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E aí, meus cinéfilos
queridos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre uma
das conclusões mais esperadas do ano. Desprezada pelos críticos e
aceita pelos fãs, é um final familiar, mas satisfatório, tanto
para a trilogia nova quanto para a saga de 9 filmes, que começou em
1977. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Star Wars: A
Ascensão Skywalker”. Vamos lá!
(What's up, my dear
film buffs! How are you guys doing? I'm back, and I come here to talk
about one of the most awaited conclusions of the year. Despised by
critics and embraced by fans, it's a familiar yet satisfying ending
to both the sequel trilogy and the 9-film saga, that started way back
in 1977. So, without further ado, let's talk about “Star Wars: The
Rise of Skywalker”. Let's go!)
Com o retorno do
Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), todos voltam a temer seu poder,
e com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os
rumos da galáxia. Treinando para se tornar uma completa Jedi, Rey
(Daisy Ridley) ainda se encontra em conflito com seu passado e
futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir a partir de sua
complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver), que também se
encontra em conflito pela Força.
(With the return of
Emperor Palpatine (Ian McDiarmid), the whole galaxy is surrounded in
fear of his power, and because of that, the Resistance takes the
front stand in the battle that will decide the future of the galaxy.
In training to become a full-fledged Jedi Knight, Rey (Daisy Ridley)
still finds herself in conflict with her past and future, and fears
for the answers she may get through her complex bond with Kylo Ren
(Adam Driver), who also finds himself in conflict in the Force.)
Quando as primeiras
reações a esse filme surgiram, fiquei meio chocado, pois foi o
contrário do episódio anterior, Os Últimos Jedi. No caso do
episódio VIII, os críticos adoraram, e os fãs odiaram. No caso
desse episódio, os críticos desprezaram e os fãs tiveram uma
reação mais positiva. Os críticos falam que esse filme é muito
familiar, não é muito ousado, e é mais um filme pra fã, e os fãs
falam que não é nada disso, que é um filme maravilhoso, uma
conclusão épica, etc., etc., etc. Como parte dos dois públicos
(crítica e fã de Star Wars), meu consenso fica no meio desses dois
extremos. É um bom filme, não é o desastre que os críticos falam
que é, nem a obra-prima que os fãs falam que é. É um filme que
possui várias referências aos episódios anteriores, e algumas
delas são divertidíssimas, mas não chega a ser corajoso e até
ousado como Os Últimos Jedi foi. Não me levem a mal, Os Últimos
Jedi não foi isento de problemas, mas foi um filme que atravessou a
barreira entre o familiar, estabelecido em O Despertar da Força, e o
inédito, que foi consolidado com Rogue One, que pra mim, ainda é o
melhor filme de Star Wars feito após a compra da Lucasfilm pela
Disney. O filme tem uma boa estrutura de roteiro, e conta com algumas
reviravoltas, algumas são até boas, já outras são completamente
bizarras, e algumas até desrespeitam o cânone da trilogia original.
O desenvolvimento de personagens é feito de maneira distinta,
dependendo do personagem. Os personagens mais desenvolvidos nesse
filme são, sem dúvida, a Rey e o Kylo Ren, e o arco dos dois é
fechado de uma maneira bem satisfatória. O JJ Abrams tinha um
desafio nesse filme: não só estabelecer um final para uma trilogia,
mas também para uma saga de 9 filmes que percorre há mais de 40
anos. Nesse aspecto, ele acerta parcialmente, porque, ao mesmo tempo
que a maioria das perguntas tenha sido respondida, algumas perguntas
cruciais para a compreensão desse filme (e da nova trilogia como um
todo) não foram respondidas ao final da projeção. Parte de mim
queria muito ver o que o Colin Trevorrow (diretor de Jurassic World,
que originalmente iria dirigir esse filme) tinha planejado para a
conclusão, porque mesmo que ele tenha feito algumas colaborações
para o roteiro, a Disney jogou seguro e foi com o JJ Abrams, que
dirigiu O Despertar da Força, que foi recebido muito bem pelos fãs.
E por causa disso, recebemos um filme divertido, mas que sofre com
reviravoltas sem sentido, inconsistências no cânone da saga
Skywalker, e uma quase completa falta de carga emocional, que se fez
presente nos dois episódios anteriores (sim, até n'Os Últimos
Jedi). Eu, por exemplo, mudaria duas cenas perto do final do filme,
porque em um caso, ficaria muito mais épico do jeito que eu imaginei
após pensar bastante, e no outro, é um caso de não explicitar algo
que ficaria bem melhor de modo implícito. E é isso que eu tenho a
falar sobre o roteiro de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”. Se
alguém quiser saber mais sobre o que eu achei com spoilers, podem
colocar nos comentários (só não esqueçam de avisar que o
comentário terá spoiler, para não estragar o filme para aqueles
que não viram ainda), que eu terei o prazer de responder e
compartilhar meus pensamentos com vocês.
