E não se esqueçam de curtir e seguir o blog nas redes sociais:
(And don't forget to like and follow the blog in social medias:)
Facebook: https://www.facebook.com/NoCinemaComJoaoPedroBlog/
Twitter: @nocinemacomjp2
Instagram: @nocinemacomjp
E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre um dos lançamentos mais esperados de 2021, que chegará em breve exclusivamente nos cinemas! Expandindo o seu fascinante universo com mais aliados e ameaças, o filme em questão é uma das raras sequências que não só justificam a sua existência, como também abrem portas para mais subsequentes filmes na franquia. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Um Lugar Silencioso: Parte II”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about one of the most anticipated releases of 2021, which is on theaters and will be soon streaming on Paramount+! Expanding its fascinating universe with more allies and threats, the film I'm about to analyze is one of those rare sequels that not only manage to justify their own existence, but also open doors for more subsequent installments in the franchise. So, without further ado, let's talk about “A Quiet Place: Part II”. Let's go!)
Ambientado após os eventos derradeiros de “Um Lugar Silencioso”, o filme acompanha os sobreviventes da família Abbott, que, ao se sentirem expostos em sua fazenda, agora desprotegida, saem em busca de um novo refúgio. Depois de escaparem por pouco de monstros cegos com audição aguçada, Evelyn (Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) encontram Emmett (Cillian Murphy), um sobrevivente que, de forma relutante, concorda em abrigar a família, que está levando consigo um recém-nascido, em um bunker numa metalúrgica abandonada. Quando Regan descobre a existência de uma transmissão de rádio desconhecida, ela parte sozinha para encontrar a sua fonte, na esperança de achar mais sobreviventes, levando a família a enfrentar vários perigos separadamente.
(Set after the decisive events of “A Quiet Place”, the film follows the surviving members of the Abbott family, who, by feeling exposed in their farm, which is now unprotected, set off an uncharted path, looking for a new safe haven. After narrowly escaping blind monsters with an acute sense of hearing, Evelyn (Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds) and Marcus (Noah Jupe) run into Emmett (Cillian Murphy), a survivor who, relunctantly, agrees in housing the family, who's carrying a newborn baby, in a bunker under an abandoned steel mill. When Regan discovers the existence of an unknown radio transmission, she sets off alone in order to find its source, in the hope of running into more survivors, leading the family to face several dangers separately.)
Como alguém que amou o primeiro “Um Lugar Silencioso”, minhas expectativas estavam moderadas para conferir a sequência. Por um lado, teríamos o retorno do John Krasinski na direção e no roteiro, o que já desperta uma confiança no lado do espectador; mas por outro lado, o primeiro filme é uma verdadeira aula de cinema, demonstrando um conhecimento excelente em construção de atmosfera e tensão, desenvolvimento de personagens com poucos diálogos falados e narrativas ambientadas em um lugar extremamente contido, cuja conclusão não implorava por uma continuação. Mas, para nossa sorte, Krasinski tinha planos muito bem elaborados para a sequência, que, infelizmente, não seria vista tão cedo assim, devido à mais de um ano de adiamentos causados pela pandemia do COVID-19.
Lembro direitinho de quando “Um Lugar Silencioso – Parte II” sofreu seu primeiro adiamento. Eu estava na faculdade, esperando o início das aulas, e meu pai estava no shopping, esperando o cinema abrir para comprar os ingressos, que já estavam à venda. Estava navegando tranquilamente pelo Instagram quando vi uma publicação do diretor, adiando a estreia do filme para uma data ainda não definida. Confesso que esse adiamento me deixou bastante nervoso, por ter sido tão perto da data de lançamento, mas especialmente pelo fato da sequência já ter tido sua estreia mundial em Nova York, semanas antes de chegar às telonas.
Foi o primeiro de muitos atrasos que me afetaram, mas graças a Deus, não perdi a cabeça por causa disso. Me concentrei em outros filmes, e a cada nova data divulgada, minhas expectativas para “Um Lugar Silencioso – Parte II” só foram aumentando. Finalmente, depois de 1 ano e 4 meses, tive a chance de assistir à tão esperada sequência com meus pais. E fico muito feliz em dizer que valeu cada segundo de espera; porém, com algumas ressalvas.
