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domingo, 21 de março de 2021

"Liga da Justiça de Zack Snyder": a obra-prima do Universo Estendido da DC (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre o primeiro filme de super-heróis lançado em 2021, disponível em plataformas digitais de aluguel e compra de filmes! Sendo a visão original do longa-metragem de mesmo nome de 2017, o filme em questão é um verdadeiro épico bíblico de 4 horas, que desenvolve os seus personagens com calma e humanidade, ao mesmo tempo que entrega cenas de ação de tirar o fôlego, resultando no melhor filme do Universo Estendido da DC até agora! Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Liga da Justiça de Zack Snyder”! Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the first superhero film released in 2021, which is available for streaming on HBO Max in the US and for rent and digital purchase in other countries! As the original vision for the 2017 movie of the same name, the film I'm about to analyze is a true 4-hour Biblical epic, that develops its characters with calm and humanity, at the same time it delivers breathtaking action scenes, resulting in the best film in the DC Extended Universe so far! So, without further ado, let's talk about “Zack Snyder's Justice League”! Let's go!)



Após a morte do Superman (Henry Cavill) em “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” (2016), o filme segue a jornada de Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck) e Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) para formar uma equipe de super-humanos, os quais incluem Barry Allen/Flash (Ezra Miller), Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) e Victor Stone/Ciborgue (Ray Fisher), com o objetivo de tentar salvar o mundo da ameaça catastrófica de Darkseid (Ray Porter), Lobo da Estepe (Ciarán Hinds) e seu exército de Parademônios, e impedir que o sacrifício do Superman tenha sido em vão.

(After the death of Superman (Henry Cavill) in “Batman v Superman: Dawn of Justice” (2016), the film follows the journey of Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck) and Diana Prince/Wonder Woman (Gal Gadot) as they assemble a team of superhumans, which include Barry Allen/The Flash (Ezra Miller), Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) and Victor Stone/Cyborg (Ray Fisher), with the objective of attempting to save the world from the catastrophic threat of Darkseid (Ray Porter), Steppenwolf (Ciarán Hinds) and their army of Parademons, and preventing Superman's sacrifice from being in vain.)



