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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre os filmes que mais marcaram esse ano atípico de 2020, para mim. Foram 70 postagens feitas esse ano, abarcando tanto obras que lançaram lá fora em 2019 e aqui em 2020 quanto aquelas que já tinham o lançamento agendado para esse ano. E, enquanto tivemos vários filmes excelentes (os quais poderão se fazer presentes nas menções honrosas dessa postagem), irei me limitar a selecionar os 5 melhores filmes de 2020 aqui. Irei falar bem brevemente sobre cada um, e deixarei o link da minha resenha separada sobre ele logo abaixo, caso houver uma. Só um detalhe: eu não vou considerar a versão gravada de “Hamilton” lançada no Disney+ por duas razões: 1) é uma filmagem de um musical de palco, não é tecnicamente um filme; 2) se eu considerasse, vocês já saberiam que ela iria ocupar o primeiro lugar nessa lista, porque literalmente não vi nada igual à “Hamilton” nesse ano. Então, com isso dito, vamos começar!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the films that made the biggest impression on me in this atypical year that was 2020. We've had 70 posts this year, dealing with both films that were released overseas in 2019 and 2020 in Brazil and those which already had their release scheduled to this year. And, although we've had several excellent films (which could be in this post's honorable mentions), I will limit myself into selecting the five best films of 2020 here. I'll briefly talk about each of them, and I'll leave the link of my separate review on it down below, if there is one. Just one detail: I'll not consider the recorded version of “Hamilton” released on Disney+ for two reasons: 1) it's a live recording of a stage musical, it's not technically a film; 2) if I did, you would already know it would occupy the first place in this list, as I literally didn't see anything like “Hamilton” this year. So, with that out of our way, let's start!)
“MANK”, dirigido por David Fincher – Disponível na Netflix
(“MANK”, directed by David Fincher – Available on Netflix)
O primeiro filme de David Fincher após um longo período de 6 anos, “Mank” é uma jornada fascinante pela mente de um roteirista ao compor sua obra-prima. Não é um filme pra todo mundo, e requer que o espectador tenha assistido à “Cidadão Kane” ao menos uma vez para máximo efeito, mas Fincher consegue homenagear o seu falecido pai (que é roteirista do filme) com um dos filmes mais ambiciosos feitos pela Netflix até o momento. É interessantíssimo ver como as figuras ao redor do protagonista o inspiraram a criar os personagens icônicos da obra-prima de Orson Welles. O elenco, liderado por uma das melhores performances da carreira de Gary Oldman, faz um ótimo trabalho com os diálogos sobre as posições políticas de seus personagens e de Hollywood em geral. E, como a cereja no topo desse bolo fantasticamente sofisticado, temos os aspectos técnicos, que recriam a época retratada com primor. A fotografia em estilo noir em preto-e-branco, a montagem quase idêntica à dos filmes da época, a trilha sonora original do Trent Reznor e Atticus Ross, que usa instrumentos autênticos dos anos 1930. Mesmo que muitos não gostem dos aspectos narrativos de “Mank”, não se pode negar que é um tremendo feito técnico, que certamente não passará despercebido no Oscar ano que vem. Vocês podem ler a minha resenha sobre o filme aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/mank-uma-viagem-fascinante-pela-mente.html
(David Fincher's first film after a long period of 6 years, “Mank” is a fascinating journey through the mind of a screenwriter when constructing his masterpiece. It's not a film for everyone, and it requires at least one viewing of “Citizen Kane” for it to gain its maximum effect on the viewer, but Fincher manages to homage his deceased father (who is the film's screenwriter) with one of the most ambitious films Netflix has ever made to this moment. It's extremely interesting to see how the figures around the main character inspired him to create the iconic characters of Orson Welles's masterpiece. The cast, led by one of the best performances in Gary Oldman's career, does a great job with the dialogue about the political positions of their characters, and of Hollywood as a whole. And, as the cherry on top of this fantastically sophisticated cake, we have the technical aspects, which manage to masterfully recreate the time it is set in. The noir cinematography in black-and-white, the almost identical editing to the films of that time, the original score by Trent Reznor and Atticus Ross, which uses authentic 1930s instruments. Even though many might not like the narrative aspects of “Mank”, it can't be denied that it is a tremendous technical feat, which surely will not go unnoticed at next year's Oscars. You can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/mank-uma-viagem-fascinante-pela-mente.html)
