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sexta-feira, 16 de julho de 2021

"Loki": um pontapé altamente original para a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre a mais nova série da Marvel Studios, feita exclusivamente para o Disney+! Apostando em uma proposta muito original, complexa e surpreendentemente metafórica, a série em questão serve como o verdadeiro pontapé da Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel ao entregar um estudo fascinante sobre a identidade de seu personagem-título. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Loki”. Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the most recent TV series by Marvel Studios, made exclusively for Disney+! Betting on a very original, complex and surprisingly metaphorical proposal, the series I'm about to review serves as the true kickstart for Phase Four in the Marvel Cinematic Universe when delivering a fascinating study on its title character's identity. So, without further ado, let's talk about “Loki”. Let's go!)



Após criar uma ramificação na linha do tempo em “Vingadores: Ultimato”, a série acompanha Loki (Tom Hiddleston), o Deus da Trapaça, que, ao roubar o Tesseract durante a Batalha de Nova York, é capturado por uma organização especializada em apagar linhas do tempo paralelas, a Autoridade de Variação Temporal. Após compreender o propósito da agência que o está mantendo como prisioneiro, Loki é recrutado pelo Agente Mobius M. Mobius (Owen Wilson) para ajudar a AVT à capturar Sylvie (Sophia Di Martino), uma outra versão do Deus da Trapaça, que deseja derrubar a organização.

(After creating a ramification in the timeline in “Avengers: Endgame”, the series follows Loki (Tom Hiddleston), the God of Mischief, who, by stealing the Tesseract during the Battle of New York, is captured by an organization which is specialized in erasing parallel timelines, the Time Variance Authority. After understanding the purpose of the agency that's keeping him captive, Loki is recruited by agent Mobius M. Mobius (Owen Wilson) to help the TVA in capturing Sylvie (Sophia Di Martino), a different version of the God of Mischief, who wishes to take down the organization.)



Acho que nem é preciso dizer que, assim como “WandaVision” e “Falcão e O Soldado Invernal”, eu estava bastante animado para ver a nova série da Marvel para o Disney+, que teria o Loki de Tom Hiddleston como protagonista. Primeiro, porque, pela proposta, a série não seria um prólogo para um futuro filme do estúdio, como “WandaVision” foi para “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” e “Falcão” foi para o vindouro quarto filme do Capitão América. Segundo, porque eu adoro quebrar a cabeça com obras sobre viagem no tempo, realidades paralelas, e tudo o mais, transformando a série num verdadeiro quebra-cabeça para o espectador ir montando aos poucos.

E, terceiro, que fã da Marvel não é fã do Loki do Tom Hiddleston? O sarcasmo em cada fala dele, a esperteza e imprevisibilidade da personalidade do personagem, e a performance magnetizante do ator no papel transformaram o Deus da Trapaça em um dos melhores personagens do Universo Cinematográfico da Marvel, roubando a cena em literalmente toda aparição que ele faz. De modo que os espectadores estavam mais animados para ver o Loki em um filme do Thor do que o próprio Deus do Trovão, tamanho o impacto que o personagem teve na consciência coletiva dos fãs deste universo.

Então, sim, eu estava bastante animado para assistir “Loki”, especialmente porque era algo que pretendia fugir da estrutura narrativa básica que era esperada de uma obra da Marvel, que fora recentemente replicada em “Falcão e o Soldado Invernal”. E fico bastante feliz em dizer que “Loki” é um dos projetos mais originais da Marvel Studios, que conta com uma proposta muito arriscada, original e surpreendentemente coesa, e acaba por resultar na obra mais impactante nos eventos do Universo Cinematográfico da Marvel desde “Vingadores: Guerra Infinita” e “Ultimato”.

