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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre a mais recente produção original da Amazon Prime Video. Uma obra necessária para entender o cenário sociopolítico atual dos EUA, ela vê Sacha Baron Cohen retornando com seu personagem mais conhecido e trazendo um filme hilário, atualizado e, sinceramente, chocante. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Fita de Cinema Seguinte de Borat: Entrega de Propina Prodigiosa ao Regime Americano para Beneficiar a Nação Outrora Gloriosa do Cazaquistão”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the most recent Amazon Prime Video original production. A necessary piece of work to understand the current sociopolitical scenario of the US, it sees Sacha Baron Cohen returning with his most known character and delivering a hilarious, updated and, honestly, shocking film. So, without further ado, let's talk about “Borat Subsequent Moviefilm: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan”. Let's go!)
Ambientado 14 anos após a estreia de seu primeiro documentário, o filme acompanha Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen), que embarca em uma missão rumo aos EUA com o objetivo de limpar a imagem suja que o primeiro filme deixou em seu país natal para o resto do mundo. Tal missão tem como principal meta entregar um “presente” na forma de Tutar (Maria Bakalova), filha do jornalista cazaque, para o vice-presidente dos EUA, Mike Pence.
(Set 14 years after the release of his first documentary, the film follows Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen), who embarks on a mission to America with the objective of cleaning the dirty image the first film left in his home country to the rest of the world. The main goal of said mission is delivering a “present” in the form of Tutar (Maria Bakalova), the Kazakh journalist's daughter, to the vice-president of the US, Mike Pence.)
Acho que nem é preciso dizer que eu estava bastante animado para a volta de Borat. Depois de ter assistido o primeiro filme novamente (cuja resenha você pode ler aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/borat-mais-uma-prova-da-irreverencia-e.html), também consegui ver a primeira temporada completa do novo programa de Sacha Baron Cohen, chamado “Who is America?”. Cada episódio dessa série consistia em interações entre o ator disfarçado e pessoas do mundo real, resultando em situações embaraçosas, chocantes e cada vez mais absurdas. É uma obra hilária, que poderia estar disponível no Brasil, e ela abriu os meus olhos para vários aspectos até então desconhecidos para mim, em relação ao cenário sociopolítico atual dos EUA. A razão para eu estar ressaltando a importância de “Who is America?” para o filme em análise aqui, é porque os roteiristas do programa também compartilham os créditos do roteiro de “Fita de Cinema Seguinte de Borat”, o qual é absolutamente brilhante. Eu realmente não sabia se um novo filme do personagem de Cohen iria funcionar na sociedade atual, mas o envolvimento da talentosa equipe de roteiristas da obra anterior do ator nessa sequência me deu uma certa segurança de que essa empreitada iria dar certo. E como deu. Primeiro, é preciso destacar como Cohen e companhia conseguiram atualizar e apresentar um cenário novo para o seu protagonista. 14 anos se passaram desde a primeira viagem de Borat aos EUA, então, dessa vez, muitas coisas novas são introduzidas a ele: tecnologias de última ponta, a Internet, e, mais recentemente, a pandemia do COVID-19. E, assim como no primeiro filme, é altamente divertido ver o personagem interagindo e lidando com essas novas e desconhecidas situações. Em segundo lugar, eu gostei bastante do fato da sequência realmente ter uma história por trás de sua superfície cômica. Ao invés de ser composta por várias interações entre Cohen e pessoas do mundo real, o que já seria engraçado por si só, o filme inova ao criar uma história original que também lida com as mencionadas interações, mas cujo principal objetivo é estabelecer um núcleo emocional forte e pulsante. Muitos podem pensar: “Ué, mas o Borat não foi criado para ser cativante, ele foi criado pra satirizar tudo quanto é coisa!”, mas a arriscada aposta dos roteiristas funciona perfeitamente. A relação entre o protagonista e sua filha é desenvolvida quase que exatamente da mesma forma que a relação entre Joel e Ellie no videogame “The Last of Us”. E é preciso ressaltar que, ao invés de tentarem repetir o sucesso do primeiro através das mesmas batidas, os roteiristas conseguem criar um fluxo narrativo bem consistente, que vai além das interações características do personagem. E esse fluxo é sincronizado com as situações reais que os EUA estavam enfrentando e ainda enfrentam nesses últimos meses, incluindo a pandemia em que o mundo inteiro se encontra neste momento. Isto acaba por dar uma urgência e um caráter atual à obra, o que é maravilhoso. E por último, gostaria de destacar o quão importante essa obra é para entender o cenário sociopolítico atual dos EUA. Estrategicamente programado para ser lançado antes das eleições estadunidenses, a sequência de “Borat” faz um necessário alerta à população americana, através de cenas similares àquelas expostas no programa de Cohen anteriormente mencionado, “Who is America?”. Tais cenas retratam situações absurdas e surpreendentemente chocantes, e é através dessas partes que Cohen encontra uma maneira de apontar um dedo e dizer: “Olha só o que a sociedade de vocês está virando. Vocês têm o poder de mudar isso. Não percam essa oportunidade.” Resumindo, como a maioria das obras de Sacha Baron Cohen, “Fita de Cinema Seguinte de Borat” é hilário, e inova bastante ao criar um fluxo narrativo comovente e necessário para compreender a situação política enfrentada atualmente pelos EUA.