Para falar desse filme, é preciso voltar no tempo para 2017, o ano de lançamento da versão de cinema de “Liga da Justiça”. A produção desse filme foi problemática, para dizer o mínimo. Inicialmente, o diretor Zack Snyder estava planejando fazer um arco narrativo percorrendo 5 filmes: “O Homem de Aço”; “Batman vs. Superman” e uma trilogia de filmes da Liga da Justiça. Devido à má recepção de “Batman vs Superman” pelo tom sombrio da obra, a Warner decidiu fazer esforços para tornar o tom das obras subsequentes da DC mais leves, especialmente no caso de “Esquadrão Suicida”, que já tinha sido filmado, e “Liga da Justiça”, que estava nos estágios iniciais de produção. O roteiro foi, então, reescrito e filmado em 2016, resultando em um corte final de mais de 3 horas de duração. Mas, no meio da pós-produção desse filme em particular, a filha do diretor, Autumn (à qual o corte em discussão é dedicado), cometeu suicídio em março de 2017, forçando Snyder a sair da produção, sendo substituído por Joss Whedon, diretor dos dois primeiros filmes dos Vingadores. O roteiro sofreu várias mudanças em termos de tom, passo e caracterização dos personagens, reduzindo o tempo de duração para 2 horas, e refilmando a grande maioria das cenas de Snyder, resultando em uma verdadeira bagunça, que encontra pequenas, mas não significativas, redenções nas performances carismáticas de seu elenco. Com a recepção negativa do corte de Whedon, os fãs não perderam tempo e começaram uma campanha para a Warner lançar a versão de Snyder do longa, usando a hashtag #ReleaseTheSnyderCut (#LancemoSnyderCut, em tradução livre), a qual eu, como fã, usei, mesmo antes de descobrir que a versão original realmente existia. Em 2019, o diretor confirmou a existência do corte de 3 horas e meia, e no ano seguinte, durante uma watch party de “O Homem de Aço”, Snyder confirmou o lançamento de sua versão de “Liga da Justiça” para 2021, literalmente quebrando a internet no processo. Cenas adicionais foram filmadas durante a pandemia de COVID-19, e no dia 18 de março de 2021, o “Snyder Cut” foi finalmente lançado para o público. Tendo visto a versão de cinema de “Liga da Justiça”, posso dizer com a maior tranquilidade do mundo que o corte de Snyder é infinitamente superior, em todos os sentidos. Um dos melhores aspectos do roteiro, escrito por Chris Terrio, é o passo cuidadosamente calculado, que permite que os personagens sejam desenvolvidos de um modo mais orgânico, e que o espectador seja capaz de absorver todo o conteúdo do filme. Ao descobrir que o corte de Snyder tinha 4 horas de duração, parte de mim ficou receoso que o diretor não conseguiria manter uma qualidade uniforme com um tempo de duração tão longo. Mas essa é uma daquelas vezes onde eu fico feliz por estar completamente enganado. São quatro horas que, devido à ambição e ao grande número de cenas grandiosas presentes aqui, passam voando. E para aqueles que gostam de ver aos poucos, como eu, o filme é dividido em 6 capítulos, para que o espectador possa ver com mais calma. Eu gostei bastante do tom, que é levemente mais esperançoso do que o de “Batman vs Superman”, mas ainda assim, é bem sério. Isso acontece porque, querendo ou não, um dos pontos principais do roteiro é a morte do Superman, e como diferentes personagens lidam com a perda do herói. Essa escolha de tom acabou sendo perfeita para a proposta do longa, equilibrando as cenas do Batman e da Mulher-Maravilha reunindo a Liga com cenas mais contemplativas de figuras como Lois Lane e Martha Kent lamentando a morte do Superman. Outra coisa que o corte de Snyder aperfeiçoou, em relação à versão de cinema, foi a introdução dos personagens que ainda não tinham aparecido em nenhum outro filme do universo cinematográfico da DC, como o Flash, o Ciborgue e o Aquaman. Até 2017, os únicos personagens que tiveram um desenvolvimento razoável até “Liga da Justiça” ser lançado foram o Batman, o Superman, e a Mulher-Maravilha, com os dois últimos tendo seus próprios filmes antes da equipe se formar. Eu amei como os membros restantes da Liga foram introduzidos. Não foi forçado, nem apressado. Mesmo com poucas informações sobre cada um dos meta-humanos, é o bastante para fazer com que o espectador tenha simpatia por eles. Eu particularmente achei o desenvolvimento do Ciborgue fantástico. Ele é retratado aqui como um jovem amargurado, que culpa o pai por salvar a sua vida e transformá-lo numa aberração, ao invés de deixá-lo morrer, como consequência de um acidente que matou a sua mãe. A dinâmica entre ele e o pai é uma das principais fontes de carga emocional do corte de Snyder, e funciona perfeitamente. Mas, se filmes como “300”, “Watchmen” e “Sucker Punch” nos ensinaram alguma coisa, é que Zack Snyder é um mestre em criar cenas de ação memoráveis. Eu posso nomear ao menos duas cenas aqui que, se fossem exibidas no cinema, iriam trazer a sala abaixo aos gritos e comemorações dos fãs. As cenas de ação, acima de tudo, nos lembram que mesmo que “Liga da Justiça” seja um filme da DC, ainda é inteiramente um filme de Zack Snyder. Os filtros sombrios, as sequências em câmera lenta, os close-ups em detalhes do plano geral da cena. Estamos vendo alguém que realmente sabe o que faz, em sua melhor forma. Outro destaque do roteiro fica com a caracterização do vilão principal da trama, o Lobo da Estepe. É claro que ele é só um obstáculo que a Liga precisa superar pra chegar ao real vilão, que é o Darkseid. Mas o roteiro faz um ótimo trabalho em transformar o Lobo da Estepe em mais do que um vilão do tipo “aaarrrgghhh, eu sou do mal, e quero dominar o mundo, e no ato final, vai ter um jato azul de luz de onde o meu exército vai vir”. Ele nos é apresentado como um tipo de herege, alguém que fez um erro terrível perante o Darkseid, e a jornada dele seria uma redenção para que ele se tornasse digno de fazer parte do exército de seu superior. Isso, de uma maneira ou outra, permite que o espectador enxergue por debaixo da máscara de vilão que o Lobo da Estepe assume para os mocinhos. E para terminar, o terceiro ato de “Liga da Justiça de Zack Snyder” é simplesmente sensacional. São raros os filmes da DC onde o ato final não desperdiça o potencial dos eventos anteriores. “Mulher-Maravilha”, “Mulher-Maravilha 1984”, “Esquadrão Suicida”, e até “Batman vs Superman” em parte tiveram atos finais inferiores aos dois primeiros. Snyder traz aqui um terceiro ato grandioso, ambicioso, cheio de ação, e que abre portas para explorações em filmes solos futuros. Se não fossem pelos minutos finais do epílogo do longa, eu diria que o diretor conseguiu amarrar todas as pontas soltas e fechar todos os arcos estabelecidos desde “O Homem de Aço”. Mas já que esses momentos finais foram incluídos, eu, como fã, só tenho uma coisa a dizer para a Warner: #RestoreTheSnyderverse! (#RestaureOSnyderverso, em tradução livre)

