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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, com a próxima parte do nosso especial sobre Christopher Nolan. Em seu terceiro filme, o diretor faz algo que seus fãs devotos não esperariam: um filme com uma linha do tempo linear, e uma história bem simples de entender. Mas só porque há tantas diferenças, se comparado aos seus filmes mais conhecidos, não significa que seja ruim. Pelo contrário, é um dos filmes mais subestimados de Christopher Nolan e um thriller psicológico de alta qualidade. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Insônia”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, with the next part of our Christopher Nolan special post. In his third film, the director does something his devout fans wouldn't expect: a film with a linear timeline, and a rather simple story, in terms of comprehension. But just because there are so many differences, in comparison to his more well-known films, it doesn't mean it's bad. On the absolute contrary, it's one of Christopher Nolan's most underrated films, and a top-notch psychological thriller. So, without further ado, let's talk about “Insomnia”. Let's go!)
O filme acompanha Will Dormer (Al Pacino), um detetive famoso de Los Angeles que viaja para uma cidadezinha no Alasca para resolver o assassinato de uma garota de 17 anos. Em um ato de perseguição contra um possível suspeito, Will acidentalmente atira e mata o seu parceiro (Martin Donovan). Will tenta encobrir qualquer pista do acidente, mas vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um escritor (Robin Williams) revela que testemunhou o assassinato que cometeu.
(The film follows Will Dormer (Al Pacino), a famous detective from Los Angeles, who travels to a little town in Alaska in order to solve the murder of a 17-year-old girl. While chasing a potential suspect, Will accidentally shoots and kills his partner (Martin Donovan). Will tries to cover up any lead to the accident, but sees his life quickly turn upside down when a writer (Robin Williams) reveals to have witnessed the killing he committed.)
Assim como aconteceu com “Following”, também não sabia da existência desse filme até pesquisar toda a filmografia de Christopher Nolan. E antes de começar a falar do roteiro, já digo de passagem que o diretor aqui não é o Nolan complexo, não-linear e às vezes confuso que aqueles que se chamam de cult adoram. É um filme contado na ordem cronológica dos eventos, uma típica história de detetive e assassino. Mas mesmo assim, o filme não deixa de ser excelente. É um remake de um filme norueguês de 1997, e já diferenciando de seus dois primeiros filmes, Christopher Nolan não é o responsável pela adaptação do roteiro original, deixando esse trabalho para Hillary Seitz. Com isso dito, vamos falar sobre o roteiro. Ele tem uma proposta bem interessante, algo que eu nunca tinha visto no gênero policial ainda. Além de funcionar como um ótimo filme policial, ele funciona como um excepcional thriller psicológico e um estudo de personagem, no caso, o personagem em questão é o Will Dormer, que é o personagem do Al Pacino. O roteiro realmente entra na cabeça do personagem, que passa o filme inteiro acordado, pelo fato da cidade em que o filme é ambientado sofrer do fenômeno do “sol da meia-noite”. E devido a essa insônia que o protagonista sofre ao longo do filme, ele vai lentamente perdendo a sanidade, esquecendo algumas coisas. É simplesmente fascinante ver isso se desenrolando, graças ao roteiro e à atuação de Pacino. Outra coisa que o roteiro faz muito bem é como ele cria uma nova forma de interação entre o detetive e o criminoso. Assim como acontece em várias cenas em filmes policiais onde o policial e o assassino se encontram, aqui, as melhores cenas são quando os dois estão juntos. A química entre eles e a interpretação dos dois atores é maravilhosa. Há uma subtrama bem interessante, envolvendo a personagem da Hilary Swank, que faz uma policial local que, ao mesmo tempo que ela investiga o assassinato da garota que trouxe os detetives em primeiro lugar, ela também investiga o assassinato do parceiro do Dormer, e é um excelente complemento à narrativa principal do filme. O desenvolvimento de personagens é simplesmente sensacional, mais especialmente os do protagonista e do escritor interpretado pelo Robin Williams. Mesmo sendo um roteiro de remake, foi um trabalho brilhante, e o diretor trabalha com a obra exatamente da maneira que os fãs de Christopher Nolan esperariam. É um filme tenso, engajante e cheio de adrenalina, como quase todo bom suspense policial.
(Just like it happened with “Following”, I also was not aware of this film's existence until I made a research on Christopher Nolan's filmography. And before talking about the film itself, I already say that he's not the complex, non-linear, sometimes confusing Nolan that the so-called “cult” cinephiles love here. It's a film where events are told in a chronological order, a typical detective-and-killer story. But even so, it's still an excellent film. It's a remake of a 1997 Norwegian film, and, unlike what happened in his first two films, Christopher Nolan isn't the screenwriter responsible for adapting the original script, leaving that job to Hilary Seitz. With that said, let's talk about the script. It has a really interesting proposition, something I'd never seen in a cop thriller before. Besides working as a great cop flick, it also works as a fantastic psychological thriller and a character study, with that character being Will Dormer, portrayed by Al Pacino. The script really gets in the head of the character, who's awake during the entirety of the film, due to the “midnight sun” condition the city the film is set in is submitted to. And due to that insomnia that the main character suffers from, he slowly begins to lose his sanity, forgetting some things. It's simply fascinating to see that unravel on-screen, thanks to the script and Pacino's performance. Another thing the script excels at is how it creates a new form of interaction between the detective and the criminal. Just like it happens with every cop movie scene where the cop and the killer meet, the best scenes here are those in which the two are together. Their chemistry and performances are wonderful. There's a very interesting subplot, involving Hilary Swank's character, a local cop who, as she investigates the girl's murder that brought the detectives in the first place, also investigates the murder of Dormer's partner, and it is an excellent complement to the film's main narrative. The character development is simply remarkable, especially those of the protagonist and the writer who's portrayed by Robin Williams. Even though it's a remake script, the screenwriter did a brilliant job, and the director works with what's given to him exactly the way Nolan fans would expect. It's a tense, engaging, and adrenaline-fueled film, just like any good cop thrillers out there.)