(I think I don't even have to say that I was really excited for Borat's return. After rewatching the first film (you can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/borat-mais-uma-prova-da-irreverencia-e.html), I also managed to watch the complete first season of Sacha Baron Cohen's new TV show, titled “Who is America?”. Each episode of that show consisted in interactions between the disguised actor and real-world people, resulting in embarassing, shocking situations that keep on getting more and more absurd. It's a hilarious piece of work that ended up opening my eyes to several (until then) unknown aspects of the current sociopolitical scenario of the US. The reason why I'm reinforcing the importance of “Who is America?” to the film analyzed in this post is because the show's screenwriters also share screenwriting credits for “Borat Subsequent Moviefilm”, which is absolutely brilliant. I really didn't know if a new film with Cohen's character would work in today's society, but the involvement of the talented screenwriting crew from the actor's previous show gave me a certain safety that this new endeavor would hit all the right notes. And it did. First, it has to be recognized how Cohen and Co. managed to update and present a new scenario for its protagonist. 14 years have passed since Borat's first trip to America, and many new things are introduced to him this time around: top-notch technology, the Internet, and, most recently, the COVID-19 pandemic. And, as it happens in the first film, it is extremely fun to see the character interacting and dealing with these new and unknown situations. Second, I really appreciated how the sequel actually has a plot beneath its comical surface. Rather than only being composed by Cohen's interactions with real-world people, which would've been funny by itself, it innovates by creating an original story that also deals with said interactions, but its main focus is establishing a strong, pulsating emotional core. Many could think: “But Borat isn't supposed to be captivating, he's supposed to satirize every living thing!”, yet the screenwriters' risky bet works perfectly. The relationship between the protagonist and his daughter is developed almost exactly in the same way as Joel and Ellie's relationship in the videogame “The Last of Us”. And it has to be reinforced that, rather than trying to repeat the first one's success by following the same beats, the screenwriters manage to create a pretty consistent narrative flow, that goes beyond the character's iconic interactions. And that flow is synchronized with the real situations the US has been going through for the past few months, including the pandemic in which the whole world finds itself right now. This ends up giving it an urgency and a current character, and that's marvelous. And lastly, I'd like to highlight how important this film is for people to understand America's sociopolitical scenario. Strategically programmed to launch before the US election, the “Borat” sequel gives Americans a necessary warning, through scenes that are quite similar to those exposed in Cohen's show, “Who is America?”. Those scenes show absurd and surprisingly shocking situations, and it's through those bits that Cohen finds a way to point a finger and say: “Look at what your society's turning into. You have the power to change that. Don't throw away this opportunity.” To sum it up, like most of Sacha Baron Cohen's work, “Borat Subsequent Moviefilm” is hilarious, and it innovates a lot by creating a moving and necessary narrative flow to understand the political situations that the US is going through right now.)