(In order to talk about this movie, we have to go back in time to the year 2017, when the theatrical cut of “Justice League” was released. The film's production was troubled, to say the least. Initially, director Zack Snyder planned to do a narrative arc running through 5 films: “Man of Steel”, “Batman v Superman” and a trilogy of Justice League films. Due to the poor reception of “Batman v Superman” because of its somber tone, Warner decided to make efforts in order to lighten the tone of DC's subsequent films, especially when it came to “Suicide Squad”, which had already wrapped filming, and “Justice League”, which was in its initial stages of production. The screenplay was rewritten and filmed in 2016, resulting in a final cut of over 3 hours long. But, in the middle of this particular film's post-production, the director's daughter, Autumn (to whom this cut was dedicated for), committed suicide in March 2017, forcing Snyder to step out of the production, being replaced by Joss Whedon, who directed the first two Avengers films. The screenplay suffered numerous changes when it comes to tone, pacing and characterization, reducing its running time to 2 hours, and reshooting the great majority of Snyder's scenes, resulting in a true mess, which finds small, yet not significant, redemptions in its cast's charismatic performances. With the negative reception of Whedon's cut, fans didn't waste a single second and already started a campaign for Warner to release Snyder's version, using the hashtag #ReleaseTheSnyderCut, which I, as a fan, used, before even knowing that such a thing actually existed. In 2019, the director confirmed the existence of his 3-and-a-half hour cut, and in the following year, during a watch party of “Man of Steel”, Snyder confirmed the release of his version of “Justice League” for 2021, literally breaking the internet in the process. Additional scenes were filmed during the COVID-19 pandemic, and in March 18, 2021, the “Snyder Cut” was finally released to the masses. Having watched the theatrical cut of “Justice League”, I can affirm, without the slightest shadow of a doubt, that Snyder's version is infinitely superior, in every single way. One of the best aspects of the screenplay, written by Chris Terrio, is the carefully calculated pace, which allows the characters to be developed more organically, and also allows the viewer to absorb all of the film's content. When I found out that Snyder's version was 4 hours long, I feared the director wouldn't be able to maintain a uniform level of quality for such a long running time. But this was one of those times where I felt happy to be mistaken. These are four hours that, due to their ambition and large number of grandeur scenes, end up flying by. And to those who enjoy seeing it little by little, like me, it is divided into 6 chapters, in order for the viewer to watch it more calmly. I really liked the tone, which is slightly more hopeful than the one in “Batman v Superman”, but still, it's really serious. This happens because, whether you want it or not, one of the main plot points involves Superman's death, and explores how different people deal with the hero's loss. That choice of tone ended up being a perfect fit, balancing scenes where Batman and Wonder Woman are putting the team together with more contemplative scenes where figures like Lois Lane and Martha Kent mourning Superman's death. Another thing that Snyder's version perfected, if compared to the theatrical cut, was the introduction of the characters that, until this movie, had not appeared in a DC Extended Universe film yet, like the Flash, Cyborg and Aquaman. Until 2017, the only characters that had a reasonable development until “Justice League” was released were Batman, Superman and Wonder Woman, with the latter two getting their own solo films before the team-up. I loved how the remaining members of the League were introduced. It wasn't forced, or rushed. Even with little information on each one of these meta-humans, it's enough for the viewer to feel sympathy for them. I particularly found Cyborg's development to be fantastic. He is portrayed here as a bitter young man, who blames his father for saving his life and turning him into a freak, rather than letting him die, as a consequence of an accident that killed his mother. The dynamics between the father-son duo is one of the film's main sources of emotional weight, and it works perfectly. But, if films like “300”, “Watchmen” and “Sucker Punch” taught us something, it's that Zack Snyder is a master in crafting memorable action scenes. I can name at least two sequences that, if shown in movie theaters, would bring the entire room of fans to scream and celebrate in unison. The action scenes, above all, remind us that even though “Justice League” is a DC film, it is still very much a Zack Snyder film. The darker filters, the sequences in slow-motion, the close-ups in details of the general landscape. We're seeing someone who knows what he's doing, in his best form. Another highlight in the screenplay lands on the characterization of the plot's main antagonist, Steppenwolf. Of course he's just an obstacle the League has to overcome to face the true villain, which is Darkseid. But the screenplay does a great job in transforming Steppenwolf in more than just a villain of the type “aaaarrrgghhhh, I'm evil, and I want to take over the world, and in the ending, there will be a blue stream of light from where my army will come out”. He is presented to us as some kind of heretic, someone who did something very bad towards Darkseid, and his journey is some sort of redemption for him to make himself worthy of battling among his superior's army. This, in one way, or the other, allows the viewer to see beneath the supervillain mask that he wears for the good guys. And, at last, the third act of “Zack Snyder's Justice League” is simply sensational. It's very rare to find a DC movie where the final act doesn't waste all the potential in the previous events. “Wonder Woman”, “Wonder Woman 1984”, “Suicide Squad” and even “Batman v Superman” partially had final acts that were inferior to the previous two. Snyder makes here an ambitious, grand, action-packed third act, that opens doors for further exploration in future solo films. If it weren't for the epilogue's final minutes, I'd say the director managed to tie up all the loose ends and finish every arc established since “Man of Steel”. But now that these moments were included in the final cut, as a fan, I have only one thing to say to Warner: #RestoreTheSnyderverse!)



