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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Animações Diferentes - Não Só de Longas-Metragens Viverá o Cinema Animado (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Estou de volta, para trazer a próxima parte da nossa postagem especial sobre animações diferentes. Na postagem de hoje, irei fazer algumas recomendações de curtas-metragens de animação que vocês podem encontrar em serviços de streaming ou até no YouTube! Alguns desses curtas apostam em tramas convencionais com métodos de animação tradicionais, já outros tentam ousar mais, quando se diz respeito à profundidade dos temas abordados no enredo e à criatividade na animação. Então, sem mais delongas, vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! I'm back, in order to bring the next part in our special post on different works of animation. In today's post, I'll make some recommendations of animated short films you can find on streaming services or even on YouTube! Some of these short films make their bet on conventional plots with traditional animation methods, while others try to be a little bolder, when it comes to thematic depth in the story and creativity in the animation. So, without further ado, let's go!)

  • SE ALGO ACONTECER...TE AMO” (2020), dirigido por Will McCormack e Michael Govier – Disponível na Netflix

    (“IF ANYTHING HAPPENS...I LOVE YOU” (2020), directed by Will McCormack and Michael Govier – Available on Netflix)

Esse curta, lançado exclusivamente para a Netflix, pode muito bem ser uma das melhores coisas que eu vi em 2020. Contando a história de um casal que enfrenta desafios ao lidar com a perda da filha em um tiroteio escolar, os diretores Will McCormack (co-roteirista de “Toy Story 4”) e Michael Govier criam aqui um fantástico estudo sobre o luto e o poder das lembranças. A animação em si tem um tom bastante rústico e esfumaçado, o qual eu adorei, porque me deu a impressão que o curta tinha sido inteiramente desenhado à mão (como se fosse um daqueles flipbooks onde as imagens estáticas desenhadas se mexem com o movimento das folhas). Eu gostei muito da decisão dos diretores de não mostrar o tiroteio em si. Teria sido muito chocante, e iria apostar muito em um teor sensacionalista, que é a última coisa que um curta como esses deveria fazer, especialmente em um ano tão carregado de tragédias como 2020. O enredo se move de maneira orgânica, fazendo uso de elementos fantasiosos para simbolizar os temas abordados. A atmosfera é construída com um tom melancólico sempre presente, que não chega a ficar deprimente. E para a minha total surpresa, o final é agridoce, e a maneira com que esse final é construído é absolutamente brilhante. Temos aqui um fortíssimo concorrente na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação no Oscar do ano que vem.

(This short film, exclusively released on Netflix, might as well be one of the best things I've seen in 2020. Telling the story of a couple who faces challenges by dealing with their daughter's loss in a school shooting, directors Will McCormack (co-writer of “Toy Story 4”) and Michael Govier create a fantastic study on grief and the power of memories here. The animation itself has a really rustic and smoky tone, which I loved, as it gave me the impression it had been entirely hand-drawn (like it was one of those flipbooks where static drawn images would move with the papersheets' movement). I really appreciated the directors' decision to not show the shooting itself. It would've been way too shocking, and it would bet on a sensationalist vibe, which is the last thing a short film like this should do, especially in a year as full of tragedy as 2020. The plot moves in an organic way, making use of fantasy elements to symbolize the approached themes. The atmosphere is built with an ever-present melancholic tone, which doesn't get depressing. And for my total surprise, it has a bittersweet ending, and the way that ending is built is absolutely brilliant. We have here a very strong contender in the Best Animated Short Film category at next year's Oscars.)



