento de personagem do protagonista é feito de
maneira sublime, não só através da atuação, mas também pela
fotografia e pela direção de arte, que ficam gradualmente mais
coloridas ao longo da trama. A violência não é estilizada, o que é
bom, porque só reforça a proposta diferente que o filme tem. Mas o
prato principal aqui é a atuação do Joaquin Phoenix. Se ele não
ganhar o Oscar por esse papel, eu não sei quando ele vai ganhar,
porque esse pode muito bem ser o papel mais dedicado dele. Eu fiquei
chocado com o que ele fez pra atingir a fisionomia do Arthur. Ele
passou fome, comeu muito pouco e estudou risadas patológicas na
internet pra realmente entrar na mente do personagem. Isso é
dedicação, e esse tipo de comprometimento merece o Oscar. A trilha
sonora da Hildur Gudnadóttir é maravilhosa, é uma das coisas mais
lindas do filme, pois ela trabalha a psicologia do Arthur muito bem.
Pra terminar, eu digo uma coisa: vai demorar para que um filme
baseado em quadrinhos atinja o nível de realismo que “Coringa”
atingiu.
(If
the future Golden Lion winners could be as good as this one, the
films shown at the Venice Film Festival will make a constant presence
in my next lists for the best movies of the year. The change of tone,
if compared to DC's previous films, was very welcome. A character
study on one of the most known villains in the comic book universe
was the right approach for this project. The script is much more
realistic, being set in a Gotham City that looks and feels real. The
protagonist's character development is done in a sublime way, not
only through acting, but also through the cinematography and the art
direction, which, gradually, become more colorful, as the plot moves
forward. The violence isn't stylized, which is good, because it only
reinforces the different proposal it has. But the main course here is
Joaquin Phoenix's performance. If he doesn't get an Oscar for this, I
don't know when he will, because this one just may be his most
dedicated role yet. I was shocked when I learned what he went through
to achieve Arthur's fisionomy. He went through hunger, ate little
amounts of food and studied pathological laughter on the internet to
really enter the character's mind. That is dedication, and this kind
of commitment deserves the Oscar. Hildur Gudnadóttir's score is
wonderful, it's one of the most beautiful things about it, as it
works with Arthur's psychology really well. To cap it off, I say
this: it's going to take a very long time for a comic book movie to
achieve the level of realism that “Joker” did.)
- ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD, dirigido por Quentin Tarantino(ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD, directed by Quentin Tarantino)
Muita
gente falou mal desse filme na época de lançamento, e eu
sinceramente não sei porque. Eu tinha adorado na primeira vez que
assisti, e posso dizer que ele só melhora na segunda vez. É um dos
filmes mais gostosos de assistir do Tarantino, pra mim, porque é um
filme sobre o cinema, sobre Hollywood, sobre o que acontece atrás
das câmeras, e eu amo esse tipo de filme. Esse talvez seja o roteiro
mais metalinguístico que o Tarantino já escreveu até agora, e pode
ser um dos principais indicados a Melhor Roteiro Original ano que
vem, com razão. O elenco desse filme é sensacional. O Leonardo
DiCaprio e o Brad Pitt interpretam alguns de seus papéis mais
engraçados dos últimos anos, e a metalinguagem deles sendo atores
interpretando atores pode render indicações ao Oscar para os dois.
A Margot Robbie incorpora a Sharon Tate de uma maneira bem simbólica,
eu adorei a contribuição dela para a história. A trilha sonora
desse filme é cheia de sucessos dos anos 1960, a direção de arte
fielmente recria a época retratada, o que é ótimo. A única cena
que tem violência nesse filme está justamente equiparada com o
confronto contra os Crazy 88 em “Kill Bill” como as cenas mais
estilizadas que o Tarantino já criou, e é uma das cenas mais
gratificantes do filme inteiro. Então, aí vai minha dica: assistiu
e não gostou? Assista de novo, porque melhora. Assistiu e gostou?
Assista de novo também, pelos easter eggs e pela trilha sonora.
(A
lot of people didn't like this film when it premiered, and I honestly
don't know why. I had loved it the first time I watched it, and I can
say that it only gets better the second time around. It's one of the
coziest films Tarantino has ever made, for me, because it's a movie
about movies, about Hollywood, about what happens when the camera
isn't rolling, and I love this type of film. This may be the most
metalinguistic script Tarantino has ever written so far, and it may
be one of the main contenders for Best Original Screenplay next year,
rightfully so. The cast is sensational. Leonardo DiCaprio and Brad
Pitt play some of their funniest roles these years, and their
metalanguage of them being actors playing actors may nominate both of
them for Oscars. Margot Robbie embodies Sharon Tate in a very
symbolic way, I loved her contribution to the plot. The soundtrack is
filled with 1960s hits, the art direction faithfully recreates the
setting of the film, which is great. The only scene that has violence
in it is rightfully in the same place as the confrontation with the
Crazy 88 in “Kill Bill” as the most stylized scenes Tarantino
ever created, and it's one of the most gratifying scenes in the whole
movie. So, here's my tip: you watched it and didn't like it? Watch it
again, because it gets better. You watched it and you did like it?