A grande maioria dos membros de elenco de “O Homem de Aço”, “Batman vs Superman” e “Mulher-Maravilha” retornam aqui, e todos são excelentes com o material que lhes é dado. Eu, pessoalmente, acho que o Ben Affleck é o ator que melhor se encaixa na proposta do personagem do Batman, e o papel dele aqui é só mais uma prova disso. A fisicalidade, o visual quase grisalho e muito experiente, eu simplesmente amo essa versão do Batman. Eu gostei bastante das atitudes que o personagem toma nesse filme, em relação aos eventos de “Batman vs Superman”. Ao invés de mostrar desgosto e aversão ao kryptoniano, o Homem-Morcego parte em uma jornada de redenção, enxergando no Superman a esperança da Liga derrotar o Lobo da Estepe. O final dá uma dica sobre para onde o personagem iria, caso o plano de Snyder e Affleck tivesse se realizado, e seria bem promissor, mas só o tempo dirá se eles irão retomar essa empreitada. Eu gostei da gradual humanização que o Henry Cavill demonstrou como Superman. Ele não chega a ser tão “certinho” como iterações anteriores do herói, o que é muito bom, e acaba protagonizando as cenas de ação mais empolgantes do longa. Eu amei a função expositiva que a Gal Gadot assumiu como Mulher-Maravilha. Como a pessoa mais experiente do grupo, ela que é a responsável por contar a história de fundo inteira do que eles irão enfrentar, e do que eles precisam fazer para impedir. Ela também protagoniza cenas de ação estilizadas muito bem coreografadas, reforçando o caráter empoderador que a personagem estabeleceu em seu filme solo. Qualquer razão que possam encontrar para ridicularizar o Aquaman foi jogada no lixo com a versão do personagem interpretada pelo Jason Momoa. As tatuagens, o cabelo e a barba longos, e a cor dos olhos dele dão ao Aquaman uma aura alienígena, primitiva e hostil, o que acaba combinando perfeitamente com o Khal Drogo de “Game of Thrones”, também interpretado por Momoa. Sua versão do Aquaman é cínica, sarcástica e à primeira vista, incerta sobre a decisão de se juntar à equipe, e a negação do papel importante que ele tem que fazer em Atlântida fica muito bem transmitida na performance de Momoa. O Flash foi o melhor personagem na versão de cinema do filme, e ainda é, pra mim, no corte em discussão. Ezra Miller encarna aqui o “Homem-Aranha da DC”, no sentido dele ser um super-herói e ainda assim ser um fã dos outros super-heróis. Ele é a principal fonte de alívio cômico do grupo, e a primeira cena onde ele demonstra o potencial de seus super-poderes está propriamente equiparada com a do Mercúrio em “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”. E, por fim, temos o Ray Fisher como o Ciborgue, que, mesmo sendo praticamente um robô, é o que demonstra mais humanidade no grupo. Como dito anteriormente, a dinâmica dele com o pai, interpretado pelo Joe Morton, é uma das principais fontes de carga emocional dessa versão, e é algo muito cativante de se ver, e que poderia estar mais presente no gênero. Como os vilões, temos o Ciarán Hinds como o Lobo da Estepe e o Ray Porter como o Darkseid, e mesmo com os atores estando completamente cobertos de CGI, eles conseguem exalar uma aura ameaçadora perfeitamente bem, como seres que não são tão fáceis assim de derrotar. Eu gostei bastante de uma cena em que a Amy Adams e a Diane Lane estão juntas em tela como Lois Lane e Martha Kent, lamentando a morte do Superman. Foi uma cena triste e, ao mesmo tempo, reconfortante, por ver as duas personagens se unindo por uma pessoa que eles tinham em comum. Eu adorei a versão do Alfred do Jeremy Irons desde a aparição dele em “Batman vs Superman”. Quase todo ator que interpreta o Alfred é fantástico no papel, e gostei da maneira que Irons lidou com o personagem, com o mordomo sendo o responsável por criar e controlar todas as tecnologias do patrão. Temos aparições memoráveis de Connie Nielsen, Jesse Eisenberg, Willem Dafoe, Amber Heard, Robin Wright e Harry Lennix reprisando seus papéis em filmes anteriores, com Joe Mangianello e J.K. Simmons estreando como Exterminador e Comissário Gordon, respectivamente. E por fim, temos o tão esperado (pelo menos, pra mim) retorno do Coringa de Jared Leto. Não poderia dizer que foi a redenção do personagem, já que o tempo dele em tela aqui é mais ou menos o mesmo de “Esquadrão Suicida”, mas se a Warner decidir retomar o plano do diretor, eu sinceramente espero que eles possam explorar o potencial total que o ator tem para interpretar esse personagem tão icônico, porque o que ele é capaz de mostrar aqui promete bastante para o futuro.

