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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a próxima parte da nossa postagem especial sobre o trabalho de Christopher Nolan. Dois anos após o lançamento do revolucionário “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, o sétimo filme de Nolan junta tudo o que definiu o estilo característico do diretor para criar algo original, inteligente, e acima de tudo, único. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “A Origem”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring the next part in our special post on the work of Christopher Nolan. Two years after the release of the revolutionary “The Dark Knight”, Nolan's seventh film assembles everything that defined his characteristic cinematic style to create something original, clever, and above all, unique. So, without further ado, let's talk about “Inception”. Let's go!)
O filme conta a história de Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um ladrão com a rara habilidade de roubar segredos do inconsciente, obtidos durante o estado de sono. Impedido de retornar para sua família, ele recebe a oportunidade de se redimir ao realizar uma tarefa aparentemente impossível: plantar uma ideia na mente do herdeiro de um império (Cillian Murphy). Para realizar o crime perfeito, ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), o discreto Eames (Tom Hardy) e a arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page). Juntos, eles correm contra o tempo para que o inimigo não antecipe seus passos.
(The film tells the story of Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), a thief with the rare ability of stealing secrets from the unconscious, obtained during a dream state. Unable to return to his family, he receives the opportunity to redeem himself by performing an apparently impossible task: plant an idea in the mind of the heir of an empire (Cillian Murphy). In order to perform the perfect crime, he relies on his partner Arthur (Joseph Gordon-Levitt), identity thief Eames (Tom Hardy) and dream architect Ariadne (Ellen Page). Together, they race against time with the objective of overcoming the enemy's obstacles.)
Antes de começar a falar sobre o roteiro, queria dedicar algumas palavras falando sobre o que eu já achava desse filme. Assim como todo filme dirigido pelo Christopher Nolan, acredito que “A Origem” é algo feito para ser visto no cinema, onde nenhuma coisa iria distrair o espectador do que está ocorrendo na tela, especialmente por três razões: é um filme longo, com quase 2h30 de duração; se a atenção do espectador não estiver concentrada na tela, ele se perderá muito facilmente; e pela proeza técnica do filme, que é algo que eu nunca tinha visto em nenhum filme na primeira vez que o assisti. Agora, “A Origem” está completando 10 anos, e continua sendo simplesmente impressionante. O roteiro é o primeiro escrito somente pelo diretor desde “Amnésia”, seu segundo filme, mas não ficarei impressionado se o irmão dele, Jonathan (co-roteirista de “O Grande Truque” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas”), deu uma mãozinha no roteiro final. Acho que nem é preciso dizer que o roteiro do filme é simplesmente sensacional. Como disse na introdução, acredito que “A Origem” seja o filme definitivo de Christopher Nolan, pois ele junta tudo que definiu o estilo característico do diretor em termos de enredo: passo mais lento; a não-linearidade da narrativa; personagens muito bem desenvolvidos; reviravoltas chocantes; e um final que ainda dá dor de cabeça pra muita gente. É algo completamente original (dizem as más línguas que Nolan pegou algumas partes emprestadas do anime “Paprika”, dirigido por Satoshi Kon, que também explora a temática do sonho, mas são só rumores) e que nos primeiros minutos, já captura a sua atenção. O primeiro ato do filme faz um trabalho sensacional em apresentar seus protagonistas e o que eles fazem, da maneira mais tecnicamente impecável possível. No segundo ato, alguns obstáculos e reviravoltas surgem, resultando em um desenvolvimento mais profundo de alguns de seus personagens. E no terceiro ato, há uma reviravolta de cair o queixo. A proposta de um filme ambientado nos sonhos de uma pessoa pode deixar muitos espectadores confusos sobre o que é realidade e o que é sonho, mas o filme explica a diferença entre esses dois mundos de uma maneira muito inteligente e, principalmente, clara. E um dos maiores trunfos do roteiro de Nolan é que ele te dá a convicção que “A Origem” é verdadeiramente algo único, porque uma pessoa simplesmente não pode falar que viu vários filmes sobre ladrões que se infiltram em sonhos para roubar informações sigilosas. Essa é uma das razões do porquê alguns filmes do diretor podem ser considerados únicos, inventivos, revolucionários. Eles podem apresentar um conceito normal, mas é o que Nolan faz com esse conceito que transforma o filme em algo que você desejaria apagar da sua memória só para vê-lo novamente pela primeira vez. Sinceramente, acho meio exagerado existirem vários vídeos explicando o final desse filme na Internet, porque não é necessariamente confuso. “A Origem” é complexo, isso eu posso admitir, mas o roteiro entrega todas as respostas para todas as perguntas que o enredo propõe, e transita entre várias narrativas de maneira bem orgânica e fluida, tornando a possibilidade do espectador não entender o filme quase impossível. Novamente, reforço, como toda obra de Christopher Nolan, este é um filme que será melhor aproveitado sem nenhum tipo de distração, e aqueles que seguirem essa regra serão ricamente recompensados com uma história original, inventiva, e que realmente tem algo a dizer sobre temas muito interessantes como memória e culpa. Resumindo, o roteiro de “A Origem” e só mais uma prova de que Christopher Nolan é um dos cineastas mais originais, criativos e talentosos no cinema contemporâneo.