Ok, com isso dito, vamos falar do roteiro. Supervisionada por Michael Waldron (roteirista de “Rick and Morty” e do vindouro “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”), a equipe de roteiristas de “Loki” consegue acertar em vários aspectos narrativos da trama, que acabam por colocar a série em um patamar acima da grande maioria das obras do estúdio. Vamos por partes. Primeiro, temos o caráter introdutório de grande parte do conteúdo da série, porque ao contrário de “WandaVision” e “Falcão”, este é o nosso primeiro contato com a realidade na qual a obra é ambientada, e com os personagens que a habitam. Os roteiristas fazem um trabalho criteriosamente bem feito ao explicarem tudo o que há de novo para o espectador, às vezes fazendo uso de referências de filmes passados da Marvel para fazer tal explicação. Não há nenhum buraco visível na progressão da narrativa, o que, em qualquer obra complexa, é fantástico.

Segundo, há o tratamento de temas inerentemente complexos, tais como viagens no tempo, realidades paralelas, ramificações na linha do tempo e afins. Waldron e sua equipe conseguem encontrar um método brilhante de apresentar estes conceitos para o espectador: através de uma sequência de animação estrelando o mascote da organização em que a obra é ambientada, um pequeno relógio antropomórfico com sotaque sulista estadunidense (que é a minha personagem favorita da série). Isto permite que nós, como espectadores, possamos entender a situação que o nosso protagonista se encontra de maneira simples, coesa e prática.

Em terceiro lugar, temos a progressão da narrativa, que não é discrepante, em termos de qualidade. Temos aqui 6 episódios, com duração média de 45-50 minutos, que se movimentam muito bem, graças ao passo do material concebido por Waldron e os roteiristas da série. Pode-se dizer que “Loki” pode ser dividido em 3 blocos: 1) o primeiro episódio é quase exclusivamente introdutório, acompanhado de um segundo capítulo mais acelerado, cheio de ação e demonstrações visuais daquilo que foi introduzido e explicado no episódio anterior; 2) da introdução, partimos para o conflito, onde os roteiristas colocam um freio na ação e concentram mais nos personagens, permitindo que o espectador crie uma conexão emocional com eles e fazendo uso de reviravoltas para que nós possamos criar nossas expectativas para o restante da trama; e 3) temos a conclusão, que reúne todos os personagens que conhecemos ao longo desse tempo, e os guia em direção à culminação da história, a qual não será discutida aqui, porque sem spoilers. Comparando com as outras duas séries da Marvel feitas para o Disney+, “Loki” foi a que teve uma melhor progressão uniforme da narrativa, mantendo a atenção e subvertendo as expectativas do espectador.

Em quarto lugar, temos a exploração da identidade de seu protagonista, que sempre foi renegado ao papel de vilão ou coadjuvante, perante seu irmão Thor. Aqui, Loki toma o centro da história, e é bem interessante ver todos os eventos de uma narrativa da Marvel pelos olhos de alguém que não é totalmente um herói, o que eu acho que é a primeira vez que uma obra do estúdio faz algo do tipo. E é mais interessante ainda ver como, através de interações com vários personagens, ele aprende mais e mais sobre si mesmo, coisas até que ele nem sabia que era capaz de fazer. Nesse sentido, “Loki” me lembrou muito de uma subestimada (mas igualmente complexa) minissérie da Netflix chamada “Maniac”, estrelando Emma Stone e Jonah Hill como dois estranhos que encontram uma conexão peculiar após viverem fantasias induzidas por exames farmacêuticos de teste juntos.

Em quinto lugar, temos aqui a primeira obra da Marvel Studios que pode ser aberta à interpretações, fora da linha narrativa do universo cinematográfico. Não vou entrar em território de spoilers, mas alguns aspectos na progressão da trama de “Loki”, em especial temas como opressão intelectual, rebeldia contra uma autoridade maior, determinismo, propósito, livre-arbítrio e uma linha do tempo “sagrada”, me lembraram bastante de outras obras que também abordaram conceitos metafísicos e religiosos, tais como a série de livros “Fronteiras do Universo”, de Philip Pullman, e a subestimada série brasileira da Netflix, “Ninguém Tá Olhando”, cancelada após uma temporada.