(When the first
reactions to this movie arrived, they kinda shocked me, because it
was the complete opposite of the previous episode, The Last Jedi. In
Episode VIII's case, critics loved it and fans hated it. And in this
movie's case, critics despised it and fans had a more positive
reaction to it. Critics said that this movie wasn't bold, that it was
very familiar and that it was based entirely on fan service, and the
fans said that it was nothing like that, that it was wonderful, an
epic conclusion, etc., etc., etc. As a part of both audiences (critic
and Star Wars fan), my consensus stands right in the middle of these
two extremes. It's a good movie, indeed, it's not the disaster
critics say it is, and it's not the masterpiece fans say it is
either. It's a movie that has a lot of references to previous
installments, and some of them are quite fun, but it's not as bold
and daring as The Last Jedi. Don't get me wrong, The Last Jedi has
some issues, but at least, it was a film that crossed the barrier
between familiar, like The Force Awakens, and new, which was
consolidated with Rogue One, which is still the best Star Wars movie
since Disney bought Lucasfilm, for me, at least. It has a good script
structure, and has some plot twists; some of them are good, but
others are really bizarre, and even disrespectful to the original
trilogy's canon. The character development is done distinctly,
depending on the character. The characters with the most development
here are definitely Rey and Kylo Ren, and both their arcs are closed
in a satisfying way. JJ Abrams faced a challenge with this movie: not
only he had to create a movie that concluded the sequel trilogy, he
also had to create a conclusion for the 9-film saga, which has been
going on for over 40 years. In this aspect, he partially gets it
right, because even if most of the questions do get answered, some
essential questions for the comprehension of this film (and the
sequel trilogy as a whole) are left unanswered by the time the
credits roll. Part of me really wanted to see what Colin Trevorrow
(the director of Jurassic World, who originally was going to direct
this film) had in store for the conclusion, because even if he
collaborated to the story, Disney played safe and went with JJ, who
directed The Force Awakens, which was really well-received by fans.
And because of that, we have a fun movie, but it suffers from
senseless plot twists, inconsistencies in the Skywalker Saga's canon,
and an almost complete lack of emotional charge, which was really
present in the previous two episodes (yeah, even in The Last Jedi).
I, for once, would change two scenes near the end of the film; in one
case, it would've been a lot more epic with what I imagined after
thinking about it for a while, and in the other, it's a case of not
making things explicit when they could've been a lot better if they
were implied. And that's all I have to say about the script of “The
Rise of Skywalker”. If anyone wants to discuss it with spoilers,
feel free to comment below (just don't forget to warn that your
comment will contain a spoiler, so that you don't ruin the film for
those that haven't watched it yet), and I will have the pleasure of
answering and sharing my thoughts with you guys.)
Falando de modo curto e
direto, o elenco, tanto o da nova trilogia quanto o das trilogias
anteriores, já teve mais carisma. O trio principal constituído pela
Daisy Ridley, John Boyega e Oscar Isaac possui apenas faíscas de
química, se comparado à chama ardente que foi a química entre eles
nos episódios anteriores. E o pior é que esse é o primeiro (e
único) episódio em que os 3 são vistos em tela juntos pela maioria
do tempo de duração, então a química entre eles tinha que ter
sido mais evidente. Para uma personagem cuja intérprete já faleceu
faz um tempo, a Princesa Leia teve um bom tempo de tela aqui, eu não
pensei que o arco de personagem dela iria durar pelo tempo que durou,
e sinceramente, eu gostei. Um personagem que ficou bem mais
engraçado, se comparado aos episódios anteriores foi o C-3PO, e,
mesmo que todas as piadas não tenham sido hilárias, ele é um bom
alívio cômico. Eu queria muito ter visto mais do Billy Dee Williams
como Lando, porque faz um tempão que nós não vemos ele, e ele tem
tão pouco tempo de tela, o que não compensa pelos mais de 30 anos
que se passaram desde O Retorno de Jedi. As personagens da Naomi
Ackie e da Keri Russell são OK, elas não fazem tanta presença
assim, mas também não atrapalham. A Kelly Marie Tran melhora um
pouquinho como a Rose, mas a química dela com o John Boyega diminuiu
drasticamente, e tem um momento que iria se equiparar no nível “WTF”
com o desfecho do arco dos dois em Os Últimos Jedi se ele se
concretizasse, mas não aconteceu, e eu estou feliz com isso. O Ian
McDiarmid tem uma presença ameaçadora como Palpatine, mas ainda
assim, algumas perguntas que justificariam o porquê dele estar nessa
trama não foram respondidas. Agora, a única atuação que, pra mim,
foi realmente agradável de se ver foi a do Adam Driver. Não sei se
é porque de quase todos os atores principais da nova trilogia, ele
seja o mais consagrado, mas eu realmente me interessei pelo lado do
Kylo Ren da história, e o fechamento do arco dele foi o mais perto
que esse filme teve de uma carga emocional.