(Before I start talking about the script, I'd like to dedicate some lines to say what I already thought of this movie in particular. Just like every other film directed by Christopher Nolan, I believe that “Inception” is something that demands to be seen in a movie theater, where nothing would distract the viewer from what's happening on-screen, especially for three reasons: it's a long film, with almost 2 hours and 30 minutes of running time; if the viewer's attention isn't entirely focused on the screen, he or she would easily get lost; and for the film's technical feat, which is something I didn't see in any other movie at the time I first watched it. Now, “Inception” is 10 years old, and it's still incredibly impressive. The script is the first one written solely by the director since “Memento”, his second film, but I would not be impressed if his brother, Jonathan (co-writer of “The Prestige” and “The Dark Knight”), ended up giving him a helping hand on the final shooting script. I think I don't even have to say that this screenplay is mind-blowing and sensational. As I said in the intro, I believe that “Inception” is the definitive Christopher Nolan film, as it assembles everything that defined his characteristic cinematic style so far, in terms of plot: the slower pace; the non-linear narrative; very well-developed characters; shocking plot twists, and an ending that still gives a headache to lots of people. It is something completely original (rumors say that Nolan took some ideas from the anime film “Paprika”, directed by Satoshi Kon, which also explores the thematic of dreaming, but again, it's just rumors) and that already gets your attention from the very first minutes in its running time. The film's first act does a marvelous job in introducing its main characters and what they all do, in the most technically flawless way possible. In the second act, some obstacles come into the light, resulting in a deeper development from some of its characters. And in the third and final act, there's a jaw-dropping twist. The proposal of a film set in a person's dreams may leave several viewers confused on what's reality and what's the dream, but the movie explains the difference between these two worlds in a very clever and, especially, clear way. And one of the biggest triumphs in Nolan's screenplay is that it gives you the absolute conviction that “Inception” is truly something unique, as one can't say he or she has watched several films about thieves that go into people's dreams to steal valuable information. That is one of the reasons why some of his films can be considered unique, inventive and revolutionary. They may present a simple concept, but it's what Nolan does to that concept that transforms the film into something you'd like to erase from your memory, just to watch it for the first time again. Honestly, I think it's a bit too much that there are several videos explaining this film's ending out there, because it's not necessarily confusing. “Inception” is a complex movie, that I can admit, but the script delivers all the answers for all the questions the plot proposes, and transitions between several narratives in a fluid, organic way, turning the possibility of the viewer to simply not understand it into something that's almost impossible. Once again, I'd like to reinforce, as with everything Nolan-directed, this is a film that will be better enjoyed without any kind of distraction, and those who follow by that rule will be richly rewarded with an original and inventive story that deals with interesting themes like memory and guilt. In a nutshell, the screenplay for “Inception” is just another reason why Christopher Nolan is one of the most original, creative, and talented filmmakers in contemporary cinema.)
O elenco desse filme (assim como quase todo elenco de um filme de Christopher Nolan) é mais uma razão do porquê uma categoria de Melhor Elenco no Oscar deveria existir. Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Ken Watanabe, Dileep Rao e o Tom Berenger trabalham muito bem tanto quando estão juntos em tela quanto individualmente. Os diálogos expostos e complementados por cada um dos personagens nos ajudam cada vez mais a achar uma explicação para o que está acontecendo na tela. E o mais legal é que cada personagem tem uma “função”: DiCaprio é a mente criminosa cheia de segredos; Gordon-Levitt é o músculo; Page é a construtora de sonhos; Hardy é um ladrão de identidades; Rao é um químico que providencia sedativos pesados para a missão do grupo; e a relação entre Watanabe, Murphy e Berenger é essencial para que tal missão seja cumprida. Além do grupo principal, temos uma performance sensacional da Marion Cotillard, que está incrivelmente ameaçadora; e breves aparições significativas de Michael Caine, que já virou colaborador recorrente de Nolan. Eu realmente acredito que o Leonardo DiCaprio poderia ter sido indicado a Melhor Ator, assim como Cotillard a Melhor Atriz Coadjuvante, já que eles interpretam os dois personagens mais desenvolvidos do filme, e pela evidente química compartilhada pelos atores quando juntos em tela.