Ok, vamos falar do roteiro. Escrito pelo diretor John Krasinski, o roteiro de “Um Lugar Silencioso – Parte II”, assim como toda sequência, se preocupa em expandir as fronteiras do que foi explorado no primeiro filme, e expor alguns fatos que aprofundam a mitologia construída nesse universo fictício. Acho que nem preciso dizer que Krasinski acerta quase em cheio nesse aspecto, mesmo contando com um tempo de duração bem restrito de 1 hora e 37 minutos. Os primeiros 10 minutos de projeção fazem um ótimo trabalho em replicar a tensão predominante em “Um Lugar Silencioso”, através de uma sequência de flashback muito bem executada, contendo várias referências à cenas do primeiro filme, e já estabelecendo o novo tom da continuação, em relação à obra original.
Acho que esta mudança de tom é algo importante a ser destacado porque, ao contrário da ambientação extremamente contida do filme original, a expansão do ambiente imposta pela sequência não necessariamente requer a mesma quantidade de tensão. Isto é, a continuação acaba trocando o terror sufocante predominante em “Um Lugar Silencioso” por cenas de ação de tirar o fôlego, e por incrível que pareça, funciona. São sequências mais frenéticas, mas elas conseguem reter a tensão que fez o filme original ser um sucesso.
Outra coisa que gostaria de destacar diz respeito à estrutura narrativa do filme, e o quanto esta expansão da ambientação me lembrou de um dos meus videogames favoritos, “The Last of Us”. Das escolhas na direção de fotografia, que priorizam a beleza inerente da natureza presente e a mistura dessa beleza ao caos pós-apocalíptico da ambientação, às dinâmicas estabelecidas entre os personagens, quase tudo em “Um Lugar Silencioso – Parte II” me lembrou da obra-prima de Neil Druckmann, lançada em 2013. A similaridade entre as duas obras é tão visível, até nos mínimos detalhes, que se poderia até dizer que a sequência de Krasinski é o mais próximo que teremos de uma adaptação cinematográfica do videogame.
Os personagens são muito bem desenvolvidos, e algo que me deixou bastante satisfeito foi o fato do roteiro não ter esquecido completamente dos eventos do filme anterior. Devido às perdas que os personagens, tanto antigos quanto novos, sofreram ao longo de suas vidas, temas relevantes como o luto, a perda, e a constante dúvida em confiar em pessoas desconhecidas são abordados, injetando uma quantidade enorme de humanidade aos nossos protagonistas. Há várias cenas emocionantes, algo que eu não esperava de um filme como “Um Lugar Silencioso”, mas que, devido às circunstâncias em que os personagens se encontram, é um elemento muito bem-vindo e até necessário para manter o espectador interessado na jornada deles ao longo da projeção.
Um detalhe que me agradou bastante foi o foco oferecido aos dois protagonistas jovens, interpretados pela Millicent Simmonds e pelo Noah Jupe. De certo modo, por causa do triste destino que o pai deles sofreu no primeiro filme, a sequência é uma jornada de amadurecimento e independência para os dois personagens, onde eles aprendem a lidar com situações extremamente perigosas e ameaças por conta própria, com o objetivo de, assim como o patriarca, serem capazes de proteger seus entes queridos.
Há vários momentos em que duas cenas são sobrepostas, adicionando uma dinamicidade e simultaneidade para o que está sendo mostrado em tela. Por exemplo: o filme é dividido em duas linhas narrativas principais, e suponhamos que em uma delas, um incêndio acontece. Aí, graças à agilidade da edição, vemos um evento bastante similar ocorrer na outra linha narrativa. Esta sobreposição de cenas é executada de forma primorosa, e ajuda a manter o tom frenético construído ao longo da projeção, o que é ótimo.
Mas, infelizmente, nem tudo é perfeito na aguardada sequência de John Krasinski. Quase tudo que citarei aqui poderia ter sido facilmente remediado com alguns minutos a mais de filme, mas, devido ao comprometimento de repetir o sucesso da obra original, fazendo uso de uma duração extremamente similar, nada de novo que é apresentado na sequência é desenvolvido o suficiente para ser considerado uma expansão. Há alguns detalhes novos muito interessantes aqui (que, novamente, me lembraram bastante de “The Last of Us”), mas o passo acelerado da história impede que nós, como espectadores, possamos compreendê-los completamente.
