E não se esqueçam de curtir e seguir o blog nas redes sociais:
(And don't forget to like and follow the blog in social medias:)
Facebook: https://www.facebook.com/NoCinemaComJoaoPedroBlog/
Twitter: @nocinemacomjp2
Instagram: @nocinemacomjp
E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre uma das melhores coisas que tive o enorme prazer de ver durante esse período de isolamento social. Considerada uma das melhores séries de comédia dos últimos tempos, a série em questão faz uso de roteiros hilariamente envolventes e um elenco excepcionalmente escalado para contar uma história sobre achar a beleza nas coisas banais. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre a versão americana de “The Office”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about one of the best things I had the enormous pleasure to watch during this social isolation period. Considered to be one of the best comedy shows of our time, the series I'm about to discuss makes use of hilariously compelling scripts and an exceptional cast to tell a story about finding beauty in the ordinary things. So, without further ado, let's talk about the American version of “The Office”. Let's go!)
Organizada em forma de falso documentário, a série gira em torno de um escritório, descrevendo a vida dos funcionários de uma filial da fábrica de papel Dunder Mifflin, situada em Scranton, na Pensilvânia, e gerenciada por Michael Scott (Steve Carell), um homem com boas intenções cujo senso de humor frequentemente ultrapassa os limites.
(Organized as a false documentary, the show revolves around an office, describing the everyday life of employees of a branch of the paper company Dunder Mifflin, set in Scranton, Pensylvania, and managed by Michael Scott (Steve Carell), a well-intentioned man whose sense of humor frequently crosses the line.)
Eu demorei bastante para finalmente ver essa série. Primeiramente fiquei com um pé atrás, porque eu não achava que seria interessante (provavelmente não há lugar mais entediante para ambientar uma série do que uma fábrica de papel). Mas aí eu vi uma esquete do programa Saturday Night Live com Martin Freeman (o Bilbo de “O Hobbit”, que participou da série original britânica de The Office), satirizando a história da série e ambientando-a na Terra Média. Mesmo que essa esquete tenha se referido à versão britânica do programa, ela me chamou bastante a atenção. E é claro, fui também atraído pela imensidão de memes hilários de “The Office” que dominaram os meus feeds de redes sociais. Tomei uma decisão, e finalmente comecei a assisti-la. E eu sinceramente não me arrependo de um segundo sequer. Ela começa de uma forma bem lenta, bebendo da mesma fonte que fez da série britânica um sucesso, mas quando ela investe mais em material original que não foi usado em sua antecessora, é aí que a versão americana começa a deslanchar. Os roteiros tiveram a colaboração de grandes nomes da comédia na atualidade, tais como Mindy Kaling, B.J. Novak e Michael Schur (criador de Brooklyn Nine-Nine e The Good Place), e eles, junto com uma equipe enorme de roteiristas, conseguem injetar personalidade e vida em um lugar onde nada de interessante parece acontecer. Pra quem não sabe, a série segue o famoso estilo de comédia “mockumentary” (um falso documentário que acompanha um assunto ou sujeito em particular, com o auxílio de entrevistas individuais para uma profundidade maior, artifício usado de forma perfeita em filmes como “Borat”, “O Que Fazemos nas Sombras” e “Isto é Spinal Tap”), e “The Office” pode muito bem ser a melhor forma de uso desse estilo até agora. É uma série muito engraçada, contendo alguns momentos hilários onde eu não consegui parar de rir. E é simplesmente incrível como os roteiristas conseguem manter esse senso de humor durante 9 temporadas de mais de 20 episódios cada. Outra coisa que os roteiros dessa série fazem muito bem é o desenvolvimento de seus personagens. Durante esses 9 anos, os personagens principais são introduzidos e desenvolvidos de forma perfeita, fazendo com que o espectador realmente venha a se importar com eles. Rimos quando eles riem, choramos quando eles choram, sentimos raiva quando eles sentem. A proposta de um falso documentário sobre essas pessoas resulta em uma experiência imersiva por parte do espectador. Nós sentimos que fazemos parte da vida dessas pessoas, do tanto que sabemos sobre elas. É possível dizer que houve uma recaída na qualidade da série nas duas temporadas finais (apesar que os roteiristas fizeram um uso genial de metalinguagem no último ano), mas tudo que essas temporadas como um todo talvez tenham feito de errado é compensado no maravilhoso episódio final. Pra mim, a melhor variável para calcular se uma obra de comédia é realmente boa é o equilíbrio entre momentos cômicos e comoventes; ver se, além da superfície da obra, há uma “alma”, um “coração”. E há vários momentos lindos de se ver em “The Office”. Momentos cativantes, tristes, e extremamente emocionantes entre as várias piadas e partes hilárias presentes em cada episódio. E eu acho que é isso que faz de “The Office” algo especial: é uma série que, mesmo com o evidente tédio da ambientação, consegue achar momentos bonitos para serem mostrados na tela.