  • O X DO NATAL” (2020), dirigido por Stephen Chiodo – Disponível na Netflix

    (“ALIEN XMAS” (2020), directed by Stephen Chiodo – Available on Netflix)

Se o curta anterior te deixou com o astral baixo, e você estiver procurando algo para subir esse astral, dê uma chance a esse curta natalino, também lançado recentemente na Netflix. Sua duração de 42 minutos pode parecer longa demais para um curta-metragem, mas é uma história tão frenética e cheia de ação que o espectador nem vê o tempo passar. A obra conta a história de X, um alienígena contratado pela sua raça para roubar tudo que ele conseguir da Terra, mas acaba encontrando um conflito em sua identidade quando é entregue por acidente de presente para uma garotinha elfa solitária. Vou falar a verdade, não pode ter um enredo mais convencional do que este. Mas o que faz de “O X do Natal” algo diferente das obras que seguem o mesmo rumo é a animação em stop-motion, que faz uma homenagem aos especiais de Natal produzidos pela empresa Rankin-Bass nos anos 1960. É um visual vibrante, colorido e super nostálgico. Sem contar que a mensagem é também muito bonita. Tem um trabalho de voz muito talentoso, a história tem um passo bem gostoso de assistir, e é adequado para toda a família. Recomendo fortemente!

(If the short film above left you with a sad feeling, and you're looking for something to wash that sadness away, look no further than this Christmas short film, also recently released on Netflix. Its 42-minute running time might seem overlong for a short film, but it's such a fast-paced, action-packed story that the viewer doesn't even notice the passage of time. It tells the story of X, an alien who is hired by his race to steal everything he can from Planet Earth, but he ends up in conflict with his own identity when he's accidentally delivered as a gift to a lonely little Elf girl. I'll tell you the truth: you can't get more conventional than this. But what makes “Alien Xmas” stand out among similar titles is the stop-motion animation, which makes a homage to the Christmas specials produced by Rankin-Bass in the 1960s. It's a vibrant, colorful, and super nostalgic little flick. And also, the message it carries is also really beautiful. It has a really talented voice cast, the story has a pleasant pace, and it's suitable for the entire family. Strongly recommend!)



  • PURL” (2019), dirigido por Kristen Lester – Disponível no Disney+

    (“PURL” (2019), directed by Kristen Lester – Available on Disney+)

“Purl” foi o primeiro curta em um dos melhores projetos da Pixar nos dias de hoje: o conjunto Pixar SparkShorts. Esse projeto consiste em curtas produzidos por animadores da Pixar em um período de 6 meses e com orçamentos limitados. E se a Pixar é capaz de fazer algo no estilo de “Purl” com essas limitações, imaginem as possibilidades se os limites fossem retirados. O curta conta a história de um novelo de lã chamada Purl, que é contratada para trabalhar em uma empresa completamente masculina. Em seu emprego, Purl não parece se adaptar ao estilo de vida exigido pela empresa, forçando-a a mudar radicalmente a sua identidade. Eu adorei a ousadia desse curta. Pra quem não sabe, essa é a primeira animação da Pixar a ter um palavrão, por mais leve que ele possa acabar sendo. E a diretora consegue lidar com temas como preconceito, identidade, e aceitação de uma maneira leve, hilária e acessível para o seu público-alvo. Curtas como esse seriam uma ótima opção para a Disney colocar antes dos filmes da Pixar nas sessões de cinema. Todos os SparkShorts na plataforma do Disney+ são fantásticos e inovadores, mas “Purl” ocupa um lugar especial no meu coração.

(“Purl” was the first short film in one of Pixar's best projects in recent days: the Pixar SparkShorts series. This project consists on short films produced by Pixar animators in a period of 6 months and with limited budgets. And if Pixar is able to do something like “Purl” with these limitations, imagine the possibilities if those limits were to be taken off. The short film tells the story of a ball of yarn called Purl, who is hired to work in an entirely male company. In her job, Purl doesn't seem to fit into the lifestyle the company demands, forcing her to radically change her identity. I just loved the boldness in this short film. For those who don't know, this is the first Pixar animated work to contain a curse word, as light as that word may end up being. And the director manages to deal with themes such as prejudice, identity, and acceptance in a light, hilarious, and accessible way to its target audience. Short films like this would be a great option for Disney to play before Pixar films in movie theater screenings. Every single one of the SparkShorts in the Disney+ platform is fantastic and innovative, but “Purl” occupies a special place in my heart.)



