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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, com a próxima parte da nossa postagem especial sobre o trabalho de Christopher Nolan. Em seu quarto filme, Nolan começa uma das trilogias de filmes mais icônicas do século XXI, contando uma história de origem plausível e realista para um dos maiores super-heróis de todos os tempos, mas ainda assim, não deixa de ser um filme de Christopher Nolan. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Batman Begins”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, with the next part of our special post on the work of Christopher Nolan. In his fourth film, Nolan starts off one of the most iconic film trilogies of the 21st century, telling a plausible, realistic origin story to one of the greatest superheroes of all time, but still, it ends up being a true Christopher Nolan film. So, without further ado, let's talk about “Batman Begins”. Let's go!)
Após o brutal assassinato de seus pais, Bruce Wayne (Christian Bale) viaja para o Extremo Oriente, com o objetivo de superar seus medos através de um treinamento em artes marciais oferecido por um grupo conhecido como Liga das Sombras. Depois de descobrir que o objetivo da Liga era destruir sua cidade-natal, Wayne retorna a Gotham City com o objetivo de criar uma nova identidade para trazer justiça à corrupta cidade, com a ajuda de seu mordomo Alfred (Michael Caine) e Lucius Fox (Morgan Freeman).
(After the brutal assassination of his parents, Bruce Wayne (Christian Bale) travels to the Extreme Orient, with the objective of overcoming his fears through a martial arts training offered by a group known as the League of Shadows. After finding out that the League's objective was to destroy his hometown, Wayne returns to Gotham City with the objective of creating a new identity to bring justice to the corrupt city, with the help of his butler Alfred (Michael Caine) and Lucius Fox (Morgan Freeman).)
Antes de começar a falar do filme em si, devo dizer que esse foi o único filme da trilogia do Cavaleiro das Trevas que eu não tinha visto. Quem me conhece sabe que no contexto de filmes, eu prefiro aqueles inspirados no trabalho da Marvel do que os da DC. Mas, quando eu terminar a trilogia inteira (porque eu já sei que as sequências são excelentes), posso até colocar os dois (Marvel e DC) no mesmo nível. O roteiro de “Batman Begins” foi escrito por Christopher Nolan e David S. Goyer (que depois iria trabalhar como roteirista em dois filmes do Universo Estendido da DC, “O Homem de Aço” e “Batman vs. Superman”), e o objetivo dos roteiristas era criar uma história mais realista, se comparado às iterações anteriores do personagem em live-action, como as dirigidas por Tim Burton e Joel Schumacher, que claramente miraram para um alvo mais cartunesco. Nem é preciso dizer que a proposta de Nolan caiu como uma luva para a mitologia do Homem-Morcego. O primeiro ato do filme já nos dá uma vibe de uma obra típica do diretor, por investir em uma narrativa não-linear, fazendo um uso eficiente de flashbacks para explorar os medos de seu protagonista, com o objetivo de fazer o espectador ter um investimento emocional com ele, o que funciona extremamente bem. Do segundo ato para a frente, vem um dos maiores trunfos do roteiro, o que só iria ser aperfeiçoado nos dois filmes seguintes da trilogia: ao mesmo tempo que o filme investe em uma história com os pés no chão, fazendo dela o mais realista possível, com personagens cheios de camadas, com uma carga emocional forte, o que é bem raro em adaptações de quadrinhos; ele também investe em algumas coisas que estão fora da nossa realidade, como algumas tecnologias que não estariam disponíveis nos dias de hoje, para nos lembrar constantemente que estamos vendo um filme baseado em quadrinhos. Outra coisa que o roteiro faz muito bem é uma coisa que não funcionou em alguns filmes de super-heróis mais recentes, que é o número de vilões presentes no filme. Em “Batman Begins”, temos 3 vilões, e algo que esse filme faz de diferente, se comparado a filmes que jogam os 3 vilões de uma vez só, é apresentar um vilão de cada vez. Um vilão leva a outro vilão, que por sua vez, leva ao vilão final. Outro aspecto que me impressionou positivamente foi como eles pegaram algo cartunesco dentro da mitologia do Batman, que seria um dos vilões presentes no filme, o Espantalho, e transformaram ele num vilão verdadeiramente assustador, com as alucinações causadas pela toxina que ele expele sendo dignas de estarem em filmes de terror. E eu, como fã de filmes de terror, adorei esse aspecto do roteiro. E uma última coisa que eu achei sensacional foi como os roteiristas apresentaram uma história de origem plausível para o Batman. Eles não fizeram uma montagem rápida do Bruce malhando para entrar em forma, para depois, vestir a armadura e simplesmente ser o Batman. Eles levaram bastante tempo para trabalhar em uma história que investe na relação do Bruce com o “mestre” dele, interpretado pelo Liam Neeson, e que serve como uma explicação perfeita e compreensível de como o Batman conseguiu aquelas proezas em combate. Resumindo, o roteiro de “Batman Begins” cria uma história de origem perfeita para o Homem-Morcego, que é fortalecida por personagens multidimensionais e um investimento emocional bem forte.