(The great majority of the cast members from “Man of Steel”, “Batman v Superman” and “Wonder Woman” reprise their roles here, and everyone does an excellent job with what's given to each of them. I, personally, think Ben Affleck is the actor that fits the most with the proposition of Batman's character, and his role here is just another proof of that. His physicality, his almost grizzled yet certainly experienced look, I just love this version of the Batman. I really liked the attitudes he shows in this film, if compared to the events of “Batman v Superman”. Instead of showing aversion and distaste for the Kryptonian, Batman embarks on a journey of redemption, seeing in Superman the hope the League has in defeating Steppenwolf. The ending gives a small hint onto where the character would've gone, if Snyder and Affleck's plans were to come true, and it would've been very promising, but only time will tell if they'll ever put that into practice again. I really enjoyed the gradual humanization Henry Cavill demonstrated as Superman. He isn't as one-dimensional as other iterations of the character, which is really good, and ends up being a main figure in some of the film's most exciting action scenes. I really loved the expositional task that Gal Gadot had to fulfill as Wonder Woman. As the most experienced one in the group, she's the one who gets to tell them the entire backstory of who they're going up against, and what they have to do to stop it. She's also a main character in overstylized yet finely choreographed action scenes, which reinforce the empowering attitude established in her solo film. Any reason people can find to make Aquaman a ridiculous character is thrown in the garbage in Jason Momoa's version. His tattoos, his long hair and beard and the color of his eyes give him an alien, primitive, hostile aura, much like Momoa's “Game of Thrones” character, Khal Drogo. His version of Aquaman is cynical, sarcastic, and at first, uncertain in joining the team, and his denial in assuming his important role in Atlantis is fully transmitted in Momoa's performance. The Flash was the best character in the theatrical cut, and he still is in Snyder's version, for me. Ezra Miller incarnates DC's Spider-Man, in the sense that he's a superhero that's also a fan of the other superheroes. He's the group's main source of comic relief, and the first scene where he demonstrates the potential of his superpowers is properly tied with that of Quicksilver's in “X-Men: Days of Future Past”. And, at last, we have Ray Fisher as Cyborg who, even though he's practically a robot, brings out the largest amount of humanity in the group. As previously stated, his dynamics with his father, portrayed by Joe Morton, is one of this version's main sources of emotional weight, and it's something really touching to behold, and that could really be more present in the genre. As the baddies, we have Ciarán Hinds as Steppenwolf and Ray Porter as Darkseid and, even though the actors are fully covered with CGI, they manage to exhale an aura of hostility and threat perfectly well, as beings that aren't that easy to defeat. I really liked a scene where Amy Adams and Diane Lane are together onscreen, mourning for Superman's death. It was a sad yet comforting scene, because we get to see the two bonding over someone they had in common. I loved Jeremy Irons's version of Alfred since his first appearance in “Batman v Superman”. Almost every actor that plays Alfred fits fantastically into the role, but I really liked what Irons did with the character, with the butler being responsible for manufacturing and controlling his master's technology. We have memorable appearances by Connie Nielsen, Jesse Eisenberg, Willem Dafoe, Amber Heard, Robin Wright and Harry Lennix reprising their roles from previous films, with Joe Mangianello and J.K. Simmons making their debuts as Deathstroke and Commissioner Gordon, respectively. And, finally, we have the highly anticipated (for me, at least) return of Jared Leto's Joker. I couldn't say they've redeemed the character, as his screentime here is basically the same as “Suicide Squad”, but if Warner decides to put Snyder's initial plan into practice, I really hope they explore the actor's full potential to portray such an iconic character, because what he's able to show here is very promising for the future of this universe.)