  • FITAS” (2020), dirigido por Erica Milsom – Disponível no Disney+

    (“LOOP” (2020), directed by Erica Milsom – Available on Disney+)

Esse curta foi algo bem especial. Também sendo parte do programa SparkShorts, o curta de Erica Milsom explora a turbulenta relação entre um garoto tagarela e uma garota autista não-verbal, que precisam superar suas diferenças para conseguirem enxergar o mundo pelos olhos do outro. “Fitas” tem um conceito inovador e uma execução impecável. O aspecto do autismo não-verbal (“Fitas” é a primeira obra da Pixar a ter uma protagonista não-verbal) não é tratado de um modo desrespeitoso, pelo contrário, sua abordagem injeta um caráter bem humano à trama. A animação em CGI nesse curta é uma das mais avançadas que eu já vi em qualquer trabalho da Pixar. O enredo tem um passo propositalmente mais lento, que é preenchido com interações que aproximam (e afastam) os dois protagonistas. O teor emocional característico em alguns curtas da Pixar está bem forte em “Fitas”, entregando uma mensagem cativante sobre aceitação de diferenças, amizade, e compreensão do outro. Eu fico bem feliz que a Pixar tenha abordado um tema tão sensível como o autismo, que não é tão presente no mercado da animação dos dias de hoje, de uma maneira bem realista e humana. Espero que “Fitas” seja a inspiração para que outras obras possam seguir o mesmo rumo, de uma maneira tão eficiente quanto é aqui.

(This short film was something really special. Also part of the SparkShorts program, Erica Milsom's short film explores the turbulent relationship between a chatty boy and a non-verbal autistic girl, who need to overcome their differences in order to see the world through each other's eyes. “Loop” has an innovative concept and a flawless execution. The aspect of non-verbal autism (“Loop” is the first work by Pixar to feature a non-verbal protagonist) isn't treated with disrespect, on the contrary, its approach injects the plot with a very human feeling. The CGI animation used in this short film is one of the most advanced I've ever seen in any work by Pixar. The plot has a purposefully slower pace, which is filled with interactions that bring the two protagonists closer (or pull them apart). The characteristic emotional tone in some Pixar shorts is really strong in “Loop”, delivering a captivating message on acceptance of differences, friendship, and the understanding of one another. I'm really glad that Pixar dealt with a theme as sensitive as autism, which isn't that present in today's animation market, in a pretty realistic and human way. I hope that “Loop” will be an inspiration for other works to follow the same path, in a way that's just as effective as it is here.)



  • O AVIÃO DE PAPEL” (2012), dirigido por John Kahrs – Disponível no Disney+

    (“PAPERMAN” (2012), directed by John Kahrs – Available on Disney+)

Em uma coisa vocês precisam concordar comigo: uma das razões pelas quais vemos filmes da Disney no cinema é para ver os curtas exibidos antes dos filmes em questão. E esse é o caso do vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação “O Avião de Papel”, exibido nas sessões de “Detona Ralph” em 2012. Eu digo, sem medo de ser feliz, que esse é o meu curta favorito da Disney. DE TODOS OS TEMPOS. Lembro da primeira vez em que fui assistir “Detona Ralph” no cinema e, quando saí da sala, estava morrendo de vontade de ver “O Avião de Papel” de novo. Aí, eu fui assistir “Detona Ralph” mais 2 vezes, e em todas essas vezes, eu ficava fascinado com esse curta. Ele conta a história de um jovem contador que se apaixona por uma moça na cidade de Nova York. Ele tenta conversar com ela, mas devido ao cronograma da moça, a única coisa que ele conseguiu dela foi uma marca de batom em uma de suas folhas de papel. Ao chegar ao seu trabalho, ele nota que a moça está dando uma entrevista de trabalho no prédio ao lado do qual ele trabalha. Ele, então, decide jogar aviões de papel para chamar a atenção dela. É um curta sem diálogos, resultando em uma compreensão facílima por parte do espectador. É romântico, cativante, engraçado, nostálgico. A animação faz uma mistura imperceptível e maravilhosa entre animação tradicional e CGI em preto-e-branco, com a direção de arte trabalhando muito bem o contraste entre o preto-e-branco e o vermelho, que se destaca bastante no visual do curta. A trilha sonora é um verdadeiro deleite de se escutar (eu, inclusive, tinha ela no meu celular e eu escutava toda hora, de tão linda que era). É uma das minhas obras favoritas da Disney em geral, e eu ainda sonho em fazer uma adaptação live-action no futuro. Disney, estarei esperando o contrato.