E, por último, mas não menos importante, temos o caráter contínuo da narrativa de “Loki”, que, ao causar efeitos colaterais no Universo Cinematográfico da Marvel em geral, servindo de pontapé para a já iniciada Fase 4, acaba criando um tremendo gancho para uma já confirmada segunda temporada. Já é algo diferente para o estúdio, que já criou séries paralelas aos eventos do MCU (“Agents of SHIELD”, “Demolidor”, “Jessica Jones”, “Luke Cage”, “Punho de Ferro”, “O Justiceiro” e “Os Defensores”), mas que encontra aqui o seu primeiro conteúdo televisivo que não só fará um impacto direto com a trama do universo, como também terá a continuação de sua própria narrativa particular. E nem preciso dizer que as minhas expectativas estão muito altas para o futuro da Fase 4!

(I guess I don't even have to say that, just like with “WandaVision” and “The Falcon and the Winter Soldier”, I was pretty excited to check out Marvel's new show for Disney+, which would have Tom Hiddleston's Loki as its protagonist. Firstly, because, from the proposal, the series wouldn't be a prologue to an upcoming film from the studio, as “WandaVision” was for “Doctor Strange in the Multiverse of Madness” and “Falcon” was for the upcoming fourth Captain America film. Secondly, because I love it when movies and TV shows make us think with themes such as time travel, parallel realities and whatnot, transforming the show into a real puzzle for the viewer to put together, piece by piece.

And, thirdly, which Marvel fan is not a fan of Tom Hiddleston's Loki? The sarcasm hidden in his every line, the cunningness and unpredictability of the character's personality, and the actor's magnetizing performance in the role transformed the God of Mischief into one of the best characters in the Marvel Cinematic Universe, stealing the scene in literally every appearance that he made. In a way that viewers were more excited to see Loki in a Thor film than the God of Thunder himself, due to the impact the character had on the collective minds of fans of this universe.

So, yes, I was pretty excited to watch “Loki”, especially because it was something that intended to run away from the basic narrative structure that we've come to expect from a film or TV show by Marvel, which was recently replicated in “Falcon and the Winter Soldier”. And I'm pretty glad to say that “Loki” is one of Marvel Studios' most original projects, which relies on a very risky, original and surprisingly coherent proposition, and ends up resulting in the work that has the largest amount of impact on the events of the Marvel Cinematic Universe since “Avengers: Infinity War” and “Endgame”.

Okay, with that out of the way, let's talk about the screenplay. Supervised by Michael Waldron (writer for “Rick and Morty” and the upcoming “Doctor Strange in the Multiverse of Madness”), the writers' team for “Loki” manages to get a lot of things right when it comes to narrative aspects in the plot, which already puts the show above a great majority of the studio's work. Let's go by parts. Firstly, we have the introductory character of a great part of the show's content, because unlike “WandaVision” and “Falcon”, this is our first contact with the environment in which the show is set in, as well as the characters who inhabit it. The writers do a judiciously good job in explaining everything that's new to the viewer, sometimes using references from previous works from Marvel to do so. There's no visible plot hole in the narrative's progression, which, in everything that's complex, is amazing.

Secondly, there's the treatment of inherently complex themes, such as time travel, parallel realities, branches in the timeline and whatnot. Waldron and his team manage to find a brilliant way to present these concepts to the viewer: through an animated sequence starring the mascot of the organization the show is set in, a small anthropomorphical watch with a Southern drawl (who is my favorite character in the show). This choice allows us, as viewers, to be able to understand the situation our protagonist is going through, in a simple, cohesive and practical way.

Thirdly, we have the narrative's progression, which isn't very discrepant, in terms of quality. We have here 6 episodes, with a medium runtime of 45-50 minutes, which move themselves really well, thanks to the material conceived by Waldron and the show's writers. It can be said that “Loki” can be divided into 3 blocks: 1) the first episode is almost exclusively introductory, which is followed by a faster-paced second chapter, with plenty of action and visual demonstrations of what was shown and explained in the previous episode; 2) from the intro, we go into the conflict, where the writers pull an almost full stop in the action and focus on the characters, allowing the viewer to create an emotional bond with them and using plot twists in order to build our expectations for the remainder of the plot; and 3) we have the conclusion, which reunites every character we've met to this point, and guides them towards the culmination of the story, which won't be discussed here, because no spoilers. In comparison with the other two Marvel shows made for Disney+, “Loki” was the one that had the most uniform narrative progression, maintaining our attention and subverting our expectations.