(I took long to finally watch this show. Firstly, I didn't keep an open mind about it, because I simply didn't think it would be interesting to watch (there's likely nowhere more boring to set a show in than a paper company). But then I watched a sketch from the show Saturday Night Live, with Martin Freeman (Bilbo from “The Hobbit”, who was in the original British series of “The Office”), which satirized the show and set it in Middle-earth. Even though that sketch was making a parody of the British version, it really caught my eye. And, of course, I was attracted by the vast quantity of hilarious “Office” memes that flooded my social media feeds. I made up my mind, and I finally started watching it. And I, honestly, do not regret a single second. It starts very slowly, drinking from the same source that made the British version a hit, but when it invests in more original material that wasn't used in its predecessor, that's when the American show starts to soar. The scripts had the collaboration of various great names in comedy nowadays, like Mindy Kaling, B.J. Novak and Michael Schur (who created Brooklyn Nine-Nine and The Good Place), and they, along with an enormous team of staff writers, manage to inject personality and life into a place where nothing interesting ever seems to happen. For those who don't know, the show uses the famous comedy style known as mockumentary (a false documentary that follows a certain subject or person; relying on individual interviews for a larger scope, a device perfectly used in movies such as “Borat”, “What We Do In The Shadows” and “This is Spinal Tap”), and “The Office” might as well be the best way of using that style so far. It is a really funny show, containing some hilarious moments in which I couldn't stop laughing. And it is simply amazing how the writers managed to keep this sense of humor for 9 seasons with more than 20 episodes each. Another thing that the scripts do really well is character development. During these 9 years, the main characters are introduced and developed perfectly, in a way that the viewer really cares about them. We laugh when they do, we cry when they do, we feel angry when they do. The proposal of a false documentary about these people results in a pretty immersive experience for the viewer. We feel like we're a part of those people's live, from the huge amount of information we know about them. It can be said that the quality went down a little bit in the last two seasons (although the screenwriters made a genius use of metalanguage in its last year), but everything that these seasons maybe have done wrong are compensated in its wonderful series finale. For me, the best way to calculate if a work of comedy is actually good is to balance both funny and moving moments; to see if there's a “soul” or a “heart” beneath its surface. And there are several beautiful moments to behold in “The Office”. Moving, sad, and extremely emotional moments inbetween the various jokes and funny moments in every episode. And I think that is what makes “The Office” so special: it's a show that, even through its boring set-up, manages to find beautiful and poignant moments to be shown on-screen.
Por onde começar a falar do espetacular elenco dessa série? Acho mais do que justo começar pelo Steve Carell, que foi o coração e a alma de “The Office” durante seus primeiros 7 anos. O ator faz um trabalho simplesmente sensacional aqui. O desenvolvimento de seu personagem é um dos mais significativos do programa, pois, inicialmente, o espectador só vê o Michael como um alívio cômico, mas ao longo da série, há vários momentos onde o espectador percebe que debaixo de toda aquela faceta hilária, ele tem um coração mole. E Carell consegue equilibrar esses dois extremos perfeitamente. Como parte do elenco principal, temos uma performance extraordinária do Rainn Wilson (que interpreta meu personagem favorito da série, carregando as duas temporadas finais nas costas) e uma química explosiva entre o John Krasinski e a Jenna Fischer, que fazem um excepcional trabalho aqui ao equilibrarem comédia e drama na relação entre os dois. Uma coisa que os roteiristas fizeram muito bem é começar o programa com certo personagem sendo irritante, e ao longo da série, eles dão a ele ou ela mais personalidade. Isso é representado de forma perfeita através dos personagens de B.J. Novak, Mindy Kaling, Angela Kinsey e Ed Helms. Como parte do elenco coadjuvante, temos vários alívios cômicos através de Brian Baumgartner, Leslie David Baker, Oscar Nunez, Craig Robinson, Kate Flannery, Ellie Kemper, Phyllis Smith, e Creed Bratton (que é um dos melhores rouba-cenas da série, fazendo o espectador gargalhar com pouquíssimas falas). Também há performances memoráveis de Catherine Tate (que interpreta uma das personagens mais subestimadas), Paul Lieberstein, Rashida Jones, Andy Buckley, Kathy Bates, Clark Duke e Jake Lacy. Uma menção super honrosa fica com a Amy Ryan, que na minha opinião, é a melhor personagem feminina de “The Office”. Ela tem uma química tão incrível com o Steve Carell que eu pensei por um momento que eles eram casados na vida real. E é claro, mesmo com tantos personagens incríveis, há aqueles que você não consegue suportar, e Zach Woods, James Spader, Melora Hardin, David Koechner e Will Ferrell fazem o espectador desejar que tal cena acabe logo de forma perfeita.