Watch it again too, because of the easter eggs and the soundtrack.)
- PARASITA, dirigido por Bong Joon-Ho(PARASITE, directed by Bong Joon-Ho)
Esse
é um daqueles filmes que te pegam de surpresa, se você não tiver
nenhum tipo de expectativa. Se você tiver alguma expectativa, é bem
provável que “Parasita” irá atendê-la com prazer. Algo
presente nesse filme que não fez tanta presença assim nos filmes
citados acima (exceto “História de um Casamento”) é a
capacidade da história de ser universal, de dialogar com as
situações socioeconômicas de todo país, não só do país em que
o filme é ambientado. Outra coisa que o roteiro faz muito bem é o
comprometimento em não taxar os personagens como mocinhos ou vilões.
Todos os personagens aqui são humanos, e é essa humanidade (e as
consequências das condições sociais e financeiras de cada um) que
é explorada aqui. As atuações do elenco são maravilhosas, e a
direção de arte é extraordinária, porque ela explora o contraste
entre as duas famílias de uma forma que a atuação não consegue
fazer, pelo fato de todos os personagens serem tratados como seres
humanos. “Parasita” é aquele raro filme estrangeiro que consegue
ser mais relevante e necessário do que os filmes de Hollywood,
devido ao tema abordado, à universalidade da história e a reflexão
com a realidade em que vivemos. Estou torcendo para esse filme no
Oscar com todas as minhas forças, e se tenho uma certeza nessa
cerimônia, é essa: “Parasita” não sairá de mãos vazias. Um
indicado certeiro a Melhor Filme, Direção, Roteiro Original,
Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora Original, e Melhor Filme
Estrangeiro. Vejam “Parasita”. Se possível, nem vejam o trailer,
só assistam e me agradeçam depois.
(This
is one of those films that take you by surprise, if you don't have
any expectations. If you do have expectations, it is likely that
“Parasite” will certainly attend them, with pleasure. Something
present in this film that didn't make much of a presence in these
other films (except “Marriage Story”) is the story's capacity of
being universal, of creating dialogue with the social-economic
situations of any country, not only the one where the film is set.
Another great thing the script did is the commitment in not making
the characters either the good guys or the bad guys. Everyone is
human here, and it's that humanity (and the consequences of each
one's social and economic conditions) that is explored here. The
cast's performances are wonderful, and the art direction is
extraordinary, because it explores the contrast between the two
families in a way that the performances can't, because of the fact
that all characters are treated as human beings. “Parasite” is
that rare foreign film that manages to be more relevant and necessary
than Hollywood films, due to the theme it carries, to the universal
tone of the story, and to the reflection it has to the reality we
live in. I'm rooting for this film in the Oscars with all the
strength I have, and if I'm sure about one thing in this cerimony,
it's this: “Parasite” won't leave empty-handed. A certain nominee
for Best Picture, Director, Original Screenplay, Production Design,
Cinematography, Original Score and Best International Feature Film.
Watch “Parasite”. If possible, don't even watch the trailer, just
watch it and thank me later.)
MENÇÕES HONROSAS:
(HONORABLE
MENTIONS:)
- VINGADORES: ULTIMATO, dirigido por Joe e Anthony Russo(AVENGERS: ENDGAME, directed by Joe and Anthony Russo)
- NÓS, dirigido por Jordan Peele(US, directed by Jordan Peele)
- O IRLANDÊS, dirigido por Martin Scorsese(THE IRISHMAN, directed by Martin Scorsese)
- IT: CAPÍTULO DOIS, dirigido por Andy Muschietti(IT: CHAPTER TWO, directed by Andy Muschietti)
- DOUTOR SONO, dirigido por Mike Flanagan(DOCTOR SLEEP, directed by Mike Flanagan)
- BONS MENINOS, dirigido por Gene Stupnitsky(GOOD BOYS, directed by Gene Stupnitsky)
- ZUMBILÂNDIA: ATIRE DUAS VEZES, dirigido por Ruben Fleischer(ZOMBIELAND: DOUBLE TAP, directed by Ruben Fleischer)
O MELHOR DA
TV/NETFLIX:
(THE BEST OF
TV/NETFLIX:)
- HIS DARK MATERIALS: TEMPORADA 1(HIS DARK MATERIALS: SEASON 1)
- CHERNOBYL (MINISSÉRIE)(CHERNOBYL (MINISERIES))
- FLEABAG: TEMPORADA 2(FLEABAG: SEASON 2)
- NINGUÉM TÁ OLHANDO: TEMPORADA 1(NOBODY'S LOOKING: SEASON 1)
- STRANGER THINGS: TEMPORADA 3(STRANGER THINGS: SEASON 3)
- KILLING EVE: TEMPORADA 2(KILLING EVE: SEASON 2)
- COBRA KAI: TEMPORADA 2(COBRA KAI: SEASON 2)
É
isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até ano que vem,
João
Pedro
(That's
it, guys! I hope you liked it! See you next year,
João
Pedro)