In fourth place, we have the exploration of the identity of its protagonist, who was always renegated to the role of villain or supporting character, in comparison to his brother Thor. Here, Loki takes the center stage of the story, and it's very interesting to see all events in a Marvel narrative through the eyes of someone who's not totally a hero, which I think it's the first time the studio does something like it. And it's even more interesting to see how, through interactions with several characters, he ends learning more and more about himself, things that even Loki wasn't aware that he could do. In that way, “Loki” reminded me a lot of an underrated (yet equally complex) Netflix miniseries called “Maniac”, which stars Emma Stone and Jonah Hill as two strangers who form a peculiar connection after living several fantasies induced by experimental drug trials together.

In fifth place, we have here the first work by Marvel Studios that can be open to interpretations, outside the cinematic universe's timeline. I won't go into spoiler territory, but some aspects in the narrative progression of “Loki”, especially themes such as intellectual opression, rebelling against a larger authority, determinism, purpose, free-will and a “sacred” timeline”, reminded me a lot of other works that also dealt with metaphysical and religious concepts, such as the His Dark Materials book trilogy, written by Phillip Pullman, and the underrated Brazilian Netflix show, “Nobody's Looking”, which was cancelled after one single season.

And, at last, but definitely not least, we have the continuous-narrative character of “Loki”, which, by causing side effects in the general Marvel Cinematic Universe, kickstarting the current Phase 4, ends up creating one hell of a cliffhanger for an already confirmed second season. It's already something different for the studio, which has already created shows that are parallel to MCU events (“Agents of SHIELD”, “Daredevil”, “Jessica Jones”, “Luke Cage”, “Iron Fist”, “The Punisher” and “The Defenders”), but that finds here its first television content that will not only make a direct impact in the universe's plot, but will also have the continuation to its own particular narrative. And I don't even have to say that my expectations are sky high for the future of Phase Four!)



Há certos atores no Universo Cinematográfico da Marvel que são insubstituíveis em seus respectivos papéis. Robert Downey, Jr. como Homem de Ferro; Samuel L. Jackson como Nick Fury; Chris Hemsworth como Thor e Josh Brolin como Thanos são alguns exemplos. O mesmo se aplica ao Tom Hiddleston como Loki. É muito interessante ver o ator sair da caixinha, no sentido de subverter as expectativas do espectador em relação à sua performance. Além de reprisar o papel astuto, sarcástico e egocêntrico que conhecemos e amamos, Hiddleston faz ótimo uso do roteiro para expandir seus limites emocionais como Loki, com sucesso. Como a série inteira é vista sob a perspectiva dele, ele nos leva junto na viagem e nos faz sentir tudo o que ele está sentindo ao longo dos episódios.

E é muito bom ver o quanto o personagem muda no percorrer desta primeira temporada, especialmente através da sua relação com a personagem da Sophia Di Martino, que também tem uma história interessante a ser contada. A atriz também tem um ótimo desempenho ao longo dos episódios. Ela é sarcástica e dotada de um senso de humor bem ácido, mas também tem um lado mais sensível, e esse contraste funciona perfeitamente para que o espectador entenda as motivações de sua personagem. É claro, Di Martino possui uma química explosiva com Hiddleston em tela, na qual os dois atores trabalham muito bem, dando vida à série e acelerando o passo da história. Eu fiquei bem surpreso quando descobri que o Owen Wilson tinha sido escalado na série, porque eu achava que o senso de humor peculiar dele não ia encaixar muito bem na vibe da Marvel, mas o ator caiu como uma luva no papel. Ele é bem engraçado, tem uma dinâmica muito legal com o Tom Hiddleston e é uma das maiores fontes de exposição da série, de modo que é através do personagem de Wilson que Loki vai aprendendo tudo sobre a AVT. (Só fiquei meio decepcionado pelo ator não ter emitido seu bordão-chave “Wow!” em alguma cena... [Risos])