“OS 7 DE CHICAGO”, escrito e dirigido por Aaron Sorkin – Disponível na Netflix
(“THE TRIAL OF THE CHICAGO 7”, written and directed by Aaron Sorkin – Available on Netflix)
Famoso por seus roteiros dinâmicos e afiados, o roteirista e dramaturgo Aaron Sorkin tem, em seu segundo filme, sua primeira chance de ser consolidado na direção. Tendo como base um evento dos anos 1960 que se comunica diretamente com os tempos atuais, Sorkin estrutura um roteiro que impede que um filme sobre um julgamento seja entediante, criando personagens carismáticos, diálogos afiadíssimos, e transitando em sua linha temporal, tornando a obra como um todo bem mais compreensível. Com certeza, será um dos principais concorrentes à Melhor Roteiro Original no Oscar. O elenco é extremamente talentoso, e faz um ótimo uso do roteiro de Sorkin. Nomes como Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Eddie Redmayne, Michael Keaton, Frank Langella, Mark Rylance e Yahya Abdul-Mateen II se fazem presentes aqui, e cada um tem seu momento de brilhar. Os aspectos técnicos, em especial a montagem, fizeram um bom trabalho em replicar o tom dinâmico do roteiro, fazendo cortes bem orgânicos e nada abruptos de modo rápido e, ao mesmo tempo, eficiente. É um dos melhores filmes que a Netflix lançou nos últimos tempos, e um dos melhores que ela teve a oferecer esse ano. Vocês podem ler a minha resenha aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/os-7-de-chicago-usando-o-passado-para.html
(Well-known for his dynamic, razor-sharp screenplays, screenwriter and playwright Aaron Sorkin, has, in his second film, his first shot at being cemented as a director. Relying on an event from the 1960s that directly communicates with our times, Sorkin structures a script that prevents a film about a trial to be boring, creating charismatic characters, sharp dialogue, and transitioning in its timeline, making the film as a whole way more comprehensible. Surely, it will be one of the main contenders for Best Original Screenplay at the Oscars. The cast is extremely talented, and makes a great use of Sorkin's screenplay. Talents like Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Eddie Redmayne, Michael Keaton, Frank Langella, Mark Rylance and Yahya Abdul-Mateen II make their presence here, and each one of them has their moment to shine. The technical aspects, especially the editing, did a fantastic job in replicating the screenplay's dynamic approach, making really organic and anything but abrupt cuts in a quick and, at the same time, effective way. It's one of the best films Netflix has released in recent years, and one of the best it had to offer this year. You can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/os-7-de-chicago-usando-o-passado-para.html)
“THE FORTY-YEAR-OLD VERSION”, escrito e dirigido por Radha Blank – Disponível na Netflix
(“THE FORTY-YEAR-OLD VERSION”, written and directed by Radha Blank – Available on Netflix)
Eu fiquei sinceramente desapontado com a falta de atenção e consideração que a Netflix deu à “The Forty-Year-Old Version”, especialmente pela ascensão no reconhecimento do movimento Black Lives Matter, e pelo fato do filme ser escrito, dirigido e protagonizado por uma mulher negra. Retratando as dificuldades que a protagonista tem ao tentar consolidar sua carreira como dramaturga, a diretora e roteirista Radha Blank faz um trabalho extraordinário em criar personagens e diálogos 100% honestos, e parece estar interpretando uma versão fictícia de si mesma na tela. Munido com um roteiro socialmente relevante, que destaca a diversidade cultural na cidade de Nova York, a real magia de “The Forty-Year-Old Version” se encontra em seus aspectos técnicos, em especial na direção de fotografia, a qual consegue, com sucesso, retratar visualmente a crise de meia-idade pela qual a protagonista passa ao longo de seu enxuto tempo de duração de 2 horas e 9 minutos. Honesto, constantemente engraçado, e socialmente relevante, o filme de estreia de Radha Blank consolida, com confiança e personalidade, seu nome como uma das vozes mais promissoras do cinema. Você pode ler a minha resenha aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/the-forty-year-old-version-um-honesto.html