Além de ter um roteiro muito bem construído, “Insônia” tem um elenco maravilhoso encabeçado por três nomes de peso: Al Pacino, Robin Williams, e Hilary Swank. Começando com o Al Pacino, o personagem dele é verdadeiramente fascinante. Interpretando um detetive que literalmente não dorme o filme inteiro, dá pra notar o cansaço e o desgaste físico e emocional dele ao longo da trama por meio da performance dele, e eu sinceramente não sei como ele não foi indicado ao Oscar por esse papel. Outro papel de destaque fica com o Robin Williams, que é literalmente a última pessoa que você pensaria na sua vida que interpretaria um vilão. E ele dá um verdadeiro show, subvertendo as expectativas do espectador a cada cena nova em que ele aparece. Outra oportunidade perdida da Academia de terem indicado uma performance memorável ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. A química entre os dois é um deleite de se ver em tela, e como disse no parágrafo anterior, as melhores cenas são quando Pacino e Williams estão juntos. A Hilary Swank me deu umas vibes de Clarice Starling, de “O Silêncio dos Inocentes”, na performance dela, e ela, assim como Williams, tem uma química muito boa com Pacino, especialmente na subtrama mencionada no parágrafo anterior, que consegue levar ao ato final com maestria. No elenco coadjuvante, temos uma boa performance de Maura Tierney, que é crucial para o entendimento de uma das melhores cenas do filme; Martin Donovan, Nicky Katt e Paul Dooley.
(Besides having a very well-constructed script, “Insomnia” has a wonderful cast led by three big names: Al Pacino, Robin Williams and Hilary Swank. Starting off with Al Pacino, his character is simply fascinating. Portraying a detective who literally doesn't get any sleep in the entire movie, you can see his tiredness and his physical and emotional detrition throughout the plot through his performance, and I honestly don't know why he didn't get an Oscar nomination for this role. Another highlight role stays with Robin Williams, who is literally the last person you would expect to play a villain. And he's terrific at it, subverting the viewer's expectations in every new scene he appears in. Another missed opportunity by the Academy in nominating a remarkable performance for the Oscar for Best Supporting Actor. The chemistry between the two is an absolute delight to see onscreen, and, as I said in the previous paragraph, the best scenes here are those in where the two are together. Hilary Swank gave me some hard Clarice Starling from “The Silence of the Lambs” vibes in her performance, and she, as with Williams, has great chemistry with Pacino, especially in the subplot earlier mention, which wovens its way through the final act masterfully. In the supporting cast, we have a good performance by Maura Tierney, who is crucial for the understanding of one of the film's best scenes; Martin Donovan, Nicky Katt and Paul Dooley.)
Assim como em todo filme de Christopher Nolan, os aspectos técnicos são excepcionais complementos para a narrativa e para as performances do elenco. A direção de fotografia do Wally Pfister não chega a ser inventiva como em “Amnésia” ou “A Origem”, mas a fotografia da cidade repleta de névoa me lembrou bastante de “Twin Peaks”, com a câmera passando sobre as montanhas e os pinheiros, e eu achei isso bem legal. A edição do Dody Dorn, que foi indicado ao Oscar pelo trabalho excepcional em “Amnésia”, é mais uma vez excelente aqui. Se há algo que chegue a ser um componente visual que represente a insônia e o desgaste que o protagonista enfrenta ao longo do filme, a edição seria esse componente. Outro trabalho genial que foi completamente ignorado pela Academia. A direção de arte reforça o mistério que envolve a trama e a cidade em que o filme é ambientado, e a trilha sonora do David Julyan, que também trabalhou nos dois filmes anteriores do diretor, já não chega a lembrar algo de David Lynch. Não sei porque, mas a atmosfera psicológica do filme e a conexão dessa atmosfera com a trilha sonora me fez pensar que esse filme seria algo que o Hitchcock faria. Gostei bastante.
(Just like in every Christopher Nolan film, the technical aspects are exceptional complements to the narrative and the performances of its cast. Wally Pfister's cinematography isn't as inventive as his work on “Memento” or “Inception”, but the shots of the fog-filled town reminded me a lot of Twin Peaks, with the camera hovering above the mountains and the pine trees, and I thought that was really cool. The film editing by Dody Dorn, who was Oscar-nominated for his exceptional work in “Memento”, is once again excellent here. If there's something here that worked as a visual component that represented the insomnia and the detrition the main character faces throughout the film, the editing would be that component. Another genius work that was completely ignored by the Academy. The art direction reinforces the mystery of the plot and of the city the film is set in, and the score by David Julyan, who also scored Nolan's two previous films, does no longer remind me of a David Lynch work. I don't know why, but the psychological atmosphere of the film and the connection of that atmosphere with the score made me think this would be something Hitchcock would make. I really like it.)
Resumindo, “Insônia” é um triunfo subestimado de Christopher Nolan. Funciona como um excepcional thriller psicológico e um fascinante estudo de personagem, conta com algumas das melhores performances de seu talentoso elenco, e faz uso dos aspectos técnicos para tornar a narrativa muito mais rica e multifacetada.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Insomnia” is an underrated triumph by Christopher Nolan. It works as an exceptional psychological thriller and a fascinating character study, it counts with some of the best performances of its talented cast, and makes use of its technical aspects to make the narrative richer and more layered.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Magnífico!!! Não quero perder!!! Parabéns!!!
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