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domingo, 22 de dezembro de 2019

"Star Wars: A Ascensão Skywalker": uma familiar, mas satisfatória conclusão para a saga Skywalker (Bilíngue)


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E aí, meus cinéfilos queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre uma das conclusões mais esperadas do ano. Desprezada pelos críticos e aceita pelos fãs, é um final familiar, mas satisfatório, tanto para a trilogia nova quanto para a saga de 9 filmes, que começou em 1977. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Star Wars: A Ascensão Skywalker”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, and I come here to talk about one of the most awaited conclusions of the year. Despised by critics and embraced by fans, it's a familiar yet satisfying ending to both the sequel trilogy and the 9-film saga, that started way back in 1977. So, without further ado, let's talk about “Star Wars: The Rise of Skywalker”. Let's go!)



Com o retorno do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), todos voltam a temer seu poder, e com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para se tornar uma completa Jedi, Rey (Daisy Ridley) ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver), que também se encontra em conflito pela Força.
(With the return of Emperor Palpatine (Ian McDiarmid), the whole galaxy is surrounded in fear of his power, and because of that, the Resistance takes the front stand in the battle that will decide the future of the galaxy. In training to become a full-fledged Jedi Knight, Rey (Daisy Ridley) still finds herself in conflict with her past and future, and fears for the answers she may get through her complex bond with Kylo Ren (Adam Driver), who also finds himself in conflict in the Force.)



Quando as primeiras reações a esse filme surgiram, fiquei meio chocado, pois foi o contrário do episódio anterior, Os Últimos Jedi. No caso do episódio VIII, os críticos adoraram, e os fãs odiaram. No caso desse episódio, os críticos desprezaram e os fãs tiveram uma reação mais positiva. Os críticos falam que esse filme é muito familiar, não é muito ousado, e é mais um filme pra fã, e os fãs falam que não é nada disso, que é um filme maravilhoso, uma conclusão épica, etc., etc., etc. Como parte dos dois públicos (crítica e fã de Star Wars), meu consenso fica no meio desses dois extremos. É um bom filme, não é o desastre que os críticos falam que é, nem a obra-prima que os fãs falam que é. É um filme que possui várias referências aos episódios anteriores, e algumas delas são divertidíssimas, mas não chega a ser corajoso e até ousado como Os Últimos Jedi foi. Não me levem a mal, Os Últimos Jedi não foi isento de problemas, mas foi um filme que atravessou a barreira entre o familiar, estabelecido em O Despertar da Força, e o inédito, que foi consolidado com Rogue One, que pra mim, ainda é o melhor filme de Star Wars feito após a compra da Lucasfilm pela Disney. O filme tem uma boa estrutura de roteiro, e conta com algumas reviravoltas, algumas são até boas, já outras são completamente bizarras, e algumas até desrespeitam o cânone da trilogia original. O desenvolvimento de personagens é feito de maneira distinta, dependendo do personagem. Os personagens mais desenvolvidos nesse filme são, sem dúvida, a Rey e o Kylo Ren, e o arco dos dois é fechado de uma maneira bem satisfatória. O JJ Abrams tinha um desafio nesse filme: não só estabelecer um final para uma trilogia, mas também para uma saga de 9 filmes que percorre há mais de 40 anos. Nesse aspecto, ele acerta parcialmente, porque, ao mesmo tempo que a maioria das perguntas tenha sido respondida, algumas perguntas cruciais para a compreensão desse filme (e da nova trilogia como um todo) não foram respondidas ao final da projeção. Parte de mim queria muito ver o que o Colin Trevorrow (diretor de Jurassic World, que originalmente iria dirigir esse filme) tinha planejado para a conclusão, porque mesmo que ele tenha feito algumas colaborações para o roteiro, a Disney jogou seguro e foi com o JJ Abrams, que dirigiu O Despertar da Força, que foi recebido muito bem pelos fãs. E por causa disso, recebemos um filme divertido, mas que sofre com reviravoltas sem sentido, inconsistências no cânone da saga Skywalker, e uma quase completa falta de carga emocional, que se fez presente nos dois episódios anteriores (sim, até n'Os Últimos Jedi). Eu, por exemplo, mudaria duas cenas perto do final do filme, porque em um caso, ficaria muito mais épico do jeito que eu imaginei após pensar bastante, e no outro, é um caso de não explicitar algo que ficaria bem melhor de modo implícito. E é isso que eu tenho a falar sobre o roteiro de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”. Se alguém quiser saber mais sobre o que eu achei com spoilers, podem colocar nos comentários (só não esqueçam de avisar que o comentário terá spoiler, para não estragar o filme para aqueles que não viram ainda), que eu terei o prazer de responder e compartilhar meus pensamentos com vocês.
(When the first reactions to this movie arrived, they kinda shocked me, because it was the complete opposite of the previous episode, The Last Jedi. In Episode VIII's case, critics loved it and fans hated it. And in this movie's case, critics despised it and fans had a more positive reaction to it. Critics said that this movie wasn't bold, that it was very familiar and that it was based entirely on fan service, and the fans said that it was nothing like that, that it was wonderful, an epic conclusion, etc., etc., etc. As a part of both audiences (critic and Star Wars fan), my consensus stands right in the middle of these two extremes. It's a good movie, indeed, it's not the disaster critics say it is, and it's not the masterpiece fans say it is either. It's a movie that has a lot of references to previous installments, and some of them are quite fun, but it's not as bold and daring as The Last Jedi. Don't get me wrong, The Last Jedi has some issues, but at least, it was a film that crossed the barrier between familiar, like The Force Awakens, and new, which was consolidated with Rogue One, which is still the best Star Wars movie since Disney bought Lucasfilm, for me, at least. It has a good script structure, and has some plot twists; some of them are good, but others are really bizarre, and even disrespectful to the original trilogy's canon. The character development is done distinctly, depending on the character. The characters with the most development here are definitely Rey and Kylo Ren, and both their arcs are closed in a satisfying way. JJ Abrams faced a challenge with this movie: not only he had to create a movie that concluded the sequel trilogy, he also had to create a conclusion for the 9-film saga, which has been going on for over 40 years. In this aspect, he partially gets it right, because even if most of the questions do get answered, some essential questions for the comprehension of this film (and the sequel trilogy as a whole) are left unanswered by the time the credits roll. Part of me really wanted to see what Colin Trevorrow (the director of Jurassic World, who originally was going to direct this film) had in store for the conclusion, because even if he collaborated to the story, Disney played safe and went with JJ, who directed The Force Awakens, which was really well-received by fans. And because of that, we have a fun movie, but it suffers from senseless plot twists, inconsistencies in the Skywalker Saga's canon, and an almost complete lack of emotional charge, which was really present in the previous two episodes (yeah, even in The Last Jedi). I, for once, would change two scenes near the end of the film; in one case, it would've been a lot more epic with what I imagined after thinking about it for a while, and in the other, it's a case of not making things explicit when they could've been a lot better if they were implied. And that's all I have to say about the script of “The Rise of Skywalker”. If anyone wants to discuss it with spoilers, feel free to comment below (just don't forget to warn that your comment will contain a spoiler, so that you don't ruin the film for those that haven't watched it yet), and I will have the pleasure of answering and sharing my thoughts with you guys.)