Outro impedimento (que não necessariamente diz respeito a mim, mas pode ser de interesse do público em geral) é a insuficiência de respostas às perguntas estabelecidas no primeiro filme, especialmente em relação aos monstros. Claro, há alguns momentos de exposição onde os personagens explicam com suas palavras como foi o primeiro contato com eles, como conseguiram escapar deles. Mas não há nenhuma explicação sobre como ou porque eles vieram parar aqui, o que pode ser um pouco frustrante para o espectador, que espera algumas respostas em uma continuação de algo que claramente deixou algumas dúvidas. Mas, assim como em “The Last of Us”, esta falta de explicação não chega a importar, porque o foco das duas obras não é nos monstros, e sim nos personagens humanos, nas relações que eles criam uns com os outros. Essa escolha de foco impede que o filme seja convencional e genérico, o que é ótimo.
Eu, sinceramente, não gostei tanto do final. Gostei de como ele foi construído, mas a execução pareceu ter sido um pouco apressada no meu ponto de vista, de forma que o longa termina de um modo até abrupto, o que poderia ter sido consertado com um passo mais lento e contemplativo. Mas não se enganem: mesmo deixando algumas pontas soltas, “Um Lugar Silencioso – Parte II” não só justifica sua existência, mas também abre portas para novas abordagens nesse universo, a primeira das quais já tem data para estrear em 2023, sob a direção de Jeff Nichols, responsável por ótimos filmes independentes como “O Abrigo” e “Amor Bandido”. Mal posso esperar!
(As someone who loved the first “A Quiet Place” film, my expectations were fairly moderate to see the sequel. On one hand, we would have John Krasinski's return as writer and director, which already makes the viewer feel a little bit confident; but on the other hand, the first film is a true masterclass in filmmaking, demonstrating an excellent amount of knowledge in building atmosphere and tension, developing its characters with very few spoken dialogue and storytelling set in an extremely contained location, and its conclusion didn't beg for a continuation. But, lucky for us, Krasinski had very well-established plans for the sequel, which, unfortunately, would not be seen that soon, due to more than a year of postponements caused by the COVID-19 pandemic.
I remember very clearly of when “A Quiet Place – Part II” suffered its first postponement. I was in college, waiting for class to start, and my dad was at the mall, waiting for the movie theater to open, in order to buy the tickets, which were already on sale. I was peacefully browsing my Instagram when I stumbled across a post from the movie's director, announcing that it has been moved to a later, unannounced date. I confess that delay made me very angry, as it was so close to the actual release date, but especially due to the fact that it had already had its world premiere in New York City, weeks before it was programmed to reach the big screens.
That was the first of many postponements that affected me, but thanks to God, I didn't lose my mind because of it. My mind was focused on other films, and at every new date revealed, my expectations for “A Quiet Place – Part II” grew higher. Finally, after one year and four months, I was finally able to watch the highly-anticipated sequel with my parents. And I'm very glad to say it was very much worth the wait, with very few exceptions.
Okay, let's talk about the screenplay. Written by director John Krasinski, the screenplay for “A Quiet Place – Part II”, just like any sequel, worries on expanding the borders of what was explored in the first film, and exposing some facts that deepen the mythology that's been built in this fictional universe. I guess I don't even have to say that Krasinski almost makes lightning strike twice, even relying on a very restricted runtime of 1 hour and 37 minutes. The first 10 minutes of film do a great job in replicating the predominant tension in “A Quiet Place”, through a very well executed flashback sequence, which contains several references to the first movie, and already sets the sequel's new tone, in comparison to the original work.
I think that this change in tone is something important to be highlighted, as, unlike the original film's extremely contained setting, the environment's expansion imposed by the sequel doesn't necessarily require the same amount of tension. That is, the sequel trades the suffocating horror that dominated “A Quiet Place” for breathtaking action scenes, and as odd as it may seem, it works perfectly. They are more fast-paced sequences, but they manage to maintain the tension that made the original film a hit.
Another thing that I'd like to highlight is the film's narrative structure, and how this expansion in the setting ended up reminding me of one of my favorite videogames, “The Last of Us”. From the choices made in the cinematography, which prioritizes the inherent beauty in the environment's nature and the mix between that beauty and the setting's post-apocalyptic chaos, to the dynamics established between the characters, almost everything in “A Quiet Place – Part II” reminded me of Neil Druckmann's masterpiece, released in 2013. The similarity between the two works is so visible, even in the tiniest details, that it can be said that Krasinski's sequel is the closest we'll ever be to a movie adaptation of the videogame.