(Before I start talking about the film itself, I must say this was the only film in the Dark Knight trilogy that I didn't watch until some days ago. Who knows me knows that, when it comes to movies, I prefer those based on the works of Marvel than the ones based on the works by DC. But when I finish the entire trilogy (as I already know that both sequels are excellent), I may feel tempted to put both Marvel and DC at the same level. The script for “Batman Begins” was written by Christopher Nolan and David S. Goyer (who would later work as screenwriter for two films in the DC Extended Universe, “Man of Steel” and “Batman v Superman”), and the screenwriters' objective was to create a more realistic story, if compared to previous live-action incarnations of the character, like those directed by Tim Burton and Joel Schumacher, which clearly pointed at something more cartoonish. I don't even have to say that Nolan's proposal fit like a glove for the Batman's mythology. The first act of the film already gives us vibes of a typical Christopher Nolan film, investing in a non-linear narrative which makes an efficient use of flashbacks to explore its protagonist's fears, with the objective of making the viewer invest in him emotionally, which works extremely well. From the second act to the very end, comes one of the script's biggest pros: at the same time it invests in a more down-to-earth, realistic story, with multi-layered characters, and a really strong emotional baggage, which is something really rare in superhero movies; it also invests in some things outside our reality, like technologies that wouldn't exist in today's times, to constantly remind us that we're watching a comics-based film. Another thing that the script does really well is something that didn't work in more recent superhero films, which is the number of villains presented throughout the plot. In “Batman Begins”, we have 3 villains, and what this film does differently from those who throw all 3 villains at once, is that it presents one villain at a time. One villain leads to another villain, which in turn, leads to the final villain. Another aspect that positively surprised me is how the screenwriters took something clearly cartoonish from the Batman mythology, which would be one of his villains, Scarecrow, and transformed him into a truly terrifying villain, with the hallucinations caused by the toxins he expels being worthy of appearing in horror movies. And I, as a horror movie fan, loved that aspect in the screenplay. And one last thing that I thought it was awesome is how the screenwriters created a plausible origin story for the Batman. They didn't do a quick montage of Bruce working out to get in shape, then he would don the armor and simply be Batman. They took plenty of time to work on a story that invested in the relationship between Bruce and his “master”, played by Liam Neeson, and that served as a perfect, comprehensible explanation of how Batman got so good at combat. In a nutshell, the script for “Batman Begins” creates a perfect origin story for the Batman, which is lifted to new heights by its multi-layered characters and its strong emotional baggage.)
Outra coisa impressionante em “Batman Begins” é o elenco, que deve ser um dos elencos mais estelares em uma adaptação live-action do Batman. O Christian Bale é excelente como as duas facetas do personagem: como Bruce Wayne, ele é sarcástico, convencido, playboy, e como Batman, ele é realmente ameaçador. Há 3 papéis nessa trilogia que eu não consigo ver ninguém mais além dessas pessoas interpretando esses personagens: Michael Caine como Alfred; Gary Oldman como o Comissário Gordon; e Morgan Freeman como Lucius Fox. Começando pelo Michael Caine, que é simplesmente o Alfred perfeito: engraçado, sarcástico, e principalmente, ele serve como uma âncora emocional para o protagonista, motivando-o a seguir em frente, o que é algo essencial para o personagem. Só pelo visual do Gary Oldman, dá pra ver que ele caiu como uma luva no papel do Comissário Gordon. A divisão dele em ajudar o Batman e a polícia ao mesmo tempo, quando a polícia é claramente contra o Batman, é trabalhada de forma muito boa na performance de Oldman. E o Morgan Freeman interpreta um dos melhores personagens do filme, servindo para oferecer as tecnologias que o Batman iria usar, e que possui uma química muito boa com o Christian Bale. E como os vilões, temos Tom Wilkinson, Cillian Murphy e Liam Neeson, e os três estão simplesmente sensacionais em seus papéis. Wilkinson interpreta o vilão mais realista dos 3; Murphy consegue ser ameaçador graças às alucinações que seu personagem causa; e Neeson é um digno adversário do Batman devido às habilidades que os dois compartilham. E por último, mas não menos importante, temos Katie Holmes como o interesse amoroso de Bruce, e os dois tem uma boa química quando estão em tela juntos.