Falando de modo curto e direto, o elenco, tanto o da nova trilogia quanto o das trilogias anteriores, já teve mais carisma. O trio principal constituído pela Daisy Ridley, John Boyega e Oscar Isaac possui apenas faíscas de química, se comparado à chama ardente que foi a química entre eles nos episódios anteriores. E o pior é que esse é o primeiro (e único) episódio em que os 3 são vistos em tela juntos pela maioria do tempo de duração, então a química entre eles tinha que ter sido mais evidente. Para uma personagem cuja intérprete já faleceu faz um tempo, a Princesa Leia teve um bom tempo de tela aqui, eu não pensei que o arco de personagem dela iria durar pelo tempo que durou, e sinceramente, eu gostei. Um personagem que ficou bem mais engraçado, se comparado aos episódios anteriores foi o C-3PO, e, mesmo que todas as piadas não tenham sido hilárias, ele é um bom alívio cômico. Eu queria muito ter visto mais do Billy Dee Williams como Lando, porque faz um tempão que nós não vemos ele, e ele tem tão pouco tempo de tela, o que não compensa pelos mais de 30 anos que se passaram desde O Retorno de Jedi. As personagens da Naomi Ackie e da Keri Russell são OK, elas não fazem tanta presença assim, mas também não atrapalham. A Kelly Marie Tran melhora um pouquinho como a Rose, mas a química dela com o John Boyega diminuiu drasticamente, e tem um momento que iria se equiparar no nível “WTF” com o desfecho do arco dos dois em Os Últimos Jedi se ele se concretizasse, mas não aconteceu, e eu estou feliz com isso. O Ian McDiarmid tem uma presença ameaçadora como Palpatine, mas ainda assim, algumas perguntas que justificariam o porquê dele estar nessa trama não foram respondidas. Agora, a única atuação que, pra mim, foi realmente agradável de se ver foi a do Adam Driver. Não sei se é porque de quase todos os atores principais da nova trilogia, ele seja o mais consagrado, mas eu realmente me interessei pelo lado do Kylo Ren da história, e o fechamento do arco dele foi o mais perto que esse filme teve de uma carga emocional.
(In a short, but direct way, in my opinion, the cast, both from the new trilogy and previous generations, had a lot more charisma than what happened here. The main trio composed by Daisy Ridley, John Boyega and Oscar Isaac has only a faint spark of chemistry, if compared to the roaring flame that was their chemistry in the previous films. And the worst thing is, this is the first (and only) film where the 3 of them are seen together for most of the running time, so their chemistry should've been more evident. For a character whose actor passed away quite some time ago, Princess Leia had an extended screen time here, I didn't expect her character arc to last as long as it actually did, and honestly, I liked it. A character that got a whole lot funnier, if compared to previous episodes, is C-3PO, and, even though all of his jokes don't fully land, he is a good comic relief. I really wanted to see more of Billy Dee Williams as Lando, because it's been a long time since we last saw him, and he has a really short screen time, which doesn't make up for the 35-ish-year gap between Return of the Jedi and this one. Naomi Ackie and Keri Russell's characters are OK, they don't get much presence, but they don't screw up either. Kelly Marie Tran did a little better as Rose, but her chemistry with John Boyega was drastically reduced, and there's a moment here that would pair up on the “WTF” scale with the closure of their arc on The Last Jedi if it actually happened, but it didn't and I'm happy for it. Ian McDiarmid has a threatening presence as Palpatine, but still, some questions that would justify why he's in the plot of the film weren't answered. Now, the only performance that, for me, was really pleasant to watch was Adam Driver's. I don't know if it's because, out of all the main actors of the new trilogy, he's the most established one, but I was really interested in Kylo Ren's side of the story, and the closure of his arc was the closest this movie came to an emotional charge.)



