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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, e depois de 8 meses, fico muito feliz em finalmente trazer uma resenha de um lançamento nas telonas! Na postagem de hoje, irei estar analisando um filme que, para muitos, pareceu estar amaldiçoado, devido aos inúmeros adiamentos sofridos por ele. Mas, depois de 2 anos e meio, somos apresentados à uma nova era de mutantes, através de um divertido e envolvente longa de suspense. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Os Novos Mutantes”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, and after 8 months, I'm very glad to finally bring a review for a movie theater release! In today's post, I'll be analyzing a film which, for many, seemed cursed, due to the numerous delays it suffered throughout recent times. But, after 2 and a half years, we are introduced to a new era of mutants, through a fun and involving thriller feature film. So, without further ado, let's talk about “The New Mutants”. Let's go!)
O filme é ambientado em um futuro distante, e conta a história de Danielle Moonstar (Blu Hunt), uma garota nativo-americana mutante que, após um massacre acontecer na reserva onde ela mora, é levada para um hospital psiquiátrico, o qual é monitorado por uma misteriosa doutora (Alice Braga). Lá, ela conhece outros jovens mutantes: Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Sam Guthrie (Charlie Heaton), Rahne Sinclair (Maisie Williams) e Roberto da Costa (Henry Zaga), todos traumatizados por uma lembrança do passado de cada um. Quando acontecimentos sinistros começam a ocorrer, os cinco terão que trabalhar juntos para superarem seus medos e escaparem do hospital.
(The film is set in a distant future, and tells the story of Danielle Moonstar (Blu Hunt), a mutant Native American girl who, after a massacre unfolds in her home, is taken to a psychiatric hospital, which is monitored by a mysterious doctor (Alice Braga). There, she meets other young mutants: Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Sam Guthrie (Charlie Heaton), Rahne Sinclair (Maisie Williams) and Roberto da Costa), who are all traumatized by a memory from their own past. When sinister events begin to take place, the five of them will have to work together to overcome their fears and escape the hospital.)
Antes de falar sobre o filme em si, gostaria de dedicar algumas linhas para falar como me senti ao finalmente voltar para uma sala de cinema, 8 meses após minha última sessão. Pra mim, o cinema é uma experiência única, que nunca poderá ser completamente substituída pelos emergentes serviços de streaming. É um lugar onde pessoas desconhecidas se juntam com um objetivo em comum: assistir um filme e passar por todos os estados emocionais impostos pela trama juntos. E a diferença entre assistir algo em casa e no cinema é absolutamente gritante. O tamanho da tela, o alcance do som, a acústica da sala... É um negócio completamente diferente, e por causa da quantidade de tempo que passei longe de uma sala de cinema, senti uma enorme nostalgia, mesmo ao lado de um menor número de pessoas. Mal posso esperar para repetir a dose no sábado, com o novo filme de Christopher Nolan, “Tenet”. Mudando de assunto, minhas expectativas para “Os Novos Mutantes” estavam moderadas: parte de mim estava bastante animado para ver esse universo dos X-Men através de um novo gênero, mas a outra parte estava com um pé atrás, devido aos inúmeros adiamentos, algumas decisões tomadas pela direção, e as críticas iniciais, as quais foram mais negativas do que positivas. Mas, ontem, fui ver o filme com a cabeça erguida, esperando o melhor possível da obra final dos X-Men distribuída pela Fox. E, pelo menos para mim, foi uma grata surpresa. Claro, não chega às apostas arriscadas de “Logan” e “Deadpool”, mas é bem melhor do que outros títulos da franquia, tais como “X-Men Origens: Wolverine” e “X-Men: O Confronto Final”. O roteiro, escrito por Josh Boone (diretor do longa) e Knate Lee, tem uma vibe onipresente dos anos 1980 em sua essência, como se fosse um filme da Sessão da Tarde. Se fosse pra eu comparar “Os Novos Mutantes” com alguma coisa, seria uma mistura entre “Clube dos Cinco” e “It: A Coisa”, mas com super-heróis. É uma história surpreendentemente contida. Ela não estabelece muita continuidade em relação às outras adaptações dos X-Men, salvo algumas poucas referências, se preocupando em estabelecer um universo solo dentro de um escopo maior, algo parecido com o que “Aves de Rapina” fez no Universo Estendido da DC. Somos apresentados a cada um dos personagens com informações suficientes para com que nos importemos com eles. E, como o filme só gira em torno de 6 deles, eles foram desenvolvidos de forma decente para uma duração tão curta (1h34min). Conhecemos um pouco da história de fundo deles, através de exposição pelos diálogos, e vemos até que ponto os poderes deles podem chegar. E cada um dos 5 protagonistas possui muita personalidade, o que desperta uma vontade no espectador de vê-los novamente. Os momentos em que o grupo está junto são os mais vitais para que nós possamos compreender suas motivações, medos e camadas, mesmo que de uma maneira superficial. Talvez, com uma duração mais robusta, os roteiristas poderiam achar mais tempo para explorar as fragilidades desses personagens de forma individual mais a fundo, já