The characters are very well developed, and one thing that left me very satisfied was the fact that the screenplay didn't completely forget the events from the previous film. Due to the loss that characters, both old and new, suffered throughout their lives, relevant themes such as loss, grief and the constant doubt in trusting strangers are dealt with here, injecting an enormous amount of humanity to our protagonists. There are several emotional scenes, which I didn't expect from a film like “A Quiet Place”, but that, because of the circumstances that the characters find themselves in, ended up being a welcome change, and even a necessary one in order to keep the viewer emotionally invested in their journey.
A detail that pleased me a lot was the focus offered to the two teen protagonists, portrayed by Millicent Simmonds and Noah Jupe. In a way, due to the tragic fate suffered by their father in the first film, the sequel is a coming-of-age journey of independence for the two of them, where they learn how to deal with extremely dangerous situations and threats on their own, in order to, like their late patriarch, be fully capable of protecting their loved ones from harm.
There are several moments where two scenes are overlapped, adding a dynamic and simultaneous tone to what's being shown onscreen. For example: the film is divided into two main narrative storylines, and let's suppose that in one of them, something is lit up in flames. Then, thanks to the editing's agility, we see a very similar event take place in the other narrative storyline. This overlapping of scenes is done in a masterful way, and it helps maintaining the fast-paced tone that's been built throughout the film, which is great.
But, unfortunately, not everything is perfect in John Krasinski's highly-anticipated sequel. Almost everything I'll take note of here could've been easily remedied with a few more extra minutes of film, but, due to the commitment of repeating the first film's success, making use of an extremely similar runtime, nothing new that's introduced in the sequel is well developed enough to become a full-on expansion. There are some very interesting new details here (which, again, reminded me a lot of “The Last of Us”), but the story's quickened pace prevents us, as viewers, to fully comprehend them.
Another impediment (which doesn't necessarily regard my point of view, but it might be important to the general audience) is the insufficiency of answers to the questions established in the first film, especially regarding the monsters. Sure, there are some moments of exposition where the characters explain in their own words how their first encounter with them went down, how they managed to escape from them. But there's no explanation on how or why they ended up here, which might be a little frustrating for the viewer, who expects some answers in a continuation of something that clearly left some doubts. But, just like “The Last of Us”, that lack of explanation ends up not being that much big of a deal, because the narrative focus in both works isn't the monsters, it's the human characters, and the relationships they forge with each other. That choice of focus prevents the film from becoming conventional and generic, which is great.
I, honestly, didn't like the ending that much. I liked the way it was built, but the execution seemed a bit rushed in my point of view, in a way the film ends in a surprisingly abrupt way, which could've been easily fixed with a slower, more contemplative pace. But don't be mistaken: even with its loose ends, “A Quiet Place – Part II” not only manages to justify its own existence, but also opens doors for new narrative approaches in the universe, the first of which already has a release date in 2023, to be directed by Jeff Nichols, who has made excellent indie films such as “Take Shelter” and “Mud”. I can't wait!)
Assim como o primeiro filme, “Um Lugar Silencioso – Parte II” tem um elenco bastante reduzido, mas todos os atores aqui fazem um excelente trabalho com o que o roteiro oferece. Eu gostei muito da atuação da Emily Blunt. Ver como ela lida com as várias responsabilidades para com a família dela (proteger os filhos do perigo, prover suprimentos para a sobrevivência de todos, e ainda por cima, cuidar de um bebê recém-nascido) após a morte do marido é algo simplesmente fascinante de ver.
Ela tem uma boa dinâmica com o Noah Jupe, alguém que eu pensei que não teria um bom desenvolvimento na trama. Nos minutos iniciais do filme, a ocorrência de um evento em particular faz o espectador pensar que o personagem dele não teria um papel importante a cumprir na história. Mas essa é uma daquelas vezes que eu me sinto muito feliz em estar completamente enganado. Adorei como Jupe vai lentamente ganhando um papel central na trama, de modo a protagonizar uma das cenas mais corajosas nos dois filmes, talvez até mais corajosa do que o sacrifício do pai no primeiro.