(Another thing that's impressive in “Batman Begins” is the cast, which is probably one of the most stellar casts in a live-action Batman adaptation. Christian Bale is excellent as both faces of the protagonist: as Bruce Wayne, he is sarcastic, cocky, playboy-ish, and as Batman, he is truly threatening. There are 3 roles in this trilogy that I simply can't see anyone else other than these people portraying these characters: Michael Caine as Alfred; Gary Oldman as Commissioner Gordon; and Morgan Freeman as Lucius Fox. Starting off with Michael Caine, who is simply the perfect Alfred: funny, sarcastic, and mainly, he serves as an emotional anchor to the protagonist, motivating him to move forward, which is something essential to the character. Just by looking at Gary Oldman, you can see that he fit like a glove as Commissioner Gordon. His divisive behavior in helping both Batman and the police, which is clearly against Batman, is worked with in a really good way through Oldman's performance. And Morgan Freeman portrays one of the best characters in the movie, being there to offer all the technology the Batman would use, and that has a really good chemistry with Christian Bale. And as the villains, we have Tom Wilkinson, Cillian Murphy and Liam Neeson, and all 3 of them are simply sensational in their roles. Wilkinson portrays the most realistic villain out of the 3; Murphy manages to be threatening thanks to the hallucinations his character causes; and Neeson is a worthy adversary to the Batman due to the abilities they share. And at last, but not least, we have Katie Holmes as Bruce's love interest, and the two of them have a good chemistry when in scene together.)
Como em todo filme do Nolan, os aspectos técnicos elevam a história e seus personagens à novas alturas. A direção de fotografia do Wally Pfister consegue capturar o mesmo sentimento de sujeira, corruptibilidade, e realismo que a direção de fotografia de “Coringa” capturou perfeitamente 14 anos depois. Outra indicação ao Oscar merecida. A direção de arte também preparou o terreno para o que “Coringa” iria aperfeiçoar, criando uma Gotham City sombria, ameaçadora, na qual o espectador não desejaria morar. A montagem do Lee Smith consegue fazer o mesmo que o Dody Dorn conseguiu fazer nos filmes anteriores de Christopher Nolan ao transitar entre as linhas temporais do primeiro ato, estabelecido como uma narrativa não-linear. E por último, mas com certeza não o menos importante, temos o começo de uma parceria que iria durar pela grande maioria da carreira do diretor, que é a trilha sonora do Hans Zimmer (que iria trabalhar nas trilhas sonoras do restante da trilogia do Cavaleiro das Trevas, “A Origem”, “Interestelar” e “Dunkirk”), que trabalhou com James Newton Howard na trilha sonora de “Batman Begins”, que é épica em todos os sentidos. Me impressiona como essa trilha sonora não foi indicada ao Oscar.
(As in every Nolan film, the technical aspects manage to lift the story and its characters to new heights. Wally Pfister's cinematography manages to capture that same feeling of dirtiness, corruptibility, and realism that the cinematography for “Joker” perfectly captured 14 years later. Another deserving Oscar nomination. The art direction also prepared the grounds to what “Joker” would perfect, creating a dark, threatening Gotham City, which the viewer wouldn't like to live in. The editing by Lee Smith manages to do the same that Dody Dorn did in Christopher Nolan's previous films when transitioning between timelines in the first act, which is established as a non-linear narrative. And at last, but definitely not least, we have the beginning of a partnership that would go on for most of the director's career, which is the score composed by Hans Zimmer (who would later work for the rest of the Dark Knight trilogy, “Inception”, “Interstellar” and “Dunkirk”), who worked with James Newton Howard to compose the score for “Batman Begins”, which is epic in every sense of the word. It surprised me how it didn't get Oscar-nominated.)
Resumindo, “Batman Begins” é a história de origem perfeita para o Batman. O filme faz uso de um roteiro realista que investe emocionalmente em seus personagens, que possuem várias camadas; um elenco perfeitamente escalado que esbanja talento; e aspectos técnicos que acentuam o realismo que a história requer. Tudo isso como preparação para o que seria considerado o melhor filme de super-herói de todos os tempos.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Batman Begins” is the perfect origin story for Batman. It makes use of a realistic script which emotionally invests in its multi-layered characters; a perfectly cast roster of actors which overflows with talent; and technical aspects that enhance the realism the story requires. All that to prepare the ground to what would be considered the best superhero movie of all time.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Muito bacana!!!
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