que vemos que eles não são destemidos, e que alguns claramente receberam mais material que outros. Outro aspecto que os roteiristas poderiam ter melhorado é a dinâmica entre os 5 como um grupo, que não é tão desenvolvida quanto os relacionamentos amorosos que afloram entre 4 dos membros. A veia de terror que o filme vem carregando no material promocional é bem amena, se comparada com obras recentes do gênero, muito provavelmente devido à classificação indicativa baixa. É sinistro, no máximo, mas tem espaço de sobra para melhoras. Não que o filme seja ruim, de jeito nenhum, é porque ele tinha potencial para ser algo melhor, mais inovador, mais “novo”, como o título sugere. O estúdio deveria ter pego a onda de “Logan”, colocando uma classificação mais alta, mais riscos e desenvolvimento à trama, o que poderia ter feito de “Os Novos Mutantes” uma versão mutante de “It: A Coisa”, se o filme de 2017 fosse ambientado somente na casa da rua Neibolt. Talvez iria resultar em um estudo maior e mais profundo dos personagens, o que nos daria mais vontade ainda de vê-los novamente. No entanto, o resultado final é divertido, energético, envolvente, e deixa uma porta aberta para uma possível continuação, a qual eu realmente espero que ocorra, mais cedo do que mais tarde.
(Before I talk about the film itself, I'd like to dedicate a few lines to talk about how I felt to finally return to a movie theater, 8 months after my last screening. For me, movie theaters are a unique experience, which can never be fully replaced by the emerging streaming services. They are a place where people who don't know each other come together with a common goal: watch a film and go through every emotional state the plot imposes in them. And the difference between watching something at home and at a theater is just astounding. The size of the screen, the sound's reach, the theater's acoustics... It's a whole another thing, and because of the time I passed away from a movie theater, I felt incredibly nostalgic, even with a smaller amount of people. I can't wait to repeat the dosage on Saturday, with Christopher Nolan's new film, “Tenet”. Changing the subject, my expectations for “The New Mutants” were moderate: part of me was quite excited to see this X-Men universe through a different genre, but the other was hesitant, due to the numerous delays, some of the director's decisions, and the initial reviews, which were more negative than positive. But, yesterday, I went to see it with my head held up high, expecting the best from the last X-Men film distributed by Fox. And, at least for me, it was a pleasant surprise. Sure, it doesn't get as risky as “Logan” or “Deadpool”, but it's far better than other titles in the franchise, such as “X-Men Origins: Wolverine” and “X-Men: The Last Stand”. The screenplay, written by Josh Boone (the director) and Knate Lee, has an omnipresent 1980s vibe to it, like a film that an '80s kid would watch on cable TV in the afternoon. If I were to compare “The New Mutants” to anything, it would be a mix between “The Breakfast Club” and “It”, but with superheroes. It's a surprisingly contained story. It doesn't establish that much continuity with previous X-Men films, except for a few references, focusing more in creating its own solo universe inside a larger scope, much like what “Birds of Prey” did with the DCEU. We are introduced to each of the characters with enough information for us to care about them. And, as the film only revolves around 6 of them, they are developed in a decent way for such a short running time (1 hour and 34 minutes). We get to know a little bit about their backstory, through dialogue exposition, and see to which point their powers can reach. And each of the 5 characters has plenty of personality, which makes the viewer want to see them again. The moments where the group is together are some of the most vital ones, in order for us to understand their motivations, fears and layers, even if it's in a superficial way. Maybe, with a more robust running time, the screenwriters could find more time to explore these characters' fragilities individually in a more in-depth way, as we see they are not fearless, and that some of them clearly got more material than others. Other aspect the screenwriters could've improved upon is the dynamics between the 5 of them as a group, which isn't as developed as the romantic relationships that blossom between 4 members. The horror vein the film has been carrying in its promotional material is quite tame, if compared to recent genre works, most likely due to its PG-13 rating. It's sinister, at best, but there's plenty of room for improvements. Not that the film's bad, not at all, it just had the potential to be something better, more innovative, more “new”, as the title suggests. The studio should've gone on the same path as “Logan”, putting a more restricted rating, more risks and development to the plot, which could've turned “The New Mutants” into an X-Men version of “It”, if the 2017 film were only set in the house on Neibolt Street. Maybe it would've resulted in a deeper, larger study of these characters, which would've given us the will to want to see them again even more. However, the final results are fun, energetic, involving, and it leaves a door open for a possible sequel, which I really hope ends up happening, sooner rather than later.)
