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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a próxima parte da nossa postagem especial sobre animações diferentes. Na resenha de hoje, estarei falando sobre uma animação francesa-belga-canadense com influências de “Tintim” que é altamente inventiva, original e, sinceramente, extraordinária, contando com uma ambientação steampunk para fazer uma bela homenagem aos avanços da ciência. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Abril e o Mundo Extraordinário”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring the next part in our special post on different animated films. In today's review, I'll be talking about a French-Belgian-Canadian animated film influenced by “Tintin” that is highly inventive, original and, honestly, extraordinary, relying on a steampunk setting to make a beautiful homage to the advances in science. So, without further ado, let's talk about “April and the Extraordinary World”. Let's go!)
O longa é ambientado em uma realidade alternativa onde as fontes de energia estão escassas, e todo cientista, físico e químico fora sequestrado pelo Império Francês, impedindo que a tecnologia avançasse e forçando o mundo a viver à base de máquinas de vapor. Nesse meio, acompanhamos Abril (voz original de Marion Cotillard), uma garota que tenta encontrar os pais cientistas, que alegam ter inventado um elixir que dá a quem tomar o dom da vida eterna, desaparecidos há mais de 10 anos.
(The film is set on an alternate reality where power sources are scarce, and every scientist, physicist and chemist has been kidnapped by the French Empire, preventing the advances of technology and forcing the world to live on steam as power. In that way, we follow April (originally voiced by Marion Cotillard), a girl who tries to find her scientist parents, who claim to have invented a serum that gives whoever drinks it the gift of eternal life, and who have been disappeared for over 10 years.)
É bem engraçado quando você acha algo incrível para assistir completamente pelo acaso. Para quem não sabe, há uma distribuidora de filmes nos EUA chamada GKIDS, responsável pela distribuição dos filmes do Studio Ghibli e de outras animações independentes na América do Norte, incluindo “Ernest e Célestine”, “Your Name.”, “O Tempo com Você”, “Perfect Blue”, e o nosso indicado ao Oscar “O Menino e o Mundo”. Eu fiquei sabendo de “Abril e o Mundo Extraordinário” por volta de 2016, quando fui explorando o catálogo da GKIDS, sem nenhum tipo de expectativa ou compromisso. Eu fiquei bastante interessado, porque nunca tinha visto uma animação no estilo steampunk (um subgênero da ficção-científica que aplica tecnologias e designs estéticos inspirados em maquinários industriais movidos a vapor do século XIX). E aí, ontem, eu vi o trailer, que imediatamente me chamou a atenção, pela proposta de ser uma animação mais adulta. É exatamente por isso que comparei “Abril” à “Tintim”: é um filme de animação, com bastante ação e aventura, mas também tem uns certos riscos, se é que vocês me entendem. Comparando com “Ernest e Célestine”, por exemplo, que é algo mais direcionado ao público infantil. Você sabe que absolutamente nada de ruim vai acontecer com os protagonistas. Claro, há algumas ameaças, mas não é um “Túmulo dos Vagalumes”, onde todo e qualquer tipo de desgraça pode cair sobre os protagonistas. Em “Abril”, temos uma evolução para um público mais teen, pois já pelos primeiros minutos, você pensa “Nossa, não sabia que isso podia acontecer”. E o filme explora esses riscos em um roteiro altamente frenético, ambicioso e original. Eu simplesmente não sei como ninguém tomou a iniciativa de fazer uma HQ ambientada no universo dessa animação, porque é um verdadeiro sopro de ar fresco perante à mesma fórmula que a Disney tende a repetir em cada filme que ela faz. Nós, como espectadores, mergulhamos de cabeça na realidade fictícia de “Abril”, seguindo os protagonistas de pertinho, com o enredo ficando cada vez mais interessante, criativo, e até bizarro ao longo de seu tempo de duração conciso de 1 hora e 46 minutos. E o aumento de riscos no roteiro não é a única coisa que a animação pegou emprestado da obra de Hergé. O próprio desenvolvimento dos personagens é muito, MUITO parecido com “Tintim”. Temos a protagonista, acompanhada por um animal de estimação, que conta com a ajuda de alguém deslocado e um inventor maluco para resolver um mistério. Igualzinho. E isso não é algo ruim, já que as particularidades são o que fazem de “Abril” uma obra diferente dos quadrinhos belgas. Pois até “Tintim” segue uma fórmula pré-determinada, mesmo com o aumento de riscos. Eu posso garantir para vocês, meus leitores, que não há absolutamente nada ao menos parecido com “Abril e o Mundo Extraordinário”. É um filme inventivo, original e frenético que, além de contar uma história com muita ação e várias reviravoltas, também serve como uma belíssima homenagem a todos os avanços que a ciência e a tecnologia obteram nos séculos XX e XXI. É uma verdadeira injustiça a Academia não ter indicado essa obra de arte ao Oscar de Melhor Filme de Animação.