(Where to begin talking about this show's spectacular cast? I think it's more than fair to start with Steve Carell, who was the heart and soul of “The Office” during its first 7 years. He does an incredibly amazing job here. The development of his character is one of the most significant ones on the show, because, initially, the viewer just sees Michael as a comic relief, but throughout the show, there are several moments where the viewer sees that beneath the hilarious costume, he's got a soft spot. And Carell manages to balance these two extremes perfectly. As part of the main cast, we have an extraordinary performance by Rainn Wilson (who plays my favorite character, who carried the entire two last seasons on his back) and an explosive chemistry between John Krasinski and Jenna Fischer, who do an exceptional job here when balancing comedy and drama in their relationship. One thing the writers did pretty well was starting the show with a character being annoying, and throughout the seasons, giving him or her more personality. That's represented perfectly through the characters portrayed by B.J. Novak, Mindy Kaling, Angela Kinsey and Ed Helms. As part of the supporting cast, we have several comic reliefs through Brian Baumgartner, Leslie David Baker, Oscar Nunez, Craig Robinson, Kate Flannery, Ellie Kemper, Phyllis Smith and Creed Bratton (who's one of the best scene stealers, making the viewer laugh out loud with very few lines). There are also memorable performances by Catherine Tate (who plays one of the most underrated characters), Paul Lieberstein, Rashida Jones, Andy Buckley, Kathy Bates, Clark Duke and Jake Lacy. A super honorable mention stays with Amy Ryan, who, in my opinion, plays the best female character in “The Office”. She has such an amazing chemistry with Steve Carell that I thought they were married in real life for a moment. And of course, even with all these awesome characters, there are those you simply cannot bear, and Zach Woods, James Spader, Melora Hardin, David Koechner and Will Ferrell perfectly make the viewer wish their scenes cut away as soon as possible.)
Os aspectos técnicos da série, seguindo a proposta de um falso documentário, caíram como uma luva. A câmera mexe frequentemente, dando zooms e fazendo panorâmicas para realmente dar aquela crueza de documentário mesmo. Outra coisa que realmente fez de “The Office” uma experiência imersiva documental para o espectador foi a ausência de uma laugh track (aqueles risos automáticos que séries de comédia têm quando algo engraçado é dito) e de uma audiência de estúdio, o que permite que o próprio espectador escolha quando rir, chorar, se emocionar, e ficar em silêncio. Uma marca registrada de séries de comédia são piadas recorrentes, e há várias dessas em “The Office”, com todas funcionando perfeitamente, nunca cansando o espectador. É uma série com episódios muito bem montados, que sabem exatamente quando prolongar uma cena para ter uma atmosfera mais profunda, e quando cortar rapidamente, às vezes para efeito cômico. A música-tema explica claramente o conceito do programa, que é achar a beleza nas coisas banais, e você não consegue acreditar que uma melodia tão linda e pegajosa faz parte de uma série sobre uma fábrica de papel. Resumindo, “The Office” é uma série que usa de forma perfeita seus aspectos técnicos, de forma que eles encaixam direitinho na sua proposta.
(The show's technical aspects, following the mockumentary proposal, fit like a glove. The camera frequently moves, zooming in and out and making wider shots to really hit that raw documentary feel. Another thing that really made “The Office” an immersive documentary experience for the viewer was the absence of a laugh track (those automatic laughter that comedy shows have when something funny is said) and a studio audience, which allows the viewer to choose when to laugh, cry, get emotional, and be quiet. A trademark of comedy shows are recurring gags, and there are several in “The Office”, with all of them perfectly landing, and never tiring the viewer. It's a show with very well-edited episodes, which know exactly when to make a scene longer for a deeper atmosphere, and when to rapidly cut, sometimes for comic effect. The theme song clearly explains the whole concept of the show, which is finding beauty in ordinary things, and you simply can't believe a melody this beautiful and catchy could belong to a show about a paper company. In a nutshell, “The Office” is a show that perfectly uses its technical aspects, in a way they fit right into its proposal.)
Resumindo, “The Office” é a melhor série de comédia de todos os tempos, na minha opinião. Contando com roteiros que equilibram perfeitamente os dois extremos de comédia e drama, um elenco simplesmente sensacional, e aspectos técnicos que encaixam na proposta do programa, “The Office” é uma hilária e emocionante história sobre achar a beleza nos momentos banais.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “The Office” is the greatest comedy series of all time, in my opinion. Relying on scripts that perfectly balance the two extremes of comedy and drama, an extraordinary cast, and technical aspects that fit like a glove in the show's proposal, “The Office” is an hilarious and heartfelt story about finding beauty in ordinary things.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Sensacional!!! Parabéns, JPII..
ResponderExcluir