Eu gostei bastante do desempenho da Gugu Mbatha-Raw, especialmente de como o papel dela vai crescendo gradualmente de um nível não tão significativo assim para uma das personagens mais interessantes da série, se não for a mais interessante. As interações da personagem dela com as personagens da Wunmi Mosaku e da Sasha Lane são cruciais para que essa transformação aconteça, e as três atrizes trabalham essa dinâmica muito bem. Mal posso esperar para ver o futuro da personagem de Mbatha-Raw na segunda temporada. O Eugene Cordero é um ótimo alívio cômico; o Richard E. Grant está excelente em seu curto, porém eficiente papel; e a Tara Strong é simplesmente perfeita como o mascote da AVT, que expõe fatos dolorosamente sombrios com um sorriso no rosto e em um tom de voz essencialmente acolhedor.

(There are certain actors in the Marvel Cinematic Universe who are irreplaceable in their respective roles. Robert Downey, Jr. as Iron Man; Samuel L. Jackson as Nick Fury; Chris Hemsworth as Thor and Josh Brolin as Thanos are a few examples. The same applies to Tom Hiddleston as Loki. It's very interesting to see the actor get out of this little box, in a way he subverts the viewer's expectations regarding his performance. Besides reprising the cunning, sarcastic and egocentric role we know and love, Hiddleston makes a great use of the screenplay to, successfully, expand his emotional boundaries as Loki. As the entire show is driven from his perspective, he takes us along in the ride and makes us feel everything that he's feeling throughout the episodes.

And it's very good to see how much the character changes throughout this first season, especially through his relationship with Sophia Di Martino's character, who also has a very interesting backstory to tell. The actress also delivers a great performance throughout the episodes. She is sarcastic and gifted with an acid sense of humor, yet she also has a more sensitive side, and that contrast works perfectly for the viewer to understand her character's motivations. Of course, Di Martino has an explosive onscreen chemistry with Hiddleston, in which the two actors manage to breathe life into the show and make the story's pacing walk a little faster. I was pretty surprised when I found out that Owen Wilson had been cast in the show, as I thought his quirky sense of humor wouldn't quite fit the Marvel vibe, but the actor fit like a glove in his role. He's really funny, has an extremely fun onscreen dynamic with Tom Hiddleston and is one of the show's biggest sources of exposition, in a way that it's through Wilson's character that Loki ends up learning everything about the TVA. (I was just sort of disappointed that the actor didn't let out his iconic catchphrase “Wow!” in any scene... [LOL])

I really liked Gugu Mbatha-Raw's performance, especially in how her role gradually grows from a not-so-much important level to one of the most interesting characters in the show, if not the most interesting. Her character's interactions with Wunmi Mosaku and Sasha Lane's characters are crucial for that transformation to happen, and all three actresses work through this dynamic really well. I can't wait to see the future of Mbatha-Raw's character in the upcoming second season. Eugene Cordero is a great comic relief; Richard E. Grant is excellent in his short, yet effective role; and Tara Strong is pitch-perfect as the TVA's mascot, who exposes painfully dark facts with a smile on her face and through an essentially welcoming tone of voice.)



A primeira coisa que me chamou a atenção ao ver os materiais promocionais de “Loki” foi toda a estética da AVT. A mistura quase onipresente de tons alaranjados com toques de marrom me lembrou bastante de “O Iluminado”, e todo o caráter retro-futurista da organização e dos escritórios adjacentes me lembrou (novamente) da minissérie da Netflix, “Maniac”, e também de algumas sequências da série “Legion”, criada por Noah Hawley. A equipe da direção de arte, trabalhando em conjunto com a diretora Kate Herron, fez um trabalho espetacular em despertar um sentimento de desconforto no espectador nas cenas ambientadas na AVT, como se aquela agência meticulosamente arrumada fosse uma fachada para algo potencialmente mais sombrio, ambicioso e impactante. Eu também gostei bastante do visual da série, fora da organização. A direção de fotografia deslumbrante da Autumn Durald Arkapaw nas cenas ambientadas no espaço me lembrou bastante do visual psicodélico e vibrante, no melhor estilo Aurora Boreal, de “Guardiões da Galáxia Volume 2”, “Doutor Estranho” e “Thor: Ragnarok”.