(It's quite funny when you find out something amazing to watch completely by accident. For those who don't know, there's an American film distribution company named GKIDS, and they are responsible for the distribution of Studio Ghibli films, as well as other independent animated films in North America, such as “Ernest and Célestine”, “Your Name.”, “Weathering with You”, “Perfect Blue” and the Brazilian Oscar-nominated film “Boy and the World”. I heard about “April and the Extraordinary World” while exploring GKIDS's catalog, without any type of expectation or compromise. I was very interested in it, as I had never seen an animated steampunk film (steampunk is a subgenre of science fiction that applies technologies and aesthetic designs inspired by 19th century steam-powered machinery). And then, yesterday, I watched the trailer, which immediately caught my eye, for its approach of being a more mature animated film. That's exactly why I compared “April” to “Tintin”: it's an animated film, with lots of action and adventure, but it also has a few stakes, if you know what I mean. Comparing with “Ernest and Célestine”, for example, which is targeted towards a younger audience. You just know that nothing bad will ever happen to the main characters. Sure, it has its threats, but it's not like “Grave of the Fireflies”, where literally everything bad could happen to them. In “April”, we have something more targeted to teens, as in the very first minutes the viewer thinks “Wow, I wasn't aware that this could happen”. And the film explores these stakes in a highly frenetic, ambitious and original script. I just don't know how someone still hasn't written a comic book set in this film's universe, because it's a true breath of fresh air towards the same formula Disney tends to repeat in every film. We, as viewers, dive headfirst into “April”'s fictional reality, following its protagonists closely, with the plot getting more interesting, creative and even downright bizarre in its concise running time of 1 hour and 46 minutes. And the raise of stakes isn't the only thing this animated film borrowed from Hergé's work. Their own character development is really, REALLY like “Tintin”. We have the main character, accompanied by their pet, who joins forces with an outcast and a mad doctor to solve a mystery. Just like it. And that's not a bad thing at all, as its particularities are what makes “April” different from the Belgian comics. Because even “Tintin” follows a pre-determined formula, even with the stakes a little bit higher. But I can guarantee you, my readers, that there is absolutely nothing at least alike “April and the Extraordinary World”. It's an inventive, original and frenetic film that, besides telling an action-packed story with twists and turns, it also serves as a beautiful homage to all the advances science and technology achieved in the 20th and 21st century. It's a real injustice that the Academy didn't even nominate this work of art for the Oscar for Best Animated Feature.)
Os personagens, como dito anteriormente, são muito bem desenvolvidos. A protagonista, Abril, é introduzida de forma perfeita, de modo que o espectador já cria simpatia por ela em seus primeiros minutos em tela. Aí, há um pulo temporal de 10 anos, e vemos ela evoluir de uma criança indefesa para uma jovem moça forte, corajosa e determinada, o que é muito bom. Ela encontra sua maior parceria no seu gato de estimação, chamado Darwin, que é, de longe, o melhor personagem do filme. Ele é engraçado, sarcástico, e é uma das principais ferramentas que o roteiro usa para mexer com as emoções do espectador. Um dos melhores alívios cômicos do filme vem na forma do interesse amoroso da protagonista, que impressiona cada vez mais o espectador com seu desenvolvimento. Os pais de Abril são desenvolvidos o suficiente para que nós torçamos cada vez mais para que ela encontre-os o mais rápido possível. Há muitas surpresas envolvendo personagens ao longo do filme, então para não entrar em território de spoiler, acho melhor parar por aqui.