O Cillian Murphy faz uma adição sensacional à um elenco que já era talentoso, encarnando o protagonista de “The Last of Us” antes de Pedro Pascal fazer sua estreia no papel na adaptação da HBO. Ele faz um ótimo trabalho em se comunicar com as expressões faciais. Só de olhar nos olhos do personagem dele, quase cobertos de rugas, dá pra perceber que ele passou por muita coisa. Ele também é uma das principais fontes de exposição do filme, junto com o personagem do Djimon Hounsou, e os dois fazem um ótimo trabalho de repassar a história dessa “invasão” até o momento em que os protagonistas se encontram.
Murphy tem uma excelente dinâmica no melhor estilo Joel e Ellie (protagonistas de “The Last of Us”) com a Millicent Simmonds, que é, de longe, a verdadeira estrela do filme e, ouso dizer, a alma dessa franquia. Acompanhei a carreira da atriz (que é surda, na vida real) desde sua estreia no subestimado “Sem Fôlego”, de 2017, no qual ela fez um excelente trabalho. E até este momento, ela evoluiu de forma substancial. É incrível ver o que ela pode fazer sem emitir uma sílaba sequer. A atuação dela nesse filme, assim como a de Sally Hawkins em “A Forma da Água”, mostra que não é preciso de diálogos falados para entregar uma tremenda performance e se conectar com o público. Estou torcendo para que ela receba reconhecimento no Oscar em um futuro próximo!
(Just like in the first movie, “A Quiet Place – Part II” has a very reduced cast of characters, but every actor here does an excellent job with what the screenplay offers to each of them. I really liked Emily Blunt's performance. Seeing how she deals with the various responsibilities regarding her family (protecting her children from danger, providing supplies for the survival of all of them, and on top of that, caring for a newborn baby) after her husband's death is something simply fascinating to behold.
She has good chemistry with Noah Jupe, someone I thought that wouldn't have a good development in the plot. In the film's initial minutes, the occurrence of a particular event makes the viewer think that his character wouldn't have an important role to fulfill in the story. But this is one of those times where I'm really glad to be completely mistaken. I loved how Jupe is slowly earning a more central role in the plot, to the point of being a key figure in one of the bravest scenes in both films, maybe even braver than the father's sacrifice in the first one.
Cillian Murphy makes a sensational addition to an already talented cast, embodying the protagonist of “The Last of Us” before Pedro Pascal makes his debut in the role in the HBO adaptation. He does a great job in communicating with his facial expressions. Just from looking into his character's eyes, which are almost surrounded with wrinkles, you can see that he's been through a lot. He's also one of the film's main sources of exposition, along with Djimon Hounsou's character, and both of them do a fantastic job in recapping the story from this “invasion” to the moment where the characters find themselves in.
Murphy has an excellent dynamic, in the best Joel and Ellie (protagonists of “The Last of Us”) style, with Millicent Simmonds, who is, by far, the real star of this show and, dare I say, the soul of this franchise. I've followed the (deaf IRL) actress's career since her debut in the underrated “Wonderstruck”, a 2017 film, in which she does a stellar job. And until this moment, she has evolved substantially. It's amazing to see what she can do without emitting a single syllable. Her performance in this film, along with Sally Hawkins's in “The Shape of Water”, shows that you don't need spoken dialogue to deliver one hell of a performance and connect with your audience. I really hope that she gets Oscar recognition in the near future!)
Nos quesitos técnicos, “Um Lugar Silencioso – Parte II” consegue replicar, e até evoluir em todos os aspectos que fizeram do primeiro filme um sucesso. A direção de fotografia da Polly Morgan é tão eficiente quanto o trabalho da Charlotte Bruus Christensen no primeiro filme, mas Morgan tem uma vantagem ao seu favor, que é a expansão que a ambientação oferece. A câmera dela consegue viajar por todos estes novos ambientes de uma maneira verdadeiramente cinematográfica, calma e serena, o que serve de contraste perfeito para as cenas de ação, que são frenéticas e aceleradas. Essas cenas mais calmas me lembraram bastante do trabalho do Joshua James Richards em “Nomadland”.
A montagem do Michael P. Shawver é uma peça chave para que as sequências mais ágeis e, em especial, aquela sobreposição de cenas mencionada anteriormente funcionem, e Shawver faz um trabalho primoroso aqui. A montagem dele é dinâmica e fluida, sabendo exatamente onde cortar ou prolongar com a maior eficácia, o que é excelente. A direção de arte, novamente, me lembrou muito de “The Last of Us”. O destaque para a dominação da natureza em meio ao caos pós-apocalíptico da ambientação; a maquiagem, que dá um toque mais envelhecido aos personagens; o design dos próprios monstros remete aos Clickers, mortos-vivos do videogame; construções imponentes que estão abandonadas; praticamente tudo neste departamento me lembrou da obra-prima de Neil Druckmann.