(You have got to agree with me on one thing: one of the main reasons why we watch Disney films in movie theaters is to watch the short films played before these films. And that is the case of the Oscar winner for Best Animated Short Film “Paperman”, shown in the “Wreck-it Ralph” movie theater screenings in 2012. I say that, without a doubt, this is my favorite Disney short film. OF ALL TIME. I remember the first time I watched “Wreck-it Ralph” in theaters and, when I left the screening, I was dying to see “Paperman” again. Then, I watched “Wreck-it Ralph” two more times, and in all of these screenings, I was always fascinated by this short film. It tells the story of a young accountant who falls in love with a young woman in New York City. He tries to talk to her, but due to the woman's busy schedule, the only thing he got from her was a lipstick mark in one of his paper sheets. When he arrives at his job, he notices the young woman is doing a job interview in a nearby building. He, then, decides to throw paper airplanes to get her attention. The short film doesn't have any dialogue, resulting in a very easy comprehension by the viewer. It's romantic, captivating, funny, nostalgic. The animation makes an unnoticeable and wonderful mix between hand-drawn and CGI animation in black-and-white, with the art direction working really well with the contrast between black-and-white and red, which really stands out in the short film's visuals. The score is a true delight to your eardrums (I even had it on my cellphone and listened to it all the time, because it's gorgeously composed). It's one of my favorite works of animation by Disney in general, and I still dream in making a live-action adaptation of it in the future. Disney, I'll be waiting for my contract.)



  • BÔNUS:

    (BONUS):

  • FRESH GUACAMOLE” (2012), dirigido por PES – Disponível no YouTube

    (“FRESH GUACAMOLE” (2012), directed by PES – Available on YouTube)

“Fresh Guacamole” é a prova de que filmes não precisam seguir uma linha de raciocínio lógico para serem cheios de creatividade. Este curta indicado ao Oscar de menos de 2 minutos de duração segue uma receita de guacamole (aquela pasta de abacate característica da culinária mexicana) feita com os mais variados itens: uma luzinha de Natal, uma granada, uma bola de beisebol, peças de Monopoly, e por aí vai. Esse é um daqueles casos onde é preciso ver para crer, e você pode ver “Fresh Guacamole” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=dNJdJIwCF_Y

(“Fresh Guacamole” is proof that films don't need to follow a logical train of thought in order to be filled with creativity. This Oscar-nominated short film, which is under 2 minutes long, follows a recipe of guacamole made with a variety of items: Christmas lights, grenades, baseballs, Monopoly pieces, and it gets weirder. This is one of those cases where you have to see it to believe it, and you can watch “Fresh Guacamole” here: https://www.youtube.com/watch?v=dNJdJIwCF_Y)



  • HEAD OVER HEELS” (2013), dirigido por Timothy Reckart – Disponível no YouTube

    (“HEAD OVER HEELS” (2013), directed by Timothy Reckart – Available on YouTube)

Este curta em stop-motion indicado ao Oscar é absolutamente fascinante. Acompanha um casal de idosos que leva uma vida peculiar: ele vive no chão, e ela vive no teto. E o enredo segue uma linha de raciocínio onde um dos dois terá que se adaptar ao modo de vida do outro para que eles não se afastem como um casal. É lindo, cativante e romântico, e você pode assistir “Head Over Heels” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=96D-bRx5KuU

(This Oscar-nominated stop-motion short film is absolutely fascinating. It follows an elderly couple who lives a peculiar life: he lives on the ground, and she lives on the ceiling. And the plot follows a train of thought where one of them will have to adapt to the other's lifestyle in order for them not to grow apart as a couple. It's beautiful, captivating, and romantic, and you can watch “Head Over Heels” here: https://www.youtube.com/watch?v=96D-bRx5KuU)



É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)

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