Assim como no primeiro filme, Sacha Baron Cohen é acompanhado por mais alguém como ator contratado. Mas antes de falar sobre a rouba-cenas da vez, vamos falar sobre o desempenho do protagonista. Eu fiquei bem impressionado com o caminho que Cohen traçou para o seu personagem mais famoso, e há algumas partes em que o espectador acaba pensando: “Como é que ele conseguiu fazer isso?”, de tão absurdas que são. É muito bom ver que o ator não perdeu o seu impacto e sua irreverência como Borat, mas ao invés de focar mais na sua faceta mais cômica, Cohen dá um maior destaque à dinâmica entre o protagonista e sua filha, interpretada pela Maria Bakalova. A atriz faz um excelente trabalho aqui, enchendo com sucesso o vazio deixado pelo Ken Davitian. Ela é hilária, e os diálogos que ela compartilha com o “pai” conseguem recuperar o teor politicamente incorreto do senso de humor que marcou o primeiro filme. É bem possível ver que os dois representam extremos opostos, e a equipe de roteiristas acaba por usar essas diferenças para aproximá-los, resultando em uma química surpreendentemente comovente. Eu realmente não esperava por isso, tomando como base os trabalhos anteriores do ator, mas foi uma grata surpresa. Os dois possuem um timing cômico perfeito, tornando o senso de humor deles ideal para as interações características do jornalista cazaque de Cohen.
(As it happened in the first film, Sacha Baron Cohen is accompanied by someone else as a hired actor. But before I talk about this film's scene stealer, let's talk about the protagonist's development. I was really impressed with the path that Cohen treaded for his most famous character, and there are some parts where the viewer is left thinking: “How the hell did he manage to do that?”, because of their level of absurdity. It's really good to see that the actor didn't lose his impact and irreverence as Borat, but instead of focusing on his comic side, Cohen highlights the dynamic between the protagonist and his daughter, portrayed by Maria Bakalova. She does an excellent job here, successfully filling the void left by Ken Davitian. She's hilarious, and the dialogue she shares with her “father” manage to retrieve the politically incorrect tone of the first film's sharp sense of humor. It's really possible to see that both of them represent extreme opposites, and the screenwriters end up using these differences to bring them closer, resulting in a surprisingly moving chemistry. I really wasn't expecting it, regarding the actor's previous work, but it was a pleasant surprise. Both of them have a perfect comic timing, making their sense of humor ideal for Cohen's Kazakh journalist's iconic interactions.)
Em relação aos aspectos técnicos, não há nada relativamente novo, em comparação com o primeiro filme, mas tudo continua sendo extremamente operante. A direção de fotografia do Luke Geissbühler consegue extrair aquela veia de documentário e aquela crueza nos movimentos da câmera que marcou a primeira viagem de Borat aos EUA, com um pouco mais de sofisticação. É um filme cirurgicamente montado, com alguns de seus cortes funcionando perfeitamente para objetivos cômicos. A trilha sonora do Erran Baron Cohen têm o mesmo efeito obtido no primeiro filme. A direção de arte e a maquiagem são hilárias, e colaboram bastante para aumentar o teor absurdo de algumas cenas da sequência.
(Regarding the technical aspects, there's nothing relatively new, in comparison to the first film, but everything remains extremely operative. Luke Geissbühler's cinematography manages to extract that documentary vein and that rawness in the camera movements, both of which marked Borat's first trip to America, yet a little bit more sophisticated. It's a surgically edited film, with some of its cuts perfectly working for comic objetives. Erran Baron Cohen's score has the exact same effect it had for the first film. The art direction and makeup are hilarious, really collaborating to enhance the absurdity of some of the sequel's scenes.)
Resumindo, “Fita de Cinema Seguinte de Borat” é mais um triunfo de Sacha Baron Cohen. Afiado como sempre, Cohen faz uso de um fluxo narrativo consistente e uma dinâmica cativante com Maria Bakalova para reavaliar os preceitos de seu protagonista. É hilário, absurdo e surpreendentemente chocante, sendo uma obra necessária para entender o cenário sociopolítico atual dos EUA.
Nota: 9,5 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Borat Subsequent Moviefilm” is yet another triumph by Sacha Baron Cohen. Sharp as he always is, Cohen uses a consistent narrative flow and a captivating dynamic with Maria Bakalova to reevaluate its protagonist's precepts. It's hilarious, absurd and surprisingly shocking, being a necessary piece of work to understand the current sociopolitical scenario of the USA.
I give it a 9,5 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Quero ver!!! Gostei 👏
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