Assim como no primeiro filme, o design de som é crucial para que as cenas mais tensas funcionem, e as equipes de edição e mixagem de som conseguem replicar tudo aquilo que foi um acerto na obra original. Há vários momentos onde o som é diminuído até um nível onde você não escuta quase nada. Aí, de repente, um barulho estrondoso entra em cena, estourando os tímpanos do espectador e dando aquele jumpscare de praxe. É original? Nem tanto. Mas funciona? Perfeitamente.
E, por fim, temos a trilha sonora original do Marco Beltrami, que retorna ao posto que ocupou em “Um Lugar Silencioso”. O trabalho dele aqui me lembrou de uma mistura entre a trilha do Benjamin Wallfisch para “It: A Coisa” e (olha só!) a trilha do Gustavo Santaolalla em “The Last of Us”. Há um equilíbrio bastante estratégico entre faixas com maior presença de orquestras, para as cenas mais tensas, e faixas mais minimalistas, para as sequências mais contemplativas, o que encaixa perfeitamente no tom que o filme quer passar para o público.
(When it comes to technical aspects, “A Quiet Place – Part II” manages to replicate, and even evolve on every technical thing that made the first film a hit. Polly Morgan's cinematography is as efficient as Charlotte Bruus Christensen's work in the first film, but Morgan has an advantage to her favor, which is the expansion the setting offers. Her camera manages to travel through all these new environments in a truly cinematic, calm and serene way, which serves as the perfect contrast for the action scenes, which are frenetic and fast-paced. Those calmer scenes reminded me a lot of Joshua James Richards's work in “Nomadland”.
Michael P. Shawver's editing is a key factor for the more agile sequences and, especially, the aforementioned scene overlapping to work, and Shawver does a masterful job here. His editing is dynamic and fluid, knowing exactly where to cut or make it longer as effectively as possible, which is excellent. The art direction, once again, reminded me a lot of “The Last of Us”. The highlight for nature's domination amidst the setting's post-apocalyptic chaos; the makeup, which gives the characters an aging touch; the monsters' own design is a callback to the Clickers, a class of the undead in the videogame; great, big constructions that find themselves abandoned; practically everything in that department reminded me of something in Neil Druckmann's masterpiece.
Just like in the first film, the sound design is crucial for the more tense scenes to work, and the sound editing and mixing teams managed to replicate everything that they got right the first time around. There are several moments where the sound is diminished to a level where you can barely listen to anything. Then, suddenly, a thunderous roar enters the scene, blowing up the viewer's eardrums and giving them the usual jumpscare. Is it original? Not that much. But does it work? Perfectly.
And at last, we have the original score by Marco Beltrami, who returns to his post, after composing the score to “A Quiet Place”. His work here reminded me a lot of a mix between Benjamin Wallfisch's score for “It” and (well, look at that!) Gustavo Santaolalla's score for “The Last of Us”. There's a really strategic balance between tracks with a bigger orchestra presence, for the more fast-paced, tense sequences, and more minimalist tracks, with few instrumental presence to them, for the more contemplative scenes, which fits perfectly with the tone the film wishes to transmit to the audience.)
Resumindo, “Um Lugar Silencioso – Parte II” é uma ótima sequência. Mesmo com uma duração restritiva que impede uma verdadeira expansão de seu universo fictício, John Krasinski justifica a existência da continuação com uma história tocante, tensa e emocionante, protagonizada por personagens injetados com uma dose gigantesca de humanidade e auxiliada por aspectos técnicos impecáveis. Mal posso esperar para o próximo filme deste universo!
Nota: 9,5 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “A Quiet Place – Part II” is a great sequel. Even with a restrictive running time that prevents a true expansion for its fictional universe, John Krasinski justifies the following film's existence with a touching, tense and emotional story, starring characters that are injected with an enormous amount of humanity and aided by flawless work in the technical departments. I can't wait for the next film set in this universe!
I give it a 9,5 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Fantástica!! Aplausos!!!
ResponderExcluir👏👏👏👏👏 muito boa a resenha! Parabéns JP
ResponderExcluirMais uma excelente resenha para o currículo!!!
ResponderExcluir