(I was honestly disappointed with the lack of attention and consideration Netflix had towards “The Forty-Year-Old Version”, especially with the ascension on the recognition of the Black Lives Matter movement, and because it was written, directed and starred by a Black woman. Portraying the difficulties the main character has when trying to cement her career as a playwright, writer and director Radha Blank does an extraordinary job in creating characters and dialogue that are 100% honest, and seems to be playing a fictional version of herself onscreen. Armed with a socially relevant screenplay, that highlights the cultural diversity in New York City, the real magic of “The Forty-Year-Old Version” relies on its technical aspects, especially on its cinematography, which manages to, successfully, visually portray the midlife crisis the protagonist goes through during its precise running time of 2 hours and 9 minutes. Honest, constantly funny, and socially relevant, Radha Blank's directorial debut cements, with loads of confidence and personality, her name as one of the most promising voices in cinema. You can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/10/the-forty-year-old-version-um-honesto.html)
“SOUL”, dirigido por Pete Docter e Kemp Powers – Disponível no Disney+
(“SOUL”, directed by Pete Docter and Kemp Powers – Available on Disney+)
O principal concorrente na categoria de Melhor Filme de Animação na temporada de premiações do ano que vem, “Soul” tem potencial o bastante para repetir o tremendo feito de filmes como “Up” e “Toy Story 3” e ser indicado nas categorias principais de filme, roteiro e (quem sabe?) direção. Se concentrando em fazer os espectadores pensarem ao invés de se emocionarem, o novo filme da Pixar trouxe uma mensagem positivamente contagiante no momento certo. Foi algo que nos convidou a refletir e lembrar das boas partes da vida em um ano onde muitas coisas ruins aconteceram, e a mensagem de “Soul” serve perfeitamente como uma despedida otimista para 2020 e uma saudação com outra perspectiva para 2021. O roteiro em si é um dos mais ambiciosos do estúdio até o momento, contando com vários momentos contemplativos, e outros que enaltecem a representatividade do longa, que é co-dirigido e co-escrito por um homem negro. Os aspectos técnicos, como esperado, são extremamente sofisticados. A animação é vibrante, colorida, tem muita textura, e se encontra em um ponto alto de honestidade e realismo, tomando como base os filmes mais recentes da Pixar. A trilha sonora, composta por Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste, é uma obra-prima à parte. No geral, “Soul” é o melhor filme do estúdio desde “Divertida Mente”. Pode não ser tão emocionante quanto alguns dos filmes mais marcantes dela, mas o roteiro certamente compensa com sua honestidade e teor reflexivo. Você pode ler minha resenha aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/soul-o-filme-mais-ambicioso-e-reflexivo.html
(The main contender in the Best Animated Feature category in next year's award season, “Soul” has enough potential to repeat the tremendous feat of films like “Up” and “Toy Story 3” and end up being nominated in the main categories of motion picture, screenplay and (who knows?) directing. Focusing in making the viewers think rather than bawling their eyes out, Pixar's new film brought a positively contagious message at the right time. It was something that invited us to reflect and remember the good parts of life in a year where many bad things happened, and the message of “Soul” perfectly serves as an optimistic farewell to 2020 and a greeting with another perspective to 2021. The screenplay itself is one of the studio's most ambitious to this day, relying on several contemplative moments, and others that highlight the representation in the film, which is co-directed and co-written by a Black man. The technical aspects, as expected, are extremely sophisticated. The animation is vibrant, colorful, it has a lot of texture, and finds itself at a high point in honesty and realism, looking back at Pixar's most recent films. The score, composed by Trent Reznor, Atticus Ross and Jon Batiste, is a particular masterpiece. Generally, “Soul” is the studio's best film since “Inside Out”. It might not be as tear-jerking as some of their most iconic films, but the screenplay surely compensates with its honesty and thought-provoking tone. You can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/soul-o-filme-mais-ambicioso-e-reflexivo.html)
“WOLFWALKERS”, dirigido por Tomm Moore e Ross Stewart – Disponível na Apple TV+
(“WOLFWALKERS”, directed by Tomm Moore and Ross Stewart – Available on Apple TV+)