Enfim, chegamos à parte onde quase não há nada de negativo, os aspectos técnicos. Tudo é operante aqui, da fotografia e a direção de arte, até a trilha sonora magistral do John Williams e os efeitos especiais, mas novamente, até nos aspectos técnicos, o filme sofre pela familiaridade com os episódios anteriores, principalmente os da trilogia nova. Mas, mesmo com esse aspecto familiar, os visuais, as cenas de ação, e a trilha sonora nos mantém investidos no filme, de modo que a edição corta entre diferentes pontos de vista com pouca frequência, para nos manter focados no ponto principal da história, o que é bom, porque aí, não ficaria tão inchado e estufado como Os Últimos Jedi acabou ficando. É bem triste ver que a equipe técnica apenas apostou no familiar para fazer esse último filme da saga, porque, por ser o último filme de uma saga lendária de 40 anos de idade, poderia ter sido um filme grandioso, tanto narrativamente, quanto tecnicamente. Mas, mesmo com os aspectos técnicos sendo bons e operantes, faltou um pouco de ambição, dadas as circunstâncias.
(At last, we get to the part where there's almost nothing bad about it, the technical aspects. Everything is operative here, from the cinematography and the art direction, to John Williams's epic score and the visual effects, but again, even in the technical aspects, it suffers with the familiarity from the previous episodes, especially the ones in the new trilogy. But even with this familiar aspect to it, the visuals, the action scenes, and the score keep us invested in the film, and the editing cuts to different points of view with a very low frequency, to focus more on the main point of the story, which is good, because then, the film doesn't become a bloated, stuffed plot like The Last Jedi ended up becoming. It's pretty sad seeing the technical team just bet on the familiar to make this final film in the saga, because, due to the fact that this is the last film on a legendary 40-year saga, it could've been a masterful, ambitious film, both narratively and technically. But, even with the operant, good technical aspects, there was a small lack of ambition, due to the circumstances.)



Resumindo, “Star Wars: A Ascensão Skywalker” não é um filme ruim, não mesmo. É um filme que diverte tanto os fãs de longa data quanto os da nova trilogia, e entrega uma conclusão satisfatória para a saga de 9 filmes, mesmo que sofra com recursos narrativos sem sentido, uma falta quase completa de teor emocional, e por ser bastante familiar, tanto narrativamente quanto visualmente, aos episódios anteriores.

Nota: 7,5 de 10!

É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, “Star Wars: The Rise of Skywalker” is not a bad film, not at all. It's a movie that entertains both the long-term fans and the new trilogy fans, and it delivers a satisfying conclusion to the 9-film saga, but it also suffers from senseless plot points, an almost complete lack of an emotional factor, and from being very familiar, both narratively and visually, to previous episodes.

I give it a 7,5 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)




2 comentários: