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Minhas saudações e
cumprimentos, meus caros cinéfilos! Estou de volta, para entregar a
terceira e última parte dessa postagem especial sobre todas as obras
baseadas no roteiro de “Heathers”, ou “Atração Mortal”. E
nessa postagem, falarei sobre a ovelha negra no catálogo de
“Heathers”, algo que foi bastante criticado quando foi anunciado
e juntou uma boa dose de polêmicas antes de seu lançamento oficial.
Pode não ser o mesmo “Heathers” que os fãs do filme e do
musical queriam, mas é o “Heathers” que é mais relevante e
atual para a presente geração. Então, sem mais delongas, vamos
falar sobre a minissérie de 2018 de “Heathers”. Vamos lá!
(Greetings and
salutations, my dear film buffs! I'm back, in order to deliver the
third and final part of this special post on all of the work based on
the screenplay for “Heathers”. And in this post, I'll be talking
about the black sheep in the “Heathers” catalog, something that
was really criticized when it was announced, and gathered a good
amount of controversy before its official release. It may not be the
same “Heathers” that movie and musical fans wanted, but it's the
most relevant, current “Heathers” for the present generation. So,
without further ado, let's talk about the 2018 miniseries of
“Heathers”. Let's go!)
Baseado no filme de
1988, a minissérie de “Heathers” transporta a trama para os dias
atuais, e segue Veronica Sawyer (Grace Victoria Cox), uma adolescente
de 17 anos que está tentando se descobrir na vida. Ela é a ovelha
negra em uma panelinha em seu colégio conhecida como “as
Heathers”, e diante dos atos maléficos de bullying e manipulação
cometidos pelas Heathers, Veronica junta forças com um novato, JD
(James Scully), para tirar a panelinha da hierarquia da escola.
(Based on the 1988
film, the “Heathers” miniseries transports the plot into the
present day, and follows Veronica Sawyer (Grace Victoria Cox), a
17-year-old who's trying to find herself in life. She's the black
sheep in a school clique known as “the Heathers”, and because of
the evil bullying and manipulation acts committed by the Heathers,
Veronica joins forces with a new kid, JD (James Scully), to take the
clique out of the school hierarchy.)
Muitas pessoas,
especialmente fãs da obra original, vem criticando essa adaptação
em particular, pelo fato de alguns de seus aspectos serem diferentes
do filme de 1988, especialmente quando se trata da aparência das
Heathers: enquanto no filme, as Heathers eram patricinhas magérrimas;
na minissérie, a Heather Chandler é acima do peso, a Heather Duke é
um adolescente gay chamado Heath, mas que prefere ser chamado de
Heather; e a Heather McNamara é negra e lésbica. As pessoas se
perguntavam, quando o trailer da minissérie foi lançado: como as
Heathers conseguiram se tornar aquilo que elas mais criticavam no
filme original? Pode ser um artifício para tornar o enredo
politicamente correto? Até pode, mas acho que a explicação mais
clara é que a sociedade escolar mudou drasticamente de 1988 para cá,
e a minissérie queria aplicar essas mudanças no enredo de
“Heathers”. Só que aí está o maior problema: a maioria dos fãs
nem se importou em realmente ver a adaptação para ver se realmente
presta. Como esse não foi o meu caso, vamos falar do roteiro. O
roteiro da minissérie de “Heathers” foi encabeçado por Jason
Micallef, showrunner do programa, que contou com a ajuda de
co-roteiristas em 8 dos 10 episódios. Eu realmente gostei do
conceito que a minissérie teve de trazer o enredo para os dias
atuais, para a época onde tudo viraliza em questão de segundos na
Internet. E é justamente por causa dessa ambientação no presente
que faz dessa adaptação de “Heathers” a mais relevante para a
realidade de hoje. As pessoas estão sempre conectadas, sabendo de
tudo em um instante ou em um clique, realmente é um aspecto que uma
versão atual de “Heathers” precisava. Uma coisa que eu realmente
gostei na execução dessa série foi o número de reviravoltas
(sendo a maioria delas, quase que completamente inesperadas) que ela
tem em relação ao original. Se você é fã do filme de 1988 ou do
musical, as reviravoltas ao longo desses 10 episódios vão fazer
você se importar com a caracterização dos personagens cada vez
menos. Coisas que acontecem no filme original podem não acontecer
aqui e vice-versa. É diferente, é violenta, eu vejo porque a
minissérie causou tanta polêmica nos EUA, mas os temas que ela
aborda são necessários para que ela consiga transmitir sua mensagem
de forma clara. Um aspecto que me agradou bastante foi a ousadia de
ir além dos temas que são discutidos no filme original (que ainda
são discutidos aqui) e lidar com temas que são muito presentes nos
dias atuais, em especial o assédio sexual e o domínio de nossas
vidas sociais pela tecnologia. A minissérie tem um senso de humor
bem atualizado, contendo piadas sobre filtros de fotos, a cultura pop
atual, tudo que você esperaria de uma série adolescente no nível
de “Riverdale” e “Scream Queens”. O roteiro tem uma grande
quantidade de mistério envolvendo os personagens, e também preenche
alguns vazios que não foram propriamente explicados nas outras
propriedades que levam o nome “Heathers”. E o final dessa
minissérie não é nada parecido com o que vimos no filme original
ou no musical. É algo que me surpreendeu positivamente, pela grande
quantidade de ousadia que os produtores dessa adaptação tiveram
para fazer o final daquele jeito.
(A lot of people,
especially fans of the original work, have been criticizing this
adaptation in particular, because some of its aspects are different
from the 1988 film, especially when it comes to the Heathers's
appearances: while in the film, they are skinny queen bees; in the
miniseries, Heather Chandler is overweight; Heather Duke is a gay
teenager named Heath, but that prefers to be called Heather; and
Heather McNamara is black and lesbian. People wondered, when the
trailer for the miniseries was released: how could the Heathers
manage to become the type of people they criticized in the original
film? Could it be a device to make the plot politically correct?
Maybe, but I think that the clearest explanation is that school
societies have changed from 1988 until today, and the show wanted to
apply those changes into the plot of “Heathers”. But there's the
bigger problem: most fans didn't even care to actually watch the show
to see if any good came out of it. As that's not my case, let's talk
about the script. The script for the “Heathers” miniseries was
written by Jason Micallef, who was also showrunner, and got a little
help from co-writers in 8 of the 10 episodes. I really liked the
concept that it had to bring the plot into the present days, to the
time where everything goes viral in a matter of seconds on the
Internet. And it's precisely because of this setting that makes this
adaptation of “Heathers” the most relevant one for today's
reality. People are always connected, knowing about everything in an
instant or in a click, it really was an aspect that a modern-day
version of “Heathers” needed. One thing I really liked in this
plot's execution was the number of plot twists (most of them being
completely unexpected) it has, if compared to the original script. If
you're a fan of the 1988 film or the musical, the plot twists
throughout these 10 episodes will make you care with the characters'
appearances less and less. Things that happened in the original film
may not happen here and vice-versa. It's different, it's violent, I
could see why it gathered so much controversy in the US, but the
themes it deals with are necessary for the message to be transmitted
more clearly. One aspect I particularly enjoyed was the boldness to
go beyond the themes discussed in the original film (which are still
discussed here) and deal with themes that are way more present in
recent times, especially sexual harassment and the domination
technology has over our lives. The miniseries has a very current
sense of humor, containing jokes about photo filters, pop culture,
everything you'd expect from a teen series like “Riverdale” or
“Scream Queens”. The script carries a huge amount of mystery on
its characters, and also fills some gaps that weren't properly
explained in the other properties that carry the “Heathers” name.
And the ending of this miniseries is nothing like the original film's
ending or the musical's ending. It's something that positively
surprised me, especially because of the boldness the show's producers
had to make the ending that way.)
No elenco, encontramos
alguns dos maiores trunfos da minissérie, mas nem todos se
sobressaem tão bem. A Grace Victoria Cox faz uma boa Veronica. Não
é uma Winona Ryder, mas eu gostei bastante da quantidade de mistério
e das atitudes que essa Veronica tem, se comparado à outras versões
da personagem. Muitas das surpresas do enredo tem a ver com ela, mas
sem spoilers aqui. O James Scully é mais parecido com o JD do filme
do que com o JD do musical, mas o ator nem tenta ser carismático.
Ele entrega suas falas da forma mais apática possível, o que seria
até adequado para um psicopata, mas ele não tem a personalidade que
o Christian Slater ou que os roteiristas do musical deram para o
personagem. Nas Heathers, encontramos surpresas, tanto gratas quanto
desagradáveis. A Melanie Field é a Heather Chandler mais
desenvolvida, em termos de caráter, no cânone de “Heathers”.
Gostei muito da atuação dela. O Brendan Scannell me fez rir
bastante como a Heather Duke. Diferente das outras obras, a Heather
Duke traz a maior quantidade de humor para o programa. E confesso que
o desenvolvimento da Heather McNamara, interpretada pela Jasmine
Mathews, me decepcionou bastante, se comparado a como a personagem
foi tratada nas outras versões do roteiro. A maior surpresa para mim
ficou com a Nikki SooHoo como a Betty Finn, que é a melhor amiga da
Veronica no filme original e na minissérie. Ela tem bem mais
personalidade, carisma e desenvolvimento do que a Betty do filme. Eu
adorei como os adultos foram tratados aqui, como pessoas gravemente
alienadas, que não se importam com o que acontece ao redor deles,
especialmente quando se trata dos pais da Veronica, que sempre estão
com os olhos grudados no tablet em toda cena em que aparecem. Fãs do
original ficarão bem felizes com as aparições da Shannen Doherty,
que interpreta a Heather Duke no filme de 1988, e que aqui,
interpreta a mãe do JD, e recebemos muito desenvolvimento a respeito
de sua misteriosa morte, que é somente mencionada no filme e no
musical.