(In a short, but direct
way, in my opinion, the cast, both from the new trilogy and previous
generations, had a lot more charisma than what happened here. The
main trio composed by Daisy Ridley, John Boyega and Oscar Isaac has
only a faint spark of chemistry, if compared to the roaring flame
that was their chemistry in the previous films. And the worst thing
is, this is the first (and only) film where the 3 of them are seen
together for most of the running time, so their chemistry should've
been more evident. For a character whose actor passed away quite some
time ago, Princess Leia had an extended screen time here, I didn't
expect her character arc to last as long as it actually did, and
honestly, I liked it. A character that got a whole lot funnier, if
compared to previous episodes, is C-3PO, and, even though all of his
jokes don't fully land, he is a good comic relief. I really wanted to
see more of Billy Dee Williams as Lando, because it's been a long
time since we last saw him, and he has a really short screen time,
which doesn't make up for the 35-ish-year gap between Return of the
Jedi and this one. Naomi Ackie and Keri Russell's characters are OK,
they don't get much presence, but they don't screw up either. Kelly
Marie Tran did a little better as Rose, but her chemistry with John
Boyega was drastically reduced, and there's a moment here that would
pair up on the “WTF” scale with the closure of their arc on The
Last Jedi if it actually happened, but it didn't and I'm happy for
it. Ian McDiarmid has a threatening presence as Palpatine, but still,
some questions that would justify why he's in the plot of the film
weren't answered. Now, the only performance that, for me, was really
pleasant to watch was Adam Driver's. I don't know if it's because,
out of all the main actors of the new trilogy, he's the most
established one, but I was really interested in Kylo Ren's side of
the story, and the closure of his arc was the closest this movie came
to an emotional charge.)
Enfim, chegamos à
parte onde quase não há nada de negativo, os aspectos técnicos.
Tudo é operante aqui, da fotografia e a direção de arte, até a
trilha sonora magistral do John Williams e os efeitos especiais, mas
novamente, até nos aspectos técnicos, o filme sofre pela
familiaridade com os episódios anteriores, principalmente os da
trilogia nova. Mas, mesmo com esse aspecto familiar, os visuais, as
cenas de ação, e a trilha sonora nos mantém investidos no filme,
de modo que a edição corta entre diferentes pontos de vista com
pouca frequência, para nos manter focados no ponto principal da
história, o que é bom, porque aí, não ficaria tão inchado e
estufado como Os Últimos Jedi acabou ficando. É bem triste ver que
a equipe técnica apenas apostou no familiar para fazer esse último
filme da saga, porque, por ser o último filme de uma saga lendária
de 40 anos de idade, poderia ter sido um filme grandioso, tanto
narrativamente, quanto tecnicamente. Mas, mesmo com os aspectos
técnicos sendo bons e operantes, faltou um pouco de ambição, dadas
as circunstâncias.
(At last, we get to the
part where there's almost nothing bad about it, the technical
aspects. Everything is operative here, from the cinematography and
the art direction, to John Williams's epic score and the visual
effects, but again, even in the technical aspects, it suffers with
the familiarity from the previous episodes, especially the ones in
the new trilogy. But even with this familiar aspect to it, the
visuals, the action scenes, and the score keep us invested in the
film, and the editing cuts to different points of view with a very
low frequency, to focus more on the main point of the story, which is
good, because then, the film doesn't become a bloated, stuffed plot
like The Last Jedi ended up becoming. It's pretty sad seeing the
technical team just bet on the familiar to make this final film in
the saga, because, due to the fact that this is the last film on a
legendary 40-year saga, it could've been a masterful, ambitious film,
both narratively and technically. But, even with the operant, good
technical aspects, there was a small lack of ambition, due to the
circumstances.)
Resumindo, “Star
Wars: A Ascensão Skywalker” não é um filme ruim, não mesmo. É
um filme que diverte tanto os fãs de longa data quanto os da nova
trilogia, e entrega uma conclusão satisfatória para a saga de 9
filmes, mesmo que sofra com recursos narrativos sem sentido, uma
falta quase completa de teor emocional, e por ser bastante familiar, tanto
narrativamente quanto visualmente, aos episódios anteriores.
Nota: 7,5 de 10!
É isso, pessoal!
Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Star
Wars: The Rise of Skywalker” is not a bad film, not at all. It's a
movie that entertains both the long-term fans and the new trilogy
fans, and it delivers a satisfying conclusion to the 9-film saga, but
it also suffers from senseless plot points, an almost complete lack
of an emotional factor, and from being very familiar, both narratively and
visually, to previous episodes.
I give it a 7,5 out of
10!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
Digno de nota!!! Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns João Pedro
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