A coreografia das lutas e cenas de ação foi algo bem interessante e, pelo menos pra mim, surpreendentemente prático. Como os personagens fazem uso de armas brancas, há uma quantidade extensa de combates corpo-a-corpo, que me lembraram bastante das sequências de luta de “Viúva Negra”. Claro, há um constante uso de CGI, especialmente pelo fato do protagonista ter algumas habilidades mágicas, mas tal uso é totalmente compreensível, já que seria impossível a Marvel fazer algo do tipo de maneira 100% prática. Eu gostei muito do quanto a trilha sonora original da Natalie Holt pareceu experimentar com sons que ainda não foram usados em trabalhos da Marvel. O uso de instrumentos mais diferenciados, como sintetizadores e o teremim, ajuda a acentuar o tom misterioso de ficção-científica que permeia a série inteira, o que é excelente. Quem me dera se todas as trilhas sonoras originais da Marvel fossem mais parecidas com essa.

(The first thing that caught my eye when looking at all the promotional material for “Loki” was the entire aesthetic for the TVA. The almost omnipresent mix between orange shades with small touches of brown reminded me a lot of “The Shining”, and all the retrofuturistic character of the organization and its adjacent offices reminded me (once again) of the Netflix miniseries “Maniac”, as well as some sequences in the show “Legion”, created by Noah Hawley. The production design team, working along with director Kate Herron, did a spectacular job in making the viewer feel a little bit uneasy in the scenes set in the TVA, as if that meticulously tidy agency was a distraction from something that's potentially darker, more ambitious and impactful. I also really liked the show's visuals, outside the organization. Autumn Durald Arkapaw's delightful cinematography in the space-set scenes reminded me a lot of the vibrant and psychedelic visuals, in the best Northern Lights-style, of “Guardians of the Galaxy Vol. 2”, “Doctor Strange” and “Thor: Ragnarok”.

The choreography in the fights and action scenes was something really interesting and, at least for me, surprisingly practical. As all characters use knives, batons and swords as weapons, there's an extensive quantity of one-on-one combats, which ended up reminding me a lot of the fight sequences in “Black Widow”. Of course, there's a constant use of CGI, especially because its protagonist has some magical abilities, but such an use is completely understandable, as it would be impossible for Marvel to make something like it in a 100% practical way. I really enjoyed how Natalie Holt's original score seemed to experiment on sounds that have not yet been used in works by Marvel. The use of different instruments, such as synthesizers and the theremin, helps in heightening the mysterious sci-fi tone that runs through the whole show, which is excellent. I wish that all original scores from Marvel were more similar to this one.)



Resumindo, “Loki” é, de longe, um dos projetos mais interessantes da Marvel Studios. Munido de uma narrativa complexa, original, arriscada e surpreendentemente coesa, performances altamente dedicadas de seu elenco absurdamente talentoso e uma estética retro-futurista para sua ambientação peculiar, a série do Deus da Trapaça feita para o Disney+ não só dá o pontapé inicial para a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel, como também encontra uma maneira brilhante de continuar seu próprio raciocínio particular. Que venha a segunda temporada!

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Loki” is, by far, one of the most interesting projects to come out of Marvel Studios. Armed with a complex, original, risky and surprisingly cohesive narrative, highly committed performances by its absurdly talented cast and a retrofuturistic aesthetic for its peculiar setting, the God of Mischief's show made for Disney+ not only takes the first shot in kickstarting Phase 4 of the Marvel Cinematic Universe, as it also finds a brilliant way of continuing its own particular train of thought. I can't wait for season 2!

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)


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