O elenco, composto de apenas 6 atores, é bem competente. A estreante Blu Hunt, que interpreta a “protagonista” do filme, consegue carregar muito bem o trauma que acompanha sua personagem desde o início da trama. As emoções que essa atriz é capaz de transmitir são bastante críveis. Hunt tem uma química forte com a personagem da Maisie Williams, que é uma das mais interessantes e promissoras do longa. É possível ver que ela se encontra dividida entre duas “facetas” dela mesma, e o jeito que ela lida com essa indecisão é incrível. A Anya Taylor-Joy interpreta a melhor personagem do filme. Louca, psicótica, sarcástica, hilária, dá uma de durona, mas é sensível por dentro. Também não deveria ser novidade, já que, entre os 6 atores do elenco, Joy seja a mais competente e consolidada no mercado cinematográfico. Os personagens masculinos são bem menos desenvolvidos do que as femininas, mas Charlie Heaton e Henry Zaga conseguem trazer carisma, emoção, e alívio cômico para que o filme não fique sombrio demais. Gostaria de ver uma sequência, para que os personagens deles possam ser desenvolvidos de uma forma mais abrangente. A Alice Braga interpreta a “vilã” do filme muito bem, mas ela é mais um instrumento de um inimigo maior, do que um inimigo em si. Mais uma coisa que poderia ser explorada em uma possível continuação.
(The cast, composed by only 6 actors, is quite competent. Newcomer Blu Hunt, who plays the film's “protagonist”, manages to carry the trauma that follows her character since the beginning of the plot really well. The emotions this actress is able to convey are really believable. Hunt has a strong chemistry with Maisie Williams's character, which is one of the film's most interesting and promising figures. You can see she finds herself divided between two “faces” of herself, and the way she deals with this indecision is amazing. Anya Taylor-Joy plays the best character in the film. Bonkers, psychotic, sarcastic, hilarious, gives a tough act, but is sensitive inside. Also, this should be expected, as, out of the cast's 6 actors, Joy is the most competent and consolidated actor in the film business. The male characters are much less developed than the female ones, but Charlie Heaton and Henry Zaga are able to bring charisma, emotion and comic relief, for the film not to get too dark. I'd really like a sequel, to see their characters being developed in a deeper way. Alice Braga portrays the film's “villain” really well, but she's more an instrument of a bigger enemy, than an enemy by herself. Yet another thing a possible sequel could explore.)
Para um filme com menos de US$100 milhões de orçamento, “Os Novos Mutantes” usa seus aspectos técnicos a seu favor. A direção de fotografia do Peter Deming e a direção de arte focam em tons frios, para aumentar o teor claustrofóbico que a história e a ambientação propõem. A trilha sonora do Mark Snow é competente, e mais presente durante as cenas de ação, que são muito bem gravadas. A montagem é muito bem feita, não há nenhuma cena aqui que parece esticada ou curta demais. E o uso do CGI foi perfeito, porque não pareceu tão artificial. Óbvio que não seria realista, mas a computação gráfica não estraga o visual do filme. Inclusive, algumas das melhores cenas no curto tempo de duração de “Os Novos Mutantes” fazem uso de CGI, com tal uso ficando ainda mais justificável pelo fato do longa não ter sido convertido em 3D. Essa escolha acabou favorecendo o filme, tornando-o menos artificial do que poderia ter sido. O design dos personagens sobrenaturais é muito bem feito, bem criativo, mas sinto que poderia ter sido mais ousado com uma classificação indicativa mais alta.
(For a film with a budget of less than US$100 million, “The New Mutants” uses its technical aspects favorably. Peter Deming's cinematography and the art direction focus on colder tones, to enhance the claustrophobic feel the story and the setting propose. Mark Snow's score is competent, and more present during the action scenes, which are really well shot. The editing is very well done, there isn't any scene here that seems stretched or cut too short. And the CGI use hit the right spot, because it didn't seem too much artificial. I mean, obviously, it wouldn't be realistic, but the computer-generated images do not ruin the film's visuals. In fact, some of the best scenes in the short running time of “The New Mutants” use CGI, with said use being even more justified because it didn't get converted to 3D. This choice ended up doing the film a favor, making it less artificial than it could've been. The design of the supernatural characters is really well done, really creative, but I feel that it could've been bolder with a higher rating.)
Resumindo, “Os Novos Mutantes” não traz nada de relativamente novo à mesa, mas o filme compensa com personagens bem desenvolvidos, performances competentes de seu elenco e uma atmosfera sinistra cheia de energia, deixando uma porta aberta para um possível e promissor futuro para esse grupo de super-heróis desajustados. POR FAVOR, FAZ ISSO ACONTECER, DISNEY!!
Nota: 9,0 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “The New Mutants” doesn't bring anything relatively new to the table, but it compensates with well developed characters, competent performances by its cast, and an energy-filled sinister atmosphere, leaving a door open for a possible and promising future for this group of superhero misfits. PLEASE, MAKE THIS HAPPEN, DISNEY!!
I give it a 9,0 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)