E por fim, temos os aspectos técnicos, os quais, assim como em todo filme de Zack Snyder, são sensacionais. A primeira coisa que me veio à mente ao ver o material promocional de “Liga da Justiça de Zack Snyder” foi o formato da tela, que ao invés de ser em widescreen numa proporção de 16:9, é em tela cheia numa proporção próxima de 4:3. Inicialmente, eu achava que essa escolha técnica seria um grande empecilho para que eu aproveitasse o filme por completo. Mas ao terminar de assistir ontem, percebi que foi a escolha perfeita, porque assim, Snyder e o diretor de fotografia Fabian Wagner sabem exatamente onde focar a câmera, evitando que detalhes desnecessários venham a poluir ou tirar o foco da ação principal das cenas. A montagem do David Brenner é bastante precisa com a visão que o diretor teve para o filme, dividindo o longa de 4 horas em 6 capítulos completamente digeríveis, propositalmente oscilando na duração das cenas, de acordo com a ação que elas desenvolvem na trama. Eu geralmente digo que CGI demais polui um filme, e não é possível afirmar isso para “Liga da Justiça de Zack Snyder”, porque todo uso de CGI aqui é extremamente necessário, de modo que não consigo imaginar certas cenas sendo feitas (e funcionando) de forma mais prática. A equipe de efeitos visuais dá um verdadeiro show aqui. As cenas de ação são cheias de energia e recompensam o espectador por ter visto as cenas onde a ação não é muito presente. Provavelmente são as cenas de ação mais ambiciosas de um filme da DC até esse momento. (Teve uma cena em particular com o Flash que me arrepiou da cabeça aos pés de tão bem elaborada que é.) E, finalmente, temos a trilha sonora original do Junkie XL, mais conhecido como Tom Holkenborg, responsável pelas trilhas cheias de adrenalina de “Deadpool” e “Mad Max: Estrada da Fúria”. Aqui, Holkenborg tem como base as trilhas estabelecidas nos filmes anteriores, mas o jeito que ele as manipula consegue transformá-las em obras próprias dele. São faixas grandiosas, prolongadas e cheias de energia. É um trabalho tão denso que não pode ser considerado como “somente” uma trilha sonora da DC, mas também como uma trilha sonora de Tom Holkenborg.