Eu já aceitei a enorme probabilidade de “Soul” levar o Oscar de Melhor Filme de Animação, e não ficarei decepcionado se levar, porque, como vocês podem ver, é um excelente filme. Mas, se por algum milagre, a Academia decidir premiar outro filme, este definitivamente será “Wolfwalkers”. É um filme tão leve, divertido, envolvente e tocante, que poderia servir como um antídoto para 2020. Uma homenagem ao folclore celta-irlandês, o novo filme de Tomm Moore cria uma mitologia contida extremamente fascinante, composta por personagens carismáticos e alegorias surpreendentemente relevantes para os dias de hoje. É difícil comparar esse filme com “Soul”, porque os dois funcionam por serem completamente opostos: enquanto “Soul” consegue funcionar por ser ambicioso, honesto, realista e reflexivo; “Wolfwalkers” funciona por ser simples, repleto de fantasia escapista, e simbolicamente alegórico. Há mensagens aqui sobre a posição da mulher na sociedade, sobre a relação sempre turbulenta entre o Reino Unido e a Irlanda, sobre a destruição do meio-ambiente e sobre a distorção de conceitos e valores religiosos para interesses pessoais e persuasivos. É uma obra bem mais densa do que parece ser, e os temas são apresentados de forma leve e simples o suficiente para causar uma impressão nos pequenos e uma reflexão em um público mais adulto. Nos aspectos técnicos, não há palavras o suficiente para expressar o deleite de ver um filme tradicionalmente animado em um mundo quase que completamente dominado pela computação gráfica. Eu altamente recomendo que vocês façam o período-teste de 7 dias da Apple TV+ para assistirem “Wolfwalkers”, porque realmente vale a pena. Vocês podem ler minha resenha aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/animacoes-diferentes-wolfwalkers.html
(I've already accepted the enormous probability of “Soul” winning the Oscar for Best Animated Feature, and I won't be disappointed if it does, because, as you can see, it's a terrific film. But, if by some miracle, the Academy decides to award another film, that will most definitely be “Wolfwalkers”. It's such a light, fun, involving and touching film that it could serve as an antidote for 2020. An homage to the Celtic-Irish folkore, Tomm Moore's new film creates an extremely fascinating contained mythology, composed by likeable characters and surprisingly relevant allegories to today's times. It's hard to compare it to “Soul”, as they both work for being the complete opposite of each other: as “Soul” manages to work for being ambitious, honest, realistic and thought-provoking; “Wolfwalkers” works for being simple, filled with escapist fantasy, and symbolically allegorical. There are messages here on women's position in society, on the always turbulent relationship between the UK and Ireland, on the destruction of the environment and on the distortion of religious concepts and qualities for personal and persuasive interests. It's way more dense than it seems, and the themes are presented in a light and simple way to create an impression in the little ones and make the older ones reflect. In the technical aspects, there aren't enough words to describe the delight of watching a traditionally animated film in a world that's almost completely dominated by computer-generated imagery. I highly recommend you to take the Apple TV+ trial period of 7 days to watch “Wolfwalkers”, because it's really worth it. You can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/animacoes-diferentes-wolfwalkers.html)
MENÇÕES HONROSAS:
(HONORABLE MENTIONS:)
“ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM TUDO”, escrito e dirigido por Charlie Kaufman – Disponível na Netflix
(“I'M THINKING OF ENDING THINGS”, written and directed by Charlie Kaufman – Available on Netflix)
Link da resenha: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/estou-pensando-em-acabar-com-tudo-o.html
(Link for the review)
“O DIABO DE CADA DIA”, dirigido por Antonio Campos – Disponível na Netflix
(“THE DEVIL ALL THE TIME”, directed by Antonio Campos – Available on Netflix)
Link da resenha: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/o-diabo-de-cada-dia-um-dos-melhores.html
(Link for the review)
“RUN”, dirigido por Aneesh Chaganty
(“RUN”, directed by Aneesh Chaganty)
Link da resenha: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/11/run-um-suspense-tenso-aterrorizante-e.html
(Link for the review)
“A VOZ SUPREMA DO BLUES”, dirigido por George C. Wolfe – Disponível na Netflix
(“MA RAINEY'S BLACK BOTTOM”, directed by George C. Wolfe – Available on Netflix)
Link da resenha: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/12/a-voz-suprema-do-blues-uma-celebracao.html
(Link for the review)
“TENET”, escrito e dirigido por Christopher Nolan – Disponível para compra digital
(“TENET”, written and directed by Christopher Nolan – Available on Digital HD and Blu-ray)
Link da resenha: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/11/tenet-um-filme-para-experienciar-nao.html
(Link for the review)
É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Obrigado pela sua atenção durante esse ano inteiro! Até 2021,
João Pedro
(That's it, guys! I hope you liked it! Thank you for your attention during this entire year! See you in 2021,
João Pedro)