(In the cast, we find
some of the show's biggest wild cards, but not all of them are that
good. Grace Victoria Cox is a good Veronica. She's no Winona Ryder,
but I really liked the amount of mystery and some of the attitudes of
this Veronica, if compared to other versions of the character. Lots
of the plot's surprises have to do with her, but no spoilers here.
James Scully is more similar to Movie JD than Musical JD, but the
actor doesn't even try to be charismatic. He delivers his lines in
the most apathetic way possible, which would be adequate for a
psychopath, but he doesn't have the personality that Christian Slater
or the musical's writers gave to the character. In the Heathers, we
have surprises, both pleasant and unpleasant. Melanie Field is the
most well-developed Heather Chandler, in terms of character, in the
“Heathers” canon. I really liked her performance. Brendan
Scannell made me laugh a lot as Heather Duke. Unlike what happened in
the other versions, Heather Duke brings the largest amount of humor
into the show. And I confess that Heather McNamara, portrayed by
Jasmine Mathews, was a huge letdown for me, if compared to how the
character was treated in other versions of the script. The biggest
surprise for me was Nikki SooHoo as Betty Finn, Veronica's best
friend in the original film and in the miniseries. She has way more
personality, charisma and character development than movie Betty. I
loved how grownups are portrayed here, as hugely alienated people,
who don't care about what happens around them, especially when it
comes to Veronica's parents, who always have their eyes glued to a
tablet, in every scene they're in. Fans of the original work will be
very pleased with the appearances by Shannen Doherty, who played
Heather Duke in the 1988 film, and who plays JD's mom here, and we
get much more development regarding her mysterious death, which is
only mentioned in the movie and in the musical.)
Os aspectos técnicos
da minissérie são o que há de menos problemático. A fotografia é
bem dinâmica, há um episódio que é inteiramente sob o ponto de
vista de um dos personagens, o que eu achei bem interessante. A
direção de arte mistura a veia oitentista do filme e do musical com
um tom mais neon que comunica mais com a atualidade de modo perfeito,
e faz o máximo possível para fazer um enorme número de referências
ao filme original, seja por meio do uso das cores, ou por meio de
recriação de cenas, falas e tomadas do filme de 1988, ou por meio
da trilha sonora, e para falar a verdade, essas referências serão
um verdadeiro deleite para quem é fã de carteirinha das obras de
“Heathers” que vieram antes dessa. Há um uso constante de
flashbacks, e gostei bastante de como eles conseguiram diferenciar as
duas épocas através dos aspectos técnicos. Há um uso eficiente de
efeitos práticos, e o impacto desses efeitos é acentuado pelos
jogos de câmera, o que eu achei bem legal.
(The technical aspects
are what's less problematic about the miniseries. The cinematography
is quite dynamic, there's an episode that's entirely under the point
of view of one of the characters, which I found to be rather
interesting. The art direction mixes the 80s vibe of the film and the
musical with something more of a neon tone that communicates more
with today perfectly, and does the best it can to make an enormous
amount of references to the original film, through the use of color,
through the recreation of scenes, lines or takes in the 1988 film, or
through the soundtrack, and to tell the truth, these references will
be a true delight for the “Heathers” diehards out there. There is
a constant use of flashbacks, and I really liked how they managed to
differentiate the two settings through the technical aspects. There
is an efficient use of practical effects, and the impact of these
effects is heightened by the camera movements, which I thought it was
pretty cool.)
Resumindo, a minissérie
de “Heathers” é bem diferente de todas as obras que tomaram como
base o roteiro de Daniel Waters, possuindo várias reviravoltas, se
comparado ao filme original, mas devido à sua ambientação no
presente, à sua abordagem de temas discutidos tanto nos anos 1980
quanto na atualidade, e à personalidade de alguns de seus
personagens, essa acaba sendo a versão mais relevante para os dias de hoje. Recomendo bastante para os fãs do filme
original ou do musical!
Nota: 9,0 de 10!!
É isso, pessoal!
Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, the
“Heathers” miniseries is pretty different from everything that
was based on Daniel Waters's script, with several plot twists, if
compared to the original film, but due to its present-day setting,
its dealing of themes discussed both in the 1980 and in the present,
and the personality of some of its characters, this ends up being the
most relevant version for today. I highly recommend it
for the fans of the original film or the musical!
I give it a 9,0 out of
10!!
That's it, guys! I hope
you liked it! See you next time,
João Pedro)
Análise bem profunda! Parabéns!
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