(The characters, as previously stated, are really well developed. The main character, April, is perfectly introduced, in a way that the viewer already feels sympathy for her from her first minutes on-screen. Then, there's a time jump of 10 years, and we see her evolve from a helpless child, into a strong, brave and determined young woman, which is really good. She finds her biggest and most important partnership in her pet cat, named Darwin, who is, by far, the best character in the film. He's funny, sarcastic, and one of the main tools the screenplays uses to manipulate the viewer's emotions. One of the film's best comic reliefs comes in the shape of the protagonist's love interest, who keeps on impressing the viewer with his development. April's parents are well developed enough for us to keep hoping she finds them as soon as possible. There are several surprises involving characters throughout the film, so, I think it's better to stop talking about them here, to avoid going into spoiler territory.)
É bem interessante como falei anteriormente que o filme tinha muita similaridade à histórias em quadrinhos no aspecto visual, porque o estilo de “Abril e o Mundo Extraordinário” é de fato inspirado no trabalho de um cartunista francês, Jacques Tardi, responsável pela criação de uma das maiores heroínas dos quadrinhos franceses, Adèle Blanc-Sec, que, em 2010, ganhou uma adaptação live-action com o título “As Múmias do Faraó”, escrita e dirigida por Luc Besson. O visual de “Abril” é absolutamente fascinante. As diferenças entre o universo fictício do filme e o nosso universo são bem evidentes. Ao mesmo tempo que aquele mundo causa admiração, ele também causa um desgosto, pela alta poluição causada pelo vapor (que é a principal fonte de energia usada no filme), o que pode até servir como uma crítica ao desmatamento das florestas e à crescente poluição, resultando em uma maior profundidade sociopolítica para “Abril”. É feita aqui uma mistura bem fluida entre animação tradicional e CGI, e o melhor é que um não atrapalha o outro. Pelo contrário, os dois métodos se complementam de forma perfeita. A trilha sonora instrumental do Valentin Hadjadj consegue construir a atmosfera que certas cenas requerem, seja ela alegre, triste, engraçada ou frenética. Uma das melhores coisas sobre essa animação é o uso de personalidades reais, resultando em várias referências à figuras importantes no campo da ciência: Einstein, Nobel, Pasteur, Marconi, Fermi, Fleming. Assistir à “Abril e o Mundo Extraordinário” vai ser um verdadeiro deleite para quem trabalha nessa mesma área.
(It's quite interesting how I previously stated that it had a lot of similarities to comic books in the visual aspects, because the style of “April and the Extraordinary World” is indeed inspired in the work of a French comic book writer, Jacques Tardi, who created one of the most iconic heroines of French comics, Adèle Blanc-Sec, who, in 2010, got a live-action adaptation titled “The Extraordinary Adventures of Adèle Blanc-Sec”, written and directed by Luc Besson. “April”'s visuals are absolutely dazzling. The differences between the film's fictional universe and our own are really evident. At the same time that world triggers admiration, it also triggers disgust, for the high levels of pollution caused by steam (which is the main source of energy used in the film), which can even serve as a criticism towards deforestation and growing pollution, resulting in a larger sociopolitical depth for “April”. There's a really fluid mix between traditional animation and CGI here, and the best thing about it is that one doesn't stand in the way of the other. On the contrary, both methods complement each other perfectly. Valentin Hadjadj's score manages to build the atmosphere some scenes require, they could be happy or sad, funny or frenetic. One of the best things about this particular animated film is the use of real-world personalities, resulting in several references to important figures in the field of science: Einstein, Nobel, Pasteur, Marconi, Fermi, Fleming. Watching “April and the Extraordinary World” will be a real delight to those who work in the same area.)
Resumindo, “Abril e o Mundo Extraordinário” é uma verdadeira obra de arte. Armada com uma história frenética e cheia de ação, personagens bem desenvolvidos e um visual fascinante, essa animação francesa faz uma bela homenagem aos avanços da ciência e da tecnologia alcançados nos séculos XX e XXI, ao mesmo tempo que faz críticas à temas bastante relevantes nos dias de hoje.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “April and the Extraordinary World” is a true work of art. Armed with a frenetic and action-packed story, well developed characters and fascinating visuals, this French animated film is a beautiful homage to the advances of science and technology achieved in the 20th and 21st century; at the same time, it also deals with very important themes nowadays.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Parece ser ótimo, JPII. Parabéns!!!!
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