(And at last, we have the technical aspects, which, just like in every Zack Snyder film, are sensational. The first thing that came to my mind when watching the promotional material for “Zack Snyder's Justice League” was the screen format, which rather than being in widescreen in a 16:9 format, it's in fullscreen in a proportion that's close to 4:3. Initially, I thought this technical choice would be a huge obstacle for me to fully enjoy the film. But when I finished watching it yesterday, I realized it was the perfect choice, because that way, Snyder and cinematographer Fabian Wagner know exactly where to focus the camera on, avoiding unnecessary details to pollute or distract the focus from the main action of the scenes. David Brenner's editing is really accurate to the director's vision of the film, dividing a 4-hour feature film into 6 fully digestible chapters, purposefully oscillating in the running time of the scenes, according to the action they develop in the plot. I generally say that too much CGI pollutes a film, and I can't say that for “Zack Snyder's Justice League”, because every use of CGI here is absolutely necessary, in a way that I can't imagine certain scenes being made (and working) in a more practical way. The visual effects team do a fantastic job here. The action scenes are full of energy and reward the viewer for sitting through the more quiet scenes. They are probably the most ambitious action scenes I've ever seen in a DC film. (There's a particular scene with the Flash that literally brought chills in every part of my body, because of how elaborate it is.) And, finally, we have the original score by Junkie XL, mostly known as Tom Holkenborg, who composed the adrenaline-filled scores of “Deadpool” and “Mad Max: Fury Road”. Here, Holkenborg has tracks from previous films to work with, but the way he manipulates them transforms them into works of his own. They are grand, prolonged, energy-filled tracks. It's a work so dense, that it couldn't be considered as “only” a DC score, but also as a Tom Holkenborg score.)



Resumindo, “Liga da Justiça de Zack Snyder” é a obra-prima do Universo Estendido da DC. Aproveitando ao máximo seu robusto tempo de duração de 4 horas, Zack Snyder consegue desenvolver seus personagens de forma intrinsecamente calculada, ao mesmo tempo que entrega as cenas de ação mais elaboradas em um filme da DC até agora. Os momentos finais do epílogo abrem portas para um possível futuro desse arco narrativo, o qual eu, como fã desse universo, realmente espero que esteja mais próximo do que distante. #RestaureOSnyderverso, dona Warner!

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Zack Snyder's Justice League” is the DC Extended Universe's masterpiece. Making the best use of its robust 4-hour running time, Zack Snyder manages to develop his characters in an intrinsecally calculated way, at the same time he delivers the most elaborate action scenes in a DC film to this moment. The epilogue's final minutes open doors for a possible future in this narrative arc, which I, as a fan of this universe, really hope it is closer than further away. #RestoreTheSnyderverse, Warner Bros.!

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)


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