(This film's cast (as well as basically every other cast in a Christopher Nolan film) is yet another reason why a Best Ensemble Cast category should exist in the Oscars. Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Ken Watanabe, Dileep Rao and Tom Berenger work really well when they're together or apart. The dialogue exposed and complemented by each of the characters never fail to help us understand what's happening on-screen. And the coolest thing is every character has a “function”: DiCaprio is the secret-filled mastermind; Gordon-Levitt is the muscle; Page is the dream builder; Hardy is an identity thief; Rao is a chemist that provides heavy sedatives for the group's mission; and the relationship between Watanabe, Murphy and Berenger is essential for the accomplishment of said mission. Besides the main group, we have a sensational performance by Marion Cotillard, who is incredibly menacing; and brief significant appearances by Michael Caine, who's already become a recurring collaborator of Nolan's. I truly think that Leonardo DiCaprio could've been nominated for Best Actor, as well as Cotillard for Best Supporting Actress, as they portray the most developed characters in the film, and because of the evident chemistry the actors share when together on-screen.)
Sobre o marketing do filme, um fato é inegável: o visual foi provavelmente o que chamou mais atenção. E com razão. É o melhor trabalho de fotografia do Wally Pfister (que trabalha com o diretor desde “Amnésia”), que encontra seu maior triunfo nas cenas de ação dinâmicas e cheias de energia. Oscar de Melhor Fotografia merecidíssimo. A montagem do Lee Smith transita entre os vários estados de sonho e realidade com muita fluidez, evitando que o espectador se perca no processo. Eu simplesmente não sei porque essa montagem nem foi indicada ao Oscar, é um trabalho estupendo. O trabalho do Hans Zimmer na trilha sonora é épico em todos os sentidos da palavra. Se não fosse pela espetacular trilha de Trent Reznor e Atticus Ross para “A Rede Social”, tenho quase certeza que esse Oscar iria para o Hans Zimmer. E por último, mas não menos importante, temos os efeitos visuais, que, na minha opinião, foram revolucionários. Posso até dizer que foram influentes para filmes que usariam um conceito parecido, com uma vibe mais psicodélica, como, por exemplo, “Doutor Estranho”. As cidades dobrando ao meio, as cenas em câmera lenta, as cenas de ação em zero-gravidade... Foram tantas coisas que marcaram o visual de “A Origem”, que demoraria um século para listar todas. Mais um Oscar merecidíssimo para o filme. Como disse anteriormente, um dos destaques do filme são os aspectos técnicos, em especial a fotografia e os efeitos visuais, que representam mais uma razão que transforma “A Origem” em algo único e revolucionário. Não é de se impressionar que esse é o filme de Nolan que ganhou mais Oscars até o momento.
(About this film's marketing campaign, one fact is undeniable: the visuals were probably at the center of attention. And rightfully so. It's the best cinematography work by Wally Pfister (who has been working with the director since “Memento”), who finds his greatest triumph in the dynamic and energy-filled action scenes. A very deserving Oscar win for Best Cinematography. Lee Smith's editing transitions between several dream states and reality with so much fluidity, it avoids the viewer from losing his train of thought in the process. I honestly don't know why this editing wasn't even nominated, it's simply amazing. Hans Zimmer's work on the score is epic in every sense of the word. If it wasn't for Trent Reznor and Atticus Ross's incredible score for “The Social Network”, I'm pretty sure that Oscar would've gone to Hans Zimmer. And at last, but definitely not least, we have the visual effects, which, in my opinion, were revolutionary. I can even say they've been influent for later films that followed a similar proposal, with a more psychedelic vibe, like, for example, “Doctor Strange”. The cities bending in half, the slow-mo scenes, the zero-gravity action scenes... So many things marked the visuals for “Inception”, it would take ages to list all of them. Another well-deserved Oscar for it. As I said before, one of the film's main highlights are the technical aspects, especially the cinematography and the visual effects, which represent one more reason that transforms “Inception” into something unique and revolutionary. It's not surprising at all that this was the most awarded Christopher Nolan film in the Oscars so far.)
Resumindo, “A Origem” continua sendo o mesmo filme genial, original e inventivo que era na época de seu lançamento, há 10 anos. Ele junta todos os aspectos que marcaram o estilo cinematográfico de Christopher Nolan para entregar um dos filmes mais marcantes e revolucionários da década passada, com o auxílio de um roteiro inteligente, um elenco extraordinariamente talentoso, e aspectos técnicos que tornam o filme único.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Inception” remains being the same genius, original and inventive film it was back at the time of its release, 10 years ago. It assembles every aspect that marked Christopher Nolan's cinematic style to deliver one of the most groundbreaking, revolutionary films of the past decade, with the help of a clever script, an extraordinarily talented cast, and technical aspects that make it unique.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)